Paila marina: por que é que estou aqui escrevendo este post e não a caminho de Valparaíso? |
Já falei aqui na Fragata que a culinária do Chile é minha atração turística preferida no país. Os frutos do típicos de lá, principalmente, me fazem ter vontade de correr para o aeroporto, só de lembrar.
Imaginem, então, qual é a minha alegria quando penso em comer em Valparaíso,
que, além de linda, fica de cara para as águas do Oceano Pacífico, onde nadam essas delícias.
Se eu ainda não fui suficientemente clara nessas páginas da
Fragata (acho que fui), permitam-me repetir que sou apaixonada por Valpo — pelo astral,
a beleza, a tradição boêmia, a história. Mas bastaria poder comer em Valparaíso
regularmente, sem nem curtir os demais encantos da cidade, e eu já ficaria
imensamente satisfeita.
O tradicional restaurante La Colombina aderiu aos festejos das Fiestas Pátrias na decoração, mas não deixou os clientes com fome. Foi lá que almocei na minha chegada a Valparaíso |
Na minha mais recente visita a Valparaíso, tive a alegria de voltar a me esbaldar na culinária local — e nem o quase lockdown do feriadão das Fiestas Pátrias atrapalhou essa alegria. Foram só dois dias, mas passei-os muito bem.
Veja essas dicas de pratos e restaurantes pra você experimentar quando for a Valparaíso:
Valparaíso faz bem para a alma, para a visão e o paladar |
O que comer em Valparaíso
O forte da gastronomia de Valpo não são os restaurantes estrelados e rebuscados em pratarias e cristais.
Assim como a cidade, que é
pouquíssimo chegada a um salto alto (no sentido figurado e também no literal, porque,
menina, você já viu aquelas ladeiras?) a crème de la crème da gastronomia de Valparaíso são exatamente
as casas com pegada mais popular, fortemente associadas à tradição de gente do
mar dos porteños (não os de Buenos Aires, mas os de Valpo, que também se
orgulham desse gentílico).
A cozinha de Valparaíso é bem parecida com a cidade: luxo feito de simplicidade |
Os frutos do mar, naturalmente, são as grandes estrelas. Além dos nossos velhos conhecidos camarões, ostras, lulas e peixes, tem bichos que só se encontra no Chile. E são eles que me matam.
Adoro as machas (parecem lambretas), os mexilhões (chamados de choros no Chile), a jaiba (um caranguejo delicioso), locos, picorocos e ouriços. No Chile tem até abalone, um bicho de concha que eu achava que só existia nos doramas coreanos 😊.
Ô, caranguejinho bom, esse tal de jaiba. Ao fundo, ouriços e, no alto, las machas que me matan |
Fala se não vale a travessia da Cordilheira dos Andes pra experimentar tudo isso?
E é nessa fauna danada de gostosa que os porteños baseiam sua cozinha
simples, substanciosa, cheirosa e gostosa de trazer lágrimas aos olhos.
Experimente uma paila marina (quase uma sopa de mariscos e peixes) e você vai
me dar razão. Ou o chupe de qualquer bicho do mar, uma quase ensopado cremoso, feito na típica panelinha
de barro do Chile.
O mar e o porto definem a identidade de Valparaíso — e sua culinária faz parte disso |
Sem desmerecer as chorrillanas (uma pirâmide de carnes,
batatas fritas e ovo frito que me lembra o chivito uruguaio, mas sem pão) e os
lomos a lo pobre (que também é carne com batata frita e ovo frito), é a parte
marítima do cardápio de Valparaíso — e do Chile — que mais me interessa.
Onde comer em Vaparaíso
⭐La Colombina
Paseo Yugoslavo nº 15, Cerro Alegre
🕒 Segundas, do meio-dia às 20. De terça a sábado, das 12h às 22h. Domingos, das 12:30h às 17h
Tá vendo aqueles toldos amarelos lá no cantinho do Paseo Yugoslavo? Apesar de ficar dentro do cartão postal, La Colombina serve boa comida |
Pois caia em tentação, porque vale a pena, contrariando a máxima de que não se deve comer em restaurantes embutidos em cartões postais.
O restaurante tem até vista pra o mar, mas eu gostei mais de bisbilhotar o lado avesso de Cerro Alegre (no alto) de suas generosas janelas |
Acalentada a visão, tratemos do outro sentido que se esbalda em Valparaíso, Sua Majestade, o paladar: atesto que comi muito bem em La Colombina.
Pastel de jaiba: pense numa fome bem matada |
Foi minha primeira refeição na cidade, um almoço muito tardio — se eu tivesse comido na hora que o estômago roncou, teria perdido a visita ao Museu Municipal de Belas Artes, no Palácio Baburizza, que estava prestes a fechar para o feriadão.
Com bebidas, e gorjeta, minha conta ficou em $12.000 pesos/ R$ 75.
O lado ruim de visitar Valparaíso durante as Fiestas Pátrias
é ter que camelar pela cidade atrás de restaurante aberto — e em Valparaíso até o
lado ruim é muito bom |
Almirante Montt nº 455, Cerro Alegre
🕒 Terças, das 19h às 22h. De quarta a sábado, das 13h às 22:30h. Domingos, das 13h às 17:30H. Fecha às segundas.
Foi no Cocina Puerto que fiz a melhor refeição em
Valparaíso. A casa tem decoração rústica e despojada, o cardápio tem ênfase na
culinária popular tradicional porteña e o atendimento é muito simpático.
Enquanto eu beliscava pãezinhos artesanais deliciosos com
pastinhas muito interessantes — servidos por conta da casa — tentava lidar com
o dilema de escolher entre as várias especialidades chilenas do cardápio.
Antes e depois |
Os pães caseiros e as pastinhas também estavam ótimos |
And the winner was a paila marina, uma orgia caldosa com camarões, machas, mexilhões e outros bichos que estava simplesmente um arraso. Não ficou concha sobre concha.
Paguei $11.500 pesos/ R$ 72 por um almoço notável.
O romântico Paseo Dimalov tem uma vista linda e várias
opções de cafés charmosos |
Foi lá que encontrei o agradável Café Bohemio, lugar muito
aconchegante onde passei um final de tarde (gelada) bem preguiçoso, acompanhada
por um livrinho, xícaras de chocolate e churros.
Passei um final de tarde muito agradável no Café Bohemio |
O Café Bohemio é bem movimentado, tem área para fumantes e
aceita animais de estimação. A decoração é estilosa e a trilha sonora convida a
gente a relaxar em suas poltronas, depois de muito subir e descer ladeiras.
Adorei o lugar.
Não anotei preços porque estava muito mais concentrada no
dolce far niente do que nas minhas obrigações de pauteira/repórter/editora/fotógrafa
desta Fragata. Mas, quando vocês forem lá, vão entender e perdoar.
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