Portal principal do Templo de Hagar Qim: vale muito a pena cabular algumas horas de praia pra ver essa maravilha maltesa |
São quase 6 mil anos de idade e muita beleza feita de imensos blocos de pedra — o maior deles pesa 57 toneladas —, atestado do engenho construtivo dos povos ancestrais de Malta.
Monólito de 57 toneladas no Templo de Hagar Qim, o maior já encontrado em Malta |
Templo de Mnajdra |
É bem fácil organizar a visita: dá pra ir de transporte público, partindo de cidades como Valeta ou Sliema, ou com o ônibus hop on - hop off, combinando o passeio com outras atrações, como a Golden Bay e a vila de Marsaxxlok.
O Parque Arqueológico de Hagar Qim é bem organizado para as visitas turísticas |
O Parque Arqueológico de Hagar Qim e Mnajdra é bem preparado para receber turistas, tem um centro de informações bacaninha e todo o percurso é sinalizado, com placas explicativas, pra a gente entender o que está vendo.
OK, Malta é mesmo um convite irrecusável ao hedonismo. A tentação de submergir no triângulo praias-farras-comilança é imensa. Mas recomendo que você reserve parte do seu tempo para explorar esses dois tesouros pré-históricos do país. Você vai ver que vale muito a pena.
Veja as dicas para visitar os templos megalíticos de Malta:
Os toldos foram colocados sobre os templos para protegê-los das chuvas e ventos que aceleram a erosão da pedra calcária das construções |
Templos megalíticos de Malta
Quando as primeiras pirâmides do Egito começaram a ser construídas — em Sacará, perto de Mênfis, a capital do Império Antigo —, por volta de 2.600 a. C., o Templo de Hagar Qim já olhava para as águas do Mediterrâneo há mais ou menos 1.000 anos.As primeiras pedras, gigantescas pedras, de Hagar Qim e Mnajdra começaram a ser assentadas por volta do ano 3.600 a.C. e a construção prosseguiu até cerca de 3.200 a.C.
Templo de Manjdra |
Esta porta de acesso a uma das câmaras de Hagar Qim foi esculpida em um único bloco de calcário. Os arqueólogos acreditam que ela fosse fechada por placas de madeira ou uma cortina de couro de animal |
Um altar do Templo de Hagar Qim. Esta peça é uma cópia. O original está no Museu Nacional de Arqueologia, em Valeta |
Hagar Qim e Mnajdra não são os únicos templos megalíticos de Malta. Um exemplo é o complexo de Tarxien (datado de 3.250), que fica em área urbana, e também é muito visitado.
Altar no Templo de Hagar Qim |
Estudos recentes de DNA apontam que as ilhas maltesas foram
originalmente povoadas por migrações provenientes das orlas do Mediterrâneo. Acredita-se
que o solo pouco fértil de Malta e uma longa seca tenham levado à extinção
dessa primeira civilização, cerca de 1.000 anos antes da chegada dos construtores
dos templos megalíticos.
Esses chegaram a Malta por volta de 3.850 a.C., numa leva
migratória provavelmente vinda da Sicília. Eles viveram da pesca e da
agricultura, ergueram suas espetaculares estruturas de calcário e desapareceram
por volta de 2.500 a.C. — talvez em decorrência de mais um longo período de
estiagem.
As figurinhas humanas de largas ancas eram presença constante nos templos megalíticos. Segundo os arqueólogos, elas eram utilizadas em rituais de fertilidade |
A Vênus de Malta, encontrada em Hagar Qim está no Museu Nacional de Arqueologia de Valeta |
A Vênus de Malta
A Vênus de Malta é uma figura de terracota encontrada na primeira câmara do Templo de Hagar Qim que, acredita-se, seria usada em rituais de fertilidade.
Nos templos de Malta foram encontradas muitas as representações da figura humana, em geral, com largas ancas, como os antigos entendiam os corpos férteis femininos. Parte dessas figuras apresentam seios enormes e o abdome crescido, como na gravidez.
A Dama Adormecida, figura de terracota encontrada no Hipogeu de Ħal Saflieni, uma antiga necrópole na atual cidade de Paola, ao lado de Valeta |
Uma figura muito bem preservada, A Dama Adormecida, foi encontrada no antigo centro ritual e cemitério hoje chamado de Hipogeu de Ħal Saflieni (3.300 a.C.- 3.000 a.C.), escavado na atual cidade de Paola, ao lado de Valeta. A peça também está no Museu Nacional de Arqueologia.
Comece o passeio pelo Centro de Visitantes, onde peças arqueológicas, painéis explicados e um vídeo ajudam a compreender o que você verá nos templos |
➡️ Como chegar: o endereço do Parque Arqueológico é Triq Hagar Qim, vila de Qrendi. Várias linhas de ônibus regulares passam por lá (desça na parada Hagar) e a maneira de descobrir qual o melhor trajeto pra você é usar o planejador de rotas do site oficial do transporte público de Malta.
Eu visitei os templos megalíticos de Malta com o ônibus hop on-hop off e aprovei a alternativa |
Uma coisa boa de viajar nos ônibus hop on-hop off é poder ver a paisagem |
Uma trilha liga os templos de Hagar Qim e Mnajdra. São só 600 metros, mas a caminhada sob o sol pode ser cruel. Leve chapéu e garrafinha de água na visita |
De novembro a maio: todos os dias das 9:00 às 17:00 horas.
➡️ Ingresso
Adultos: €10 (R$65,50)
Jovens de 12 a 17 anos, maiores de 60 anos e estudantes: €7,50 (R$49,10)
Crianças de 6 a 11 anos: €5,50 (R$36)
Menores de 5 anos: entrada gratuita.
Placas em maltês e inglês nas diversas áreas dos templos oferecem informações úteis durante a visita |
Ao chegar ao Parque Arqueológico de Hagar Qim, comece seu percurso pelo Centro de Visitantes, onde é exibido um vídeo sobre a história e a construção dos templos que, juntamente com painéis explicativos, ajudam na compreensão do que vamos ver a seguir, cara a cara com as construções.
Detalhe do pátio externo do Templo de Mnajdra |
Planta do Templo de Hagar Qim |
Cerca de 600 metros de descida suave pelo morro levam ao Templo de Mnajdra (L-Imnajdra em maltês, pronuncia-se náidra), que está quase pendurado sobre o mar, na beira da falésia. Ele também está protegido por uma cobertura e pode ser explorado na parte interior.
No caminho entre os templos, preste atenção à Torre Ħamrija, que aparecerá à sua esquerda. Ela foi um posto de vigia construído no Século 17, ainda no tempo dos Cavaleiros da Ordem de Malta, e está aberta ao público 24 horas, recém restaurada, com entrada gratuita. Fica a cerca de 400 metros do Templo de Mnajdra.
Filfla, uma das menores ilhas do arquipélago de Malta, vista do Templo de Mnajdra |
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Muitíssimo interessante! Não sabia que isso existia até agora! Mais vontade de ir pra Malta agora!
ResponderExcluirFer, Malta tem muitas surpresas. Baita destino
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