24 de janeiro de 2023

Como organizar uma viagem a Santiago do Chile

Santiago do Chile vista do Sky Costanera
O que eu acho mais charmoso em Santiago é a moldura das montanhas. Esta foto foi clicada no famoso terraço panorâmico Sky Costanera

Uma década depois da minha última viagem a Santiago, voltei à capital chilena em setembro de 2022, para uma estadia de cinco noites — três na chegada e mais duas no retorno da querida Valparaíso.

Eu esperava encontrar a cidade bem diferente, mas, mesmo assim, tomei um susto: como Santiago mudou!!

A capital chilena já não tem aquele ar asséptico quase obsessivo que encantava muitos turistas brasileiros. Tem pichações e grafite por toda parte e, especialmente em Providencia, muitos tapumes cercando espaços em obras. São as marcas dos imensos protestos conhecidos como estallido social, mobilizações de cunho progressista que deram uma bela espanada na política chilena.

Rio Mapocho, Santiago do Chile
Pichações nas margens do Rio Mapocho: Santiago está menos arrumadinha, mas muito mais interessante

Eu, que prefiro lugares vivos e sem maquiagem, gostei demais do que vi: nesta viagem a Santiago, ela me pareceu muito mais diversa e arejada. Tive uma estadia divertida, instigante e muito saborosa. A cidade exibe uma vivacidade encantadora.

O que não mudou foi aquele conjunto de eternos bons motivos para visitar Santiago do Chile: a beleza das montanhas emoldurando a cidade, a excelente gastronomia local, a rara cordialidade de uma metrópole geralmente segura, bem organizada, fácil de explorar a pé e com transporte público e suas ótimas atrações.

Parque Balmaceda, Santiago do Chile
Parque Balmaceda, em Providencia: não é preciso ir longe para chegar a uma das várias áreas verdes de Santiago

Neste post tem dicas de como chegar, onde se hospedar, como circular pela cidade, clima — o que colocar na mala para uma viagem a Santiago — preços, cambio e muito mais.

Veja minhas dicas para organizar sua viagem a Santiago:

Como organizar uma viagem a Santiago

Santiago: essa moça tá diferente

Estação Baquedano, Metrô de Santiago do Chile
Fotografias de manifestações lembram as mobilizações que sacudiram o Chile na Estação Baquedano do metrô

Como falei antes, Santiago mudou muito. De todas as capitais latino-americanas, sempre achei a cidade a mais coxinha, engomada e careta. Mas há algo de novo na atmosfera da capital chilena, além da onipresente nuvem de poluição que faz a gente brincar de picula-visual para entrever as montanhas no meio da nebulosidade.

E olha que cheguei a Santiago em plena ressaca, 10 dias após a derrota contundente da proposta da nova e avançadíssima Constituição — o “Não” teve 61,8% dos votos e o “Apruebo” conquistou apenas 38,1% dos votos em um plebiscito com participação de 80% dos eleitores do país.

Estátua de Salvador Allende, Santiago do Chile
"Tenho fé no Chile e em seu destino", afirmava Salvador Allende, o presidente socialista deposto e assassinado no golpe militar de 1973

Mas dava para perceber nas ruas que algo mudou pra valer no país que sempre se caracterizou por um profundo conservadorismo político e de costumes, mesmo após superar uma das ditaduras mais sombrias da história, entre 1973 e 1990.

A Santiago que encontrei agora (setembro/2022) me pareceu muito mais diversa nas feições, origens e posturas das pessoas. A capital já não parece tão uniformemente branca, classe média e sisuda. Havia um ar de atrevimento e juventude que me conquistou de vez.

Museu da Memória e dos Direitos Humanos, Santiago do Chile
A visita ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos é muito impactante

É claro que essa Santiago que eu vi agora já devia estar lá, ainda que não aparecesse aos olhos da turista que caminhou pela cidade em 2002 e 2012 — se não fosse assim, de onde teriam vindo as multidões que sacudiram o Chile no estallido social?

O estallido (“explosão”, “estouro”) é como ficaram conhecidas as grandes mobilizações políticas que levaram milhões de pessoas às ruas com um vasto arco de reivindicações — basicamente, mais justiça social e perspectivas de uma vida melhor e menos desigualdade. Falei mais sobre o assunto aqui > 8 museus e centros culturais de Santiago do Chile

Aeroporto Internacional de Santiago do Chile
Aeroporto Arturo Merino Benitez, principal porta de entrada para quem voa ao Chile

Como chegar a Santiago

Santiago está bem conectada aos aeroportos brasileiros por pelo menos cinco companhias aéreas. Entre as empresas convencionais, a Latam, Gol oferecem voos diretos para Santiago partindo de diversas capitais. Quem viaja com as Aerolíneas Argentinas tem que fazer conexão na ida e na volta.   

A low cost chilena JetSmart tem voos para Santiago saindo dos aeroportos do Galeão (Rio de Janeiro), Guarulhos (São Paulo) e Foz do Iguaçu. Fiz uma pesquisinha agora e encontrei voos na casa dos R$ 400 (cada perna) para viagens a partir de março, saindo de GRU.

Avião para Santiago do Chile
Dez anos depois, hora de preparar para o pouso em Santiago

Também low cost e também chilena, a Sky Airline tem voos para Santiago saindo de Florianópolis, Galeão e Guarulhos.  Na minha pesquisa, encontrei voos na casa dos US$ 140, cada trecho, entre GRU e Santiago, para o mês de março.

Os voos de Guarulhos a Santiago têm cerca de 4 horas de duração.

Mercado Central de Santiago
Está precisando de um motivo para ir a Santiago? Pense em frutos do mar, como essas tentações que encontrei no Mercado Central

Eu cheguei a Santiago com a Latam, procedente de Mendoza, voo de cerca de 30 minutos. A volta foi com as Aerolíneas Argentinas (eu comprei um bilhete múltiplos destinos, Brasília-Buenos Aires e Santiago-Brasília). 

Voo de Mendoza a Santiago
Um voo de 30 minutos me levou de Mendoza a Santiago

Isso me obrigou a fazer uma conexão infernal no Aeroparque: cheguei à 1h da manhã e decolei para Guarulhos às 6h da madruga. Passei essas cinco horas de intervalo andando de um lado para o outro pra não cair no sono.

Transporte em Santiago

Como ir do aeroporto ao Centro de Santiago

O Aeroporto Internacional de Santiago Arturo Merino Benitez (código SCL) fica a cerca de 20 km do Centro da cidade e é bem servido de ônibus, táxis comuns e oficiais e transportes por aplicativos.

ônibus para o aeroporto de Santiago do Chile
Na chegada a Santiago, peguei um táxi para o hotel. Mas, na hora de ir embora, fui de busão para o aeroporto

Táxi do Aeroporto ao Centro de Santiago

Como meu pouso em Santiago foi por volta das 22 horas, não pensei muito em alternativas: contratei um táxi oficial para me levar do aeroporto até o hotel.

A tarifa é fixa e pode ser paga no cartão de crédito. O serviço não é barato. Custou cerca de R$ 150 ($ 23 mil pesos). Mas pra quem chegou tarde, cansada e sem pesos chilenos, foi a saída mais segura e confortável.

Os táxis especiais devem ser contratados em guichês que funcionam nos terminais, logo que você atravessa a porta do desembarque. Você receberá um voucher para ser apresentado ao motorista.

Ônibus da Estação Pajaritos para o Aeroporto 

No dia 14 de janeiro deste ano (2023), começou a funcionar a nova rota de transporte público ligando o Aeroporto Internacional de Santiago ao Centro da cidade, a forma mais barata de fazer o trajeto, já que o custo do ônibus já está embutido na tarifa do metrô.

Aeroporto Internacional de Santiago do Chile
O Aeroporto Internacional de Santiago fica a 20 km do Centro e é muito bem servido de transporte

O serviço é pago com o Cartão Bip (o cartão do transporte público de Santiago) e custa, no máximo $ 800 pesos (R$ 5,11), para quem embarca em horários de pico, ou apenas $ 640 pesos (R$ 4), se a viagem for feita nos horários menos movimentados. Esse é o preço da viagem de metrô.

O ônibus 555 liga a Estação Pajaritos do metrô ao aeroporto. Não é preciso pagar nada mais pela viagem do que a tarifa do metrô que você terá gasto para chegar a Pajaritos, se vier do Centro, ou que deverá pagar para prosseguir de Pajaritos ao Centro.

A chegada do ônibus 555 ao Aeroporto de Santiago é no Terminal Intermodal. De lá, embarca-se em ônibus circulares, também gratuitos, que levam os passageiros aos terminais Nacional e Internacional. 

 O serviço funciona de segunda a sexta, das 6h às 22:30h. Aos sábados, das 6:30h às 22:30. Aos domingos, das 8h às 22:30h.

As partidas do ônibus 555 estão programadas para cada 10 minutos, tanto no sentido Pajaritos-Aeroporto quanto no sentido Aeroporto-Pajaritos. O trajeto dura cerca de 30 minutos.

Terminal Alameda, Santiago do Chile
O Terminal Alameda pode parecer meio bagunçadinho do lado de fora, mas é bem cuidado e bem sinalizado. É de lá que saem os ônibus da Turbus para o aeroporto

ônibus para o aeroporto no Terminal Alameda, Santiago do Chile

Ônibus da Turbus para o Aeroporto

Como o serviço do 555 ainda não estava funcionando, quando estive em Santiago, usei o método “convencional” (😁) na hora de ir para o aeroporto e embarcar de volta ao Brasil: peguei um ônibus da Turbus no Terminal Alameda, também conectado ao metrô (Estação Universidad de Chile, na Linha 1, a mesma que serve ao bairro de Providencia).

A passagem no ônibus da Turbus custa $ 1800 pesos (R$ 11,50) cada perna (mais a passagem do metrô para chegar ao Terminal Alameda). O serviço funciona diariamente das 5:30h às 23:35h, tanto no sentido Alameda-Aeroporto quando na rota inversa.

Terminal Alameda, Santiago do Chile
O Terminal Alameda está conectado ao metrô e oferece serviços como praça de alimentação e até alojamento

Terminal Alameda, Santiago do Chile

De segunda a sexta, os ônibus partem a cada 20 minutos (a cada 15, quando há muito movimento), de segunda a sexta. Aos sábados, domingos e feriados o intervalo entre as partidas pode chegar a 30 minutos.

No Terminal Alameda, o embarque é nas plataformas 22 e 23. As bilheterias ficam bem em frente (e bem sinalizadas) e dá para comprar a passagem na hora. O trajeto até o aeroporto leva cerca de 40 minutos.

Terminal Alameda, Santiago do Chile
Os ônibus para o aeroporto partem das plataformas 22 e 23 do Terminal Alameda

Na chegada ao aeroporto, o ônibus para no Terminal Nacional e no Terminal Internacional.

No Aeroporto, o embarque nos ônibus da Turbus é em frente ao Portão 5, no primeiro andar (setor de partidas).

O Turbus também faz uma parada na Estação Pajaritos, na ida e na volta do aeroporto. 

Estação Puente Cal y Canto do Metrô de Santiago do Chile
Estação Puente Cal y Canto do metrô, no Centro de Santiago

Como circular por Santiago

Combinar o metrô com caminhadas é a melhor maneira de explorar Santiago. Não se intimide com aquele horizonte cheio de montanhas: a parte da cidade normalmente interessante para turistas é bastante plana. ´

As únicas subidas que se precisa encarar são as do Cerro Santa Lucia — as escadarias são até camaradas — e as do Cerro San Cristóbal — bem cascudas, mas para isso existem o funicular e o teleférico.

La Chascona, casa de Pablo Neruda em Santiago do Chile
A única ladeira (bem camarada) que precisei enfrentar em Santiago foi para chegar a La Chascona

Pra sem bem precisa, jornalisticamente, lembro que é preciso encarar uma ladeirinha curta e pouco exigente também para chegar à entrada de La Chascona, a casa-museu de Pablo Neruda. Mas essa subida é tão tranquila que eu quase esqueci de citá-la aqui.

Transporte público em Santiago do Chile

Eu disse transporte público, mas vou falar apenas do Metrô de Santiago — não lembro de ter usado ônibus por lá —, que sempre resolveu minha vida, nas três visitas que fiz à cidade.

O Metrô de Santiago é possivelmente o melhor entre seus coleguinhas, na América-Latina. Não tenho a experiência de moradora da cidade, mas, como turista, acho excelente.

O serviço funciona diariamente das 6h da manhã às 23 horas. Com sete linhas, o metrô da capital chilena tem estações distribuídas em intervalos mais curtos do que, por exemplo, em Buenos Aires — onde a gente sempre caminha um bocadinho mais entre as paradas de metrô e as atrações.

Cartão do transporte público em Santiago do Chile
O cartão Bip é o passe para usar o transporte público em Santiago

Cartão do transporte público de Santiago

Para usar o metrô (e também os ônibus) é preciso comprar a Tarjeta Bip ("Cartão Bip"), onde serão carregados os créditos para pagar as tarifas de cada percurso — mesmo esquema do Sube de Buenos Aires ou do Bilhete Único do Rio de Janeiro.

A Tarjeta Bip custa $ 1.550 pesos (R$ 9,88). Pode ser comprada nas bilheterias do metrô, em lojas de conveniência (os quioscos) e em outros pontos de comércio (procure a plaquinha na entrada do estabelecimento).

As recargas também podem ser feitas nesses locais. Além disso, as estações de metrô têm máquinas para recarga automática.

A pegadinha é que só é possível comprar o cartão Bip em pesos chilenos. Eu tentei comprar com o cartão de crédito (para me livrar de uma caminhada de mais de 1 km entre o hotel e a casa de câmbio onde ia fazer a primeira troca de dinheiro) e não teve choro nem vela.

Estação de metrô em Santiago do Chile
As estações de metrô de Santiago são identificadas por este símbolo: três losangos vermelhos dentro de um círculo

Tarifas do Metrô de Santiago

O Metrô de Santiago adota um sistema de tarifas de acordo com o horário da viagem. A passagem mais barata custa $ 640 pesos (R$ 4), para quem viaja entre as 6h da manhã e as 6:59h e das 20:45h às 23h, que é são os períodos com menos movimento.

A tarifa intermediária custa $ 720 pesos (R$ 4,60) e é aplicada das 9h às 17:59h e das 20h às 20:44h.

Usar o Metrô de Santiago no horário de pico (das 7h às 8:59h e das 18h às 19:59) custa $ 800 pesos (R$ 5,10) por viagem.

Montanhas vistas do topo do Cerro San Cristóbal, em Santiago do Chile
As montanhas ao pôr do sol e (abaixo) a cidade de Santiago vistas do topo do Cerro San Cristóbal

Santiago do Chile vista do alto do Cerro San Cristóbal

Para subir o Cerro San Cristóbal

O teleférico e o funicular do Cerro San Cristóbal funcionam de terça a domingo, das 10h às 20 horas. Há diversas modalidades de tarifas para usar esses serviços.

É possível comprar um bilhete combinado que permite usar o teleférico, o funicular e os ônibus panorâmicos que sobem e descem o morro, em múltiplas viagens durante todo o dia ($ 5.900 pesos/ (R$ 38).

Uma única viagem no teleférico custa $ 2.650 pesos (R$ 17), de terça a sexta, e $ 3.180 pesos (R$ 20) nos fins de semana e feriados. Crianças e maiores de 60 anos pagam $ 1.720 pesos (R$ 11) durante a semana e $ 2.060 pesos (R$ 13) aos sábados, domingos e feriados.

Funicular do cerro San Cristóbal, Santiago do Chile
A estação do Funicular do Cerro San Cristóbal fica no final da Calle Pio Nono, pertinho do Pátio Bellavista

Funicular do cerro San Cristóbal, Santiago do Chile
Esta foto é de 2012. De lá para cá, o Funicular ganhou uma super reforma e está tinindo

No funicular, o bilhete simples (subida ou descida) custa $ 1.400 pesos (R$ 8,90) de terça a sexta-feira e $ 1.850 (R$ 11,70) nos fins de semana e feriados. Crianças e idosos pagam meia-passagem.

A estação de embarque do teleférico para subir o Cerro San Cristóbal (Estação Oásis) tem acesso pela Calle Pedro de Valdívia, em Providencia.

A estação do funicular fica no finalzinho da Calle Pio Nono, em Bellavista.

Câmbio em Santiago

A moeda chilena pode até ser desvalorizada em relação ao real e ao dólar, mas não sofre a corrosão diária da inflação — como é o caso do peso argentino — nem a disparidade louca entre a cotação oficial e a paralela.

Notas de pesos chilenos
Pesos chilenos: muitos zeros, mas pouca dor de cabeça na hora de fazer câmbio

Com isso, fazer câmbio em Santiago é um processo bem menos trepidante do que em Buenos Aires. E usar o cartão de crédito não vai significar perder dinheiro, pela desvantagem entre cotação oficial e paralela.

Para meu roteiro pela Argentina e pelo Chile, optei por levar dólares e foi bem fácil trocar dinheiro em Santiago.

No primeiro dia, recorri a uma casa de câmbio do Pátio Bellavista, que abre às 11h da manhã. Depois disso, já de posse do Cartão Bip para usar o metrô, passei a fazer câmbio nos célebres estabelecimentos da Calle Agustinas, no Centro da Cidade, onde a cotação é ligeiramente melhor.

Há uma quantidade enorme de casas de câmbio na Calle Agustinas. Elas se concentram principalmente, a Oeste do Paseo Ahumada, até mais ou menos a altura da Calle Morandé

As estações de metrô mais próximas das casas de câmbio da Calle Agustinas são La Moneda (Linha 1- Vermelha) e Santa Ana (Linhas 2-Amarela e 5-Verde).

Preços em Santiago

Em janeiro de 2023, R$ 1 compra $ 157 pesos chilenos. Com essa informação, você já imagina que os preços em Santiago e no resto do país vão se apresentar sempre com uma vasta fila de zeros — daquelas capazes de matar a gente de susto.

Mas nem tudo é apenas efeito psicológico dos zeros nos preços de Santiago. Mesmo depois de respirar e fazer as contas, você vai ver que a capital chilena é mesmo mais cara que outras capitais latino-americanas — quem chega lá depois de passar pela Argentina, como foi meu caso, sente bem o solavanco.

Santiago do Chile vista do Sky Costanera
A subida ao Sky Costanera é salgadinha: R$ 77, de segunda a quinta, e R$ 102, de sexta a domingo

Veja alguns preços em Santiago: 

Uma viagem no metrô de Santiago no horário de pico (quando a tarifa é mais cara) sai por $ 800 pesos (R$ 5).

➡ Uma garrafa de água mineral de 500 ml chega a ser vendida a R$ 12, em cafés e confeitarias mais chiques e R$ 5 em armazéns e botecos. No supermercado, custa pouco menos de R$ 4.

➡ Visitei ótimos museus e centros culturais de Santiago que têm entrada gratuita. Entre os que cobram ingresso, você vai pagar $ 7 mil pesos (R$ 45) para ver La Chascona (a casa-museu Pablo Neruda) e R$ 30 pra ver o belo Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana.

Mercado Central de Santiago do Chile
Se você escolher um restaurante menos turístico no Mercado Central, vai almoçar muitíssimo bem, gastando entre R$ 30 e R$ 40

➡ Dá pra comer muito bem em um restaurante mais popular do Mercado Central de Santiago (aqueles que ficam mais escondidinhos nos corredores) gastando R$ 30/ R$ 40. Em restaurantes mais arrumadinhos do Bairro Lastarria, minhas refeições ficaram na casa dos R$ 80.

Alimentação, aliás, foi um dos itens que achei mais em conta em Santiago, assim como hospedagem.

Saiba mais: 
Onde comer em Santiago do Chile

➡ 
Pode não ser uma pechincha, mas pagar pouco mais de US$ 70 pela diária em uma suíte do excelente hotel NH Ciudad de Santiago, em Providencia, tem uma relação custo/benefício bem mais vantajosa do que pagar cerca de US$ 40 por um quarto com banheiro compartilhado em um Airbnb em Mendoza.

Bairro de Providencia, Santiago do Chile
Uma boa hospedagem em Providencia custa US$ 70 a diária

Hospedagem em Santiago

Continuo achando Providencia a melhor área para hospedagem em Santiago. O bairro tem bons hotéis e pousadas em várias faixas de preço, é muito bem servido de transporte público (metrô, especialmente), tem ótima oferta de bares, restaurantes e comércio.

Providencia também fica a uma distância muito confortável das principais atrações de Santiago.

Hospedagem em Santiago, Tagle Hotel Boutique
Meu apartamento com balcão no Tagle Hotel Boutique, em Providencia

Desta vez, dividi minha estadia em duas etapas. Na chegada, fiquei três noites no hotel NH Ciudad de Santiago, (US$ 74 a diária, na suíte). Esse hotel fica na Avenida Condell nº 40, Providencia, a pouco mais de duas quadras da Estação Salvador do metrô.

Depois disso, dei um pulinho de dois dias em Valparaíso (amo!!) e, no regresso à capital, me hospedei mais duas noites no Tagle Hotel Boutique (US$ 70 a diária), também em Providencia. Ele fica na José Miguel Claro nº 219, a 450 metros da Estação Manuel Montt do metrô.

Minhas experiências de hospedagem em Santiago estão nesses posts:

Dicas de hotel em Providencia, Santiago

Hospedagem em Santiago: Mito Casa Hotel

Praça baquedano, Providencia, Santiago do Chile
Praça Baquedano, em Providencia

Internet em Santiago

Como já contei a vocês no post com as dicas práticas de Buenos Aires, mudei meu plano de celular para um pacote que dá acesso a redes de telefonia em todo o continente americano — a mensalidade permanece a mesma do plano que eu usava antes.

Foi muito prático já chegar ao Chile e à Argentina já conectada à internet, sem a aporrinhação de correr atrás de um chip local.

Esse tipo de serviço está disponível para quem tem contas na Vivo (meu caso) e na Claro. Você usa uma rede local conveniada e não tem qualquer gasto adicional pelo serviço.

Não sei como a coisa funcionaria, por exemplo, na América Central, mas na Argentina e no Chile a minha internet trabalhou muito bem. Nos dois países, o convênio da Vivo é com a Rede Movistar. Basta procurar a rede com seu celular e se conectar a ela e pronto.

banca de jornais em Santiago do Chile
Ainda frequento bancas de jornais, mas também acompanho o noticiário das cidades que visito pela internet

Se a sua ideia é comprar um chip de celular no Chile, é bom saber que que o país tem diversas operadoras de telefonia — a Entel e a Movistar, as duas maiores, são apontadas como as mais eficientes.

Você vai encontrar o chip de celular não apenas nas lojas das operadoras, mas também em quioscos, bancas de revista e até em lojinhas nas estações de metrô.

Antes de viajar, dei uma pesquisada na internet e vi que os chips até que custam barato (na casa dos R$ 12/R$ 15), mas achei os planos de dados meio salgados: os mais em conta sairiam por cerca de R$ 40/R$ 50, com validade de uma semana.

Há alguns anos, habilitar um chip de celular no Chile era um processo bem chatinho. Era preciso apresentar não só o passaporte, mas até a nota fiscal do aparelho. Pelo que li antes de viajar, essas exigências caíram.

Catedral de Santiago do Chile
Além de usar o Google Maps para traçar minhas rotas, ter internet no celular é bom para chamar um uber e postar fotinhas na internet. Esta é a bela Catedral de Santiago, que vale mais de um post no Instagram

Ainda assim, dependendo da operadora, é preciso registrar um número da identidade chilena para habilitar a linha — no caso, o RUT. É o mesmo caso da Argentina, onde é preciso fornecer o número do DNI. Com isso, a facilidade de comprar um chip num quiosco e já sair usando dança: você terá que passar em uma loja credenciada para apresentar seu passaporte ou identidade brasileira e liberar a linha.

Segurança em Santiago

Conheço pelo menos três pessoas que tiveram as carteiras batidas em Santiago. Isso, porém, não quer dizer que a capital chilena seja uma cidade insegura. A possibilidade que essas três carteiras aí no alto fossem tomadas de seus donos sob a mira de uma arma, por exemplo, seria muito pequena.

Santiago não é uma cidade violenta. Eu andei à noite por bairros como Lastarria, Bellasvista e Providencia com sensação de segurança similar ao que já experimentei em cidades europeias.

Plaza de Armas, Santiago do Chile
Em áreas turísticas, como a Plaza de armas, redobre a atenção com os possíveis batedores de carteiras

Quando perguntava aos locais sobre a segurança de certas áreas, recebia sempre o mesmo conselho: não dê bobeira com a bolsa e objetos de valor. Eu tenho a mania irritante de deixar o celular sobre a mesa de bares, restaurantes e cafés, mesmo quando estou ao ar livre, e era comum levar um cuidadoso puxãozinho de orelha de chilenos preocupados.

Pela minha experiência e pelas orientações dos moradores de Santiago com quem conversei, basta tomar cuidado, especialmente nas aglomerações (no metrô, por exemplo) que tudo tende a correr muito bem durante sua estadia.

Palácio de La Moneda, Santiago do Chile
Já era quase primavera, mas peguei frio e céus nublados em Santiago. Na imagem, o Palácio de la Moneda, sede do governo do país

Quando ir a Santiago

Como você já sabe, essa viagem mais recente a Santiago foi feita no mês de setembro. Essa seria, segundo vários chilenos que conheci por aí, a melhor época para ver as montanhas no horizonte da cidade, já que nessa época os ventos deixariam o céu mais limpo da eterna poluição.

Pois o tal vento não compareceu ao encontro. O horizonte de Santiago me recebeu tão enfarruscado quanto nas visitas anteriores — a primeira, no calorão de um fevereiro, a segunda, no frio de um mês de julho.

Mercado Central de Santiago do Chile
Minha primeira viagem a Santiago foi em fevereiro de 2002. Enfrentei um calor digno da Bahia

Mas, sei lá, o clima do planeta anda doido e eu nunca imaginei um setembro tão frio quanto este do meu roteiro pela Argentina e pelo Chile.

Sim, Santiago estava bem fria, às portas da primavera, com mínimas de até 4º C à noite e médias, durante o dia, na casa dos 12º C graus.

Fora pirações do planeta, Santiago tem verões quentes, com temperaturas na casa dos 30º C graus, e invernos onde as temperaturas podem cair para perto de zero. O outono e a primavera costumam ser amenos, com médias de 22º C.

Presidente do Chile dança a Cueca na abertura das Fiestas Pátrias
Cabe ao presidente do chile abrir as celebrações das Fiestas Pátrias dançando a Cueca na Fonda do parque O'Higgins, em Santiago

Setembro no Chile

Como já contei aqui na Fragata, o Chile celebra sua independência com um ultra-mega-blaster feriadão no mês de setembro.

As Fiestas Pátrias geralmente se estendem do dia 16 ao dia 20 de setembro, com feriados renunciáveis — quando os estabelecimentos comerciais, museus, restaurantes e atrações decidem se abrem ou não — e os feriados irrenunciáveis, os dias 18 e 19, quando fecha tuuuuuuudo e fica difícil arrumar o que fazer e até onde comer em Santiago e demais cidades.

Fiestas Pátrias, Chile
Residências, lojas, e restaurantes se enfeitam com as cores do Chile para as Fiestas Pátrias, como esta cervejaria no Barrio Itália e o bar em Bellavista (abaixo)

Fiestas Pátrias, Chile

(Eu fugi para Valparaíso durante os irrenunciáveis. Lá, a grande atração, a própria cidade, não tem horários de abertura)

Durante as Fiestas Pátrias, os chilenos se reúnem nas Fondas, um tipo de festa de largo local, onde há muita música, dança e comidas típicas—se calhar de você estar em Santiago numa dessas datas, se jogue. Até porque serão praticamente os únicos lugares para ver gente com opções de alimentação.

As Fiestas Pátrias também são data para reunir as famílias e fazer verdadeiros banquetes de culinária local. Na noite do dia 20, quando cheguei de Valparaíso, dava para ouvir a música de várias dessas reuniões do meu quarto de hotel, em Providencia.

Mais sobre Santiago

Roteiro na Argentina e no Chile: Buenos Aires, Mendoza, Santiago e Valparaíso

O que fazer em Santiago do Chile

Roteiro em Santiago do Chile - amor à segunda vista

Dicas de hotel em Providencia, Santiago

Hospedagem em Santiago: Mito Casa Hotel

8 museus e centros culturais de Santiago do Chile

Bairro Lastarria, Santiago Belle Époque

Bairro Itália: onde Santiago é mais charmosa

Chile: como ir à vinícola Concha y Toro de transporte público

Passeios em Santiago do Chile - Centro e Praça de Armas

Chile: um bate e volta a Valparaíso

Cafés literários de Santiago: bem vindos à civilização

O Chile na Fragata Surprise


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