"Bastidores" do Mercado de Santiago, de manhã
cedinho |
Oncinhas pintadas, zebrinhas listradas e coelhinhos peludos que me perdoem, mas os bichos que me despertam a mais desvairada paixão são aquelas coisinhas esquisitas que se come no Chile.
Comer em Santiago do Chile é aprender, rapidinho, o significado (e o sabor) de palavras como locos, machas, almejas, picorocos, ostiones, ouriços... Eu, que nasci e cresci a poucas quadras do Atlântico, tiro o chapéu para a generosidade do Oceano Pacífico com a gastronomia chilena.
Com a participação desses bichos, basta água, sal e um fio de azeite para preparar um banquete.
Pra aguçar ainda mais a vontade do freguês, os restaurantes do Mercado de Santiago exibem os frutos do mar em vitrines |
E não é difícil descobrir onde comer em Santiago do Chile. Na dúvida, vá ao Mercado Central, onde todos esses bichos divinos esperam o visitante para uma imersão gastronômica de primeira.
Comi muito bem na capital chilena, nesses dias que passei lá. Veja as dicas de onde comer em Santiago do Chile, com minhas impressões sobre o Mercado Central e restaurantes bem legais que experimentei:
Onde comer em Santiago do Chile
Veja também as dicas de restaurantes no post mais recente, da viagem de set/22:
Onde comer em Santiago do Chile
Onde comer em Santiago do Chile
San Pablo 967 (Metrô Cal y Canto)
É maravilhoso chegar lá de manhã cedinho e caminhar pelos "bastidores" do Mercado Central de Santiago, entre as bancas abarrotadas de peixes e mariscos dos corredores laterais.
Formas, cheiros e texturas ainda cruas, recém pescadas, prometem refeições inesquecíveis.
Formas, cheiros e texturas ainda cruas, recém pescadas, prometem refeições inesquecíveis.
Esperto é este gato. Ele mora no Mercado de Santiago |
Na hora do almoço, o Mercado Central de Santiago fica lotado de turistas. Devidamente paramentados com os aventais fornecidos pelos restaurantes, eles afiam as máquinas fotográficas para a chegada das gigantescas centollas, as estrelas da casa.
São deliciosas, sim, mas desconfio que a preferência pelas centollas se deva ao impacto visual.
Eu sou mais chegada nos bichos menos fotogênicos: os picorocos, enrugados e acinzentados, parecem pequenos cérebros e são deliciosos.
Jardim de Mariscos: olha só o tamanho desse mexilhão |
Em geral, quem vai ao Mercado Central acaba caindo nas mesas dos dois grandes restaurantes que ocupam a "praça" central do lugar.
Mas pode ser ótima ideia escapar dos tentáculos dos garçons do Donde Augusto e do La Joya del Pacífico, que só faltam pegar os turistas pelo braço, e experimentar os restaurantes menores, nos corredores laterais.
Eu perco o juízo diante das bancas de frutos do mar do Mercado de Santiago |
Foi mais ou menos o que eu fiz: bem antes da hora do almoço, parei em três ou quatro portinhas para provar os mariscos.
Pouco depois do meio dia, porém, eu estava de volta para traçar um Jardín de Mariscos no Donde Augusto (só para matar a saudade da primeira visita).
Pouco depois do meio dia, porém, eu estava de volta para traçar um Jardín de Mariscos no Donde Augusto (só para matar a saudade da primeira visita).
Calma, gente, não é só bicho do mar, não, tem hortaliças, também 😁 |
Não adianta espernear: o Mercado Central é turístico até a última casquinha de centolla, mas é impossível resistir. Além do mais, turístico ou não, você vai ver muitos santiaguinos fazendo compras lá.
Além das intermináveis fileiras de balcões forrados de mariscos recém pescados, é delicioso passear entre os cheiros e cores de frutas e hortaliças fresquinhas. As melhores amoras e framboesas que já comi na vida foram comparadas lá (mas era verão...).
Tente desgrudar os olhos das centollas nas vitrines (esq) pra dar uma olhada na bela arquitetura do Mercado Central de Santiago |
Entre as lembrancinhas manjadas, as barracas de artesanato vendem umas cestas com tampa, perfeitas para carregar iguarias e apetrechos de piquenique (além de ser uma mão na roda para levar os vinhos que você vai comprar no supermercado...).
Além de bonitas, essas cestas do mercado são superfortes. A minha tem dez anos e está inteiraça.
Além de bonitas, essas cestas do mercado são superfortes. A minha tem dez anos e está inteiraça.
Donde Augusto, um dos restaurantes clássicos do Mercado |
Os restaurantes do Mercado Central de Santiago não cobram barato. Depois de muito beliscar, almocei no Donde Augusto, o preferido de dez entre dez turistas (mas vamos combinar que é mesmo o mais confortável).
O Jardín de Mariscos vem numa porção suficiente para três pessoas e custa $ 19.000 pesos (cerca de R$ 120, em fevereiro de 2023). Agora, em setembro de 2022, comi divinamente em um restaurante simplesinho chamado Clarita, escondidinho em um dos corredores do Mercado Central e paguei $ 5 mil pesos (R$ 32) por um estupendo chupe de mariscos.
O Jardín de Mariscos vem numa porção suficiente para três pessoas e custa $ 19.000 pesos (cerca de R$ 120, em fevereiro de 2023). Agora, em setembro de 2022, comi divinamente em um restaurante simplesinho chamado Clarita, escondidinho em um dos corredores do Mercado Central e paguei $ 5 mil pesos (R$ 32) por um estupendo chupe de mariscos.
Curte feiras e mercados? Siga o link para o índice de lugares legais mundo afora já comentados na Fragata
Restaurantes em Santiago
Apesar da minha absoluta parcialidade em relação aos mercados, seria um desperdício limitar a aventura culinária em Santiago às mesas do Mercado Central.
Comi muito bem na minha temporada santiaguina, com direito a empanadas de pino, chupes de jaiba e até às menos típicas, mas igualmente deliciosas tortas de framboesa do Café Literário do Parque Bustamante. Veja a seguir algumas dicas:
Comi muito bem na minha temporada santiaguina, com direito a empanadas de pino, chupes de jaiba e até às menos típicas, mas igualmente deliciosas tortas de framboesa do Café Literário do Parque Bustamante. Veja a seguir algumas dicas:
Bocanáriz Vinobar, em Lastarria: simpático e gostoso |
José Victorino Lastarria, 276 (Metrô Universidad Católica).
Terça a sábado, das 12h à meia noite. Domingos, das 12h às 17h
O Bocanáriz está recém inaugurado, instalado em um bonito casarão restaurado de Lastarria (Bellas Artes), um dos bairros mais charmosos de Santiago.
Os pratos da casa foram concebidos para "realçar os sabores dos vinhos", a ênfase do Bocanáriz, que tem em cada garçom um sommelier.
Terça a sábado, das 12h à meia noite. Domingos, das 12h às 17h
O Bocanáriz está recém inaugurado, instalado em um bonito casarão restaurado de Lastarria (Bellas Artes), um dos bairros mais charmosos de Santiago.
Os pratos da casa foram concebidos para "realçar os sabores dos vinhos", a ênfase do Bocanáriz, que tem em cada garçom um sommelier.
Pedi coq au vin para acompanhar o carmenère (Von Siebenthal Gran reserva 2010). Uma pausa perfeita numa vizinhança deliciosa. A conta? 12.900 pesos, cerca de R$ 50.
No escurinho do restaurante Azul Profundo, comi um ótimo caranguejo |
Calle Constitución 111 (Metrô Baquedano)
(Este restaurante fechou) O bairro de Bellavista é célebre pela muvuca e pelos restaurantes. Essa casa especializada em frutos do mar tem decoração em motivos náuticos (a inspiração supostamente seria La Chascona, a casa de Neruda, aqui nas redondezas).
A Fragata deveria ter se sentido em casa, mas enquanto eu jantava sob um gurupés de verdade (com figura de proa e tudo, retirado de algum velho veleiro), temi sinceramente que Jack Sparrow sentasse na mesa ao lado, com a turma do Pérola Negra.
O restaurante tem até uma figura de proa de navio na fachada |
Apesar do tumulto visual e da escuridão, o chupe de jaiba (caçarola de caranguejo) estava bem gostoso e o pisco sour estava perfeito.
O serviço foi meio lento, mas nada que chegasse a comprometer. O Jantar para uma pessoa custou 13.750 (cerca de R$ 55).
O serviço foi meio lento, mas nada que chegasse a comprometer. O Jantar para uma pessoa custou 13.750 (cerca de R$ 55).
Restaurante em Puerto Varas
Depois dos picorocos, meu prato chileno preferido é o chupe de jaiba, caranguejo (jaiba) ensopado e gratinado numa panelinha de barro (o chupe).
Devo essa descoberta à insistência da dona da pousada onde me hospedei, em Puerto Varas, Região dos Lagos, na primeira visita ao país. Eu tinha acabado de chegar de Peulla, mortinha de cansada, e a última coisa que me passava pela cabeça era sair para jantar.
Ela, porém, foi categórica: "Quem nunca provou chupe de jaiba não pode dizer que esteve no Chile".
E lá fui eu sucumbir a um irrefreável amor à primeira garfada. O restaurante onde se deu a epifania foi o La Olla, um dos mais tradicionais da cidade, que ainda está vivíssimo e bem reputado, segundo eu pude checar na internet. O endereço é Ruta 225, Loteo los Castaños, Puerto Varas.
E lá fui eu sucumbir a um irrefreável amor à primeira garfada. O restaurante onde se deu a epifania foi o La Olla, um dos mais tradicionais da cidade, que ainda está vivíssimo e bem reputado, segundo eu pude checar na internet. O endereço é Ruta 225, Loteo los Castaños, Puerto Varas.
Para ver todas as comidas e bebidas citadas aqui no blog, acesse Comes&Bebes - Índice
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