Buenos Aires vista do topo do Palácio Barolo, na Avenida de
Mayo. Ao fundo, o Congresso Nacional da Argentina |
Como ir do Aeroporto de Ezeiza e do Aeroparque ao Centro de Buenos Aires? Quais os bairros mais legais pra se hospedar? Como fazer câmbio — é melhor levar dólares ou reais? Que tal a segurança na cidade? Como andam os preços na capital argentina? E as melhores opções de transporte e chips de internet?
Corveta Uruguay, barco museu ancorado em Puerto Madero,
Buenos Aires |
Está tudo aqui, mastigadinho. No mais, aproveite Buenos Aires, cidade deliciosa, vibrante e querida, para onde não me canso de voltar.
Siga o mapa: todos os endereços desta viagem a Buenos Aires, com foto, links e dicas
Dicas práticas de Buenos Aires
Leia também: Como organizar uma viagem a Buenos AiresComo ir do Aeroporto de Ezeiza ao Centro de Buenos Aires
Para nosso conforto, o Aeroparque continua recebendo voos do Brasil. Este aeroporto fica a apenas 6 km de Palermo Soho |
Se você desembarca no Aeroporto de Ezeiza, tem as opções de ir para seu hotel usando o Uber, ônibus executivos, ônibus comuns, táxis e os chamados remises, que são transfers contratados em balcões do aeroporto (similares a táxis especiais).
Um prazer em Buenos Aires é garimpar detalhes nas fachadas
dos bairros mais antigos. Esta fica em San Telmo |
Minha opção no Aeroporto de Ezeiza é sempre pegar um remís ou os táxis especiais do aeroporto, pela comodidade e, principalmente, segurança. Durante o dia, é possível que eu optasse por soluções mais econômicas, mas nem lembro mais a última vez que desembarquei em Buenos Aires durante o dia.
As empresas de remís e táxis especiais que operam no Aeroporto de Ezeiza têm stands logo ao lado da saída do desembarque internacional.
O esquema dos remises é o mesmo dos táxis especiais nos aeroportos do Brasil: você paga, recebe um voucher que deverá ser apresentado ao motorista que fará a sua corrida.
O agradabilíssimo Jardim Japonês, em Palermo |
Nesta viagem de julho de 2017, usei o serviço de táxi especial da World Car, mas todas as empresas cobravam valores iguais.
O pagamento dos remises pode ser em dólares, em pesos argentinos ou cartão de crédito. Lembre-se que se você optar pelo dólar ou pelo cartão de crédito, os preços serão calculados pelo câmbio oficial, onde a moeda argentina é cotada a praticamente o dobro dos valores do cambio blue (a cotação paralela, que já se incorporou à vida real do país).
A marquise do Teatro Avenida e o antigo Hotel Paris, dois
remanescentes da Belle Époque na Avenida de Mayo |
Ônibus especiais do Aeroporto de Ezeiza
Uma alternativa mais econômica para ir do Aeroporto ao Centro de Buenos Aires são os ônibus especiais. Boa opção para quem chega de dia e sem muita bagagem.
➡️ Os ônibus Tienda Leon, executivos com cara de bem confortáveis, têm um estande logo em frente ao desembarque internacional e ligam o aeroporto de Ezeiza a um terminal da empresa, em Puerto Madero.
Desse terminal, os passageiros seguem viagem por conta própria até o destino final. O bilhete custa 1.900 pesos (R$ 82/ R$50) cada perna no trajeto entre o Aeroporto de Ezeiza e a Plaza San Martín, no Centro de Buenos Aires.
A livraria mais famosa de Buenos Aires, El Ateneo Grand
Splendid, funciona no espaço que já abrigou um belíssimo teatro |
É uma opção mais barata para chegar do Aeroporto ao Centro de Buenos Aires (180 pesos, ou R$ 32), mas tenha em mente que você precisará tomar outro transporte para prosseguir a viagem até o hotel.
➡️ O que você não deve fazer nunca — aliás, em lugar nenhum do mundo: aceitar o serviço de motoristas que ficam caçando passageiros em frente ao desembarque do Aeroporto de Ezeiza.
Alguns até são taxistas de verdade, mas há outros que são operadores de transporte clandestino. Não são uma opção segura, por mais barato o preço que possam oferecer.
Câmbio em Buenos Aires
Na viagem de 2017, levei reais para a Argentina e já fiz câmbio no Aeroporto de Ezeiza, mesmo, no Banco de la Nación, cuja agência — em um corredor ao lado da saída da Aduana — funciona 24 horas no aeroporto.
Preços em Buenos Aires
A Argentina não é mais aquele país barato que se fixou no imaginário dos brasileiros — tirando a época da paridade peso dólar, nos delirantes tempos do governo Ménem, nos anos 90, nunca vi preços tão altos em Buenos Aires como agora em 2017, em mais de 10 viagens.
A vantagem da cotação do real brasileiro para o peso argentino ainda é muito grande, mas se esvanece no custo elevado dos produtos e serviços, nas alturas em decorrência da inflação que assola a Argentina.
Galerias Pacífico, tradicional templo de compras dos
brasileiros em Buenos Aires |
Imagine pagar 60 pesos (R$ 10,60) ou até 80 pesos (R$ 14,20) em uma latinha de Coca-Cola, como vi em um bar de Palermo e no restaurante do Malba...
Mas já não é aquela farra do "dame dos" (piadinha portenha sobre a sanha comprista dos brasileiros, que sempre arrematavam os artigos em dobro, de tão baratos).
Não sou muito interessada em compras, mas até os livros em Buenos Aires estavam mais salgados do que antigamente.
➡️No quesito alimentação, não cheguei a me assustar. Fiz boas refeições pelo equivalente a R$ 60/70.
Veja dicas de restaurantes neste post: Comer em Buenos Aires – novas aventuras
Sábado em Palermo Soho: moradores decoram o muro de um casarão
com um mosaico |
Onde se hospedar em Buenos Aires
Hospedagem em PalermoA Praça Serrano com o movimento da famosa feira do bairro de
Palermo Soho |
Veja essas como foram essas duas experiências de hospedagem em Palermo e os hotéis e pousadas onde fiquei:
Praça Dorrego, o coração de San Telmo — e sede da famosa
feira de antiguidades do bairro (abaixo) |
Em San Telmo, sempre gostei muito da Lina’s Tango Guesthouse, onde já fiquei três vezes — já faz um tempinho que não me hospedo lá, mas ela continua cotada como “fabulosa” no Booking.
Outra vantagem de San Telmo é a localização, coladinha ao Centro e a Puerto Madero.
Nas últimas passagens por Buenos Aires, porém, já não achei San Telmo um bairro tão seguro.
Puerto Madero ao entardecer |
Eu curto passear em Puerto Madero, mas não consigo muito lidar com uma certa atmosfera de “cidade artificial” que impera por lá.
Além do mais, acho Puerto Madero meio fora de mão para hospedagem. Embora o bairro, propriamente, seja seguro e bem policiado, seu entorno não é de confiança.
Mais sobre o bairro: Puerto Madero: “o outro país”
Apesar do clima soturno da ditadura Videla, Buenos Aires me pareceu muito viva e intensa e eu, adolescente, experimentei pela primeira vez o prazer de andar com segurança, para cima e para baixo, inclusive à noite, no burburinho do centrão de uma metrópole, com verdadeiras multidões caminhando depois do teatro ou do cinema e restaurantes que abriam até tarde.
Banca de revista e um típico edifício em estilo eclético no
Microcentro de Buenos Aires |
O Microcentro de Buenos Aires tem uma belíssima arquitetura. O Edifício à direita é a sede do Banco de La Nación Argentina, de 1891 |
Infelizmente, as noites no Microcentro de Buenos Aires já não são assim. Ainda tem gente na rua à noite, é verdade, mas muito menos.
A sensação de segurança é bem menor — repeti a dose de hospedagem no Microcentro em 2002, andei a pé á noite, mas não posso dizer que tenha sido uma experiência das mais relaxadas.
Hospedada no Microcentro de Buenos Aires, você vai ficar perto da maioria dos pontos de interesse de dia, mas vai ficar dependente do táxi à noite, pois quando o comércio fecha a região morre um bocadão.
A placidez da Plaza Francia. Ao fundo, o antigo Mosteiro dos
Recoletos, hoje Centro Cultural Recoleta |
A Avenida Alvear é chique e bonitona, mas tem pouco movimento de gente |
Naquela ocasião, estava decidida a experimentar a hospedagem na Recoleta e melhor alternativa que encontrei, considerando localização/preço/qualidade, foi no Unique Luxury Park Plaza Hotel, por R$ 230 a diária, na tarifa não-reembolsável e sem café da manhã.
Na Recoleta, encontrei restaurantes simpáticos frequentados quase que exclusivamente por moradores, aprendi a me virar com o transporte público e descobri uma vizinhança agradável, segura e que vai muito além do miolinho em torno do famoso cemitério. No fim, adorei!
Se hospedar na Recoleta é ser vizinha de um bonitão como o Museu Nacional de Belas Artes — que, pra completar, tem entrada gratuita |
Veja como foi a experiência: Buenos Aires - como é ficar hospedada na Recoleta
Segurança em Buenos Aires
Buenos Aires tem população de 3 milhões de pessoas e é o centro de uma região metropolitana com 13 milhões de habitantes. Na imagem, a cidade vista do terraço do Palácio Barolo |
A chance de você ser assaltada sob a mira de uma arma de fogo em Buenos Aires é muito pequena — não diria uma chance europeia, mas caminhando pra isso.
Protesto contra a xenofobia pichado em uma calçada do Centro de Buenos Aires |
Eu ando por Buenos Aires sem o menor receio e recomendo. Durante o dia, só vivenciei a sensação de insegurança nas redondezas de Abasto e de Once — nesta última, tive a desagradável experiência de ser seguida por um bom tempo por um sujeito muito mal encarado, há alguns anos.
À noite, porém, já não tenho a disposição de caminhar por San Telmo, como há tempos atrás, nem pelo Microcentro de Buenos Aires.
Por todas as notícias e dicas que leio na internet, é legal quadruplicar os cuidados em La Boca a qualquer hora do dia ou da noite.
Fique atenta ao circular na hora do rush pela estação de
trens e metrô de Retiro |
Caminhar pelas partes mais movimentadas de Puerto Madero à noite é tranquilo, mas evite os cantos desertos e nunca, jamais, em tempo algum invente de ir a pé de lá para qualquer outro bairro, pois o entorno de Puerto Madero é deserto e esquisito á noite.
Onde ando à noite sem qualquer sobressalto é em Palermo — um dos motivos de preferir me hospedar lá — e tive uma experiência muito positiva na Recoleta.
Vale parar pra curtir a decoração das estações de metrô de
Buenos Aires. Mas atenção à bolsa nas aglomerações. Nas duas fotos acima, a
Estação 9 de Julio, na Linha D |
Na Estação Plaza Itália, em Palermo, os murais retratam as missões jesuíticas em território do povo Guarani |
A quantidade de gente que conta que teve a carteira batida na Calle Florida ou até mesmo dentro das Galerias Pacífico é enorme.
Outro aspecto que merece atenção são os golpes aplicados em turistas: taxistas espertinhos (nunca dei o azar de encontrar um) que fazem voltas desnecessárias ou dão troco em notas falsas, ou casal que vem ajudar a limpar uma caca que eles mesmos jogaram no seu casaco — e aproveitam pra “limpar” o conteúdo de sua bolsa e bolsos...
Bom senso e atenção são os melhores equipamentos de segurança em qualquer viagem. Use-os 😉.
Para achar o metrô, procure a placa amarela. Em Buenos
Aires, o transporte se chama Subte |
Transporte em Buenos Aires
A melhor alternativa para explorar Buenos Aires é a combinação metrô + caminhadas.Geralmente, concentro os passeios do dia em uma determinada área de Buenos Aires, vou até lá de metrô e depois me desloco entre as atrações a pé.
O metrô de Buenos Aires, ou Subte, como é chamado pelos portenhos, tem sete linhas que cobrem os principais pontos de interesse turístico.
Nos horários de pico (entre 7h e 9h e das 17h às 19h), os trens do metrô de Buenos Aires circulam abarrotados. No resto do dia, o deslocamento é bem confortável.
Para usar o metrô portenho, é preciso ter um cartão SUBE, que vale para todo o transporte público de Buenos Aires. Faça o cartão assim que chegar na cidade, pois já não é possível comprar passagens unitárias para ônibus, metrô ou trens de cercanias.
Cartão SUBE: este é o seu passe para usar o transporte público em Buenos Aires |
O Cartão SUBE pode ser carregado com qualquer valor e recarregado até mesmo em farmácias e mercadinhos (isso ainda é verdade).
A passagem do metrô custa 42 pesos (US$ 0,26/ US$ 0,14) para quem faz menos de 20 viagens no mês — em Buenos Aires, quanto mais você usa o serviço, mais barato ele fica, podendo chegar a 25,20 pesos por viagem para quem utiliza o Subte a partir de 40 vezes por mês.
Estação Las Heras do Metrô, na Recoleta |
Comprar um único cartão para toda a família e se beneficiar do desconto para quem faz muitas viagens parece uma boa ideia? Pois não é: o SUBE é individual e compartilhá-lo pode render multa.
O funcionamento do SUBE é igual ao de qualquer cartão de transporte público que estamos acostumadas a usar: ao encostá-lo no leitor das catracas do metrô (e também nos leitores a bordo dos ônibus) o sistema não só desconta o valor da passagem como informa quanto o usuário ainda tem de crédito.
Estação Gardel, melhor acesso ao bairro de Abasto e ao museu
dedicado ao legendário cantor de tangos |
Pelo menos no Centro e nas áreas mais turísticas, o tempo de espera nas paradas de ônibus em Buenos Aires costuma ser mínimo, passa um carro atrás do outro.
Use o Google Maps para descobrir que linha de ônibus pegar para o deslocamento desejado. O aplicativo funciona muito bem na cidade e aponta direitinho onde fica o ponto de cada linha nas redondezas. Ah, busão em Buenos Aires se chama colectivo, tá?
Olha só como estava vazio o busão que peguei em frente ao
Jardim Japonês para voltar à Recoleta. Eram cerca de 17 horas |
Para não pirar fazendo contas, basta saber que a passagem mais barata, para um deslocamento de até 3 km, custa 6 pesos. A mais cara, para quem roda mais de 27 km, custa 7 pesos.
Já cheguei em Buenos Aires com o chip da EasySim4U, que oferece conexão em 140 países, usando as redes locais. Ganhei o chip com validade para dois dias comprando a revista Aprendiz de Viajante.
A ideia era colocar carga extra para prorrogar sua validade por toda a viagem, mas não deu tempo. Então, para complementar os dias que passei na cidade, comprei um chip da Claro Argentina.
O chip da Claro Argentina e o EasySim4U têm qualidade similar — até porque o chip da EasySim4U usa a rede da Claro.
No primeiro dia, este serviço custou a “pegar no tranco”, precisei configurar a rede várias vezes, mas depois a conexão se estabilizou e não tive mais problemas.
A Casa Rosada clicada de Puerto Madero. É bom ter internet no celular em Buenos Aires porque a cidade é toda muito instagramável |
A grande vantagem da EasySimU4 é já chegar ao país de destino com a conexão ativa. (Veja a minha experiência com esse serviço na Itália, Espanha e México: Chip de celular no exterior: minha avaliação do EasySim4U).
A desvantagem do EasySim4U, para quem viaja para apenas um país, é o preço. Um chip ativado por uma semana (período que fiquei em Buenos Aires) teria custado US$ 37.
Esta opção vale a pena para quem vai viajar por diversos países, já que não é preciso trocar de chip cada vez que atravessar a fronteira.
É possível comprar chips para celular em lojas de conveniência, mas estrangeiros precisam ir até uma loja da operadora para fazer o registro |
Mas tem uma pegadinha: quem não tem um documento de identidade argentino precisa passar em uma loja das empresa de telefonia (uma sucursal, como dizem os hermanos), apresentar o passaporte ou a identidade e registrar seu chip — só aí ele estará liberado para funcionar.
Essa alternativa pode ser trabalhosa para quem, como foi meu caso, chega à cidade num domingo, quando a maioria das lojas das operadoras de telefonia estão fechadas.
É incrível, mas mesmo os museus mais sensacionais de Buenos Aires não costumam ter nem um centímetro de fila na bilheteria. Este é o imperdível Museu de Arte Hispano-Americana, em Retiro |
O jeito é procurar nos shoppings. Eu encontrei uma Claro no Shopping Abasto — nas Galerias Pacífico não tem. Confira os endereços e horários de funcionamento aqui.
Carreguei 80 pesos (R$ 14) no chip da Claro Argentina, um pacote de 2 gigas, com validade para uma semana.
A conexão funcionou bem direitinho, bem de acordo com as minhas necessidades. (Eu não costumo subir vídeos na rede, só fotos no Facebook da Fragata e no Instagram — aliás, você já segue as redes do blog? Sempre tem dicas quentinhas da hora quando estou na estrada. Passa lá 😊).
O Palácio Barolo é uma atração para a qual é prudente
comprar ingresso com antecedência |
Ingressos para as atrações de Buenos Aires – tem que comprar com antecedência?
Mas tem exceções: o Palácio Barolo, por exemplo, só pode ser percorrido em visitas guiadas, em grupos de até 25 pessoas, e os ingressos costumam esgotar rápido.
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O que fazer em Buenos Aires
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Olá,estou indo para Argentina em Dezembro e já comprei o chip EasySim 4u. Ficarei 7 dias em Buenos Aires e mais 16 dias na Cidade de Rosário também na Argentina. O chip terá cobertura nessa cidade da Argentina?
ResponderExcluirSuponho que sim, se o chip estiver dentro do prazo contratado.
ResponderExcluirA informação é que o chip funciona em 140 países, não apenas nas capitais.
Posso falar com certeza dos lugares onde usei o chip. Em Buenos Aires funcionou direitinho.
Se vc está preocupad@ com o serviço fora da capital, posso dizer que no interior da Guatemala, mesmo em estradas nas montanhas, eu tinha sinal de internet com esse chip.
Abs