Nova York vista do mirante Top of the Rock (Rockfeller
Center). Como é que eu consegui ficar tanto tempo longe dessa cidade? |
Com seis dias na cidade, fiz um pouquinho de ginástica para montar meu roteiro em Nova York. Tanto pra ver e tão pouco tempo...
Passei 23 anos sem pisar na minha outrora cidade favorita — aquela que, nos anos 80 e 90, ficava com cada moeda do meu porquinho. Sim, porque toda a grana que eu tive naquele período era pra viajar a Nova York.
Reunião de ícones: o Edifício da PanAm (hoje MetLife
Building), Grand Central Station, o viaduto de ferro de Park Avenue e o lindão
Chrysler Building, meu xodó art déco |
O tempo passou, o mundo ficou muito maior para a minha curiosidade. Quando eu vi, já estava há quase um quarto de século sem aparecer por lá.
Amigas de verdade, porém, podem ficar décadas sem se ver, que o reencontro será como se tivessem feito uma farra na véspera. Foi assim essa minha reunião com Nova York, em seis lindos dias, aproveitando os feriados de Páscoa.
Experimente: Uma playlist pra embalar sua viagem a Nova York
A primavera se apresentando na 39th Street (Rua 39), meu
pouso nessa semana nova-iorquina |
Mas Nova York continua tão instigante quanto antes.
No alto, e entardecer na Lexington Avenue. Acima, |
Acompanhe meus passos no mapa e bora passear 😊.
E prepare-se, porque muitas dicas vão pintar por aqui nos próximos posts.
Roteiro em Nova York
O metrô de Nova York é eficiente e também conta como atração
turística |
Hospedagem em Nova York - hotel Pod 39
Leia também:
Onde comer - e o que comer - em Nova York
Nova York - dicas práticas
Como organizei meu roteiro em Nova York
Um bom roteiro por uma metrópole começa com a definição da hospedagem. Um lugar seguro, com fartas opções de transporte e próximo dos pontos de interesse é uma mão na roda, sempre.
Minha hospedagem em Nova York foi em Midtown, o que encurtou o caminho para as atrações ao Norte e ao Sul da ilha de Manhattan — além de ser uma área plena de pontos de interesse.
Escolhi o Hotel Pod 39 pelas referências e pelo preço — como está cara a hospedagem em Nova York 😱.
Grand Army Plaza e The Plaza Hotel, |
O hotel fica na Rua 39 Leste, entre as avenidas Lexinton e 3ª, pertinho do metrô, de bons restaurantes e de muita coisa que eu queria rever.
Esse roteiro em Nova York tinha muito mais de jornada sentimental do que de descobertas. A ideia era mesmo fazer o que o coração mandasse, ainda que alguns pontos “obrigatórios” ficassem de fora — o bom de ter intimidade com um lugar é que você não precisa fazer cerimônias e cumprir protocolos.
"Pra onde vão os patos do lago do Central Park no
inverno?", perguntava Holden Caulfield, protagonista de O Apanhador
no Campo de Centeio. Se alguém souber, me conte |
Agrupei as atividades por áreas geográficas para favorecer os trajetos a pé entre as atrações. Nem sempre consegui ser cartesiana — que dia eu fui, mesmo? — mas organização é fundamental para poupar tempo, especialmente numa cidade com tanto pra ver.
Nos momentos em que batia a vontade de ver algo lá do outro lado da cidade, era socorrida pelo transporte coletivo de Nova York, que é eficiente e fácil de usar.
Veja todas as dicas de Nova York clicando nos ícones do mapa:
Roteiro de 6 dias em Nova York
1º dia em Nova York (terça-feira): os ícones de Midtown, Central Park e Frick Gallery
Pra começar a matar as saudades de Nova York, nada melhor do que a caminha de quase 4 km que eu fiz, do meu hotel até Strawberry Fields.
Nesse cantinho do Central Park, na altura da Rua 72 Oeste, Yoko Ono construiu um singelo memorial para John Lennon.
O caminho da Rua 39 até Strawberry Fields foi como um longo traveling cinematográfico.
Passei por um monte de ícones de Nova York localizados em Midtown: o Chrysler Building (o vizinho mais bonito que eu já tive na vida), a Grand Central Station, o Bryant Park, a Biblioteca Pública, o Rockefeller Center e o Plaza Hotel, só para citar alguns.
Strawberry Fields, o memorial que Yoko construiu pra John
Lennon no Central Park. Todas as minhas visitas a Nova York começam lá |
Mais sobre esse passeio: Central Park - Nova York ao ar livre
Depois, fiz o caminho inverso para chegar à Frick Collection, um dos museus mais importantes da cidade.
A Frick Collection tem um acervo bárbaro e faz excelentes
mostras temporárias, também. Fica na 5ª Avenida |
A Frick Collection tem um belo acervo de mestres da pintura, mobiliário e esculturas. Um motivo a mais para a visita: a exposição temporária "Jacó e seus filhos", com a série de telas pintadas pelo espanhol Franscisco de Zurbarán (Século 17), que fica em cartaz até 22 de abril.
Quer saber mais sobre a Frick Collection e os outros museus que visitei nesta viagem (Metropolitan, Guggenheim, Neue Galerie e MoMA)? Dá uma olhada neste post:
5 museus imperdíveis em Nova York
A rigor, Times Square seria apenas uma esquina 😊 |
Mergulhar no burburinho de uma das esquinas mais famosas do planeta, coração do bairro dos teatros de Nova York, foi como receber um abraço da cidade.
Depois de andar tanto por Nova York na véspera, eu bem que pretendia limitar minha aventura caminhante aos 486 metros da Brooklyn Bridge, que já tinha namorado de diversos ângulos, mas ainda não tinha atravessado a pé.
A Ponte do Brooklyn é um mirante espetacular para o
horizonte mais famoso do mundo |
É bem fácil chegar até à cabeceira da Ponte do Brooklyn de metrô (tanto em Manhattan quanto do outro lado, no Distrito do Brooklyn).
Veja como foi esse passeio: Como atravessar a ponte do Brooklyn, em Nova York
Almocei muito bem e pagando pouco na Lombardi's, a pizzaria
mais antiga de Nova York |
O tempo enfarruscado, porém, não estimulava descobertas. Nessas horas, melhor o aconchego de velhos conhecidos.
Voltei a Manhattan de metrô para uma sessão de comfort food na pizzaria mais antiga de Nova York, a Lombardi's, aberta em Little Italy em 1905.
O WTC Memorial (no alto) e a Estação Oculus, assinada por Santiago Calatrava |
No caminho até Little Italy (de metrô do Brooklyn até Fulton Street e depois a pé), ainda parei um tempinho pra ver o novo World Trade Center.
O Novo WTC tem arquitetura ousada, onde se destacam as linhas de Santiago Calatrava na Estação Oculus, ou World Trade Hub Transportation Center, uma estação intermodal de transporte (tem metrô) que faz parte do complexo que substitui as torres gêmeas.
Ah, que essas curvas do Museu Guggenheim me entortam de
paixão |
Poucas cidades no mundo são capazes de me deixar tão feliz quando sou confrontada com um toró insistente.
Em Nova York, chuva significa que você pode se enfurnar o dia em inteiro em um museu (no caso, em dois) sem medo de ser chamada de esquisita.
O que a gente diz de um acervo que tem Les Demoiselles d'Avignon (As Senhoritas de Avignon), de Picasso, considerado o marco inaugural da Arte Moderna, Starry Night (Noite Estrelada), de Van Gogh, e La Danse (A Dança), de Matisse?
Como nada é tão bom que não possa melhorar, o MoMA está com uma exposição da brasileira Tarsila do Amaral que quase me leva às lágrimas. Ficou em cartaz até 3 de junho de 2018.
Atração turística com (muito!) sabor: sanduíche de pastrami
da Katz's Deli |
O quadro mais famoso da Neue Galerie deNova York é O Retrato de Adele Bloch-Bauer, de Klimt, mas tudo naquele acervo é de enlouquecer.
O museu abriu em 2001 e eu ainda não o conhecia — como é que eu pude passar tanto tempo sem ir a Nova York?
Depois de tanta beleza, a parte profana do dia foi o jantar na mega-blaster famosa Katz's Delicatessen — sim, aquela da cena do orgasmo fake de Meg Ryan em Harry e Sally.
A memória do sanduíche de pastrami da Katz's foi um dos motivos para eu retornar à cidade. E continua batendo um bolão.
Para mais cenários de filmes na cidade, leia: Nova York no cinema - e o cinema em Nova York
Como é bacana o High Line Park 🧡 |
4º dia em Nova York (sexta-feira): High Line Park, Chelsea e Lower Manhattan
No dia do meu aniversário, quis me dar de presente uma Nova York novinha em folha. Fui conhecer o badalado High Line, parque do descolado Meatpacking District instalado em uma antiga linha férrea elevada que ia ser demolida.
Veja como foi o passeio: High Line, Nova York: o parque-mirante
Na vizinhança do High Line, aproveitei para conhecer os descoladinhos Gansevoort Market, onde parei para um café, e o Chelsea Market, onde há várias boas opções para o almoço.
O Flatiron Building, |
O Chelsea Hotel fica na Rua 23 Oeste, está em reformas, mas continua me provocando friozinho na barriga por sua história.
Veja o post: Chelsea Hotel, Nova York - templo da boemia
Caminhando mais algumas quadras está outro ícone da cidade, o Flatiron Building — com a Eataly New York bem em frente.
5º dia em Nova York (sábado): Soho, Chinatown e Riverside Park
No primeiro dia de sol de verdade que tive em Nova York, eu só queria andar à toa. Pra isso, nada melhor do que voltar a Lower Manhattan, mas para as vizinhanças velhas conhecidas do East Village, SoHo e Chinatown.
Garimpar fachadas lindas no SoHo (no alto) é uma das minhas
paixões em Nova York. Mas a arquitetura de Chinatown também merece uns cliques |
Era por esses bairros que eu flanava um bocado nas visitas
de antanho a Nova York e era desse pedacinho de mundo que eu andava com mais
saudade.
Está tudo muito mais chique por lá, mas as fachadas antigas, as escadas de
incêndio e as lojas moderninhas ainda tornam tudo muito atraente e fotogênico.
O sossegado Riverside Park tem vista para Rio Hudson |
Voltei caminhando para Midtown, a tempo de pegar a happy hour em um dos bares mais históricos do planeta, no Algonquin Hotel.
Uma visita a Nova York sem o dry martini do bar do Algonquin? Nunquinha 🥂 |
Deixei os dois maiores blockbusters deste roteiro para a despedida de Nova York. Comecei o domingo no Metropolitan Museum, um dos museus mais espetaculares do planeta, onde passei quase o dia todo.
Quase todo, porque às 5h da tarde eu tinha um compromisso com o skyline de Nova York no mirante Top of the Rock, no Rockefeller Center.
O templo egípcio de Dendur, no Metropolitan Museum |
Lá do alto daquele terraço, no 67º andar, com a cidade se derramando aos meus pés, foi difícil não decidir perder o avião, que sairia no começo da madrugada.
Veja como foi esse passeio: Nova York do alto: Top of the Rock e outros mirantes
A única coisa que me fez aceitar ir para o aeroporto foi a jura de que 23 anos de ausência, nunca mais. Péra, Nova York, que já já eu volto 💙💛🧡💜❤️.
Mais sobre Nova York
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Hospedagem em Nova York - hotel Pod 39
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Nova York - dicas práticas
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Central Park - Nova York ao ar livre
High Line, Nova York: o parque-mirante
Nova York no cinema - e o cinema em Nova York
Como atravessar a ponte do Brooklyn, em Nova York
Nova York do alto: Top of the Rock e outros mirantes
5 museus imperdíveis em Nova York
A Nova York de John Lennon
Chelsea Hotel, Nova York - templo da boemia
Bar do Hotel Algonquin, Nova York - um drinque na Round Table
Jornadas sentimentais: roteiros literários e cinematográficos
Viagens e Cinema: combinação deliciosa
Inspiração
Trilha sonora para Nova York
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Seja qual for a estação do ano, sempre se encontra um bom motivo para passear no Central Parque e ver como Nova York é gostosa ao ar livre.
ResponderExcluirCONCORDO PLENAMENTE. É A CIDADE QUE SEM DÚVIDA ESCOLHERIA MORARRRRRR
É uma das (muitas) cidades onde eu moraria, também
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