Sliema vista da minha varanda, no 19º andar do hotel, em Tigné Point |
Quando o assunto é hospedagem em Malta, Sliema desponta como a opção mais atraente. A cidade ocupa a ponta de terra que está imediatamente ao Norte da capital, Valeta, tem algumas das praias mais movimentadas da ilha e reúne uma vasta gama de opções em hotéis, restaurantes, comércio e vida noturna.
Apontada como a cidade mais “cosmopolita” de Malta — ao lado de sua vizinha Saint Julian's —, Sliema mistura bem suas porções de balneário turístico e área residencial. Além disso, a cidade é muito bem servida pelo transporte público, o que facilita bastante os passeios pelas diversas atrações do país.
A Promenade de Sliema tem cada vista de deixar a gente boba |
É, eu disse país, mesmo. É que Malta é tão pequenininha que suas cidades parecem bairros de uma cidade de porte médio. Tem um território de 316 km² no total. A Ilha de Malta, a maior do arquipélago, tem 276 km². Para dar uma ideia: o Distrito Federal, menor das unidades federativas brasileiras, tem 5.780 km².
Quem se hospeda em Sliema, portanto, tem a comodidade de chegar a praticamente todo canto usando o bom sistema de ônibus e ferries de Malta.
Minha praia em Malta: era só atravessar a rua e tchibum no mar |
Eu passei sete maravilhosos dias em Malta hospedada em Tigné Point, a pontinha da península de Sliema, e super aprovei a minha escolha.
Meu hotel, o The Seafront Tower Suites fica de cara para a melhor praia do pedaço — era só atravessar a rua e tchibum no mar — com uma vista espetacular para o porto turístico e o azul das águas maltesas.
Veja as dicas para escolher seu alojamento na deliciosa Malta:
Hospedagem em Malta – Sliema
Sliema fica ao Norte de Valeta e muito bem conectada com as atrações de Malta pelo transporte público. Abaixo, o Forte Manuel fotografado do ferry que faz a travessia Sliema-Valeta |
Sliema é um quase-triângulo que avança para o mar na Costa Leste de Malta, uma das pontas de terra que abraçam o Porto de Marsamxett. Sua origem foi uma vila de pescadores onde ricos veraneavam e os militares britânicos montaram base, no Século 19.
Em língua maltesa, Sliema significa “paz” e era a palavra usada como saudação, como o salaam dos árabes — afinal, o idioma maltês é derivado do árabe. Para pronunciar direitinho, diga Sliima, esticando o i. Em maltês, o nome da cidade é Tas-Sliema.
Praia na altura de Triq it-Torri ("Estrada da Torre"¨), na orla Leste. Abaixo, a Promenade de Sliema no mesmo trecho |
Hoje, Sliema tem 22 mil habitantes e faz parte de uma área conurbada que inclui cidades como Saint Julian’s, Gzira, San Ġwann, Ta' Xbiex e Valeta.
Isso significa que você chega e sai de Sliema sem perceber que mudou de cidade. Uma caminhada de apenas 1,6 km separa Tigné Point, o extremo Leste da cidade, da fronteira com Gzira, a vizinha mais próxima a Oeste — menos do que o trajeto entre o Forte de Copacabana e o Posto 4, no Rio de Janeiro.
A "orla Sul" de Sliema |
É possível, entretanto, dizer que Sliema se divide em duas partes mais ou menos distintas: a que vou chamar de orla Sul (ix-Xatt), voltada para a Marina e onde está o terminal dos ferries para Valeta, é mais simples, tem uma cara mais Copacabana. A orla Leste, a área de Torri, é mais elegante, com um certo sotaque Ipanema/Leblon.
A orla Sul também é a “cidade baixa” de Sliema, coladinha com o nível do mar. Da beira d’água, porém, já começam a brotar ladeiras íngremes que levam ao cocuruto do bairro e à orla Leste, que se assenta sobre uma falésia baixa, debruçada sobre o mar.
O Independence Garden, com a cidade de Saint Julian's ao fundo |
A Promenade de Sliema
Toda a beira-mar de Sliema é acompanhada por um calçadão delicioso para passeios de manhãzinha ou no final da tarde — sim, porque em pleno outubro fazia um calor de derreter catedrais em Malta, a partir de umas 9:30h até perto do pôr do sol.
A Promenade de Sliema começa na divisa com a cidade de St. Julian’s, na orla Leste, contorna o nariz de Tigné Point e chega até Gzira, acompanhando a orla Sul.
O Centro Histórico de Valeta visto da Promenade em Tigné Point. Abaixo, o pôr do sol em Triq ix-Xatt ("Estrada da Beira-Mar") |
Na parte alta da cidade, a Promenade é mais elegante, arborizada, cheia de pracinhas com bares convidativos e mesas ao ar livre. É nesta parte, também, que fica o Independence Garden (Ġnien Indipendenza), com parquinho infantil, fontes e lanchonetes.
Em ix-Xatt, a Promenade é bem mais modesta e pouco arborizada, mas a vista para a Marina, para o Forte Manoel e Valeta fazem cada banquinho do calçadão valer ouro, numa pausa para contemplação.
Orla sul de Sliema: a Igreja de Jesus de Nazaré (In-Nazzarenu), em frente ao terminal dos ferries. Abaixo, a pracinha de Santa Ana, cheia de sorveterias |
Entre essas duas partes (literalmente, porque é o ângulo agudo do triângulo), fica Tigné Point, onde me hospedei.
Para saber como ir do Aeroporto Internacional de Malta a Sliema, veja:
Dicas práticas de Malta - como organizar sua viagem
Tigné Point, meu lar em Malta
Tigné Point é uma “área nova” de Sliema. Historicamente, era chamada de Punta di Santa Maria e abrigou algumas fortificações dos Cavaleiros Cruzados.
Foram os britânicos, porém, que fortificaram massivamente a área e instalaram os alojamentos de seus soldados em Tigné Point — a Grã-Bretanha ocupou Malta em 1800 e manteve controle sobre o país mesmo após a independência, em 1947, retirando-se completamente apenas em 1979.
Quando os britânicos foram embora, suas construções viraram ruínas e a área ao redor era um lugar onde os malteses não recomendariam um passeio.
Quando eu me deparei com a vista escandalosa da ampla varanda de meu apartamento em The Seafront Tower Suites, dei até uns pulinhos de felicidade — depois de passar três noites no quartinho acanhado de uma pensão em Barcelona, quase tive um ataque de agorafobia nos mais de 40 m² de minhas acomodações em Sliema.
The Seafront Tower Suites funciona em uma torre de 24 pavimentos, de cara para o mar onde já funcionou o Fortina Hotel. A varanda do meu apartamento, no 19º andar, tinha uma senhora vista de 180 graus para a generosidade azul do Mediterrâneo.
Além de vista e muito espaço, o apartamento tinha bastante conforto: cama gostosa, ar condicionado irrepreensível (você ainda vai ler muito aqui que estava fazendo um calor baianíssimo em Malta), mesa de trabalho, tomadas por todos os cantos, luzes de cabeceira, TV com um monte de canais...
Os serviços de hotelaria se resumem à recepção para check-in e check-out, limpeza diária, fornecimento de produtos de toalete e um depósito de bagagens.
Não tem restaurante, bar, frigobar ou serviço de quarto. Fomes e sedes fora de hora são resolvidas nas máquinas para venda automática de salgadinhos de pacote e bebidas, no térreo do edifício.
Também não tem academia, business center ou piscina – os hóspedes podem usar a piscina do beach club que fica do outro lado da rua, em cima do mar, mas nem pensei no assunto, porque a praia era muito mais atraente.
O esquema do Seafront Tower Suites é bem impessoal e os horários de entrada e saída dos apartamentos são rígidos e não sujeitos a negociação — check-in a partir das 15h e check-out até o meio-dia.
Mas quem vai reclamar de impessoalidade quando está hospedada em um apartamento confortabilíssimo, com excelente localização e uma baita vista?
Pelo que li na internet, o Seafront Tower Suites vai ser incorporado a um novo Fortina Hotel, cinco estrelas com inauguração prevista para 2021.
Preço e relação custo/benefício do Seafront Tower Suites
Das cinco hospedagens que experimentei nessa viagem (que incluiu três etapas em Barcelona e mais uma na adorável Valência), foi no Seafront Tower Suites que paguei as diárias mais caras (€ 94 ), mas foi lá que encontrei a melhor relação custo benefício, em um empate com o B&B Almirante, meu pouso em Valência.
Uma diária de € 94 está a muitos quilômetros de ser barata, nos meus padrões de orçamento — mesmo antes do câmbio entrar no surto psicótico de agora (set/2020). Mas qualquer viagem que inclua Barcelona no roteiro faz os preços da maioria dos outros lugares parecerem pagáveis.
Dicas práticas de Malta - como organizar sua viagem
Tigné Point, meu lar em Malta
Tigné Point é uma “área nova” de Sliema. Historicamente, era chamada de Punta di Santa Maria e abrigou algumas fortificações dos Cavaleiros Cruzados.
Minha estonteante vizinhança, com vista inenarrável para Valeta e para a Marina de Sliema (abaixo) |
Foram os britânicos, porém, que fortificaram massivamente a área e instalaram os alojamentos de seus soldados em Tigné Point — a Grã-Bretanha ocupou Malta em 1800 e manteve controle sobre o país mesmo após a independência, em 1947, retirando-se completamente apenas em 1979.
Quando os britânicos foram embora, suas construções viraram ruínas e a área ao redor era um lugar onde os malteses não recomendariam um passeio.
As instalações de The Point Shopping Mall preservam fortificações alojamentos dos militares britânicos |
Nos últimos 20 anos, porém, Tigné Point recebeu um baita banho de loja, ganhando edifícios chiques e super modernos, que só faltam despencar sobre o mar, e The Point Shopping Mall, cheio de marcas famosas que é o maior do país.
Praia de Tigné Point
A revitalização do bairro foi boa para turistas e malteses, que passaram a frequentar com tranquilidade a Praia de Tigné Point, um show de bola de águas calmíssimas, com uma vista para o Centro Histórico de Valeta hipnotizante.
Tigné Point Beach é a prova de que uma baita praia não precisa de areia. A área seca da farra é uma mistura de blocos de pedra e restos de concreto das construções inglesas.
Praia de Tigné Point
A revitalização do bairro foi boa para turistas e malteses, que passaram a frequentar com tranquilidade a Praia de Tigné Point, um show de bola de águas calmíssimas, com uma vista para o Centro Histórico de Valeta hipnotizante.
A prova que que uma baita praia não precisa de areia — e euzinha descabelada, torrada de sol e feliz da vida |
Tigné Point Beach é a prova de que uma baita praia não precisa de areia. A área seca da farra é uma mistura de blocos de pedra e restos de concreto das construções inglesas.
Como essa plataforma chega a ficar a mais de um metro acima do nível da água, dependendo da maré, diversa escadinhas de piscina ajudam os banhistas a entrar e — principalmente — a sair do mar.
Ah, e convém avisar que o mar em Tigné Point não dá pé pra gente com 1,60m de altura, como eu. Se você não tem pelo menos dois metros de altura ou não consegue flutuar sem se debater, leve uma boia quando for tomar banho de mar.
Onde me hospedei em Sliema
⭐The Seafront Tower Suites
SLM 3012, Tigné Seafront, Tas-Sliema
Santa escadinha de piscina pra ajudar a gente a sair da água... |
Ah, e convém avisar que o mar em Tigné Point não dá pé pra gente com 1,60m de altura, como eu. Se você não tem pelo menos dois metros de altura ou não consegue flutuar sem se debater, leve uma boia quando for tomar banho de mar.
Onde me hospedei em Sliema
⭐The Seafront Tower Suites
SLM 3012, Tigné Seafront, Tas-Sliema
Diária, sem café da manhã, de € 94
O The Seafront Tower Suites, meu hotel em Malta, funciona neste espigão |
Quando eu me deparei com a vista escandalosa da ampla varanda de meu apartamento em The Seafront Tower Suites, dei até uns pulinhos de felicidade — depois de passar três noites no quartinho acanhado de uma pensão em Barcelona, quase tive um ataque de agorafobia nos mais de 40 m² de minhas acomodações em Sliema.
The Seafront Tower Suites funciona em uma torre de 24 pavimentos, de cara para o mar onde já funcionou o Fortina Hotel. A varanda do meu apartamento, no 19º andar, tinha uma senhora vista de 180 graus para a generosidade azul do Mediterrâneo.
A noite maltesa contemplada da varanda do meu apartamento no Seafront Tower Suites |
Além de vista e muito espaço, o apartamento tinha bastante conforto: cama gostosa, ar condicionado irrepreensível (você ainda vai ler muito aqui que estava fazendo um calor baianíssimo em Malta), mesa de trabalho, tomadas por todos os cantos, luzes de cabeceira, TV com um monte de canais...
O banheiro é moderno, bem conservado. Tem jacuzzi, secador de cabelos e uma ducha deliciosa.
Estou chamando o Seafront Tower Suites de “hotel”, mas, na verdade, ele funciona mais como um conjunto de apartamentos para aluguel turístico.
Meu apartamento |
Os serviços de hotelaria se resumem à recepção para check-in e check-out, limpeza diária, fornecimento de produtos de toalete e um depósito de bagagens.
Não tem restaurante, bar, frigobar ou serviço de quarto. Fomes e sedes fora de hora são resolvidas nas máquinas para venda automática de salgadinhos de pacote e bebidas, no térreo do edifício.
Este beach club fica bem em frente ao hotel e os hóspedes podem frequentar a piscina |
Também não tem academia, business center ou piscina – os hóspedes podem usar a piscina do beach club que fica do outro lado da rua, em cima do mar, mas nem pensei no assunto, porque a praia era muito mais atraente.
O esquema do Seafront Tower Suites é bem impessoal e os horários de entrada e saída dos apartamentos são rígidos e não sujeitos a negociação — check-in a partir das 15h e check-out até o meio-dia.
Mas quem vai reclamar de impessoalidade quando está hospedada em um apartamento confortabilíssimo, com excelente localização e uma baita vista?
O banheiro do apartamento: depois do banho de mar, ainda tinha esta banheirona (dir) |
Pelo que li na internet, o Seafront Tower Suites vai ser incorporado a um novo Fortina Hotel, cinco estrelas com inauguração prevista para 2021.
Preço e relação custo/benefício do Seafront Tower Suites
Das cinco hospedagens que experimentei nessa viagem (que incluiu três etapas em Barcelona e mais uma na adorável Valência), foi no Seafront Tower Suites que paguei as diárias mais caras (€ 94 ), mas foi lá que encontrei a melhor relação custo benefício, em um empate com o B&B Almirante, meu pouso em Valência.
Minha hospedagem em Malta teve conforto e excelente localização |
Uma diária de € 94 está a muitos quilômetros de ser barata, nos meus padrões de orçamento — mesmo antes do câmbio entrar no surto psicótico de agora (set/2020). Mas qualquer viagem que inclua Barcelona no roteiro faz os preços da maioria dos outros lugares parecerem pagáveis.
Por exemplo: paguei € 92 de diária em um hotel muitíssimo mais simples, na capital catalã (veja as dicas: Hospedagem em Barcelona - Gràcia e Eixample).
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