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Nem a neve que surpreendeu todo mundo em outubro esfria a alma blueseira de Memphis. Na imagem, a Beale Street, a rua do Blues |
No princípio, era o Blues. Daqueles 12 compassos brotou tudo que mais importa pra mim. E se o Blues nasceu no Delta do Mississípi, foi em Memphis que ele se aboletou, montou casa e se espalhou pelo mundo.
E que cidade é essa Dona Memphis. Contraditória, segregada, problemática, sem grandes paisagens para selfies... E foi ela quem mais arrebatou meu coração durante meu roteiro musical pelos Estados Unidos — e olha que as outras paradas foram em Nova Orleans e Nashville.
Pois eu arriei de quatro pneus pela cidade do Blues. Se você gosta de música, vai encontrar muito o que fazer em Memphis. Se não gosta tanto, acho que nem assim vai escapar imune.
A primeira coisa que você vai fazer em Memphis (e repetir obsessivamente) é ouvir música.
Vai bater ponto três vezes por dia em Beale Street, legendária “5ª Avenida” da comunidade afro-americana da cidade em tempos idos, hoje passarela de bares e clubes com shows — e que shows! — ao vivo. (A música em Beale Street ganhou um post exclusivo).
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A fábrica das legendárias guitarras Gibson está se despedindo de Memphis. E o que importa? Os guitarristas — com Gibsons e Fenders — continuarão chegando aos montes pra mostrar sua arte... |
E, lá pras tantas, vai mandar tudo às favas e dançar com gosto e sem vergonha — mesmo quando a música estiver tocando só na sua cabeça.
O que você mais vai fazer em Memphis é se apaixonar por ela. Vai morrer de amor por essa cidade paradoxal, posta no mapa pelo engenho e pela arte de um povo segregado ao gueto, pioneira na conquista de escolas públicas para crianças negras.
A urbe regida
por reis e rainhas africanos como BB King, Albert King, Howlin' Wolf, John Lee
Hooker, Little Milton e Memphis Minnie. A mesma onde Martin Luther King
recebeu o tiro fatal de um racista, em 1968.
O que fazer em Memphis
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Inaugurado em 1928, o Orpheum Theater já recebeu gênios de todos os estilos em seu palco |
203 South Main Street
Para calendário de apresentações, acesse o site do teatro
Foi inaugurado em 1928, substituindo outra casa de espetáculos, a Grand Opera House — que tinha uma natureza menos afinada com a alma Blues da cidade —, incendiada em 1923.
Em pompa e em beleza, porém, o Orpheum não destoa de uma grande casa de ópera de inspiração Belle Époque (esses teatros que me matam de paixão, vocês sabem).
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O foyer do Orpheum Theater e Joe Bonamassa no palco |
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O Orpheum é um belo teatro |
O Orpheum Theater tem quase 2.500 lugares (2.491, em nome da precisão jornalística 😉), entre plateia, balcões e camarotes.
Tem decoração suntuosa, com entalhes delicados nas madeiras nobres, mármores e candelabros de cristal no saguão, veludos vermelhos, como é de rigueur...
O repertório do teatro é bastante variado: concertos eruditos, balés, shows de música popular e, para orgulho de Memphis, vários espetáculos da Broadway, que podem ser montados sem qualquer problema, graças às dimensões do palco e à qualidade dos equipamentos do Orpheum.
Algumas das grandes estrelas que já passaram pelo Orpheum são lembradas em uma espécie de calçada da fama que cobre a esquina onde está o teatro. BB King, Bob Dylan, James Taylor e outros dos meus amores já se apresentaram naquele palco histórico.
O Orpheum Theater não oferece visitas guiadas. Para ver sua beleza, eu fiz o sacrifício (😀😀) de assistir à apresentação de Joe Bonamassa, que, pra minha sorte, tocou em Memphis em uma das noites que eu estava na cidade.
Tem decoração suntuosa, com entalhes delicados nas madeiras nobres, mármores e candelabros de cristal no saguão, veludos vermelhos, como é de rigueur...
O repertório do teatro é bastante variado: concertos eruditos, balés, shows de música popular e, para orgulho de Memphis, vários espetáculos da Broadway, que podem ser montados sem qualquer problema, graças às dimensões do palco e à qualidade dos equipamentos do Orpheum.
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Três amores da minha vida na calçada da fama do Orpheum Theater |
O Orpheum Theater não oferece visitas guiadas. Para ver sua beleza, eu fiz o sacrifício (😀😀) de assistir à apresentação de Joe Bonamassa, que, pra minha sorte, tocou em Memphis em uma das noites que eu estava na cidade.
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Bonamassa no palco: quem teve um mestre como BB King só podia ser fera |
A banda que o acompanha só tem fera — especialmente o baixista Michael Rhodes, um mago das quatro cordas que já viveu em Memphis e hoje mora e trabalha em Nashville.
Gosta de música e viagens? Siga o link para mais dicas 😉
Ingressos nos Estados Unidos: como organizei meu roteiro musical
Veja outros teatros lindões que estrelaram posts da Fragata
Joe Bonamassa fez um sowzaço, entre os melhores que já vi na vida. Sem dúvida, o ponto mais alto do meu roteiro musical pelos Estados Unidos.
Gosta de música e viagens? Siga o link para mais dicas 😉
Ingressos nos Estados Unidos: como organizei meu roteiro musical
Veja outros teatros lindões que estrelaram posts da Fragata
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Michael Rhodes, um super baixista para um guitarrista genial |
Como eu consegui assistir a essa maravilha de espetáculo? Assim que comprei minha passagem para os EUA, comecei a pesquisar as grandes atrações musicais programadas para as três cidades que ia visitar (Nova Orleans, Nashville e Memphis) e comprei os ingressos com antecedência, pela internet. Simples e fácil 😉 .
Fiz um post bem detalhadinho sobre a compra de ingressos para espetáculos nos EUA.
⭐Hall da Fama do Blues (Blues Hall of Fame)
Fiz um post bem detalhadinho sobre a compra de ingressos para espetáculos nos EUA.
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A lembrança do bluesman Little Milton (1934-2005) recebe os visitantes na porta do Hall da Fama do Blues |
421 South Main Street.
Diariamente, das 10h às 17h. Entrada: US$ 10
Cinco minutos depois de entrar no museu do Blues Hall of Fame, eu já tinha certeza absoluta de que tinha ido para o céu sem sequer precisar me dar ao trabalho de morrer.
Que museu, gente! Que museu!!!
É tudo poderosamente simples: você vai ver algumas vitrines explicativas com imagens, instrumentos musicais e outros objetos. Cada um desses módulos é uma boa aula sobre a história do Blues, abordando um grupo de artistas ou uma determinada fase desse estilo musical que é a origem de tanta coisa.
Diariamente, das 10h às 17h. Entrada: US$ 10
Cinco minutos depois de entrar no museu do Blues Hall of Fame, eu já tinha certeza absoluta de que tinha ido para o céu sem sequer precisar me dar ao trabalho de morrer.
Que museu, gente! Que museu!!!
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A Casa do Blues: você desce uma escadinha e vai para o céu |
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Artistas dos pincéis homenageiam os gênios dos 12 compassos nesta galeria instalada no saguão do Hall da Fama do Blues |
Essa exposição visível — fotos, documentos, guitarras e outros recuerdos de grandes blueseiros — está acompanhada de painéis explicativos muito bem organizados, com informações interessantes e contextualizadas.
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Poderosamente simples: imagens e painéis explicativos levam o visitante pela mão |
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Nos módulos de exposição, o visitante escolhe o que vai ouvir nas telas interativas (no centro da foto) |
Mas o que torna o museu do Hall da Fama do Blues um lugar celestial é a música. Música para escutar até seu coração se sentir pleno — e pode requebrar com os fones nas orelhas, porque todo mundo faz isso.
O acervo musical do museu do Blues Hall of Fame é imenso e maravilhoso. Ele é apresentado ao público de forma super didática e agradável.
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Pioneiros do Blues no Delta do Mississípi: Charley Patton (esq), considerado o "pai" desse estilo, e Tommy Johnson, menestrel blueseiro dos anos 20 |
O acervo musical do museu do Blues Hall of Fame é imenso e maravilhoso. Ele é apresentado ao público de forma super didática e agradável.
As telas interativas de cada módulo guiam o visitante pelas informações biográficas e musicais dos artistas e depois nos levam pela mão para um delicioso tour pelos registros sonoros dos gênios e gênias do Blues. Dá pra ficar horas navegando naquele som inebriante.
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Tão empolgada com o museu que rolou até autorretrato num vinil com a gravação de Key to the Highway por Big Bill Broonzy |
Dá pra passar o dia inteiro lá dentro — eu fiz quase isso — e acordar na manhã seguinte com muita vontade de voltar.
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Essas telinhas são a chave para o paraíso: você escolhe o que ouvir e ainda lê histórias bacanas sobre as canções e autores |
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A sala de leitura do museu |
O Hall da Fama do Blues foi criado em 1980 como uma forma de reconhecimento aos artistas (principalmente) e outros personagens que deram contribuições significativas a esse estilo musical e à cultura do Blues.
Naquele ano de fundação, 20 grandes nomes foram introduzidos no Hall da Fama do Blues (entre eles Big Bill Broonzy, John Lee Hooker, Howlin' Wolf, Robert Johnson, B.B. King, Muddy Waters, Charley Patton, Bessie Smith e os dois Sonny Boy Williamson).
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Lucille, a guitarra de BB King e um terno que ele usava no palco. À direita, lembranças de Johnny Winter |
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Olha Muddy Waters em cena: a jaqueta da turnê de 1982 e um violão usado por ele |
Todos os anos, os novos membros do Hall da Fama são escolhidos pelos filiados à Blues Foundation (qualquer pessoa pode se filiar).
Até 2018, são 213 homenageados (veja a lista completa do Blues Hall of Fame).
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O Hall da Fama do Blues: cadê Rory Gallagher, moço? |
Conversando com membros da Blues Foundation, mantenedora do Hall da Fama, cobrei enfaticamente uma homenagem a Rory Gallagher (aquele irlandês que Jimmi Hendrix achava o melhor guitarrista do mundo).
E bora combinar que já passou da hora de colocarem Jimmi Hendrix e Janis Joplin na lista 😊.
O museu do Blues Hall of Fame funciona desde 2015 e é uma das atrações imperdíveis de Memphis. Quando passar pela cidade, não perca esse visita por nada deste mundo.
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Rock'n'Soul Museum: contexto é bom e eu gosto |
191 Beale Street
Aberto diariamente das 9:30h às 19h. Ingresso: US$ 13.
Se não ficasse na mesma cidade onde estão Graceland, o Sun Studio e o museu do Blues Hall of Fame, o Rock’n’Soul Museum seria muito comentado do que é — e mesmo comparado com essa trinca espetacular de concorrentes, continua sendo uma visita imperdível em Memphis.
Aliás, não só recomendo que você vá mesmo ao Rock’n’Soul Museum como sugiro que comece a explorar as atrações de Memphis por lá.
Mas o que torna o Rock’n’Soul Museum especial é o foco no contexto social, politico e econômico onde o Blues e o Rock’n’Roll foram fermentados.
Nesse capítulo, o museu é imbatível. É lá que o visitante pode conhecer melhor a realidade rural do Sul dos Estados Unidos, especialmente da área do Mississípi, no início do Século 20.
Uma realidade dura para a maioria, brancos pobres ou negros que trabalhavam a terra na condição meeiros, ou sharecroppers — gente que planta e colhe e divide o fruto de seu trabalho com o dono da fazenda.
Uma dureza que só piorou com o crack da Bolsa de Valores, em 1929, e com os longos anos da Grande Depressão Econômica.
Esse cenário econômico inspirou o grande êxodo do Delta do Mississípi para as cidades industrializadas do Norte. O Blues migrou na bagagem — essa mesma realidade também gestou os legendários andarilhos que inspirariam a Literatura Beat, a Cultura Beatnik e o Movimento Hippie, em décadas seguintes.
O percurso histórico proposto pelo Rock’n’Soul Museum passa pelo crescimento urbano de Memphis — um meio de caminho entre o Delta o Norte, onde muita gente ficou por absoluta falta de condições de prosseguir —, e pela produção absolutamente genial urdida em usinas musicais como o Sun Studio e o Stax Records (o grande celeiro da Soul Music e do Funk).
Um ponto arrepiante do Rock’n’Soul Museum é dedicado ao papel da música no Movimento pelos Direitos Civis, a partir dos anos 50.
⭐Sun Studio
Nesse capítulo, o museu é imbatível. É lá que o visitante pode conhecer melhor a realidade rural do Sul dos Estados Unidos, especialmente da área do Mississípi, no início do Século 20.
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No universo doméstico de uma família negra no Sul dos EUA, nos anos 30, havia poucas posses. Mas a música estava lá |
Uma dureza que só piorou com o crack da Bolsa de Valores, em 1929, e com os longos anos da Grande Depressão Econômica.
Esse cenário econômico inspirou o grande êxodo do Delta do Mississípi para as cidades industrializadas do Norte. O Blues migrou na bagagem — essa mesma realidade também gestou os legendários andarilhos que inspirariam a Literatura Beat, a Cultura Beatnik e o Movimento Hippie, em décadas seguintes.
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Claro que tem Elvis no Rock'n'Soul Museum |
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Uma das sessões mais interessantes do Rock'n'Soul Museum lembra o papel desempenhado pela música na luta pelos Direitos Civis |
Um ponto arrepiante do Rock’n’Soul Museum é dedicado ao papel da música no Movimento pelos Direitos Civis, a partir dos anos 50.
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Sun: é um estúdio, mas pode chamar de catedral |
706 Union Avenue
Aberto diariamente das 10h às 18:15h. Só recebe visitas guiadas, iniciadas de hora em hora. Ingressos: US$ 14.
Aberto diariamente das 10h às 18:15h. Só recebe visitas guiadas, iniciadas de hora em hora. Ingressos: US$ 14.
Se eu já tinha delirado com a visita ao Studio B de Nahsville, imaginem o meu estado de arrebatamento ao entrar no Sun Studio, a manjedoura do Rock’n’Roll.
O estúdio do mago Sam Phillips, inaugurado em 1950, foi um engenho incessante de gravações de Blues e Country desde sua origem. Gente como os blueseiros Howlin' Wolf, Little Milton e BB. King eram habitués da casa.
De tanto manter Country e Blues no mesmo ambiente, uma dia a reação química entre ambos ia acontecer no Sun Studio.
Dizem que o primeiro registro de Rock’n’Roll feito no Laboratório do Doutor Phillips — e no planeta — foi a canção Rocket 88, gravada por Jackie Brenston and his Delta Cats.
Mas “quando a lenda vira factual, publique-se a lenda”, já dizia aquele personagem de John Ford.
E a lenda, meus caros navegantes desta Fragata, chama-se Elvis Aaron Presley.
Em um belo (belíssimo) dia de 1953, o jovem Elvis Presley apareceu no Sun Studio para gravar um disco para dar de presente à mãe.
O céu não se abriu nem soaram trombetas: Elvis foi pra casa com seu vinil quase doméstico da canção My Happiness e isso teria sido o fim da história, se a secretária de Sam Phillips, Marion Keisker, responsável pela gravação, não tivesse anotado que o cara era “um bom cantor de baladas”.
Foi preciso que se passasse quase um ano (e mais uma gravação que caiu no limbo) para que Elvis detonasse a fagulha que fundiria o Country com o Blues para todo o sempre.
Essa cena do Genesis se deu meio por acaso: Elvis não tinha banda e arrebanhou dois amigos que tocavam Country para acompanhá-lo na sessão no Sun Studio.
E foi assim que o Blues That's All Right (Mamma) ganhou a batida que fundia a música caipira dos brancos com o som rural dos negros daquele jeito tão univitelino.
Dessa faísca primordial veio um rastilho de explosões cósmicas: aquele microfone do Sun Studio (que aparece comigo na foto mais abaixo) gravou vozes como as de Johnny Cash, Carl Perkins, Roy Orbison, e Jerry Lee Lewis — só pra ficar entre habitantes do Olimpo.
Se você ainda estiver lendo este post — eu, sinceramente, já estaria a caminho de Memphis — fique com o meu testemunho de que a visita ao Sun Studio é daquelas peregrinações que todo/a roqueiro/a tem que fazer ao menos uma vez na vida.
O estúdio do mago Sam Phillips, inaugurado em 1950, foi um engenho incessante de gravações de Blues e Country desde sua origem. Gente como os blueseiros Howlin' Wolf, Little Milton e BB. King eram habitués da casa.
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Em 1987, o Sun Studio foi reaberto em sua sede original, a 1 km do Centro de Memphis |
Dizem que o primeiro registro de Rock’n’Roll feito no Laboratório do Doutor Phillips — e no planeta — foi a canção Rocket 88, gravada por Jackie Brenston and his Delta Cats.
Mas “quando a lenda vira factual, publique-se a lenda”, já dizia aquele personagem de John Ford.
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Na entrada do Sun Studio funciona um café. A foto na parede é do "Quarteto de 1 milhão de dólares" — Elvis, Johnny Cash, Carl Perkins e Jerry Lee Lewis, que gravaram juntos no estúdio em 1956 |
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Ninguém resiste ás singelas lembrancinhas à venda no café do Sun Studio |
Em um belo (belíssimo) dia de 1953, o jovem Elvis Presley apareceu no Sun Studio para gravar um disco para dar de presente à mãe.
O céu não se abriu nem soaram trombetas: Elvis foi pra casa com seu vinil quase doméstico da canção My Happiness e isso teria sido o fim da história, se a secretária de Sam Phillips, Marion Keisker, responsável pela gravação, não tivesse anotado que o cara era “um bom cantor de baladas”.
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O dono da casa, Sam Phillips e equipamento original usado por ele nas gravações. À direita, réplica do estúdio de rádio de Phillips, que também era disc-jockey |
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Ao lado do estúdio de gravação estava o escritório de Marion Keisker, a descobridora oficial de Elvis Presley |
Essa cena do Genesis se deu meio por acaso: Elvis não tinha banda e arrebanhou dois amigos que tocavam Country para acompanhá-lo na sessão no Sun Studio.
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A coleção de relíquias e lembranças do Sun Studio estão no roteiro da visita guiada |
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Violão encapado em couro — mais Country, impossível — que pertenceu a Elvis |
E foi assim que o Blues That's All Right (Mamma) ganhou a batida que fundia a música caipira dos brancos com o som rural dos negros daquele jeito tão univitelino.
Dessa faísca primordial veio um rastilho de explosões cósmicas: aquele microfone do Sun Studio (que aparece comigo na foto mais abaixo) gravou vozes como as de Johnny Cash, Carl Perkins, Roy Orbison, e Jerry Lee Lewis — só pra ficar entre habitantes do Olimpo.
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O interior do estúdio de gravação: aquele pianinho ali é o mesmo tocado por Elvis na foto do Million Dollars Quartet |
A visita guiada é extremamente divertida, com direito a muita música e causos sobre as mitológicas sessões de gravação.
A visita ao Sun Studio começa em um pequeno museu onde estão expostas algumas relíquias do Rock, passa por outras dependências importantes, como o escritório de Marion Keisker, até chegar ao estúdio propriamente dito — e a gente nem tem que tirar os sapatos pra pisar lá dentro 😊.
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Muita coisa no estúdio é ainda é original. Como esse microfone que euzinha tive o prazer de conhecer — e que registrou as vozes de Elvis, Johnny Cash, Carl Perkins... |
Depois de ficar fechado por quase 20 anos (a última gravação tinha sido feita em 1968), o Sun Studio voltou à atividade em 1987 e hoje se divide entre os papéis de retumbante atração turística, monumento histórico e estúdio usado por grandes artistas e jovens iniciantes.
➡️Como chegar ao Sun Studio
O Sun Studio fica um pouquinho afastado do Centro de Memphis, a cerca de 1 km do miolo de Beale Street (veja no mapa abaixo).
O mesmo micro-ônibus que vai do Rock'n'Soul Museum pra Graceland faz uma parada lá e essa é a maneira mais confortável de chegar ao Sun Studio.
Eu preferi ir a pé e foi uma caminhada tranquila e segura. Outra possibilidade é pegar o bonde da Linha de Madison Avenue, que tem uma parada próxima ao estúdio.
⭐Graceland
O Sun Studio fica um pouquinho afastado do Centro de Memphis, a cerca de 1 km do miolo de Beale Street (veja no mapa abaixo).
O mesmo micro-ônibus que vai do Rock'n'Soul Museum pra Graceland faz uma parada lá e essa é a maneira mais confortável de chegar ao Sun Studio.
Eu preferi ir a pé e foi uma caminhada tranquila e segura. Outra possibilidade é pegar o bonde da Linha de Madison Avenue, que tem uma parada próxima ao estúdio.
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Graceland, a casa de Elvis Presley |
Elvis Presley Boulevard, a 13 km (20 minutos) do Centro de Memphis
Aberto diariamente, das 9h às 16h. Ingressos a partir de US$ 41.
O túmulo de Elvis pode ser visitado gratuitamente, das 7:30h às 8:30h.
Graceland foi a casa de Elvis Presley durante 20 anos. A propriedade foi comprada em 1957, quando ele estava bombando nas paradas de sucesso e nas telas de cinemas.
Aberto diariamente, das 9h às 16h. Ingressos a partir de US$ 41.
O túmulo de Elvis pode ser visitado gratuitamente, das 7:30h às 8:30h.
Graceland foi a casa de Elvis Presley durante 20 anos. A propriedade foi comprada em 1957, quando ele estava bombando nas paradas de sucesso e nas telas de cinemas.
O investimento de US$ 100 mil (quase US$ 1 milhão, em dinheiro de hoje) era seu refúgio, com direito a uma decoração muito pessoal e a todos os brinquedos — aparelhos de TV por todos os cantos, sala de jogos, cavalos, estande de tiro, quadra de squash — que o divertiam.
Desde 1992, Graceland está aberta ao público e é a segunda residência mais visitada dos EUA atrás apenas da Casa Branca.
As 650 mil pessoas que passam pelo refúgio de Elvis todos os anos podem percorrer a maioria dos ambientes da mansão (o segundo andar é fechado à visitação).
A visita se completa na imensa coleção de roupas, objetos, carros, aviões, fotos, vídeos e outras memórias do “Rei do Rock” distribuídos em pavilhões onde funcionam dois museus, diversas lojas de lembrancinhas e três restaurantes.
Elvis está sepultado em Graceland, no Jardim da Meditação, que era seu lugar favorito na propriedade. Ao lado de seu túmulo estão as sepulturas de sua avó Minnie, e de seus pais Vernon e Gladys.
A casa de Elvis é uma visita para o dia inteiro. O melhor jeito de chegar lá é com o micro-ônibus que sai do Rock’n’Soul Museum, no Centro de Memphis.
Graceland ganhou um post exclusivo.
Dá uma olhada: Graceland, a casa de Elvis Presley em Memphis
⭐Museu Nacional dos Direitos Civis
450 Mulberry Street.
De quarta a segunda, das 9h às 17h. Entrada: US$ 16.
➡️ Meu roteiro musical nos Estados Unidos
Desde 1992, Graceland está aberta ao público e é a segunda residência mais visitada dos EUA atrás apenas da Casa Branca.
As 650 mil pessoas que passam pelo refúgio de Elvis todos os anos podem percorrer a maioria dos ambientes da mansão (o segundo andar é fechado à visitação).
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Meu autorretrato na sala de visitas de Elvis e, à direita, um de seus pianos em um museu de Graceland |
Elvis está sepultado em Graceland, no Jardim da Meditação, que era seu lugar favorito na propriedade. Ao lado de seu túmulo estão as sepulturas de sua avó Minnie, e de seus pais Vernon e Gladys.
A casa de Elvis é uma visita para o dia inteiro. O melhor jeito de chegar lá é com o micro-ônibus que sai do Rock’n’Soul Museum, no Centro de Memphis.
Graceland ganhou um post exclusivo.
Dá uma olhada: Graceland, a casa de Elvis Presley em Memphis
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Quem ama o Blues e o Rock'n'Roll precisa conhecer a luta dos homens e mulheres que forjaram esses acordes. O Museu Nacional dos Direitos Civis é emocionante |
450 Mulberry Street.
De quarta a segunda, das 9h às 17h. Entrada: US$ 16.
O Movimento pelos Direitos Civis nos EUA marcou os anos 60 do Século passado, mas a luta começou muito antes e está contada nesse museu impactante e imperdível.
Da escravidão à conquista de direitos básicos — como o de votar e de frequentar a escola que escolhessem e até ocupar o assento que quisessem no transporte público — os descendentes de africanos enfrentaram e ainda enfrentam uma dura caminhada nos EUA. Tão difícil quanto a dos negros no Brasil.
O Museu Nacional dos Direitos Civis está instalado em três edifícios. O pavilhão principal é o Lorraine Motel, em cuja varanda Martin Luther King recebeu o tiro fatal de um racista, às 18:03h do dia 4 de abril de 1968.
Super interativo, o museu é um mergulho — incômodo, inquietante e extremamente necessário — numa história que não pertence apenas aos EUA, mas à humanidade. É uma visita que vai ocupar pelo menos um turno, mas vale muito a pena.
O Museu Nacional dos Direitos Civis ganhou um post só pra ele aqui na Fragata. Passa lá pra ver 😊.
⭐Parada dos patos do Hotel Peabody
O Museu Nacional dos Direitos Civis ganhou um post só pra ele aqui na Fragata. Passa lá pra ver 😊.
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A passeata dos patos (pé de pato, mangalô três vezes) e, à direita, o Hotel Peabody visto da janela do meu quarto em Memphis |
⭐Parada dos patos do Hotel Peabody
149 Union Avenue, Downtown. Diariamente, às 11h e às 17
horas. Grátis
Essa atração de Memphis que eu acabei perdendo — bastante de propósito, aliás. Afinal, essa história de patos fazendo passeata escangalhou com o Brasil, né?
Essa atração de Memphis que eu acabei perdendo — bastante de propósito, aliás. Afinal, essa história de patos fazendo passeata escangalhou com o Brasil, né?
Os patos do Hotel Peabody, porém, fazem um baita sucesso com
os turistas, especialmente as crianças. Duas vezes por dia, os bichos descem de elevador, desde a
cobertura do hotel, onde vivem, para brincar na fonte que fica no lobby do
Peabody.
A parada dos patos tem até trilha sonora de banda marcial tocando
marcas de John Phillip de Sousa.
É uma tradição de mais de 90 anos, iniciada em uma bebedeira: o gerente do Peabody voltou de uma caçada em águas e achou engraçado colocar uns patos para nadar na fonte do hotel. O sucesso foi tanto que a gracinha passou a ser repetida diariamente, para alegria dos hóspedes.
É uma tradição de mais de 90 anos, iniciada em uma bebedeira: o gerente do Peabody voltou de uma caçada em águas e achou engraçado colocar uns patos para nadar na fonte do hotel. O sucesso foi tanto que a gracinha passou a ser repetida diariamente, para alegria dos hóspedes.
Depois
disso, um treinador de animais chamado Bellman Pembroke resolveu ensinar os
patos a marcharem pelo lobby do hotel, antes do mergulho.
➡️ Meu roteiro musical nos Estados Unidos
Roteiro musical nos EUA - Jazz, Rock e Blues em Nova Orleans, Nashville e Memphis
Ingressos nos Estados Unidos: como organizei meu roteiro musical
Bagagem prática: 2 semanas, 2 estações e uma mala de mão
Nova Orleans
Os Estados Unidos na Fragata Surprise
Ingressos nos Estados Unidos: como organizei meu roteiro musical
Bagagem prática: 2 semanas, 2 estações e uma mala de mão
Roteiro em Memphis nos passos de Elvis
Graceland, a casa de Elvis Presley em Memphis
Memphis - Museu Nacional dos Direitos Civis
Graceland, a casa de Elvis Presley em Memphis
Memphis - Museu Nacional dos Direitos Civis
Hospedagem em Memphis: ótimo hotel perto das grandes atrações
Transporte em Memphis - como chegar e como circular pela cidade do Blues
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Oi, Cyntia. Tudo bem? :)
ResponderExcluirSeu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie