Mesquita de Suleiman, na Cidade Medieval de Rodes |
Por quase quatro séculos, a Rodes foi otomana. De 1522, quando conquistaram a até então mais poderosa praça forte da cristandade, até 1912, os turcos imprimiram sua marca na ilha, contribuindo para fazer do horizonte da Cidade de Rodes um dos mais ecumênicos e fascinantes que já vi.
Minaretes, cúpulas bizantinas, torres medievais, as colunas do Templo de Apolo e moinhos de vento recortam o céu de Rodes, uma encruzilhada de idiomas, religiões, interesses comerciais e militares.
O ecumênico horizonte de Rodes: o Templo de Apolo (no cantinho esquerdo da imagem), as muralhas dos Cruzados, as cúpulas e minaretes otomanos |
Ainda que os Cruzados tivessem resistido ao ataque turco do Século 16 e Rodes não tivesse permanecido sob domínio otomano por 400 anos, a presença física turca (e a rivalidade entre cristãos e muçulmanos daquela época) seria difícil de ignorar nessa ilha do Dodecaneso grego.
Na Cidade de Rodes, basta um passeio à beira mar para perceber a proximidade da Turquia, cuja costa está a apenas 18 km, bem visível no horizonte.
A Turquia é logo ali: alguns pontos da Costa Norte de Rodes estão a menos de 20 quilômetros do continente |
Veja alguns pontos altos da Rodes otomana que merecem entrar em seu roteiro na ilha:
Onde ver a Rodes Otomana
A Mesquita de Murat Reis, na Cidade Nova de Rodes |
⭐ Mesquita de Murat Reis
Rua Konstantinou. Visitas apenas das 13h às 14h, diariamente
Na Cidade Nova de Rodes, quase em frente à prefeitura, fica um marco importante da herança turca na ilha. A Mesquita de Murat Reis, do Século 16, homenageia um dos principais almirantes do Império Otomano.
O lobo do mar Murat Reis (1534-1609) nasceu em Rodes, de uma família albanesa, e começou a vida como corsário, até passar a servir aos sultões que dominavam a ilha.
O antigo Cemitério Otomano de Rodes, ao lado da Mesquita de Murat Reis |
A Mesquita de Murat Reis foi erguida sobre os restos da igreja bizantina de Agios Antonios, destruída após a queda dos Cruzados de Rodes frente aos otomanos. Hoje está fechada e em precárias condições de conservação.
⭐O antigo bazar turco de Rodes
Os elegantes entalhes na decoração do minarete da Mesquita de Murat Reis resistem ao abandono |
⭐O antigo bazar turco de Rodes
A atual Plateia Plateia Ippokratous foi o coração do Bazar de Rodes, durante o domínio otomano |
Mesmo dentro das muralhas da Cidade Antiga de Rodes, a cidadela dos Cruzados, a presença é turca é muito forte.
Quem sobe a Rua Socratous, uma das principais vias da parte medieval de Rodes, tem a sensação de estar atravessando um velho souq, pela quantidade de lojinhas e tabuleiros de lembranças para turistas espalhados pelo caminho.
A muvuca comercial da Rua Socratous. Lá no alto, a Mesquita de Suleiman, a mais antiga de Rodes |
A área está apenas sendo fiel a suas origens: durante o domínio turco, era nas atuais Plateia Ippokratous (Praça Hipócrates) e Rua Socratous que funcionava o bazar da cidade.
⭐ Mesquita de Suleiman
Rua Apolloniou nº 11
A Rua Socratous leva ao topo da colina onde está assentado o Palácio do Grão-Mestre dos Cruzados e os principais alojamentos dos Cavaleiros de Rodes.
A Mesquita de Suleiman, construída em 1522 para celebrar a vitória otomana sobre os Cruzados |
Mas enquanto a gente sobe a rua, driblando os tabuleiros de mercadorias, o que se vê, lá no alto, são os minaretes esguios e as paredes avermelhadas da Mesquita de Suleiman.
Essa mesquita foi a primeira a ser construída em Rodes, por ordem do sultão Suleiman II, logo após a conquista turca da ilha, em 1522, para celebrar a vitória sobre os Cruzados.
O minarete da Mesquita de Suleiman se destaca na paisagem da Cidade Medieval de Rodes |
À direita, as cúpulas da esquita de Suleiman emolduradas pela arcada do Palácio do Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros de Rodes, os Cruzados |
A Mesquita de Suleiman também só pode ser vista pelo lado de fora, mas ela tem uma presença impressionante no horizonte da Cidade de Rodes.
⭐ Biblioteca Muçulmana de Hafiz Ahmet Aga
Esquina das ruas Orpheus e Timokreontos. Aberta de segunda a sábado, das 9:30h às 15h. Entrada € 1.
Ao lado da Mesquita de Suleiman e aberta à visitação está a Biblioteca Muçulmana de Hafiz Ahmet Aga, fundada no final do Século 18.
O fundador da biblioteca, Hafiz Ahmed Agha, ocupou importantes posições na corte dos sultões otomanos e morreu em peregrinação a Meca, em 1802.
Seu objetivo ao criar a biblioteca era oferecer aos moradores de Rodes um centro de conhecimento que abarcasse todas as ciências, além da formação religiosa e o aprendizado do Corão.
Por trás do singelo portão (esq), a Biblioteca Muçulmana abriga 2 mil manuscritos raros. À direita, a decoração do salão de leitura |
São textos em turco, árabe e persa versando sobre todos os campos do conhecimento científico do mundo islâmico da época. O documento mais famoso da coleção é a narrativa da conquista de Rodes pelos otomanos.
Atenas
Dicas gerais
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Olá, Cynthia. Estou planejando uma viagem pra Grécia pro ano que vem e seu blog foi um achado (não só pela Grécia, mas por todo conteúdo!).
ResponderExcluirNão achei Santorini no seu roteiro. Algum motivo especial pra você não ter ido pra lá?
Abraços
Oi, Ana, obrigada por curtir a Fragata. A decisão de não ir a Santorini doeu, mas na época da viagem ficou difícil encaixar a ilha no roteiro. Foi uma questão de prioridade, mesmo. Mas é claro que planejo ir pra lá :)
ExcluirSe você planeja ir a Santorini, evite os ferries, pois a viagem de Atenas pra lá é muito longa (9 horas, em média). De avião é bem melhor.
Abs e aproveite a Grécia. É um país maravilhoso.