Uma parte (bem) pequena da meia-porção do Bacalhau Alfaia |
Adoro morar num país em que cada lugar que você vá é possível sentir, na culinária local, uma clara influência de outras terras. Falo das referências africanas na comida baiana, dos pratos indígenas de Manaus ou Belém ou da reprodução de técnicas argentinas e uruguaias no churrasco gaúcho. Já o Rio de Janeiro (sem desmerecer o Filé a Oswaldo Aranha) sempre me traz a memória da culinária de Portugal.
A presença portuguesa na cidade, desde os tempos da colônia,certamente haveria de deixar uma gorda influência da comida da terrinha na mesa do carioca — e aí estão os celestiais bolinhos de bacalhau encontrados em qualquer boteco para provar o óbvio.
E o que não falta no Rio são restaurantes com inspiração na terrina. Lembro com particular carinho do Sá, já recomendado (e descrito em detalhes) pela dona deste santo blog (siga o link pra ver o post). Hoje, entretanto, falarei de outra casa com uma comida de primeira e que descobri pelo mais absoluto acaso: o Alfaia.
Se você é carioca, provavelmente já ouviu falar do restaurante, um dos portugueses mais tradicionais de Copacabana. Não era o meu caso. Fui no escuro: estava hospedado bem ao lado, resolvi testar e tive uma grata surpresa.
Após aguardar cerca de quinze minutos pela minha mesa, fui chamado ao pequeno, porém aconchegante salão pelo maître, que parecia estar se divertindo em atender a um jovem rapaz sozinho num borbulhante domingo à noite. Comecei, como não poderia deixar de ser, com uma unidade do ubíquo bolinho de bacalhau, perfeitamente redondinho, crocante e com o equilíbrio certo do peixe com as batatas. Certamente meu exemplar favorito da iguaria na cidade, empatado apenas com aqueles servidos no bar da mureta da Urca.
De prato principal, escolhi a meia-porção (por padrão, todos os pratos servem duas pessoas) do Bacalhau Alfaia, uma bela e suculenta posta do peixe gratinada com molho branco, natas e vinho, acompanhada de batatas portuguesas crocantes e ovos cozidos.
Que prato: eu, que tenho o hábito de — salvas raras exceções — pedir a opção do cardápio que leva o nome do restaurante em questão (afinal, geralmente trata-se da mais célebre e/ou estimada pelo chef), não poderia cumprimentar mais o Alfaia por batizar essa belíssima criação com seu nome. Um bacalhau que seguramente poderia competir com alguns dos melhores que comi em terras portuguesas.
Restaurante Alfaia: os cariocas conhecem, mas, pra mim, foi uma grata surpresa |
O Alfaia não é exatamente um camarada no lado direito do cardápio, mas fica na (admitidamente exorbitante) média de preços dos restaurantes de padrão mais alto do Rio de Janeiro. A unidade do bolinho de bacalhau sai por R$8, enquanto a meia-porção do Bacalhau Alfaia custa R$100 (a versão para dois, se bem me lembro, sai por R$195). Com uma taça de vinho, uma garrafa d'água e o serviço, a conta ficou na faixa dos R$160, para mim apenas. Para uma viagem mental de volta a Lisboa sem precisar pagar passagem ou encarar oito horas de avião, me parece um valor bastante razoável.
Alfaia Restaurante
Rua Inhangá, 30, loja B — Copacabana, Rio de Janeiro
De segunda a sábado do meio-dia à meia-noite; domingo do meio-dia às 23h
Comer e beber no Rio de Janeiro
Restaurantes e cafés no Rio de Janeiro
Comida portuguesa no Rio de Janeiro - Restaurante Alfaia
Filé à Oswaldo Aranha, um delícia carioca
Rio de Janeiro - onde comer bem em Botafogo e vizinhança
Rio de Janeiro: onde comer bem e barato em Copacabana
Mureta da Urca, programinha bem carioca
Bares e botecos em Copacabana
Comida portuguesa no Rio de Janeiro - Restaurante Alfaia
Filé à Oswaldo Aranha, um delícia carioca
Rio de Janeiro - onde comer bem em Botafogo e vizinhança
Rio de Janeiro: onde comer bem e barato em Copacabana
Mureta da Urca, programinha bem carioca
Bares e botecos em Copacabana
Curtiu este post? Deixe seu comentário na caixinha abaixo. Sua participação ajuda a melhorar e a dar vida ao blog. Se tiver alguma dúvida, eu respondo rapidinho. Por favor, não poste propaganda ou links, pois esse tipo de publicação vai direto para a caixa de spam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário