As verdadeiras donas da terra: mulheres do povo Masai recebem os visitantes cantando e dançando |
A viagem à África dos meus amigos Kenneth Fleming e Alexandre Pinheiro prova que organizar um roteiro pelo continente para ver a vida selvagem vai ter milhares de bichos, mas nenhum deles terá sete cabeças (😁). Eles passaram 11 dias por lá, combinando na programação um safari na Tanzânia e uma expedição para ver gorilas em Uganda.
Neste post, vocês vão ver todas as dicas práticas para organizar a viagem ao Serengeti (Tanzânia), apontado como um dos melhores lugares do mundo para observar a vida selvagem e também território do povo Masai, que recebe visitantes em suas aldeias para contar um pouco de sua cultura e tradições.
O elefante é uma das estrelas estrelas no elenco de mais de 70 espécies de grandes mamíferos que habitam o território do Serengeti |
Na Tanzânia, além do Parque Nacional do Serengeti, Kenneth e Alexandre visitaram os parques de Manyara e Tarangire e a Cratera Ngorongoro, que ficam na mesma região do Serengeti, um território de 30 mil km² dividido entre o Quênia e a Tanzânia.
A logística de viagem foi montada com com apenas 14 dias de antecedência. Como eles vão explicar nesse delicioso relato, o curto espaço de planejamento até inflacionou alguns preços (dica pra você começar seu planejamento com mais tempo, antes do embarque). Mas essa preparação express funcionou muito bem e confirmou que a África é cada vez menos um exclusivo dos super aventureiros.
As paredes da Cratera de Ngorongoro podem passar dos 600
metros de altura. Dentro dela, os animais fazem a festa nas pastagens |
Depois de mostrar nos posts anteriores como foi o roteiro e todas as belezas que Kenneth e Alexandre encontraram em sua viagem ao Serengeti e outros parques da Tanzânia, aqui eles detalham bem direitinho todo o planejamento da viagem, inclusive o preço de cada serviço contratado, que é pra animar todo mundo (eu, por exemplo) a fazer as malas para ver leões, leopardos, elefantes e outros bichos ao vivo, em seu habitat.
Veja as dicas práticas de Kenneth e Alexandre para planejar a sua viagem ao Serengeti:
Veja as dicas práticas de Kenneth e Alexandre para planejar a sua viagem ao Serengeti:
Como organizar uma viagem ao Serengeti
Texto: Kenneth Flemming
Fotos: Alexandre Pinheiro
Pesquisando na internet, descobrimos o site Safari Bookings, um agregador voltado só para esse tipo de viagem e que proclama oferecer de 4.922 safaris diferentes.
A pose reflexiva do leão: parece até que está ouvindo Juliette Greco em um botequim existencialista de Paris |
Como todo agregador, o site reúne as ofertas de diversas agências e possibilita que a gente filtre nossas preferências, como o país a ser visitado, a duração do safári, a época da viagem, o padrão (luxo, mediano ou econômico), privado ou em grupo (atenção a esse quesito).
Para nós, que não tínhamos qualquer indicação de empresas, o site foi muito eficaz. Mostrou centenas de tours, com preços, o que já nos deu uma ideia aproximada dos gastos e dos principais pontos de safáris (melhores parques e cidades de chegada, por exemplo).
Os baobás podem chegar a 30 metros de altura e passar dos 1.000 anos de idade |
Dentro do já estava decido (safari no Serengeti, na Tanzânia, chegando por Arusha em um tour com hospedagens de médias a excelentes), comecei a enviar e-mails para as agências.
Atente que os e-mails, ao que constatei, são enviados via Safari Booking, que vai limitando o total de mensagens a cinco de cada vez, até que haja resposta. Como eu havia disparado uns 10 e-mails, eles me comunicaram que só cinco deles foram enviados, e eu só poderia enviar outros após resposta desses cinco.
Tudo isso para evitar que as agencias perdessem tempo respondendo a centenas de e-mails sem muita perspectiva de serem contratadas. Achei justa a política.
Atente que os e-mails, ao que constatei, são enviados via Safari Booking, que vai limitando o total de mensagens a cinco de cada vez, até que haja resposta. Como eu havia disparado uns 10 e-mails, eles me comunicaram que só cinco deles foram enviados, e eu só poderia enviar outros após resposta desses cinco.
Tudo isso para evitar que as agencias perdessem tempo respondendo a centenas de e-mails sem muita perspectiva de serem contratadas. Achei justa a política.
Dentro das áreas de proteção e longe dos predadores humanos, os elefantinhos podem brincar em paz na savana |
As respostas recebidas, os preços ofertados, o roteiro e tempo de passeios e a qualidade dos alojamentos nos levaram a optar pela Crater Explore Tours and Safaris que acabou sendo uma excelente escolha, como vou detalhar mais adiante.
Quantos dias programar para uma viagem ao Serengeti
Determinar a quantidades de dias do nosso roteiro na Tanzânia foi um dos pontos cruciais no planejamento. Nessa fase, não tínhamos a mínima ideia da dinâmica de um safári.
Não sabíamos se seria fácil avistar os animais, quais aa distâncias, a percorrer... Os bichos ficam juntinhos ou espalhados por grandes áreas? Quanto tempo se gasta nos deslocamentos até os parques?
São muitas dúvidas, que as centenas de informações e ofertas das agências até respondem — mas acabam suscitando mais perguntas. Ficamos receosos de nos deslocarmos até as lonjuras da África, com todas as dificuldades e custos inerentes, e acabar não vendo tantos animais, se limitássemos nosso roteiro na Tanzânia a apenas um ou dois parques, com estadias de poucos dias.
Assim, optamos por fazer nosso safári na Tanzânia em cinco dias (quatro noites).
Mãe e filhote chegando para um lanchinho |
5 dias são suficientes para uma viagem ao Serengeti?
Os cinco dias que programamos na Tanzânia foram um tempo bem generoso. Avistamos muitos animais. Dos big five, ficou faltando o rinoceronte, sem contar todas as outras espécies que já citei.
Hoje, já sabendo como as coisas funcionam, eu tiraria um ou dois dias do roteiro, excluindo, principalmente, o Manyara National Park do roteiro, local onde não avistamos muitos animais. Pelo que vi e vivi, com dois dias inteiros no Serengeti e um dia na Cratera Ngorongoro você certamente realizará todos os desejos de avistamento/convivência com os animais.
Os cinco dias que programamos na Tanzânia foram um tempo bem generoso. Avistamos muitos animais. Dos big five, ficou faltando o rinoceronte, sem contar todas as outras espécies que já citei.
Hoje, já sabendo como as coisas funcionam, eu tiraria um ou dois dias do roteiro, excluindo, principalmente, o Manyara National Park do roteiro, local onde não avistamos muitos animais. Pelo que vi e vivi, com dois dias inteiros no Serengeti e um dia na Cratera Ngorongoro você certamente realizará todos os desejos de avistamento/convivência com os animais.
Zebras na Cratera Ngorongoro |
Mas claro, para quem dispõe de mais tempo e tem um orçamento mais folgado, esticar a estadia calha bem. Nada fica enfadonho. Cada avistamento, ainda que de uma espécie já vista, tem uma dinâmica diferente e é uma emoção a mais na vida.
Ainda que os rinocerontes não tenham aparecido na natureza pra a gente completar o álbum dos Big Five, a espécie cascuda nos cutucou com uma ironia: ao pararmos para almoçar na Cratera Ngorongoro, estava chegando, naquele momento e sob forte escolta de soldados e policiais, um rinoceronte, dentro de uma gaiola fechada, o que impediu que o víssemos. O bicho seria solto dentro da cratera.
Ainda que os rinocerontes não tenham aparecido na natureza pra a gente completar o álbum dos Big Five, a espécie cascuda nos cutucou com uma ironia: ao pararmos para almoçar na Cratera Ngorongoro, estava chegando, naquele momento e sob forte escolta de soldados e policiais, um rinoceronte, dentro de uma gaiola fechada, o que impediu que o víssemos. O bicho seria solto dentro da cratera.
Os gnus são o maior grupo entre os grandes mamíferos do Serengeti, com população estimada em 1,3 milhão de indivíduos |
Melhor época para visitar o Serengeti
É possível fazer safáris durante o ano todo na Tanzania e no Quênia. Entretanto, na época mais seca, de junho a Outubro, com a vegetação mais baixa e menos fontes de água, fica mais fácil avistar os animais que as procuram.
As temperaturas na região oscilam entre 18ºC e 28ºC. Quando lá estivemos, em julho, a temperatura estava bem agradável, girando em torno dos 24ºC durante o dia e alguns friozinho à noite.
É possível fazer safáris durante o ano todo na Tanzania e no Quênia. Entretanto, na época mais seca, de junho a Outubro, com a vegetação mais baixa e menos fontes de água, fica mais fácil avistar os animais que as procuram.
As temperaturas na região oscilam entre 18ºC e 28ºC. Quando lá estivemos, em julho, a temperatura estava bem agradável, girando em torno dos 24ºC durante o dia e alguns friozinho à noite.
Arusha, a cerca de 100 km do Serengeti, tem o aeroporto mais cômodo para quem visita a região |
Como chegar a Arusha
Depois da expedição para ver os gorilas em Uganda, chegamos a Kigali, capital de Ruanda. De lá, nosso destino era Arusha, na Tanzânia, porta de entrada para as expedições ao Monte Kilimanjaro e para Serengeti, Cratera de Ngorongoro Crater e outros parques.
O Aeroporto de Arusha é bem servido por voos que vêm de diversas partes da África e também da Europa. Nosso deslocamento até lá, porém, foi prejudicado pelo curta antecedência de organização da viagem.
Os voos diretos de Kigali a Arusha levam apenas 1h30. Mas quem disse que encontramos vaga em um voo direto entre as duas cidades?
Arusha tem mais de 400 mil habitantes e está ligada por via aérea a diversas capitais europeias, da Ásia e do Oriente Médio |
Tivemos que encarar um voo h de voo. Entretanto, não foi possível encontrar voo de Kigali para Nairobi (1h30) com a Rwanda Air, uma espera de cinco horas no Aeroporto de Nairobi para embarcar em mais um voo (de 50 minutos) da capital do Quênia para Arusha, pela Kenya Airways. Nos dois trajetos, os aviões eram da Boeing grandes.
Organizar a viagem com apenas 14 dias de antecedência nos custou 8 horas no deslocamento entre Kigali e Arusha — na verdade, um dia inteiro perdido dentro de aeroportos e aviões. Felizmente, estávamos preparados (estávamos?) para esses senões em África.
Mas a demora foi logo superada pela linda vista do Kilimanjaro que tivemos do avião, chegando a Arusha. É mocionante contemplar uma montanha tão imponente e rica em histórias, aventuras e memórias.
Na chegada a Arusha, o Kilimanjaro apareceu para dizer alô |
E já que não deu para subir o Kilimanjaro, nós o bebemos todinho 😊 |
O Aeroporto de Arusha é bom, padrão internacional, e tem voos diretos de/para diversas capitais europeias e da Ásia e Oriente Médio. O aeroporto dista 70 km da cidade, e a estrada é muito, mas muito movimentada (a depender da hora), e boa parte dela não é duplicada. Portanto, cuidado com o horário quando for pegar um voo no Aeroporto de Arusha, para evitar contratempos.
Visto e imigração na Tanzânia
A Tanzânia já não exige protocolos relativos à Covid.
À chegada ao aeroporto, aqueles que não pediram o visto online para ingressar na Tanzânia, podem fazê-lo no balcão. Pelo que observei, o processo é rápido, apesar das filas. Neste caso é preciso preencher à mão o formulário, pagar e depois passar no controle.
Nós já tínhamos feito o visto tanzaniano online (custa US$ 50). Então, nossa única providência na chegada a Arusha foi preencher um formulário (informando local de hospedagem, de onde vem, para onde vai, etc) e entrar no país.
Nós já tínhamos feito o visto tanzaniano online (custa US$ 50). Então, nossa única providência na chegada a Arusha foi preencher um formulário (informando local de hospedagem, de onde vem, para onde vai, etc) e entrar no país.
A cidade de Arusha, ponto de partida da viagem ao Serengeti. Abaixo, os veículos 4x4 usados nos safaris com turistas |
Seguro viagem para a Tanzânia
A Tanzânia e o Quênia (onde fizemos apenas uma conexão) foram os países deste roteiro para os quais conseguimos fazer seguro viagem. Para Uganda e Ruanda, as seguradoras não oferecem cobertura.
Assim, nosso seguro viagem cobriu apenas a Alemanha, Turquia, Quênia e Tanzânia, por 15 dias e a um custo de € 70 por pessoa.
Segurança na Tanzânia, Ruanda e Uganda
Em Uganda, Ruanda e Tanzânia, andamos com tranquilidade nas ruas, sendo as pessoas bastante simpáticas e receptivas nos restaurantes, hotéis e lojas. Em Ruanda, a limpeza de ruas e estradas chama a atenção.
Não consigo fazer uma avaliação sobre a segurança de mulheres viajando sozinhas nesses países. Perguntei aos guias e me disseram que não há maiores problemas, há respeito pelas mulheres.
Não consigo fazer uma avaliação sobre a segurança de mulheres viajando sozinhas nesses países. Perguntei aos guias e me disseram que não há maiores problemas, há respeito pelas mulheres.
Os pacotes dos safaris costumam incluir todas as refeições, inclusive o almoço, servido em tendas armadas na savana |
Quanto custa fazer um safari na Tanzânia
Como disse anteriormente, o pouco tempo de que dispusemos para planejar a viagem influenciou em algumas coisas, principalmente no referente ao preço de passagens (compradas quase que na última hora), motivo pelo qual acredito que, com compras e reservas mais antecipadas, será possível organizar um safari na Tanzânia pagando menos.
O orçamento que aqui coloco refere-se, na verdade, a duas viagens distintas. Uma, para visitar os gorilas em Uganda, e a outra, os safáris na Tanzânia. Como havia uma certa proximidade entre os locais, optamos por fazer os dois passeios na sequência.
Acampamento para turistas no Parque Nacional do Serengeti |
Preços do roteiro para duas pessoas, em euros
➡ Passagens Lisboa-Frankfurt, pela TAP: € 312
➡ Passagens de Frankfurt para Kigali (Ruanda) pela Turkish Airlines, com conexão em Istambul, classe executiva: € 760 + 100 mil pontos programa TAP
➡ Três diárias no Hotel Milles de Collines, em Kigali: € 537
➡ Vistos para a Tanzânia, Ruanda e Uganda: € 300
➡ Tour Gorilas em Uganda € 2.400
➡ Transfers aeroportos/hotéis: € 105 euros
➡ Passagem Kigali/Arusha (Tanzânia): € 1.150
➡ Passagem Dar es Salam (Tanzânia)/Amsterdam, pela KLM: € 950 euros
➡ Safaris na Tanzânia, pacote completo € 3.670 euros
➡ Passagem de Arusha para Dar es Salam € 112 euros
➡ Hotel em Dar es Salam: € 300 euros
➡ Gorjetas dos guias: € 200
➡ Seguro viagem: € 140 euros
➡ Valor por pessoa € 5.667, para uma viagem de 17 dias (contando as etapas europeias).
➡ Passagens Lisboa-Frankfurt, pela TAP: € 312
➡ Passagens de Frankfurt para Kigali (Ruanda) pela Turkish Airlines, com conexão em Istambul, classe executiva: € 760 + 100 mil pontos programa TAP
➡ Três diárias no Hotel Milles de Collines, em Kigali: € 537
➡ Vistos para a Tanzânia, Ruanda e Uganda: € 300
➡ Tour Gorilas em Uganda € 2.400
➡ Transfers aeroportos/hotéis: € 105 euros
➡ Passagem Kigali/Arusha (Tanzânia): € 1.150
➡ Passagem Dar es Salam (Tanzânia)/Amsterdam, pela KLM: € 950 euros
➡ Safaris na Tanzânia, pacote completo € 3.670 euros
➡ Passagem de Arusha para Dar es Salam € 112 euros
➡ Hotel em Dar es Salam: € 300 euros
➡ Gorjetas dos guias: € 200
➡ Seguro viagem: € 140 euros
➡ Valor por pessoa € 5.667, para uma viagem de 17 dias (contando as etapas europeias).
A África na Fragata Surprise
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