21 de outubro de 2022

O que fazer em Buenos Aires


Estátua de Juan de Garay, fundador de Buenos Aires
Aposto que Juan de Garay, o segundo fundador de Buenos Aires, nem imaginava que cidade sensacional ele estava inventando

Aposto que você já sabe que tem muito o que fazer em Buenos Aires. Por isso mesmo, uma semana é a duração ideal de qualquer visita à capital argentina.

Para quem vai pela primeira vez, uma semana é o tempo de explorar com calma as diversas facetas de uma metrópole tão diversa em encantos e atrações.

Para quem está voltando a Buenos Aires — sem a urgência de bater o ponto nas atrações turísticas mais badaladas — esse é o tempo para rever o que mais gostou e descobrir novas possibilidades.

Palácio Barolo, Buenos Aires

O interior do Palácio Barolo, na Avenida de Mayo. A construção foi inspirada na Divina Comédia, de Dante Alighieri


Buenos Aires: café com medialuna e a a Torre Monumental do Retiro

Já perdi a conta das vezes que visitei a cidade  — cerca de uma dúzia — e sempre encontro novidades no quesito o que fazer em Buenos Aires. Ela é realmente uma metrópole inesgotável em encantos.

Além de dicas específicas, este post também funciona como um índice. Listei vários dos meus passeios favoritos em Buenos Aires (alguns ganharam posts exclusivos): o Teatro Colón, a apresentação do grupo teatral Fuerza Bruta, o Jardim Japonês, em Palermo, e os bairros de San Telmo, Palermo Soho e Recoleta.

Teatro Colón, Buenos Aires

Teatro Colón de Buenos Aires: lindo por fora, deslumbrante por dentro. Se não der pra ver um espetáculo lá, faça a visita guiada


Teatro Colón, Buenos Aires

Organizei os passeios em Buenos Aires agrupando as atrações por áreas geográficas. Assim, você pode adaptar o itinerário à quantidade de dias que vai passar em Buenos Aires e aos seus interesses — sejam eles mais chegados ao turismo mais convencional ou a uma agenda mais alternativa. Espero que ajude você a montar um roteiro bacana nessa cidade deliciosa 😊.

Os preços das arações que você vai ver neste post também foram atualizados, agora em outubro de 2022, quando retornei da minha mais recente viagem a Buenos Aires. 

Museu de Arte Hispano-Americana, Buenos Aires
O Museu de Arte Hispano-Americana de Buenos Aires tem uma belíssima coleção do período colonial. Fui, amei e estou puxando as minhas orelha por não ter ido antes

Com a inflação que hoje inferniza a Argentina, é possível que essas informações sobre preços caduquem rapidinho. E, então, vale checar nos sites oficiais os valores dos ingressos. Não estranhe ver dois preços em reais para os ingressos: eles equivalem à cotação oficial e à cotação blue (paralela) da nossa moeda.

Puerto Madero e Puente La Mujer, Buenos Aires

Caminhar à beira d'água em Puerto Madero é sempre um programinha gostoso em Buenos Aires


O que fazer em Buenos Aires


Para saber como chegar a cada uma das atrações, use o site OmniLíneas para definir seu itinerário. Ele aponta as linhas de ônibus que cobrem cada percurso. O Google Maps também é bom para descobrir os ônibus mais convenientes para os deslocamentos pela cidade. 

Em geral, prefiro circular com o Subte (Metrô), mas até o Google Maps parece implicar com esse transporte. São raras as vezes que o aplicativo indica um percurso de metrô.  

Siga o mapa: todos os endereços desta viagem a Buenos Aires, com foto, links e dicas ⬇️






Plaza Francia, Recoleta, Buenos Aires

Plaza Francia, na Recoleta 


O que fazer na Recoleta


⭐ Cemitério da Recoleta


Calle Junín nº 1760, Recoleta (Metrô Las Heras, Linha H, a 500 metros)
Diariamente, das 8h às 18h. Entrada gratuita.

Inaugurado em 1822 para acolher os jazigos das famílias mais ricas e poderosas do país, o Cemitério da Recoleta acabou se tornando um verdadeiro compêndio da arte tumular, com capelas, mausoléus e esculturas nos diversos estilos artísticos que estiveram em voga nos últimos dois séculos.

Cemitério da Recoleta, Buenos Aires

Por trás desta fachada neoclássica, há todos os estilos decorativos nos túmulos do Cemitério da Recoleta


Em frente ao portal do Cemitério da Recoleta — em colunas, bem ao gosto da escola neoclássica —, você pode topar com uma pequena fila de turistas, nos dias de maior movimento. Não se assuste, que a coisa não costuma demorar. 

O cemitério tem uma entrada exclusiva para quem vai fazer a visita turística, fácil de achar e bem sinalizada, do lado esquerdo do portal de acesso (lado esquerdo de quem olha de frente, tá?)

O túmulo mais famoso e mais disputado para fotografias no Cemitério da Recoleta é o de Evita Perón. Mas lá também estão sepultados ex-presidentes da República, como Raul Alfonsin, o Prêmio Nobel de Química Federico Leloir e a escritora Victoria Ocampo.

Centro Cultural Recoleta, Buenos Aires

Sempre tem alguma coisa interessante pra ver no Centro Cultural Recoleta


Centro Cultural Recoleta, Buenos Aires

⭐ Centro Cultural Recoleta 

Calle Junín nº 1930, Recoleta (Metrô Las Heras, Linha H, a 750 metros)
De terça a sexta, das 13:30h às 22h. Sábados, domingos e feriados, das 11:30h às 22h.

Cinema, artes plásticas, shows musicais, oficinas para crianças, dança e teatro: tem sempre algo de interessante pra ver no Centro Cultural Recoleta.

O acesso ao espaço é livre, mas é preciso pagar ingresso para ver os espetáculos. Para conferir a programação e os preços das entradas, consulte o site oficial do Centro Cultural da Recoleta.

Igreja do Pilar, Recoleta, Buenos Aires

A igrejinha do Século 18 está na origem da Recoleta


⭐ Basílica de Nossa Senhora do Pilar

Calle Junín nº 1904, Recoleta (Metrô Las Heras, Linha H, a 850 metros)
Diariamente, das 8h às 22h, com entrada gratuita. Os claustros podem ser vistos de segunda a sábado, das 10:30h às 18:10h, e aos domingos, das 14:30h às 18:10h

A Basílica do Pilar e o antigo convento dos Recoletos (hoje convertido no Centro Cultural Recoleta) são o núcleo original da povoação do bairro e seu entorno mantém um certo ar de vila do interior.

Altar-mor da Igreja do Pilar, Recoleta, Buenos Aires
Altar-mor da Igreja do Pilar da Recoleta

Construída no início do Século 18, a igrejinha do Pilar da Recoleta conserva belíssimos altares barrocos, contrastando com a simplicidade de sua fachada.

Preste atenção ao altar-mor, que incorpora elementos da estética dos povos andinos, como era costume na América Espanhola de então.

Altares barrocos da Igreja do Pilar, na Recoleta, em Buenos Aires

A decoração barroca da Igreja do Pilar vale a visita


Altares barrocos da Igreja do Pilar, na Recoleta, em Buenos Aires

 Não deixe de ver os Claustros Históricos da Igreja do Pilar, que conservam as feições originais do Século 18 e abrigam um pequeno museu de arte sacra. 

O acervo desse museu abarca os séculos 16 a 19 e é composto de peças em prata, telas, esculturas e mobiliário que pertenceram a igrejas e conventos argentinos desde o início da colonização espanhola. Das galerias do claustro se tem uma bela vista para o Cemitério da Recoleta.

⭐ Livraria El Ateneo Grand Splendid

Avenida Santa Fé nº 1860, Recoleta (Metrô Callao, Linha D, a 500 metros, ou Metrô Santa Fé - Carlos Jaúregui, Linha H, a 800 metros).

Instalada em um antigo teatro, a Livraria El Ateneo Grand Splendid entra em todas as listas de mais bonitas do mundo. Uma das atrações mais visitadas de Buenos Aires. Saiba mais aqui > Buenos Aires, a cidade das livrarias

Livraria El Atheneo Grand Splendid, Buenos Aires
El Atheneo deve ser a livraria mais postada no Instagram neste planeta

Livraria El Atheneo Grand Splendid, Buenos Aires

⭐ Café La Biela

Presidente Manuel Quintana nº 596, Recoleta (Metrô Las Heras, Linha H, a 850 metros)

O Café La Biela era o favorito do grande campeão de automobilismo Juan Manoel Fangio e do escritor Jorge Luis Borges.

É o café mais antigo de Buenos Aires (fundado em 1850) e fica de cara para o miolo turístico da Recoleta. Nos dias mais quentes, escolha uma mesa ao ar livre, à sombra de árvores centenárias.


Atrações da Recoleta: Café La Biela e Museu Nacional de Belas Artes

Café La Biela, fundado em 1850 (esq), e uma tela de Van Gogh no MNBA


⭐ Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)

Avenida del Libertador nº 1473, Recoleta (Metrô Facultad de Derecho, Linha H, a 300 metros).
Horários: de terça a sexta das 11h às 20h. Sábados e domingos das 10h às 20h.
Entrada gratuita

A dois passos do centrinho da Recoleta, o Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires tem uma das coleções de arte mais importantes do nosso continente.

"Praça Maior de Paucartambo" (1937), obra do peruano Enrique Camino Brent, no MNBA, Buenos Aires

Praça Maior de Paucartambo (1937), do peruano Enrique Camino Brent, no MNBA


O MNBA reúne desde peças pré-colombianas até a arte contemporânea. Dos grandes mestres da pintura europeia aos expoentes latino-americanos, o acervo do MNBA traça um painel consistente e sempre interessante em telas, esculturas, fotografias e objetos decorativos. 


Torre Monumental ou Torre dos Ingleses, Buenos Aires
A Torre Monumental, ou Torre dos Ingleses, é a imagem mais reconhecível do bairro de Retiro. Ela fica em frente à Estação Ferroviária de Retiro 

O que fazer em Retiro

Coladinho à Recoleta, Retiro é mais conhecido por sua linda estação de trens, integrada ao metrô, de onde muitos turistas embarcam para os passeios a Tigre e a San Isidro. Quando me hospedei na Recoleta, vivia passando por lá, embarcando ou desembarcando do metrô, e passava um bom tempo fotografando detalhes de sua arquitetura e decoração.

 Na verdade, são três terminais contíguos. A Estação Retiro Mitre é a bonitona, mas também tem a Estação Retiro Belgrano e a Estação Retiro San Martín.


Estação Ferroviária Retiro Mitre, Buenos Aires
A Estação Retiro é tão bonita que às vezes eu esqueço que ela tem uma destinação funcional 

Estação Ferroviária Retiro Mitre, Buenos Aires

O bairro de Retiro tem uma área residencial elegante, comércio chique (o famoso shopping Pátio Bulrich fica lá, assim como a hoje fechada filial da Harrods londrina) e muitos escritórios do centro financeiro de Buenos Aires.

Mas Retiro também tem seus contrastes, como atestam as moradias precárias de trabalhadores pobres nos arredores da área portuária. 

É também nesse pedaço do bairro que estão preservadas as memórias do intenso movimento que trouxe milhões de imigrantes a Buenos Aires, a partir do final do Século 19. 

Museu de Arte Ibero-Americana de Buenos Aires
Museu de Arte Hispano-Americana: não demore tanto quanto eu pra ver essa lindeza. Acima, representação de Cristo como o Taitacha, incorporando elementos do imaginário inca. Abaixo, peças do barroco-guarani elaboradas nas missões jesuíticas
Arte das missões jesuíticas no Museu de Arte Hispano-Americana de Buenos Aires

 Museu de Arte Hispano-Americana 

Suipacha nº 1422, Retiro (Metrô Retiro, Linhas C e E, a 600 metros).
Horários: segundas, quartas, quintas e sextas, das 11h às 19. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20. Fecha às terças.
Ingresso: 500 pesos (US$ 1,8). Grátis às quartas-feiras.

Nem acredito que só agora em 2022, depois de tantas visitas a Buenos Aires, fui conhecer esse belíssimo museu dedicado à arte colonial.

Ostensório exibido no Museu de Arte Hispano-Americana de Buenos Aires
Ostensório do Século 16 em ouro e adornado com pedras preciosas

O Museu de Arte Hispano-Americana é uma das subdivisões do Museu Fernández Blanco — a outra, que funciona próximo ao Congresso nacional da Argentina, é dedicada à arte do Século 19 e começo do Século 20.

No Palácio Noel, em Retiro, você vai encontrar um acervo deslumbrante, principalmente de arte sacra, abrangendo a produção das colônias espanholas nas Américas, indo bem além do território que hoje é a Argentina.

As seções dedicadas à Escola Cusquenã (de Cusco, Peru), a Escola Quiteña (de Quito, Equador) e de Potosí, na Bolívia estão entre os pontos altos da coleção. As três povoações foram centros importantíssimos de produção artística, refletindo o poder econômico e político que detiveram durante a colonização espanhola.

Museu de Arte Hispano-Americana de Buenos Aires
A arte colonial das escolas de Quito (esq) e Cusco

Outra sessão belíssima é dedicada ao barroco-guarani produzido nas missões jesuíticas que floresceram no Cone Sul da América—como San Ignacio Miní, cujas ruínas me deixaram apaixonada.

O palácio, construído no comecinho do Século 20 foi a residência do colecionador de arte Isaac Fernández Blanco. A construção em estilo colonial e os jardins de inspiração andaluza são muito bonitos e merecem atenção.

Puerto Madero visto do Museu Nacional da Imigração, Buenos Aires
O antigo Hotel de Inmigrantes, onde os recém chegados de além-mar se alojavam, é hoje o Museu Nacional da Imigração. Fica em Retiro, mas tem vista para Puerto Madero

Puerto Madero visto do Museu Nacional da Imigração, Buenos Aires

⭐ Museu Nacional da Imigração

Avenida Antártida Argentina nº 1355, Retiro (Metrô Retiro, Linhas C e E, ou Metrô Catalinas, Linha E, ambas as estações a cerca de 1 km).
Horário: segunda a sexta, da 10h às 17h. Sábados e domingos, das 11h às 18h.
Entrada gratuita

Talvez a visita ao Museu Nacional da Imigração combine mais com um passeio por Puerto Madero (que é ao lado) do que com atividades no miolo do Bairro do Retiro, mas vamos manter o rigor geográfico (😁) neste bloguinho.

Museu Nacional da Imigração, Buenos Aires
Entre o final do Século 19 e meados do Século 20, a Argentina recebeu milhões de imigrantes, principalmente da Itália e Espanha. Um pouco dessa história é contada no Museu da Imigração
Museu Nacional da Imigração, Buenos Aires

Eu fui até lá caminhando, saindo do Museu Fortabat, em Puerto Madero, um percurso de cerca de 1km (a mesma distância das estações de metrô mais próximas).

Só aviso que não é uma caminhada das mais agradáveis: depois que você passa o Terminal do Buquebus, vai andar por uma calçada maltratada, margeando a cerca do Porto de Buenos Aires, com os automóveis passando em grande velocidade pela avenida e com uma certa sensação de insegurança pela ausência de movimento de pessoas.

Museu Nacional da Imigração, Buenos Aires
O Hotel de Inmigrantes tinha capacidade para abrigar até 3 mil pessoas. As camas não tinham colchões, mas sim essas lonas que lembram redes de marinheiros, mais fáceis de desinfetar em caso de algum surto de doenças

Museu Nacional da Imigração, Buenos Aires
No refeitório, os internos recebiam três refeições e as mulheres eram encarregadas de cozinhar e limpar todos os espaços. A imprensa argentina chamava o Hotel de Inmigrantes de "palácio dos pobres"

O percurso do Museu da Imigração se apoia em documentos e painéis explicativos para contar a história das milhões de pessoas que buscaram a Argentina como nova pátria. O melhor da visita é entrar no clima da vida cotidiana dos recém-chegados, evocada nos dormitórios, refeitório e outras áreas do edifício.

O local é também um importante centro de documentação: mais de 5 milhões de registros sobre a imigração no país, no período que vai de 1882 a 1960, estão à disposição de pesquisadores.

Museu Nacional da Imigração, Buenos Aires

O Antigo Hotel de Inmigrantes foi construído na primeira década do Século 20 para que os recém-chegados ao país em busca de uma nova vida cumprissem os períodos de quarentena — o lugar era uma espécie de Ellis Island portenha, criado após duas epidemias de cólera, atribuídas ao fluxo migratório. Foi usado até 1955.

O espaço tinha capacidade para abrigar até 3 mil imigrantes, que permaneciam no local por pelo menos cinco dias, caso não manifestação sintomas de doenças. Nesse período, recebiam orientações sobre a vida no país, três refeições por dia e ajuda (aos homens) para conseguir trabalho. 

Museu Nacional da Imigração, Buenos Aires
O acervo do museu conserva alguns objetos que pertenceram aos antigos internos da hospedaria. Abaixo, uma instalação artística com livros trazidos pelos imigrantes

Museu Nacional da Imigração, Buenos Aires

Toda a limpeza, tarefas de cozinha e cuidado com as crianças ficavam a cargo das mulheres internadas no Hotel de Inmigrantes.

Em 1974, o complexo foi transformado no Museu Nacional da Imigração, abrigando, também, o Centro de Arte Contemporânea da Universidade Tres de Febrero, que realiza exposições temporárias. O museu passou um longo período fechado e só reabriu as portas em 2013.

Grafites no bairro de Palermo Soho, em Buenos Aires

Grafites em Palermo Soho, meu pedacinho preferido de Palermo


O que fazer em Palermo

⭐ Bosques de Palermo

Rosedal – de terça a domingo, das 8h às 20h. Entrada gratuita
Jardim Botânico – diariamente, das 8h às 18h. Entrada gratuita


Qualquer estação do ano é boa para um passeio pelos Bosques de Palermo, a área verde mais famosa de Buenos Aires e onde você vai encontrar os portenhos se divertindo ao ar livre, nos finais de semana.

O pedacinho do parque que os turistas mais curtem é o Rosedal (“roseiral”), cercado por um lago (onde você pode alugar um barquinho a remo), adornado por um bonito pátio andaluz e lar de 12 mil rosas de diversas espécies, inaugurado em 1914. 

Rosedal dos Bosques de Palermo, em Buenos Aires
O Rosedal de Palermo. A foto é de Daniela Almeida, do blog D&D Mundo Afora. Obrigada pelo "empréstimo", Dani! 😊

➡️ Para ver as rosas do Rosedal de Palermo em sua plena exuberância, a melhor época é do inverno até o mês de outubro.

No romântico Jardim dos Poetas, o passeio é acompanhado por estátuas de escritores ilustres, como William Shakespeare, Alfonsina Storni, Dante Alighieri e Federico García Lorca.

Os Bosques de Palermo, porém, são muito mais que o Rosedal. O parque tem 25 hectares (250 mil metros quadrados) de jardins, áreas para piquenique, espaços para prática de esportes e equipamentos culturais.

Duas atrações bacanérrimas nos Bosques de Palermo são o Planetário Galileu Galilei e o Jardim Botânico (na Avenida Santa Fé 3951, esquina com Las Heras), com mais de 10 mil espécies de plantas.

Jardim Japonês de Buenos Aires

O Jardim Japonês é um "centro cultural verde"


Jardim Japonês de Buenos Aires

⭐ Jardim Japonês

Avenida Casares nº 2966, Palermo (Metrô Sacalabrini Ortiz, Linha D, a 1.300 metros)
Horários: diariamente, das 10h às 18h.
Ingresso: 416 pesos (R$ 18/ R$10) — menores de 12 anos não pagam ingresso.

Outro hit entre os passeios ao ar livre em Palermo, o Jardim Japonês é uma espécie de “centro cultural verde”, onde o visitante pode descobrir diversos aspectos das tradições do Japão.

Florada das cerejeiras (sakura) no Jardim Japonês de Buenos Aires

As flores de cerejeira (sakura) são um dos encantos do Jardim Japonês


Torii, portal xintoísta no Jardim Japonês de Buenos Aires

O torii é um portal tradicional no xintoísmo e simboliza a passagem entre o mundo terreno e o mundo espiritual


O Jardim Japonês de Buenos Aires recria a milenar arte nipônica de construir jardins como espaços de relaxamento, reflexão e busca da harmonia interior.

É lugar para caminhar sem pressa, ver as cerejeiras em flor e observar os patinhos nadando no lago atravessado por românticas pontes.

Jardim Japonês de Buenos Aires

Mesmo cheio de visitantes, o Jardim Japonês tem uma tranquilidade contagiante. Abaixo, a Casa de Chá


Casa de Chá do Jardim Japonês de Buenos Aires

Em um canto do Jardim Japonês está a réplica de uma autêntica casa de chá. No grande pavilhão, erguido na arquitetura típica japonesa, funciona um restaurante muito bem reputado (boa pedida para o almoço) e uma loja de artesanato.

 Museu Nacional de Artes Decorativas

Avenida del Libertador nº 1902, Palermo Chico (Metrô Las Heras, Linha H, a 800 metros).
Horários: de quarta a domingo, das 13h às 19h.
Entrada gratuita

Museu Nacional de Artes Decorativas de Buenos Aires
O salão principal do Palácio Errázuriz Alvear foi inspirado nos great hall dos castelos medievais

Museu Nacional de Artes Decorativas de Buenos Aires

Taí outro museu de Buenos Aires que eu só conheci agora, na viagem de setembro/22 e gostei imensamente.

O Museu Nacional de Arte Decorativa tem uma senhora coleção de móveis, esculturas (uma delas de Rodin), quadros (tem até uma obra de Joaquín Sorolla e um El Greco), tapeçarias do Século 16, porcelanas, pratarias e mais um monte de belas peças que adornaram palácios da aristocracia argentina.

Museu Nacional de Artes Decorativas de Buenos Aires
A sala de visitas e (abaixo) o Salão de Bailes, com seus candelabros de cristal

Museu Nacional de Artes Decorativas de Buenos Aires

 E é exatamente em um desses palácios que funciona o museu, na antiga residência da família Errázuriz Alvear, de 1911 e em estilo neoclássico.

O núcleo do acervo é a coleção reunida pelos antigos moradores do Palácio Errázuriz Alvear, que compreende principalmente a arte decorativa europeia, com generosas pitadas de arte oriental. Outras doações e aquisições catapultaram o patrimônio do museu (que pertence ao Estado argentino) às atuais 6 mil peças.

Museu Nacional de Artes Decorativas de Buenos Aires
Tapeçarias do Século 16 e quadros de pintores europeus adornam diversos ambientes

O Palácio Errázuriz Alvear é bem mais do que mera embalagem pra tudo isso. A construção é belíssima e não poupa nem uma graminha de luxo. Como era praxe entre os endinheirados, é tudo muito europeu, sem referências ao país do lado de fora dos muros. 

O salão principal, por exemplo, é praticamente um great hall de castelo medieval, com direito a lanças e armaduras no decor e uma lareira maior que alguns apartamentos. 

Museu Nacional de Artes Decorativas de Buenos Aires
Um dormitório do palácio e uma escultura em bronze

Museu Nacional de Artes Decorativas de Buenos Aires
O museu tem uma coleção de mármores bem grandinha. Na foto à direita, A Eterna Primavera, de Rodin

O ambiente mais impressionante, sem dúvida, é o Salão de Baile, que tem as paredes recobertas de espelhos com molduras douradas e um candelabros de cristal de cair o queixo.

Nos jardins do palácio, em estilo francês, funciona uma das filiais da rede Croque Madame, que faz sucesso na cidade.

Museu Nacional de Artes Decorativas, Buenos Aires
Nos jardins do museu funciona um restaurante

⭐ Palermo Soho

Este não é um bairro de atrações — no sentido de ponto turístico. A atração de Palermo Soho é o conjunto da obra, o astral descolado, meio nova-iorquino, quase chique, mas sempre num tom despojado.

Palermo Soho é o meu pedacinho preferido do Buenos Aires exatamente por isso: basta estar lá para encontrar algo interessante, sem precisar me concentrar em horários, filas e roteiros. Nesta passagem mais recente por Buenos Aires (setembro/22), voltei a me hospedar lá e gostei demais da experiência (que vou contar em um próximo post).

O bairro não é exatamente bem servido pelo Subte, o metrô de Buenos Aires, mas a Estação Plaza Itália, da linha D fica a oito quadras do coração da muvuca, a Plaza Serrano. Ao desembarcar do metrô, desça a Calle Thames e os restaurantes e bares badalados do bairro já começam a desfilar para você, a partir dos primeiros quarteirões.

Grafites em Palermo Soho, Buenos Aires

Arte de rua em Palermo Soho, Buenos Aires

O colorido de Palermo Soho se renova: numa tarde de sábado, artistas montam um mosaico no muro de um casarão


Os casarões antigos de Palermo Soho ganharam uma bela repaginada para abrigar o comércio moderninho, com muitas butiques interessantes, lojas de grifes internacionais e espaços coletivos onde jovens estilistas expõem suas criações. 

Palermo Soho também tem bares animados e ótimos restaurantes (em todas as faixas de preço). Ao redor disso tudo, as ruas grafitadas e muita gente circulando a qualquer hora em busca de entretenimento completam o charme desse pedacinho de Buenos Aires.

Palermo Soho tem seu Beco do Batman, a Calle Santa Rosa


Palermo Soho, Buenos Aires
Apesar do vai e vem de Palermo Soho, sempre dá pra encontrar um cantinho e relaxar, como prova o boa-vida aí da foto

O coração de Palermo Soho é a Plazoleta Julio Cortázar (que eu ainda tenho mania de chamar pelo nome antigo, Plaza Serrano, sem qualquer desfeita ao escritor de Histórias de Cronópios e Famas, que eu li aos 20 anos e amei — eu sou cronópios, tá?).

A Plazoleta Cortázar fica no cruzamento das ruas Honduras e Jorge Luis Borges (que segue para o sul como Calle Serrano) e desse epicentro fervidíssimo o movimento de espalha.

Palermo Soho é o bairro perfeito para bater pernas sem pressa, ver vitrines, descobrir novidades e, principalmente, bebericar despreocupada ao ar livre, em uma mesinha dos muitos bares da área.

Feira da Plaza Serrano (Feira Honduras)
Plaza Serrano e beeeem além (Metrô Plaza Itália, Linha D, a 1,3 km)

Horários: sábados, das 14h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 20.

Desde minha última passagem por Buenos Aires (julho/17), a Feira da Plaza Serrano mudou de nome, de horário e de tamanho — está muito maior, se esparramando cada vez mais além do núcleo original. O que não mudou na badalada feirinha de Palermo Soho foi o simpaticíssimo astral que ela catalisa.

E as mudanças que citei são meio relativas: o tal horário da feira é mera manifestação cartorial-- apesar de oficialmente começar às 14hde sábado, já estava a mil por hora na manhã do sábado e foi muito além das 20h no fim de semana em que estava hospedada no bairro.

Feira da Plaza Serrano, Buenos Aires
A Feira da Plaza Serrano foi rebatizada de "Feira Honduras", alusão a uma das ruas mais fervidas de Palermo Soho. Abaixo, o painel "Palermo", um acréscimo recente à paisagem da praça, muito procurado para serlfies

Plaza Serrano, Palermo Soho, Buenos Aires

]Feira da Plaza Serrano, Palermo Soho, Buenos Aires

A feirinha da Plaza Serrano é um bom lugar para começar a descobrir Palermo Soho


O crescimento do espaço é só um bom pretexto pra a gente explorar mais cantinhos simpáticos de Palermo Soho enquanto olha as barraquinhas. E o nome, ora, o nome não tem importância, porque todo mundo continua a chamar de Feira da Plaza Serrano, mesmo.

No que interessa, a Feira Honduras (eu sou disciplinada) ainda é um ótimo programa. Pra mim, que agora em setembro já acordei no sabadão de Palermo Soho (cheguei na véspera, tarde da noite) ela foi um convite irrecusável.

É por causa da feirinha que bairro ferve de animação desde cedo, com muita gente lotando os cafés e lanchonetes para o desjejum. O astral é alegre, colorido, diverso e descolado e se espalha pelos bares, restaurantes e lojas das ruas ao redor.

E as compras? Tem basicamente de tudo para comprar na Feira Honduras, de discos de vinil a objetos de decoração, passando por roupas novas e usadas, incensos, cosméticos artesanais, adereços para cães e gatos, comida, bebida... 

"Abaporu", de Tarsila do Amaral, no Malba - Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires

O Malba é o lar do Abaporu, obra-prima do Modernismo brasileiro pintada por Tarsila do Amaral


⭐ Malba - Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires

Avenida Figueroa Alcorta 3415, Palermo Chico (Metrô Facultad de Derecho, Linha H, a 1,4 km)
Horários: de quinta a segunda, das 12h às 20h. Quartas, das 11h às 20. Fecha às terças

Ingresso: 900 pesos (R$ 36/R$ 18). Eestudantes, professores, maiores de 60 e aposentados pagam meia-entrada). Às quartas, o ingresso custa 450 pesos (R$ 18/ R$ 9) e a entrada é grátis para estudantes, professores maiores de 60 e aposentados.


"A Grande Tentação, obra de Antonio Berni no Malba, Buenos Aires
A Grande Tentação (1962), obra do sensacional Antonio Berni, no Malba
"Elevador Social", obra de Rubens Gerschmann, no Malba de Buenos Aires
Elevador Social (1966), de Rubens Gershmann. Só a coleção de artistas brasileiros do Malba já preencheria um museu de primeira linha no mundo

Melhor coleção de arte moderna latino-americana do mundo, o Malba reúne obras-primas de grandes artistas de toda a região. 

O Malba é um dos grandes motivos pra que eu sempre volte a Buenos Aires: eu me esbaldo com as obras dos mexicanos Diego Rivera e Frida Kahlo, dos brasileiros Cândido Portinari e Tarsila do Amaral, do uruguaio Joaquín Torres-García, dos argentinos Antonio Berni e Xul Solar...

A escultura O Impossível (1945), da brasileira Maria Martins, é outro grande destaque da coleção do Malba

Para nós, brasileiros, a visita ao Malba é a chance de ver a obra-síntese do nosso modernismo, o Abaporu

Aliás, só a coleção de artistas da nossa terra no Malba já renderia um museu de primeira linha no mundo. Tem Mira Schendel, Franz Krajcberg, Claudio Tozzi, Cláudia Andujar, Maria Martins, Lygia Clark, Di Cavalanti, Antonio Dias, Hélio Oiticica... Uma festa para os olhos e a alma.

Siga o link para mais informações sobre o Malba

O estupendo Teatro Colón é uma das grandes atrações do Centro de Buenos Aires (e da cidade toda, com licença de tudo mais)


Teatro Colón de Buenos Aires

O que fazer no Centro de Buenos Aires

⭐Teatro Colón

Calle Cerrito nº 628, San Nicolás (Metrô Tribunales-Teatro Colón, Linha D, a 250 metros)
Visitas guiadas: diariamente, das 9h às 17h. Saídas a cada 15 minutos em grupos com no máximo 34 pessoas. Ingresso: 1.800 pesos (R$ 77/ R$ 47).

Espetáculos: para ver a pauta e comprar ingressos antecipados, consulte a bilheteria online do Teatro Colón.


Eu sou apaixonada por teatros, especialmente pela safra de casas de ópera construídas nas grandes cidades do mundo durante a esfuziante Belle Époque — um tempo em que o hedonismo não era pecado e desfrutar da grande arte era quase um dever social.

Teatro Colón de Buenos Aires

Detalhe dos camarotes e, à direita, da marquise do Teatro Colón

 
Galerias do Teatro Colón de Buenos Aires

O conforto, a beleza e a acústica chegam direitinho ao "poleiro"


O Teatro Colón de Buenos Aires é uma das maiores expressões dessa cultura em nosso continente, com sua beleza arrebatadora, acústica perfeita — listada entre as cinco melhores do mundo — e conforto que não descuida nem dos lugares mais baratos, lá no “poleiro” das galerias.

Inaugurado em 1908, o Teatro Colón é um ícone de uma Buenos Aires que se queria elegante, cosmopolita e arejada.

 Para confirmar isso, o palco do Teatro Colón recebeu todas as grandes companhias de ópera europeias e os maiores nomes da dança, da música sinfônica e do canto lírico do planeta.

Ingresso para espetáculo no Teatro Colón de Buenos Aires

Homenagem aos 100 anos de Violeta Parra: noite inesquecível, dedicada a uma grande compositora latino-americana


➡️ O melhor jeito de conhecer o Teatro Colón é assistir a um espetáculo em sua magnífica sala, decorada em entalhes dourados e veludos carmim. Esse era um velho sonho meu, que desencantou nesta visita de julho/2017. Foi uma noite inesquecível.

Assisti ao concerto em homenagem aos 100 anos da compositora chilena Violeta Parra, uma récita especialíssima da orquestra do Teatro Colón com a participação de artistas populares. Até a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, estava na plateia.

Teatro Colón, Buenos Aires

Teatro Colón, Buenos Aires

Teatro Colón, Buenos Aires

➡️ A pauta do Teatro Colón é movimentadíssima, com espetáculos de ópera, balé, concertos e peças teatrais o ano inteiro.

Os preços dos espetáculos no Colón variam muito, de acordo com o tipo de montagem e o setor do teatro. Duvido que você não encontre uma atração ao seu gosto para assistir.

➡️ Se não puder bancar um lugarzinho na fila do gargarejo, na plateia baixa, pode comprar ingresso para a Tertúlia Central (galeria), láááá no alto, que eu garanto que a visão do palco é muito boa. Foi lá que assisti à homenagem a Violeta Parra (pagando um terço do preço que estava sendo cobrado para os lugares mais “nobres”).

Teatro Colón, Buenos Aires

O famoso forro da sala de espetáculos do Teatro Colón


➡️ Caso coincida de não haver espetáculos em cartaz no Teatro Colón durante sua passagem por Buenos Aires, nem por isso você vai deixar de ver o bonitão por dentro.

Basta fazer a visita guiada, realizada praticamente todos os dias do ano (exceto nos feriados de 1º de maio, 24, 25, 31 de dezembro e 1° de janeiro). O percurso leva cerca de uma hora e dá direito a conhecer os bastidores, salas de ensaio e outras dependências.

Teatro Colón de Buenos Aires

O Teatro Colón é a construção mais bonita da Avenida 9 de Julio


➡️ Para as visitas guiadas ao Teatro Colón, é possível agendar e comprar ingresso online, mas não é essencial, pois os percursos são iniciados a cada 15 minutos.

Por maior que esteja a fila da visita guiada, a espera nunca será muito longa. Só fique de olho na pauta do teatro, pois quando há apresentações matutinas e vespertinas as visitas são suspensas no horário desses espetáculos.

Obelisco da Praça de Maio, Buenos Aires

A Pirámide de Mayo, no centro da praça, foi construída em 1811 para marcar o primeiro aniversário da Independência da Argentina


⭐ Praça de Maio

Estações de Metrô: Plaza de Mayo (Linha A), Bolívar (Linha E) e Catedral (Linha D)
 
Se você quiser saber como anda o humor político dos portenhos, basta das uma passada pela Praça de Maio, o lugar onde, desde os tempos da colônia, Buenos Aires expressa sua opiniões em grandes manifestações.

Em torno da Praça de Maio estão os símbolos do poder religioso e secular.

Memorial às vítimas da Covid-19 na Praça de Maio, Buenos Aires

As pedras depositadas no pedestal da estátua equestre de Manuel Belgrano, em frente à Casa Rosada, lembram as vítimas da pandemia de Covid-19 na Argentina


Na Praça de Maio estão a Catedral de Buenos Aires, a Casa Rosada (palácio do governo nacional), a antiga sede de da Prefeitura de Buenos Aires e o velho Cabildo, também aberto à visitação, onde funcionava o governo colonial e epicentro da Revolução de 1810, primeiro movimento pela independência do país.

Casa Rosada, Buenos Aires
Casa Rosada: a cor chegou primeiro. Já se usava a mistura de cal e sangue de boi para pintar o palácio presidencial antes da inauguração do atual edifício

Casa Rosada, Buenos Aires

A Casa Rosada como a vemos hoje foi inaugurada em 1898, ocupando o mesmo terreno da antiga Real Fortaleza de Don Juan Baltasar de Austria, do Século 16, sede de governo desde essa época. Ao longo do tempo, a sede do poder político passou por diversas reformas e reconstruções.

O que se sabe é que a pintura em cor de rosa — mistura de cal com sangue de boi — já cobria as fachadas desses edifícios de governo antes da construção da Casa Rosada. 

As visitas guiadas à Casa Rosada foram interrompidas durante a pandemia e ainda não fora retomadas. Consulte o site da Presidência da Argentina para se informar sobre a programação e reinicio dessas visitas, que precisam ser agendadas.

Praça de Maio, Buenos Aires

A história da Argentina passa sempre pela Praça de Maio


É também é na Praça de Maio que, ainda hoje, todas as quintas-feiras, se reúnem as mães dos desaparecidos na repressão política na Argentina e as avós das crianças sequestradas pelos militares e dadas em adoção, as Madres e as Abuelas de la Plaza de Mayo.

Essa busca incansável pelos desaparecidos e o papel que essas mulheres exerceram na denúncia da ditadura argentina continuam comovendo o mundo, 41 anos depois que as primeiras madres se encontraram junto ao obelisco da Praça de Maio, com as cabeças cobertas por lenços brancos. Se você encontrar com elas, saiba que está diante da História, com maiúscula, mesmo.

Leia mais sobre a Praça de Maio

Catedral de Buenos Aires

Catedral de Buenos Aires

Esquina de San Martín com Rivadávia, Plaza de Mayo
Horários: de segunda a sexta, das 7:30h às 18:45h. Sábados e domingos, das 9h às 19h
Visita gratuita

A Catedral de Buenos Aires que hoje se ergue sobre a Praça de Maio, adornada por um frontão e 12 colunas gregas — representação dos Apóstolos —, é uma construção concluída apenas em 1852.

Mas aquele pedaço da antiga Plaza Mayor de Buenos Aires — logradouro inescapável em qualquer cidade colonial espanhola e hoje rebatizada de Plaza de Mayo — esteve ocupado pela representação do poder religioso na cidade desde sua segunda fundação, por Juan de Garay, em 1580.

Catedral de Buenos Aires
A coisa mais difícil é fotografar a fachada da Catedral de Buenos Aires sem o paredão de ônibus e carros no meio 😊. O frontão greco-romano representa o reencontro de José do Egito com a família
 
Catedral de Buenos Aires
O piso da catedral, um mosaico delicado, é bonito demais

A catedral atual é o quinto edifício dedicado ao culto católico naquele mesmo local e começou a ser construída na segunda metade do Século 18.

O resultado de quase 150 anos de obras — e do vai e vem das modas e dos gostos — a gente vê nos traços da Catedral de Buenos Aires. A fachada é neoclássica e, em seu interior, há uma mescla de estilos—ainda que o sotaque predominante seja barroco.

Mausoléu do General San Martín na Catedral de Buenos Aires
Mausoléu de San Martín

A Catedral de Buenos Aires guarda os restos mortais do General San Martín, herói da Independência da Argentina e um dos líderes das rebeliões que resultaram na independência do Chile e do Peru.

O Mausoléu de San Martín é permanentemente velado por uma guarda de honra.

Cabildo de Buenos Aires
 A Revolução de Maio e a primeira Independência Argentina começaram no Cabildo

⭐ Cabildo de Buenos Aires

Calle Bolívar nº 65, Plaza de Mayo (Metrô Peru, Linha A, a 90 metros)
Horário: quarta a domingo, das 10:30h às 18h
Entrada gratuita
Visitas guiadas de quarta a sexta, às 15:30h. Sábados e domingos, às 11h e às 15:30h, Não é preciso reserva.

O Cabildo era uma espécie de parlamento, responsável pela administração das colônias na América Espanhola. O Cabildo de Buenos Aires foi instalado na segunda fundação da cidade — a fundação liderada por Juan de Garay, em 1580 — e funcionou até 1821, cinco anos após a independência definitiva do país.

Cabildo de Buenos Aires
O Cabildo de Buenos Aires visto da escadaria da Catedral

Como não podia deixar de ser, a sede do Cabildo foi construída na então Plaza Mayor da cidade, hoje Praça de Maio. O edifício que vemos hoje é do Século 18, mas desde o tempo da taipa e do teto de palha, a instituição funcionou no mesmíssimo lugar.

O mês que dá nome à praça-casa da alma argentina não salta ao acaso do calendário. Foi exatamente no dia 10 desse mês, em 1810, e exatamente no Cabildo, que eclodiu o movimento que resultaria na Independência da Argentina — a primeira, porque a definitiva data de 9 de Julho 1816.

O edifício é hoje a sede do Museu Histórico Nacional do Cabildo e da Revolução de Maio. Seu acervo não chega a ser retumbante, mas a visita guiada é muito legal, uma aulinha sobre o contexto histórico do movimento independentista.

Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires
O Centro Cultural Kirchner tem uma pegada arquitetônica/decorativa meio CCBB-Rio e uma programação movimentada, com cinema, concertos, exposições, teatro e palestras

Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires

⭐ Centro Cultural Kirchner

Sarmiento 151, San Nicolás. (A Estação Correo Central, linha E do metrô, tem uma saída na porta do centro cultural).
Horários: de quarta a domingo, das 14h às 20h.
Entrada gratuita. Para assistir aos espetáculos, é preciso reservar os ingressos no site do CCK. Para ver as exposições, não há necessidade de reserva.

Teatro, balé, concertos, cinema, exposições, debates, eventos literários... Inaugurado em 2015, o Centro Cultural Kirchner tem uma agenda movimentadíssima nas mais diversas áreas, abrigadas em seus 100 mil m².

Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires
A Ballena Azul ("Baleia Azul), espaço sinfônico do CCK. Abaixo, mostra de fotografias de Evita Perón

Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires
 
O CCK tem nove andares — a cúpula do edifício foi convertida em um mirante com vista para Puerto Madero e parte do Centro de Buenos Aires — seis salas de apresentações, espaço para leitura e recitais, galerias para exposições de artes visuais e salas de ensaio.

Vai ser bem difícil você não encontrar algo interessante para ver no Kirchner e é bom saber que a programação do CCK é gratuita, ainda que seja necessário retirar ingressos com antecedência no caso de espetáculos, por conta da lotação das salas de apresentações.

Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires
A antiga sede dos Correios é um edifício de 1890

Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires
 
O Centro Cultural Kirchner está instalado no antigo Palácio dos Correios, uma bela e imponente construção em estilo
Beaux Arts de 1890, a apenas 600 metros da Praça de Maio e com uma estação de Subte literalmente na porta.

Vale a pena conferir, especialmente, a programação do Auditório Nacional, sala de concertos com 1.750 lugares e casa da Sinfônica. A Sala Argentina (famosa por sua acústica) é outro espaço importante do CCK.

Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires
Que tal um mergulho na música de Piazzolla?
 
E já que estamos falando em música, não percam o espaço dedicado a Astor Piazzolla, onde projeções de vídeo e fotos envolvem o visitante, ao som de grandes composições do cara que revolucionou o Tango.

⭐ Avenida de Mayo 

Estações de metrô: a Linha A do Subte percorre o subsolo da Avenida de Mayo. Para começar o passeio no Congresso Nacional da Argentina, desça na Estação Saenz Penã. Se a ideia é caminhar no sentido inverso, sua estação é a Plaza de Mayo. Entre as duas, as estações Peru, Piedras, Avenida de Mayo e Lima também deixam você de cara para o gol.

Avenida de Mayo, Buenos Aires
Sou arriada de quatro pneus pela arquitetura da Avenida de Mayo

Se você gosta de história e arquitetura, não pode deixar de dar um passeio pela Avenida de Mayo, o belo bulevar por onde desfilou a Buenos Aires elegante europeizada da Belle Époque.

As fachadas dos edifícios imponentes da Avenida de Mayo são um catálogo dos estilos decorativos em voga no final do Século 19 e início do Século 20.

A memória do burburinho social e da efervescência cultural e política daqueles tempos em Buenos Aires ainda persiste em cafés históricos, como o Tortoni e o Los 36 Billares.

Palácio Barolo, Buenos Aires

A visita ao Palácio Barolo é um programão


Palácio Barolo

Avenida de Mayo nº 1370, Montserrat (Metrô Saenz Peña, Linha A, a 60 metros)

O ponto alto (sem trocadilho, tá?) do roteiro pela Avenida de Mayo é a visita guiada ao Palácio Barolo, inaugurado em 1926, com rebuscadíssima decoração e um farol/mirante a 100 metros de altura.

Essa extravagância arquitetônica e decorativa foi inspirada na Divina Comédia de Dante e rende um passeio muito bacana. 


O que fazer em Abasto

Museu casa de Carlos Gardel, Buenos Aires
O Museu Gardel é um senhor arquivo da memória do tango e de seu maior intérprete

⭐ Museu Casa de Carlos Gardel

Jean Jaures nº 735, Abasto (Metrô Corrientes, Linha H, ou Metrô Carlos Gardel, Linha B, ambas as estações a 500 metros).
Horários: segundas, quartas, quintas e sextas, das 11h às 19h. Sábados, domingos e feriados das 11h às 20h. Fecha às terças-feiras.
Ingresso: 500 pesos (US$ 1,80). Maiores de 60, aposentados e estudantes não pagam entrada. Às quartas-feiras, a visita ao museu é gratuita para todos os públicos.

Você não precisa gostar de Tango para ir ao Museu Gardel. Talvez nem mesmo precise ter um interesse especial sobre música. Mas, se está em Buenos Aires, certamente vai aproveitar muito mais a viagem se compreender um pouquinho mais da alma argentina, expressa nesse gênero musical e no canto de Carlos Gardel. Eu acho o Museu Gardel um programaço.

O que fazer em Puerto Madero

Museu Fortabat, Buenos Aires
O acervo do Museu Fortabat é uma maravilha

⭐ Museu Fortabat (Coleção de Arte Amélia Lacroze de Fortabat)

Olga Cossettini nº 141, Puerto Madero. (A Estação Leandro N. Alem, da Linha B do metrô, fica a 1,1 km. A Estação Catalinas, da Linha E, está a 900 metros).
Horários: de quinta a domingo 12h às 20h.
Ingressos: 400 pesos (US$ 1,40). Menores de 12 anos, estudantes, professores e maiores de 60 pagam meia-entrada. 

A coleção de Arte Amélia Lacroze de Fortabat é apenas sensacional, especialmente pela chance de ver um imenso artista chamado Antonio Berni, possivelmente o maior nome das artes plásticas argentinas. O cara vale a viagem a Buenos Aires. 

Fachada Art Nouveau em San Telmo, Buenos Aires

As fachadas art nouveau são apenas um dos charmes de San Telmo

O que fazer em San Telmo

San Telmo foi o local da primeira povoação de Buenos Aires e, originalmente, a moradia de famílias abastadas, que legaram à vizinhança belos casarões — muitos deles ainda de pé.

Quando uma epidemia de febre amarela fez a elite portenha migrar de San Telmo para a Recoleta, no final do Século 19, foi substituída, em grande parte, pelas famílias dos trabalhadores do antigo porto de Buenos Aires, artistas e intelectuais.

Vem daí a tradição boemia que San Telmo faz questão de preservar.

Mercado de San Telmo, Buenos Aires

O Mercado de San Telmo virou um espaço gourmet bem interessante

 
Mercado de San Telmo, Buenos Aires

➡️ San Telmo também é bairro de imigrantes, como atestam as associações culturais instaladas no bairro. 

Uma delas é a Casal de Catalunya ("Casa da Catalunha") com uma fachada art nouveau de matar qualquer um de paixão e um restaurante onde jantei muito bem, há alguns anos.

Casal de Catalunya, centro cultural catalão em San Telmo, Buenos Aires

A fachada art nouveau da Casal de Catalunya


Também fica em San Telmo a Associación Casa de Galicia, cujo salão costuma abrigar animadas milongas.

É sempre um prazer passear por San Telmo. Se você curte antiquários, lojinhas descoladas, restaurantes e cafés interessantes, vai amar bater perna nesse pedacinho da cidade.

Como em Palermo Soho, a graça maior de San Telmo é o todo, do astral à arquitetura. Mas atrações turísticas não faltam por lá.

Café La Poesia, San Telmo, Buenos Aires

O histórico Café La Poesia


 ⭐ Feira de Antiguidades San Telmo

Plaza Dorrego, aos domingos, das 10h às 17h
Metrô San Juan, Linha C, a 900 metros

Realizada todos os domingos, a clássica Feira de Antiguidades de San Telmo faz o bairro ferver — e se você perder, pode se consolar fuçando os inúmeros antiquários do bairro, que funcionam de segunda a segunda e se concentram, principalmente, na Calle Defensa.

Siga o link para mais informações sobre a Feira de San Telmo

Feira de San Telmo, Buenos Aires
A feirinha de San Telmo é sempre um programa divertido

Cafés históricos de San Telmo

Sete cafés históricos, incluídos na lista oficial de Bares Notáveis da Prefeitura de Buenos Aires, ficam em San Telmo: o Dorrego, o Británico, o HipopótamoLa Poesia (esquina de Chile com Bolívar), o La Coruña (no Mercado), o Bar Sur (Estados Unidos 299), o Bar El Federal (Carlos Calvo 599).

Igreja  de Belém, San Telmo, Buenos Aires

Acima, a Igreja Católica de Belém, primeira do bairro e sede da Paróquia de San Telmo. Nas fotos abaixo, a Catedral Ortodoxa Russa da Santíssima Trindade


A Catedral Ortodoxa Russa da Santíssima Trindade, San Telmo, Buenos Aires

⭐ Mercado de San Telmo

Esquina de Carlos Calvo com Bolívar, San Telmo (Metrô Independencia, Linha C, a 800 metros)

O Mercado de San Telmo, inaugurado em 1897, tem a clássica estrutura de ferro e vidro típica da época (e que sempre resulta encantadora). Ele ganhou uma reforma e agora abriga uma série de restaurantes concorridos, como o vietnamita Saigon, o mexicano La Fábrica del Taco (as carnitas são deliciosas) e o coreano Shabu Shabu, onde tive uma experiência pouco feliz. 

Apesar da gentrificada básica aplicada ao Mercado de San Telmo, ele ainda resiste, altaneiro, às modinhas que transformam esses velhos pontos de abastecimento de bairro em lugares bonitinhos e assépticos.

Mercado de San Telmo, Buenos Aires
O Mercado de San Telmo ganhou um banho de loja meio gentrificante, mas ainda preserva os boxes de alimentos, lojinhas de antiguidades e um astral simpático

Além do astral mais autêntico, o mercado também preserva as barracas de frutas, carnes, peixes e hortaliças e lojas de antiguidades e quinquilharias. 

Se quiser almoçar sem pandemônio, evite os domingos, quando a Feira de San Telmo atrai multidões para o bairro e uma parte considerável dos visitantes acabam indo para os restaurantes do mercado.

Milonga em Buenos Aires

Milonga na Associación Casa de Galicia


Casas de Tango em San Telmo

Também estão em San Telmo algumas das casas de tango mais tradicionais de Buenos Aires, como El Viejo Almacén, e milongas (bailes de tango onde todo mundo dança) como a Maldita Milonga (Calle Perú 571) e a Nuevo Chiqué (na Associación Casa de Galicia, Avenida San José 224).

Para acompanhar a programação do tango em Buenos Aires e o calendário das milongas, dá uma passada no ótimo blog Aqui me Quedo, escrito pelo jornalista brasileira Giselle Teixeira, que vive há quase uma década em Buenos Aires e também tem dicas espertíssimas de passeios, atrações e restaurantes.

Parque Lezama, Buenos Aires

Parque Lezama, local da primeira fundação de Buenos Aires


⭐ Museu de Arte Moderna - MAMBA

Avenida San Juan nº 350, San Telmo (Metrô San Juan, Linha C, a 900 metros). 
Horários: segundas, quartas, quintas e sextas, das 11h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h. Fecha às terças.
Ingresso: 250 pesos para cidadãos do Mercosul (R$ 10/ R$ 5). Crianças com menos de 12 anos, maiores de 60 e pessoas com deficiência não pagam entrada.

Instalado em uma antiga fábrica de cigarros, o Museu de Arte Moderna de Buenos Aires é o espaço dedicado às vanguardas artísticas, bom lugar para descobrir novos olhares. Saiba mais sobre o MAMBA seguindo o link

⭐ Parque Lezama e Museu Histórico Nacional da Argentina

A melhor referência para chegar ao Parque Lezama é a Avenida Brasil. A estação do Subte mais próxima é Constitución, da Linha C, a 950 metros.

O Parque Lezama seria o local da primeira fundação de Buenos Aires, no Século 16, mas a povoação logo seria desalojada por ataques de indígenas.

O Parque Lezama não tem uma história muito bonita: um mercado de escravos funcionou lá até o Século 18. No final do Século 19, foi convertido em chácara pela Família Lezama, ricos comerciantes de gado que trouxeram um paisagista europeu para remodelar o matagal.

Museu Histórico Nacional da Argentina, no Parque Lezama, Buenos Aires

Museu Histórico Nacional da Argentina, no Parque Lezama


O Parque Lezama foi aberto ao público em 1931 e é uma das áreas verdes mais simpáticas de Buenos Aires, muito graças às suas frondosas árvores centenárias — e ao astral de San Telmo, é claro 😊.

No interior do Parque Lezama, na antiga mansão dos Ezeiza, funciona o Museu Histórico Nacional da Argentina, dedicado especialmente à Revolução de Maio (de 1810, primeira proclamação da independência) e à Guerra de Independência (1810-1816).

Espetáculo do Fuerza Bruta, em Buenos Aires

Fuerza Bruta: prepare-se para se mexer


⭐ Fuerza Bruta

O projeto Fuerza Bruta, argentino da gema, é um sucesso mundial — já fez algumas temporadas no Brasil e está sempre excursionando pelas principais cidades do planeta.

O Fuerza Bruta foi criado em 2003 e, desde então, manteve pauta cativa em longas temporadas no Centro Cultural Recoleta. Atualmente (2022), quando o grupo está em Buenos Aires, as apresentações são no Estádio Obras Sanitárias (Avenida del Libertador nº 7345, Nuñez).

O espetáculo é uma espécie de Cirque de Soleil ligado no 220, uma mistura frenética de música, luzes, acrobacias e efeitos especiais que ocupam todo o espaço de apresentação (mais um galpão do que uma sala teatral).

Espetáculo do Fuerza Bruta, em Buenos Aires
Antes do espetáculo do Fuerza Bruta, tem "esquenta" no bar

Fuerza Bruta, Buenos Aires

A plateia não assiste ao Fuerza Bruta: ela faz parte do show e participa como se estivesse em uma rave, de pé, meio dançando e se deslocando para lá e para cá para dar espaço às estruturas que entram e saem de cena. O resultado é empolgante.

A festa do Fuerza Bruta começa ainda no foyer da sala de espetáculo, onde um grande bar convida o público a comprar sua bebida, admitida dentro da sala de apresentação, e a música muito alta já vai esquentando o clima.

Fuerza Bruta, Buenos Aires

Vá ver Fuerza Bruta. Aposto que você vai gostar


As temporadas anuais do Fuerza Bruta em Buenos Aires, no Centro Cultural Recoleta, costumam durar vários meses. Depois, o grupo sai em excursão pelo mundo.

Se seus planos de viagem coincidirem com as apresentações do Fuerza Bruta, essa é uma atração para colocar no topo do topo da lista.

Descubra se sua estadia em Buenos Aires vai coincidir com as apresentações do grupo consultando a agenda do Fuerza Bruta.


Mais sobre Buenos Aires 


Dicas práticas

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2 comentários:

  1. Você toca numa questão bastante interessante, a de voltar a lugares já vistos. De modo geral, nunca planejo voltar a cidades ou lugares onde já estive. Creio que uma das poucas exceções foi Veneza, que já visitei 5 vezes, e uma ou outra mais por motivos como conexão, acompanhando alguém em primeira visita ou a visitar algum amigo. Mas realmente percebe-se muito mais as cidades quando nós ali estamos em revisita, sem aquela obrigação de ticar TODOS os pontos turísticos existentes. Eu sou bastante criterioso nessa questão. Não é porque o Tripadvisor ou o Frommers me diz que, p.ex., a Estátua da Liberdade é um lugar imperdível, que vou para lá. Nunca fui. A uma, por não achar interessante. A duas, pelas imensas filas. Creio que um termo bom para definir aquela viagem a lugares já vistos é "flanar". Para mim define bem a questão : andar à esmo, sem destino, olhando as pessoas, coisas, ruas, etc, etc.
    Acho que você flanou por demais em Buenos Aires. Não ficou atração sobre atração. Para visitar ou flanar.

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  2. Buenos Aires é uma cidade que convida a flanar. Já passei dias e mais dias por lá sem sequer lembrar de "fazer turismo" no sentido clássico. Eu gosto de voltar a lugares conhecidos, especialmente os que oferecem a possibilidade de um encontro assim, sem "obrigações".

    E sabe o que é mais interessante nisso tudo, Kenneth? É que tem um mundo de coisas que eu não vi em Buenos Aires, ainda. Minha lista de pretextos para voltar é muito maior do que a das atrações já "ticadas".
    Bjo

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