1 de março de 2022

O que fazer em Valeta, Malta

Valeta, Malta

Valeta é linda vista assim, de longe e de "corpo inteiro". Mas é de pertinho e nos detalhes que ela arrebata o coração


Balcões malteses e ladeira em Valeta, Malta

Se você for confiar apenas no que os mapas mostram, vai acabar programando pouco tempo para explorar a capital de Malta. Mas não cometa esse erro: ainda que ela seja pequenininha, tem muito o que fazer em Valeta.

Em uma área com menos de 1 km² (menos de um terço do tamanho do Centro Histórico de Salvador) estão concentradas atrações que rendem facinho dois ou três dias de passeios muito lindos.

Valeta, Malta
Chegar a Valeta de ferry, atravessando o Grand Harbour, dá direito a essa paisagem

Sim, Valeta é pequenininha e compacta. Tem cerca de 6 mil habitantes e pode ser atravessada de uma ponta à outra em meia hora — a distância do Forte Saint Elmo, à beira-mar, até a divisa com a cidade de Floriana é de apenas 1,5 km. 

Mas essa é uma caminhada que ninguém em sã consciência vai fazer nessa velocidade, porque tem muuuuuita beleza pelo caminho.

Auberge de Castille e estátua de Manwel Dimech em Valeta, Malta

A estátua do socialista Manwel Dimech contempla o Auberge de Castille. Construído no Século 18 para ser moradia dos cruzados de língua espanhola, hoje o edifício abriga os escritórios do primeiro ministro de Malta


Fonte dos Tritões, Malta
Na divisa entre Valeta e Floriana, a Fonte dos Tritões virou uma das logomarcas da capital maltesa

Chamada simplesmente de Il-Belt, ou “A Cidade”, pelos malteses — mesmo apelido que os bizantinos deram a Constantinopla (hē Polis) —, Valeta foi fundada pelos cruzados (os Cavaleiros da Ordem de São João ou Ordem de Malta) em 1566, para ser a capital do país. 

O local escolhido para a nova cidade foi a península imediatamente ao Norte das Três Cidades, em cuja ponta já estava o Forte Saint Elmo, onde hoje funciona o Museu da Guerra/National War Museum.

Co_Catedral de São João, Valeta, Malta

Depois do cerco otomano, os cruzados fundaram Valeta para ser uma praça forte inexpugnável. Mas nem só de muralhas e bastiões se fez a capital maltesa, como prova a Co-Catedral de São João

 
Como já contei aqui na Fragata, a fundação de Valeta foi decidida logo após o Grande Cerco de Malta, quando os cruzados e os locais resistiram ao feroz assédio dos otomanos nas muralhas da então capital, Birgù, e das cidades de Senglea e Cospicua (as Três Cidades de Malta).

Liderados pelo grão-mestre da ordem, Jean Parisot de Vallette (de quem a cidade herdou o nome), os cavaleiros plantaram sua nova capital debruçada sobre os portos de Marsamxett e Grand Harbour e dotada de todas as sofisticações defensivas que se conhecia na época — e de belíssimos palácios, igrejas e jardins.

Sede do Parlamento de Malta, projetada por Renzo Piano
A sede do Parlamento de Malta, inaugurada em 2015, foi projetada pelo arquiteto Renzo Piano


Valeta, Malta
Os balcões típicos de Malta dão um colorido especial à paisagem urbana de Valeta

O resultado disso é uma cidade deslumbrante, talhada em pedra dourada, linda de se ver de longe e deliciosa para ser explorada de perto, a cada cantinho, ladeira, escadaria ou ruela tortuosa — sim: subir e descer escarpas é parte da aventura.

Além de caminhar à toa por Valeta, reserve tempo para ver com calma atrações imperdíveis, como a Co-Catedral de São João, a Casa Rocca Piccola, os Upper Barrakka Gardens e o Museu Nacional de Arqueologia de Malta.

Bora passear em Valeta?

Antiga Ópera de Valeta, Malta
A antiga casa de ópera de Valeta (Royal Opera House) é um legado dos britânicos e foi inaugurada em 1866. Destruída por um bombardeio, durante a II Guerra, foi transformada em um teatro ao ar livre, com projeto de Renzo Piano

O que fazer em Valeta, Malta

Como chegar e como explorar Valeta

Antes (e depois, também) de visitar as atrações mais famosas, experimente caminhar à toa pelas ruas de Valeta. E prepare as panturrilhas, porque esses passeios vão colocar muitas ladeiras e escadarias no seu roteiro.

As principais atrações de Valeta (aquelas que a gente entra e vê por dentro, geralmente pagando ingresso) ficam no “cocuruto” da cidade, no alto da península onde foi construída a capital. O trajeto entre elas é relativamente plano.

Paisagem noturna de Valeta, Malta
A paisagem noturna de Valeta, vista de Sliema

Se você chegar a Valeta de ônibus, vai caminhar até os Upper Barrakka Gardens, Co-Catedral de São João, Museu Arqueológico Nacional, Palácio do Grão-Mestre e Casa Rocca Piccola, por exemplo, sem enfrentar muitos desníveis de terreno. O terminal rodoviário da capital maltesa fica nesse mesmo cocuruto, bem pertinho de todas essas pontos turísticos.

Como é fácil de imaginar, Valeta está conectadíssima a todas as cidades de Malta e, onde quer que você se hospede, vai encontrar muitas linhas de ônibus que levam à capital.

Valeta, Malta
Não importa quão estreito seja o beco, a vista é sempre para o mar

Agora, se você chegar a Valeta de ferry boat (como eu gostava de fazer), vai ter que escalar ladeiras até o alto da cidade. Pra quem vem das Três Cidades tem a alternativa do Elevador dos Upper Barrakka Gardens (Barrakka Lift), que conecta o cais de Valeta aos jardins, quase 60 metros acima da beira d’água.

 A passagem do Barrakka Lift custa € 1. Mas se você apresentar o tíquete do ferry (€ 1,50), não precisa pagar para usar o serviço.

Elevador dos Upper Barrakka Gardens, Valeta, Malta
O Barrakka Lift é um elevador panorâmico que liga o cais de Valeta à parte alta da cidade

Se você vier de ferry de Sliema para Valeta, como era o meu caso, vai ter mesmo que encarar as ladeiras. E, ainda que os joelhos reclamem, garanto que você vai adorar a caminhada. Suba com calma, saboreando as belas fachadas e os lampejos azuis do mar, que aparece ao fim de cada bequinho transversal.

Veja como se locomover em Valeta e em outras cidades de Malta
Transporte em Malta: ah, como é fácil!

O que ver em Valeta

Os edifícios mais bonitos de Valeta são obras dos cruzados, que construíram a cidade (a partir de 1566) e a cobriram de palácios, igrejas e jardins ao longo de mais de dois séculos — até serem desalojados de Malta por Napoleão, 1798.

Valeta, Malta

Os ingleses, que ocuparam Malta a partir de 1800, também deram uma forcinha, mas é inegável que as fachadas barrocas legadas à capital maltesa pelos cavaleiros da Ordem de São João são muito mais impressionantes.

Entre muitos edifícios anônimos e às atrações que já citei, preste atenção ao Auberge de Provence (hoje sede do Museu Nacional de Arqueologia), ao Auberge de Castille (que abriga os escritórios do primeiro ministro de Malta) e aos Lower Barrakka Gardens, a 800 metros de distância de seu “irmão mais alto”.

Balcões malteses, Valeta, Malta
Desafio você a resistir à paixão pelos balcões malteses

Balcões malteses, Valeta, Malta

Mas o traço mais marcante e encantador da paisagem urbana de Valeta (e de todas as cidades mais antigas de Malta) não são legado dos cruzados nem dos britânicos. O multicoloridos balcões malteses foram herdados da tradição árabe.

Pendurados nas fachadas históricas, os balcões malteses apaixonam até o olhar mais distraído. 

Balcões malteses, Valeta, Malta

Upper Barrakka Gardens, Valeta, Malta
A fonte dos Upper Barrakka Gardens refresca esse oásis urbano herdado dos cruzados italianos

Upper Barrakka Gardens

Endereço: 292 Triq Sant Orsla (Rua Santa Úrsula nº 292)
Horários: diariamente, das 7h às 22h
Entrada gratuita

Se eu tivesse que recomendar um lugar para você começar a explorar Malta — e veja que eu disse Malta, não apenas Valeta — seria os Upper Barrakka Gardens.

Upper Barrakka Gardens, Valeta, Malta
O Forte Saint Elmo, lá na pontinha da península de Valeta, fotografado do terraço dos Upper Barrakka Gardens

Upper Barrakka Gardens, Valeta, Malta
Os jardins embelezam as fortificações do Bastião de São Pedro e São Paulo. Essa foto foi feita de dentro da gaiolinha do Barrakka Lift

O mundo está cheio de mirantes maravilhosos, mas pouquíssimos lugares no planeta podem se gabar de serem um belvedere com vista para um país como esses jardins instalados no Bastião de São Pedro e São Paulo, na parte mais alta das fortificações de Valeta — esse título também pode ser reivindicado pelas muralhas de Mdina, a primeira capital maltesa.

Nos Upper Barrakka Gardens você vai encontrar banquinhos à sombra de árvores frondosas, uma fonte para refrescar o ambiente, um café e tudo mais que se espera de um oásis urbano.

Upper Barrakka Gardens, Valeta, Malta
A principal razão para ir aos Upper Barrakka Gardens é esta vista escandalosa para as Três Cidades. Os canhões são da Salute Battery, que saudava os navios que entravam no Grand Harbour

Upper Barrakka Gardens, Valeta, Malta

Mas o que realmente importa é a vista escandalosa do Grand Harbour e das Três Cidades de Malta que se descortina do belo terraço emoldurado por uma estrutura em arcos.

Os Upper Barrakka Gardens foram construídos para servir de espaço de lazer para os cavaleiros de língua italiana da Ordem de São João e permaneceram como área privada até a expulsão dos cruzados de Malta pelas tropas de Napoleão.

Upper Barrakka Gardens, Valeta, Malta
O terraço emoldurado por arcos é a parte mais concorrida dos Upper Barrakka Gardens, mas o espaço todo é um charme

Upper Barrakka Gardens, Valeta, Malta

Para chegar aos Upper Barrakka Gardens, basta caminhar os menos de 500 metros que os separam do Terminal Rodoviário de Valeta. Se você vem das Três Cidades, use o elevador (Barrakka Lift), como já expliquei lá no alto.

Na parte mais baixa do Bastião de São Pedro e São Paulo fica a Saluting Battery, bateria de canhões que era encarregada de saudar os navios que entravam no porto. Atualmente, os canhões são disparados diariamente, ao meio-dia e às 16 horas. 

Upper Barrakka Gardens, Valeta, Malta
Por incrível que pareça, encontrei uma mesa livre, à sombra de um guarda-sol, no café que funciona nos jardins

 Co-Catedral de São João

Endereço: Triq San Gwann s/n (St John’s Square ou Praça de São João)
Horários: de segunda a sexta, das 9:30h às 16:30h Sábados, das 9:30h às 12:30h. Fechada aos domingos e feriados.
Ingressos: € 15.

Co-Catedral de São João, Valeta, Malta
A Co-Catedral é todinha preciosa. Não perca essa visita por nada

Já escrevi um post inteirinho e cheio de fotos sobre a igreja-sede da Ordem dos Cavaleiros de São João. Então, esse item é só para insistir que você nem pense em deixar o esplendor barroco da Co-Catedral de fora do seu roteiro em Malta. 

Vá sem pressa para explorar cada detalhe.

As dicas dessa atração estão aqui: Malta: visita à Co-Catedral de São João, em Valeta

Co-Catedral de São João, Valeta, Malta

A arrebatadora beleza barroca da decoração interior da Co-Catedral de São João é responsabilidade, principalmente, do artista calabrês Mattia Preti (1613–1699), que também era cavaleiro da Ordem de Malta. 

Se você quiser ver mais da obra de Pretti, vale a visita ao Museu Nacional de Belas Artes de Malta (Mużew Nazzjonali tal-Arti), o MUŻA, que funciona no antigo Auberge d’Italie (a residência dos cruzados de língua italiana, na Merchants Street/Triq il-Merkanti). A entrada do museu custa € 10.

Valeta, Malta
Tá vendo aquela cúpula presidindo a paisagem? É a Igreja das Carmelitas

Basílica de Nossa Senhora do Monte Carmelo
(Madonna tal-Karmnu)

Endereço: Triq it-Teatru, ou Old Theater Street, entre Triq Marsamxett e West Street
Horários: segundas, quartas, sextas e domingos, das 6:30h ao meio-dia. Às terças, quintas e sábados, a igreja abre das 15:30h às 19h
Entrada gratuita.

Basílica de Nossa Senhora do Monte Carmelo, Valeta, Malta
Do piso à cúpula, a basílica é linda

Basílica de Nossa Senhora do Monte Carmelo, Valeta, Malta

Eu aposto que você não vai resistir à curiosidade de conhecer de perto essa igreja que vai cativar muito seu olhar, vista de longe, cada vez que contemplar o skyline de Valeta.

Sim, aquela cúpula enorme, que se eleva a 42 metros de altura e parece presidir o horizonte da capital maltesa, pertence à bonita Basílica de Nossa Senhora do Monte Carmelo, também chamada de Igreja das Carmelitas.

Basílica de Nossa Senhora do Monte Carmelo, Valeta, Malta
O avesso da cúpula

A Basílica de Nossa Senhora do Monte Carmelo é uma construção de 1570 — contemporânea da fundação de Valeta, portanto. O velho edifício, porém, foi quase aplastado pelos bombardeios que visavam o porto de Malta, durante a II Guerra Mundial.

Foi necessário um minucioso trabalho de reconstrução — 23 anos de obras — para que a igreja, a construção mais alta em Valeta, voltasse aos dias de glória.

Basílica de Nossa Senhora do Monte Carmelo, Valeta, Malta
A Basílica do Monte Carmelo foi arrasada por uma bomba, na II Guerra, e passou por um cuidadoso trabalho de reconstrução

No interior da basílica, claro que a grande atração é ver o “avesso” da famosa cúpula dourada — e descobrir que ela é oval e não redonda, como parece, vista de longe.

Depois de ficar com o pescoço torto de tanto olhar para cima, preste atenção às magníficas colunas em mármore vermelho e ao rico piso da igreja, também em mármore. Muito da decoração interior da Igreja das Carmelitas é herança da reconstrução, iniciada em 1958.

Casa Rocca Piccola, Valeta, Malta
Casa Rocca Piccola: um passeio pelo cotidiano da nobreza maltesa

Casa Rocca Piccola, Valeta, Malta

Casa Rocca Piccola
Endereço: 74 Republic Street, Valletta
Horários:  de segunda a sábado, das 10h às 17h.
Ingressos: € 9

A Casa Rocca Piccola é outra atração de Valeta que ganhou um post só pra ela, aqui na Fragata. O palácio do Século 16 é contemporâneo da fundação de Valeta e ainda é a residência de uma família de nobres malteses (os Piro).

É bem interessante percorrer as diversas dependências do palácio, adornados por muitas obras de arte, mobiliário e objetos decorativos.

Saiba mais sobre essa atração: Valeta, Malta: visita à CasaRocca Piccola

Mercado de Valeta, Malta
Sucumba aos frutos do mar, coelhos e outras delícias da culinária de Malta no Mercado de Valeta

Mercado de Valeta, Malta

Valetta Food Market/ Is-Suq Tal-Belt

Endereço: Triq il-Merkanti, s/n.
Horários: diariamente, das 8h às 22h.

Já falei sobre o Mercado de Valeta no post com dicas sobre o que comer e onde comer em Malta. O paladar é um elemento essencial em qualquer viagem e esse mercado é um ótimo lugar para fazer um intensivão sobre a culinária maltesa a preços muito moderados. 

Prove os pastizzi, os frutos do mar, o peixe lampuki, o coelho à moda maltesa  e outras delícias de Malta. Siga o link aí em cima para mais informações.

Muralhas de Valeta, Malta
Em vários trechos da muralha de Valeta você vai encontrar sombra, uma mesinha de bar e alguma paisagem linda. No caso dessa foto, a vista é para as Três Cidades

Muralhas de Valeta

Antes de estabelecer sua praça-forte em Malta, o quartel general cavaleiros da Ordem de São João era a Ilha de Rodes, no Dodecaneso. Até ser tomada pelos otomanos, em 1522, Rodes era considerada a mais inexpugnável fortaleza da cristandade no Mediterrâneo. 

Perder a cidade foi um baque violento para os cruzados, que passaram oito anos “morando de favor” em bases como Creta e Sicília.

Muralhas de Valeta, Malta
Tem horas que a gente não sabe dizer se é a muralha que abraça Valeta ou se é Valeta que cerca a muralha

Muralhas de Valeta, Malta

Quando finalmente receberam a posse de Malta, em 1530, os cavaleiros danaram a exercitar uma de suas principais habilidades, que era exatamente fortificar cidades. 

Se as povoações que eles já encontraram nas ilhas foram transformadas em poderosas praças-fortes, imagine o que não fizeram em Valeta, que saiu diretamente da prancheta dos cruzados para a vida real.

A perda de Rodes e o susto com o Grande Cerco de Malta, em 1565, certamente inspiraram o “furor fortificante” dos cruzados em Valeta.

Bastião de São João, muralhas de Valeta, Malta
O fosso que protegia o Bastião de São João virou um jardim

Posto de informação turística em Valeta, Malta
À sombra das muralhas, na altura do Valeta City Gate, esse posto de informações turísticas é um bom lugar para pegar um mapa da cidade e confirmar informações sobre as atrações

O já existente Forte Saint Elmo ganhou um super banho de loja bélico e a nova capital viu-se completamente cercada por cinturões de muralhas, interligados por nada menos do que nove bastiões, além de uma série de contraguardas e baterias. 

No século 17, esse conjunto defensivo era apontado como o mais invencível da Europa.

O prodígio de engenharia militar dos cruzados ainda é bem visível na Valeta contemporânea, mesmo após passar por várias modificações, desde o Século 16. 

Em tempos de paz e turismo, as fortificações da capital maltesa servem ao lazer e ao encantamento dos olhares. Muralhas e bastiões servem como belvederes e fossos viraram jardins.

Sede do Parlamento de Malta, projeto de Renzo Piano
Ainda que moderna, a sede do Parlamento de Malta, na Porta da Cidade, está bem integradinha à arquitetura tradicional de Valeta

sede do Parlamento de Malta, de Renzo Piano

 O toque mais contemporâneo nas seculares muralhas de Valeta é a Porta da Cidade (Valeta City Gate). Entre o Bastião de São João e o Bastião de Santiago — local onde desde o Século 16 havia um portão de acesso à capital — o arquiteto italiano Renzo Piano, o projetou um conjunto de obras que são uma releitura da arquitetura tradicional, como o edifício do Parlamento e a requalificação das ruínas da Royal Opera House, que hoje funcionam como teatro ao ar livre.

Renzo Piano é mais conhecido como um dos criadores do Centro Georges Pompidou, o Beaubourg, em Paris.

Palácio do Grão-Mestre da Ordem de malta, Valeta
Palácio do Grão-Mestre: de símbolo do poder dos cruzados a sede da Presidência da República de Malta

Palácio do Grão-Mestre da Ordem de Malta
Endereço: St. George’s Square

Horários: a sala do Trono e a Sala dos Tapetes podem ser visitadas de segunda a sexta, das 10h às 16h horas, e aos sábados e domingos das 9h às 16h. A Sala de Armas recebe visitantes diariamente, das 9h às 17h.

Ingresso: o bilhete para a visita completa (Palácio e Sala de Armas) custa €10

Palácio do Grão-Mestre da Ordem de Malta, Valeta
Em uma cidade que impressiona pelos balcões, é claro que o balcão do Palácio do Grão-Mestre tinha que ser um dos mais impressionantes

Uma das primeiras grandes obras em Valeta, na época da fundação, foi este palácio, instalado no coração da nova capital para servir de moradia e local de despacho dos grãos-mestres da Ordem dos Cavaleiros de São João, ou seja, a sede do governo da Malta dos cruzados.

Palácio do Grão-Mestre da Ordem de Malta, Valeta
A Sala de Armas é o espaço mais concorrido. Para aproveitar a sombra no pátio interno do palácio, não é preciso pagar ingresso

A tradição vale até hoje: o Palácio do Grão-Mestre é, atualmente, a sede da Presidência de Malta, depois de também ter servido como escritório do governo colonial britânico.

Apesar de sua função oficial, algumas partes do palácio estão abertas à visitação, como a Sala do Trono, a Sala dos Tapetes e a ala que funcionou como Sala de Armas. 

Museu Nacional de Arqueologia de Malta, em Valeta
Instalado no belo Auberge de Provence, o Museu Nacional de Arqueologia de Malta é uma atração imperdível em Valeta

Museu Nacional de Arqueologia

Endereço: Republic Street (entre as ruas Melita e San Gwann), no Auberge de Provence
Horários: fecha às segundas e quintas. Nos demais dias, abre das 9h às 16:30h
Ingresso: € 5. Crianças menores de cinco anos não pagam entrada. Estudantes (com documento comprovatório de matrícula, adolescentes (12 a 17 anos) e maiores de 60 anos pagam € 3,50. Para quem tem entre 6 e 11 anos, o bilhete custa € 2,50.

Site: National Museum of Archaeology

Museu Nacional de Arqueologia de Malta, Valeta
Malta foi o lar de civilizações bastante sofisticadas, já no período Neolítico

Instalado no belo Auberge de Provence, palácio do Século 16 que servia de moradia aos cavaleiros da Ordem de São João falantes da língua provençal, o Museu Nacional de Arqueologia de Malta foi a primeira atração que visitei em Valeta — e super recomendo.

A visita a esse museu é uma aulinha fundamental para a gente começar a entender a história de Malta, que começa muito antes da chegada dos fenícios, com as civilizações da Era Neolítica capazes de construir templos que são verdadeiros prodígios de engenharia e de produzir artefatos de imenso requinte.

Museu Nacional de Arqueologia de Malta, Valeta
Vá ao Museu Nacional de Arqueologia antes de visitar os templos megalíticos de Malta

Antes de visitar os espetaculares templos megalíticos de Hagar Qim e Mnajdra, na Costa Sul de Malta, minha passagem pelo Museu Nacional de Arqueologia já me deixou fascinada diante dos objetos que testemunham a sofisticação de sociedades que foram as donas da ilha há mais de 7 mil anos.

Veja também como foi minha visita aos templos:
Hagar Qim e Mnajdra, templos megalíticos de Malta mais antigos que as pirâmides do Egito  


As peças mais impressionantes do museu são as “vênus neolíticas”, representações da figura feminina de uma beleza tocante. As mais famosas são a Dama Adormecida, encontrada no Hipogeu de Ħal Saflieni (templo encontrado no que hoje é a cidade de Paola, do ladinho de Valeta, com cerca de 5 mil anos de idade), e a Vênus de Hagar Qim, símbolo de uma civilização com mais de 7 mil anos.

Museu Nacional de Arqueologia de Malta, Valeta
Uma "venus neolítica" maltesa

O Museu Nacional de Arqueologia de Malta também oferece uma visão sobre os períodos fenício e romano e épocas mais recentes.

Uma ala é dedicada à Coleção Numismática, com mais de 16 mil moedas, herança dos diversos conquistadores que passaram por Malta, como cartagineses, romanos, bizantinos, árabes, normandos, aragoneses, cruzados e ingleses.

Museu Nacional de Arqueologia de Malta, Valeta
O Grand Salon estava passando por obras de restauro na época da minha visita

 
Museu Nacional de Arqueologia de Malta
O Auberge de Provence era o alojamento dos cavaleiros cruzados de língua provençal

Uma atração à parte na visita ao Museu Nacional de Arqueologia de Malta é ver a elegância da decoração interior do Auberge de Provence

Durante minha visita, o famoso Gran Salon (usado para cerimônias e banquetes dos cruzados de língua provençal) estava cheio de andaimes, passando por cuidadosa restauração, mas dava uma boa ideia do luxo em que viviam os monges combatentes da Ordem de São João.



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