20 de junho de 2011

Santos X Peñarol: final da Libertadores em Montevidéu

Torcida do Santos na final da Libertadores em Montevidéu
Será que o Vulcão Puyehue estava jogando junto com os alvinegros?
(Foto: Diário El País)

Adoro meus amigos do jeito que eles são. Isso significa apoiar e vibrar com suas viagens e "viagens", por mais estranhas que elas pareçam. 

Por exemplo, Glauco Eggers, um santista tão fanático que foi capaz de atravessar o continente e desafiar até um vulcão, só para assistir a um jogo dos Anos 60.

Santos e Peñarol começaram a decidir a Taça Libertadores da América na última quarta-feira. Um clássico vintage, disputado numa Montevidéu sempre deliciosamente retrô. 

O jogo,  zero a zero, até que foi empolgante — com várias materializações do Sobrenatural de Almeida, salvando alguns gols feitíssimos de ambos os times.

Erupção do Vulcão Puyehue
Sua Alteza Vulcânica, o Puyehue, em ação
(Foto: Newscientist)

Mas nada do que rolou em campo foi páreo para as aventuras pré-jogo da torcida do Santos, que comeu o pão que o diabo amassou para chegar a Montevidéu: a erupção do Vulcão Puyehue provocou o cancelamento de centenas de voos no Sul do continente, levando ao desespero quem queria acompanhar seu time das arquibancadas do Estádio Centenário.

Dando sequência à série “Viagens dos Meus Amigos”, a Fragata Surprise orgulhosamente apresenta o relato de Glauco Eggers sobre suas peripécias rumo ao tricampeonato do Santos na Taça Libertadores das Américas — título que meu São Paulinho já ostenta desde 2005. 

Veja a seguir a primeira parte dessas aventuras:

Vamos ser Tri, Santos!!

Por Glauco Eggers 

Torcida do Santos em Montevidéu para jogo da Libertadores
Glauco (à esquerda) na Rodoviária de Montevidéu

"Minha querida amiga Cyntia, editora, fotógrafa, jornalista e dona deste blog já havia me convidado a escrever algo sobre Ushuaia. É um compromisso sem data marcada, para ser cumprido, talvez, após um retorno à Patagônia.

Antes, porém, vou contar sobre a viagem que me levou a Montevidéu, as pessoas que conheci e o motivo da viagem — que, uma semana antes, era só uma possibilidade. Ou poderia ter um outro destino, como Santiago ou Buenos Aires. Depois de pensar muito sobre o título do conjunto desses relatos, cheguei ao único que sintetiza tudo: “Vamos ser tri, Santos!”.

Saí de João Pessoa, onde moro, dia 11 de junho. Fiz uma breve parada em São Paulo, de onde sou natural, e parti para Montevidéu, no dia 13.
Até Porto Alegre, de avião. Da capital gaúcha, tive que seguir de ônibus, por causa das cinzas do Vulcão Puyehue, que paralisaram o tráfego aéreo no Sul do Brasil, no Uruguai, na Argentina e no Chile.

Doze horas de Porto Alegre a Montevidéu, para ver o Santos enfrentar o Peñarol, na primeira partida da final da Libertadores da América.
Estádio Centenário, Montevidéu
O palco do primeiro jogo do tri
(Foto: Glauco Eggers)
O Povo Mapuche, que partilha o território do Puyehue, reconhece que os vulcões estão no Andes muito antes deles. Em vez de reclamar das cinzas, fizeram uma cerimônia para acalmar o espírito que acreditam residir na montanha, o Pillán do Puyehue. Dizem não compreender o porquê de sua atual ira.
Os mapuches entendem muito mais de vulcão do que eu. Mas, desta vez, é possível que eles não tenham todos os elementos para interpretar o Pillán.
Hue (fala-se ) significa lugar, localidade, região. Puye é um tipo de peixe, parecido com as sardinhas — como os rivais, às vezes, se referem aos santistas.
Puyehue, portanto, é o lugar dos peixes. Talvez o Pillán, longe de irado, esteja feliz: iniciou suas atividades logo após a confirmação das equipes que disputam as finais da Libertadores 2011.
Reduziu a atividade na madrugada do dia 14, abrindo uma janela para o time do Santos chegar de avião a Montevidéu. Faz sentido: os mapuches consideram o espírito do Puyeuhe uma entidade benigna.
Jogo Santos X Peñarol, final da Libertadores em Montevidéu
Esse fumacê não tem nada a ver com o vulcão. É a torcida do Peñarol, mandando ver com os sinalizadores
(Foto: Diário El País)

Dicas práticas
Duas empresas de ônibus fazem o trecho Porto Alegre-Montevidéu, a TTL (Transportes Turismo Ltda) e a EGA (Empresa General Artigas). Ambas cobram R$ 157,00. 

Escolhi a segunda, que oferece o jantar e o café-da-manhã a bordo, reduzindo o número de paradas e o tempo de viagem — são 12 horas na EGA e 14 na TLL. É uma boa economia de tempo, mas pode desesperar quem deseja dar alguns passos do lado de fora do ônibus ou fumar. 

Nesse caso, aproveite a parada nas aduanas, em Chuí. É a única chance em toda a viagem. A duração do percurso pode variar um pouco, por conta das condições climáticas e do tempo de espera nas aduanas brasileira e uruguaia.
Dicas gerais
Meu roteiro por Montevidéu, Punta, Colonia e Buenos Aires
Dicas práticas – como chegar, circular e onde ficar
Salva por um Chivito – o clássico sanduba da Banda Oriental
O diário de Pantagruel no Prata – uma farra gastronômica
“Jugosa, por favor!” Comer bem em Montevidéu
Livros, discos... as melhores compras em Montevidéu e Buenos Aires

Passeios
O charme de uma cidade cativante
O charme retrô de Montevidéu
Passeio pela Cidade Velha de Montevidéu

O Uruguai na Fragata Surprise
Colónia del Sacramento
Montevidéu
Punta del Este

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