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O Homem controlador do universo, mural de Diego Rivera no Palácio Nacional de Belas Artes do México |
Minha maior inspiração para visitar o México tem nome e sobrenome: Diego Rivera. Eu já tinha tido o prazer de contemplar alguns de seus quadros em museus e exposições mundo afora, mas nunca tinha estado cara a cara com seus famosos murais, trabalhos que o consagraram no mundo das artes.
E essa foi a grande emoção da minha visita ao Palácio Nacional de Belas Artes, na Cidade do México.
Com esse item finalmente ticado na minha lista de desejos, posso afirmar sem medo de estar exagerando: os murais de Diego Rivera, sozinhos, já justificariam a viagem ao México.
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Palácio Nacional de Belas Artes: o exterior é Art Nouveau e as cúpulas de sugerem vulcões em erupção. O interior tem uma escandalosamente bela decoração em art-déco (abaixo) |
Concebido originalmente para ser uma casa de ópera, o Palácio Nacional de Belas Artes foi inaugurado em 1934, abrigando também um museu — uma feliz associação entre acervo, arquitetura e decoração que tornam o lugar uma atração imperdível na Cidade do México.
E eu ainda dei a tremenda sorte de visitar o Belas Artes quando estava em cartaz a fantástica exposição temporária Pinta La Revolución, dedicada à arte moderna mexicana produzida entre 1910 e 1950 e montada em parceria com o Philadelphia Museum of Art.
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Obras de Frida Kahlo na mostra temporária Pinta la Revolución: O Suicídio de Dorothy Hale e Autorretrato. Abaixo: Onde penduro o meu vestido |
Sim, porque o Palácio Nacional de Belas Artes está sempre oferecendo ótimas mostras temporárias, como as dedicadas a Toulouse-Latrec (2106), Leonardo da Vinci e Michelangelo (2015) e Cartier-Bresson (2014), só para citar as mais recentes.
Mais um motivo pra você colocá-lo no topo da sua lista de programas quando passar pela Cidade do México. Veja as dicas:
Palácio Nacional de Belas Artes, México
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O interior do Belas Artes é o céu para quem curte art-déco |
O que ver no Palácio Nacional de Belas Artes da Cidade do México
O acervo do Palácio Nacional de Belas Artes traça um painel que vai do Século 16 ao Modernismo do Século 20.
As maiores estrelas da coleção permanente são os murais que decoram o interior do edifício, obras de expoentes dessa arte.
Além de Diego Rivera, você verá os traços de José Clemente Orozco, Roberto Montenegro, David Alfaros Siqueiros e Rufino Tamayo, só a nata do Movimento Muralista.
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O acervo do Palácio Nacional de Belas Artes abarca do Século 16 ao Modernismo do Século 20 |
A Arquitetura do Palácio Nacional de Belas Artes
O Belas Artes espeço foi planejado como um teatro de ópera nos padrões das grandes casas do gênero do mundo e projetado em estilo Art-Nouveau, como mandava o gosto da época de sua construção.
A sala de concertos do Palácio Nacional de Belas Artes é considerada uma das mais bonitas das Américas e pode ser vista em visitas guiadas ou, melhor ainda, durante um dos muitos espetáculos que movimentam seu o palco.
Os eventos mais concorridos são os espetáculos do Balé Folclórico do México, que se apresenta lá todas as quartas-feiras e domingos, sempre com casa cheia — eu bem que tentei, mas não consegui ingresso 😞.
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O Palácio Nacional de Belas Artes é um dos edifícios mais lindos que vi na vida |
A construção do Palácio Nacional de Belas Artes foi iniciada em 1902, mas acabou interrompida pela eclosão da Revolução Mexicana (1910).
Quando a obra foi retomada, na década de 30, o país era outro, com uma nova mentalidade e novas demandas e necessidades.
O projeto, portanto, foi profundamente alterado para que surgisse não apenas uma casa de ópera para as elites, mas um centro cultural que abrigasse as diversas manifestações artísticas — o primeiro museu de artes do México.
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Compaixão e Zapatistas, de Alfredo Ramos Martínez, na mostra temporária |
É por isso que o Palácio Nacional de Belas Artes resultou nesse delicioso encontro entre o lindo exterior Art-Nouveau,ditado pela Belle Époque, e um magnífico interior art déco, como exigia a moda dos Anos 30 — eu, que amo os dois estilos, me senti no céu visitando o lugar.
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Elementos pré-hispânicos traduzidos em art déco |
Se ao contemplar os detalhes decorativos do Palácio Nacional de Belas Artes você tiver a sensação de estar de volta aos templos de Teotihuacán, não é maluquice, não.
É que a genialidade de Federico Mariscal, que desenhou o interior do edifício, reproduziu os traços das pirâmides e templos pré-hispânicos em traços art déco. O resultado é lindo.
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Em La Polveada (1922), Adolfo Best Maugard coloca a a estética mexicana com um pé na art nouveau. À direita, Altar de Dores, de Maria Izquierdo |
O México é muito generoso. Além de me presentear com a contemplação da obra de Diego Rivera, um dos grandes artistas do Século 20 — no mundo, viu? —, ainda me apresentou um elenco de responsa.
Artistas que, com suas pinceladas, seja nas telas, seja nas dimensões monumentais dos muralistas, falam apaixonadamente sobre as transformações e os anseios de sua época e de seu país.
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Homenagem a Juárez, de Rufino Tamayo, e Retrato de Martín Luis Guzmán, de Diego Rivera |
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José Chavez Morado, Carnaval em Huejotzingo |
Muralismo Mexicano
O Muralismo Mexicano é um exemplo de arte comprometida com seu tempo e lugar, a receita infalível para ser atemporal e universal.
O muralismo é a arte movida pela necessidade de falar para as grandes massas que começavam a ter acesso à cidadania a partir da Revolução Mexicana.
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Nova Democracia (1944), de David Alfaros Siqueiros |
Um modo de contar uma história, expressar opiniões e despertar consciências, em um país que tinha mais de 90% de analfabetos.
No Palácio Nacional de Belas Artes, você verá exemplares do Muralismo Mexicano simplesmente de arrepiar.
O mural mais famoso no Palácio Nacional de Belas Artes é O homem, controlador do universo, pintado por Diego Rivera em 1943.
O mural mais famoso no Palácio Nacional de Belas Artes é O homem, controlador do universo, pintado por Diego Rivera em 1943.
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Os traços art déco do Belas Artes formam uma linda moldura para as obras dos grandes muralistas |
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Além de Lenin, o velho Karl também dá o ar da graça no mural de Diego Rivera |
Abusado, Diego tascou uma imagem de Lenin no meio do desenho, o que resultou na sua sumária demissão — imaginem os magnatas Rockfeller bancando uma obra que retrata o líder de uma revolução socialista... 😀
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Carnaval da vida mexicana, de Rivera |
Depois de babar com essa ousadia de Rivera, pude conhecer outros trabalhos notáveis, como O Carnaval da vida mexicana (também de Diego), A Catarse (José Clemente Orozco), Nova Democracia, Vítimas do Fascismo e O Tormento de Cuauhtemoc (David Alfaros Siqueiros).
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Vítimas do Fascismo e O tormento de Cuauhtemoc, de Siqueiros |
➡️ Para ver um magnífico exemplo do muralismo mexicano, visite também o Museu Mural Diego Rivera (dedicado a apenas uma obra do artista, o magistral Sonho de uma tarde dominical na Alameda Central).
➡️ O Castelo de Chapultepec também tem belíssimos murais, como o fabuloso Do Porfiriato à Revolução, de David Alfaros Siqueiros, que ocupa todo o perímetro de um enorme salão.
➡️ O Palácio Nacional do México, sede do Governo Federal, também é famoso pelos murais pintados por Diego Rivera em suas dependências.
➡️ O Castelo de Chapultepec também tem belíssimos murais, como o fabuloso Do Porfiriato à Revolução, de David Alfaros Siqueiros, que ocupa todo o perímetro de um enorme salão.
➡️ O Palácio Nacional do México, sede do Governo Federal, também é famoso pelos murais pintados por Diego Rivera em suas dependências.
⭐Palácio Nacional de Belas Artes do México
Avenida Juárez, esquina com Eje Central Lázaro Cádenas. Metrô Belas Artes (Linhas 2 e 8).
Museu Nacional de Belas Artes - de terça a domingo, das 10h às 18 horas. Ingresso: 60 pesos (R$ 10).
Museu Nacional de Arquitetura - funciona nos mesmos horários, no terceiro andar do edifício. Ingresso: 30 pesos (R$ 5).
Pra não dizer que o Palácio Nacional de Belas Artes não tem nenhum defeitinho, achei o Museu Nacional de Arquitetura, no terceiro andar do edifício, bem basiquinho.
Vale pagar o ingresso pela possibilidade do contemplar o interior do palácio do alto ou se você for muito, mas muito fã do assunto.
Mais sobre o MéxicoPra não dizer que o Palácio Nacional de Belas Artes não tem nenhum defeitinho, achei o Museu Nacional de Arquitetura, no terceiro andar do edifício, bem basiquinho.
Vale pagar o ingresso pela possibilidade do contemplar o interior do palácio do alto ou se você for muito, mas muito fã do assunto.
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Então tá, você me convenceu. Vou entrar e curtir com calma as maravilhas que você descreveu. Na ultima vez eu nem sabia que iria parar nessa cidade e não tinha me informado. Valeu!
ResponderExcluirVale muito a pena. Mas, se tiver tempo, não perca o Museu Nacional de Antropologia :)
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