Valparaíso é um dos grandes xodós da Fragata e não poderia ficar de fora desse roteiro na Argentina e no Chile |
Nesses 20 dias de passeios, reencontros e descobertas, dediquei sete dias inteiros à querida Buenos Aires, quatro dias à fofa Mendoza (que eu ainda não conhecia), cinco dias a Santiago e dois dias a Valparaíso, cidade que é um dos grandes xodós da Fragata.
Os passeios à Alta Montanha que partem de Mendoza deixam a gente de cara para a beleza da Cordilheira dos Andes |
De Buenos Aires, fiz um bate e volta a Tigre, cidadezinha na região metropolitana da capital famosa pelos passeios de barco pelo delta do Rio Tigre. Em Mendoza, adorei o passeio para ver os cumes nevados dos Andes e o famoso Aconcágua, a montanha mais alta do mundo fora da Ásia (6.961 metros).
O bom de reencontrar velhos conhecidos, como Buenos Aires e Santiago, é que a gente já não precisa “cumprir tarefas” e bater ponto em cartões postais. O roteiro fica muito mais aberto a novos olhares e a viagem flui sem ansiedades e obrigações.
É sempre muito gostoso visitar Buenos Aires sem obrigação
com os cartões postais. Mas é claro que eu fui bater ponto no Malba para ver
grandes artistas latino-americanos. Essa obra, que eu adoro, é Manifestação (1934),
do sensacional argentino Antonio Berni |
Esta foi minha 12ª viagem à Argentina e a quarta viagem ao Chile. Voltar a lugares que eu gosto é sempre um prazer e eu recomendo muito. Porque a gente repete um destino, mas não repete a viagem.
O Bairro Itália é um dos meus cantinhos favoritos em Santiago do Chile |
Por conta dessa intimidade com os destinos, este roteiro deixou de fora muitas das atrações ditas obrigatórias, especialmente em Buenos Aires e Santiago do Chile — se você está indo pela primeira vez a essas cidades, recomendo dar uma olhada em posts mais antigos aqui do blog, que já estou tratando de atualizar (é só seguir os links).
Dito isso, convido você a passear comigo por dois países tão próximos, fáceis de explorar e acessíveis nos preços.
O passeio por San Telmo, um clássico de Buenos Aires, também não poderia faltar |
Buenos Aires: finalmente, tive tempo de ir conhecer o Museu Nacional de Artes Decorativas, em Palermo Chico |
O teatro que virou a livraria mais fotografada das Américas: El Atheneo Grand Splendid |
O Centro Cultural Nestor Kirchner tem um espaço dedicado à música de Astor Piazzolla |
O descoladíssimo Palermo Soho ainda preserva uma arquitetura antiguinha e muito charmosa |
Compras em Buenos Aires
Como aproveitar uma conexão: 14 horas em Buenos Aires
Comer
e beber em Buenos Aires
A memória boêmia dos cafés, bares e confeitarias "notáveis"
5 museus bacanas em Buenos Aires - e os passeios que combinam com eles
Buenos aires europeia: visita ao Palácio Barolo e roteiro pela Avenida de Mayo
Puerto Madero: “o outro país”
Palermo, um bairro com cheiro de maçã
Plaza de Mayo, a casa da alma argentina
O atentado à ex-presidente Cristina Kirchner esquentou a temperatura política, mas no dia que saí de Buenos Aires as coisas já estavam mais calmas |
O clima político em Buenos Aires
Duas horinhas de voo separam Buenos Aires de Mendoza |
Mendoza era o único destino deste roteiro que eu ainda não
tinha visitado. Com 150 mil habitantes, a cidade é bem cuidada, muito arborizada e tem uma carinha pacata — nem parece que é o centro de uma região metropolitana com população
de 1,2 milhão de pessoas.
Fazia tempo que eu queria colocar um novo destino argentino no
meu mapa. Em um roteiro reunindo Buenos Aires e Santiago, Mendoza caiu como uma
luva. A cidade está no caminho entre as duas, a 2 horas de voo da capital argentina e a 35 minutos da
capital chilena.
Mendoza tem um ótimo elenco de praças muito verdes e agradáveis. Esta é a Plaza Independencia |
Famosa pelos bons restaurantes e pelos vinhos — é a região vinícola mais badalada da Argentina e uma das principais da América do Sul — Mendoza me atraiu principalmente pela moldura que a Cordilheira dos Andes desenha em seu horizonte.
Aproveitei muito os belos parques de Mendoza, a beleza da
paisagem das montanhas e alguns ótimos restaurantes. Quanto ao vinho, ah, eu me esbaldei, ainda
que tenha decidido não visitar as vinícolas — ando cada vez mais avessa a beber
durante o dia e fora das refeições, de modo que a ideia de rodar pelas bodegas
provando a bebida me pareceu pouco atraente.
O Cordón de Plata, trecho de montanhas nos arredores de Mendoza |
A capital chinela foi o maior palco da grande mobilização política de massas que sacudiu o Chile, a partir de 2019, e as memórias do estallido social, como eles chamam, ainda marcam as feições da outrora certinha-e-quase-tediosa Santiago.
Na Estação Baquedano do Metrô de Santiago, painéis fotográficos lembram as grandes manifestações de massa que sacudiram o Chile, a partir de 2019 |
Ainda que essa cenografia desafine do Instagram, a sacudida política parece ter feito muito bem à cidade. Santiago me pareceu muito mais viva e, principalmente, muito mais diversa do em visitas anteriores.
O mirante Sky Costenera tem 360º de vista para Santiago. Difícil é pegar um dia sem névoa na cidade 😉 |
Nas minhas duas etapas em Santiago (antes e depois de Valparaíso), aproveitei muito a boa gastronomia de Santiago nos restaurantes de Lastarria e no Mercado Central.
O Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana é muito bacana |
O que fazer em Santiago do Chile
Como organizar uma viagem a Santiago do Chile
Onde comer em Santiago do Chile
Chile:
como ir à vinícola Concha y Toro de transporte público
Lastarria,a Santiago da Belle Époque
BairroItália: onde Santiago é mais charmosa
Passeios
em Santiago do Chile - roteiro para começar as descobertas
Roteiro em Santiago do Chile - amor à segunda vista
Dicas de hotel em Providencia, Santiago
Hospedagem em Santiago: Mito Casa Hotel
Antes de o feriadão das Festas Pátrias começar pra valer, deu tempo de visitar o Museu Municipal de Belas Artes de Valparaíso, instalado no célebre Palácio Baburizza |
Peço licença aos lindos Lagos
Andinos pra declarar que Valparaíso é disparado o meu destino-xodó no Chile (a Ilha
de Páscoa é hors concours). Fiquei doida por essa cidade portuária e suas
casinhas coloridas penduradas nos morros desde o primeiro olhar, lá se vão mais
de duas décadas.
É bem comum visitar Valparaíso em um bate e volta, partindo
de Santiago — e foi assim que eu tinha estado na cidade, em duas viagens anteriores.
Desta vez, porém, passar mais tempo em Valparaíso era um ponto inegociável no
meu roteiro na Argentina e no Chile.
Só o terraço da pousada onde me hospedei em Valparaíso já teria valido a viagem |
Programei duas noites na cidade, um sábado e um domingo, coincidindo com o início do feriadão das Fiestas Pátrias e me esbaldei por aquelas ladeiras desafiadoras, deixei minha alma voar em cada mirante mais escancarado que o outro e comi divinamente os frutos do mar que fazem a fama da gastronomia local.
Minha hospedagem em Valparaíso foi sensacional: a pousada
Val Paradou, instalada em uma casa antiga do Cerro Alegre, já teria valido a
viagem. O lugar é lindo, super bem restaurado e tem um terraço de sonho com
vista para os morros e a Baía de Valparaíso. A diária em um apartamento
confortável e aconchegante custou US$ 40, com um bom café da manhã incluído.
Pra você se organizar:
Dicas práticas de Valparaíso
Onde comer em Valparaíso
O que fazer em Valparaíso, Chile
Hospedagem em Valparaíso
Veja também dicas (e muitas fotos) de Valpo neste post de uma visita anterior:
Chile: um bate e volta a Valparaíso
Coloque o Museu da Memória e dos Direitos Humanos no topo de sua lista de visitas em Santiago do Chile |
5ª etapa: mais 3 dias em Santiago
Plaza de Armas de Santiago, coração do Centro Histórico |
Como é o feriadão das Festas Pátrias no Chile
Os chilenos levam muito a sério a comemoração de sua independência. As Fiestas
Pátrias são celebradas com muita comida típica, bebida e dança nas chamadas
fondas, que são como as festas de largo dos baianos (ou os arraiás juninos de
outras partes do Nordeste).
Os feriados pra valer — os feriados irrenunciáveis, quando obrigatoriamente
fecha praticamente tudo no país — são os dias 18 e 19 de setembro (o primeiro, a
data da Independência, o segundo, o “Dia da Glória do Exército”).
O clima de folga geral, porém, começa antes, com o comércio
adotando horários mais curtos, restaurantes fechando mais cedo e por aí vai, no
que os chilenos chamam de feriados renunciáveis — quando a obrigação de fechar
os estabelecimentos é mais flexível.
Neste ano de 2002, a Fiestas Pátrias começaram a ser
celebradas no dia 16 de setembro. Desde a quinta-feira, 15, já estava o maior
clima de sábado em Santiago, com muita gente na rua, restaurantes lotados e
grupos de dançarinos se esbaldando pela cidade, mas os museus, mercados e lojas
ainda abriam.
Nem um feriado irrenunciável interrompe o sobe-e-desce ladeiras em Valparaíso |
No dia 18 (domingo), primeiro feriado irrenunciável, eu
estava em Valparaíso e fui pouco afetada pelo fechamento geral das atrações.
Afinal, a grande atração da cidade é ela mesma. Com os restaurantes, bares e
cafés funcionando, meus passeios foram muito bem curtidos.
Na segunda-feira, 19 de setembro, regressei a Santiago e
cheguei na hora do almoço. A capital parecia uma cidade-fantasma. Almocei no
restaurante do hotel, que, pra minha sorte, estava aberto e aproveitei a tarde
no mirante Sky Costanera (todo comércio do Shopping Costanera estava fechado
e apenas quatro restaurantes e o mirante estavam funcionando).
A fervida Rua Lastarria ficou quietinha no feriado |
A noite do dia 19 é que foi osso: jantei pizza de delivery no hotel, porque não tinha nada funcionando em Santiago. Como já estou acostumada a passar o dia 1º de Janeiro viajando (e a driblar o perrengue de estar tuuuudo fechado), sobrevivi sem sequelas e gostei de experimentar o clima das Fiestas Pátrias chilenas.
Mas, se essa fosse a minha primeira visita a Santiago, acho
que um feriadão tão radical teria complicado meus passeios na cidade. Leve
isso em conta na hora de programar uma viagem ao Chile.
Oi, Cyntia! Conheci seu blog em 2019 porque estava pesquisando sobre a Cidade do México. Acabei caindo aqui mais uma vez procurando algo bem aleatório, um post de 2013! Que bom ver seus relatos e ainda mais sobre cidades que gosto muito! Vou pro Chile em janeiro, então seus posts vão me ajudar muito novamente.
ResponderExcluirAbraço!
Que bom saber que a Fragata tem ajudado suas viagens. Aproveite o Chile (e não deixe de ir à linda Valparaíso, meu xodó).
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