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Meu museu-xodó: Centro de Artes Reina Sofia, em Madri |
Hoje, 18 de maio, é Dia Mundial dos Museus. Em alguns cantos do mundo, haverá pompa e circunstância. Aqui no Brasil os festejos são mais discretos. As instituições promovem eventos em torno do tema “Museus em um Mundo em Transformação – novos desafios, novas inspirações”, dentro da programação da 10ª Semana de Museus (14 a 20 de maio), promovida pelo Ministério da Cultura.
Desde criancinha, acho visitar museu um programão – até hoje, são minhas disneylândias preferidas.
Na Salvador dos Anos 60, as opções eram poucas. Havia o Museu Costa Pinto, um casarão do Corredor da Vitória cujo acervo se concentra em peças de mobiliário, jóias, porcelanas e pratarias, especialmente do século XIX.
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Museu de Arte Sacra, em Salvador: simplesmente deslumbrante |
Também já tinha o Museu de Arte Sacra, instalado no antigo Convento de Santa Tereza, do Século 17, com maravilhosas peças do barroco colonial.
Debruçado sobre a Avenida do Contorno e a Baía de Todos os Santos, o Museu de Arte Sacra tem uma vista absolutamente apaixonante para o mar da minha cidade.
Debruçado sobre a Avenida do Contorno e a Baía de Todos os Santos, o Museu de Arte Sacra tem uma vista absolutamente apaixonante para o mar da minha cidade.
Saiba mais sobre o Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia
Museu Wanderley de Pinho (foto: Sudic/Ba) |
O acervo do Museu do Recôncavo era simples: ferramentas de lavoura, móveis, telas e objetos sacros.
Mas o velho solar do engenho era lindo, o passeio com a família até lá era sempre delicioso e aquela luz do Recôncavo sempre fazia o cair da tarde parecer uma hora mágica, quando todos os sonhos seriam possíveis.
Por que eu amo museus
Museus são bonitos, inteligentes, instigantes e divertidos e ótimas companhias — e isso é mais do que a gente consegue dizer sobre muita gente, né? 😉.
Museus são espaços para aquela contemplação que me aproxima mais de mim, locações perfeitas para o devaneio, para a reflexão ou simplesmente para esquecer do mundo.
Museus ensinam, inquietam e suscitam zilhões de perguntas. Devo a eles grandes momentos de pura felicidade — e um aprendizado muito prazeroso.
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Lotado, cansativo, mas absolutamente arrebatador, o Louvre merece muitas visitas |
Meus museus favoritos
Aqui na Fragata, sempre reclamo dos museus-blockbusters, como o Louvre. Nada contra a reunião infinita de maravilhas. O problema é a que a beleza também satura.E depois de duas horas naquele tumulto (arrisco dizer que dois terços dos que vão ao Louvre estão lá só para marcar uma cruzinha em mais uma tarefa de viagem/gincana) a gente já não consegue se emocionar com coisa alguma.
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A solução para as multidões no Louvre é voltar muito, muito e muito |
A solução é voltar muito, muito muito ao Louvre, saborear seu acervo aos poucos e devagar, pois ele é daqueles museus absolutamente incontornáveis.
Em Paris, meu preferido é o Museu da Idade Média, que funciona nas antigas termas galo-romanas e no Hôtel de Cluny. A série de tapeçarias A Dama e o Unicórnio, ponto alto do acervo, já justificaria, sozinha, a visita à capital francesa.
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Museu Nacional da Idade Média, meu favorito em Paris |
Entre os "museus de primeiro escalão", adoro os alemães e austríacos: o Pergamon e a Gemäldegallerie, de Berlim, a Gemäldegallerie Altmeister de Dresden e o trio alucinante formado pelo Kunsthistorisches, Belvedere e Secession de Viena.
Madri também um trio de arrepiar: o Prado — que eu incluiria na categoria "blockbuster simpático" —, o Thyssen-Bornemisza e o meu xodó, o Centro de Artes Reina Sofia, onde dá para passar horas venerando a Guernica, de Picasso (e Juan Gris, Bracke e Lichtenstein...) e morrer de paixão pelo acervo da Guerra Civil Espanhola, clicado por Robert Capa.
Saiba mais sobre esses três alucinantes museus de Madri
Tem dois museus no Brasil que eu amo de paixão. O primeiro é o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), instalado no mais belo conjunto arquitetônico de Salvador — a Casa Grande, a Capela e a Senzala do Solar do Unhão, do Século XVII.
O MAM-BA é a morada das duas obras de arte que mais amo na vida: a tela O Boi na Floresta, de Tarsila do Amaral, e a maravilhosa escadaria de madeira, projetada por Lina Bo Bardi para ligar os dois pavimentos do velho solar.
De todas as milhares de coisas que há para fazer em Salvador, a que recomendo mais vivamente é uma visita ao Unhão (e é impressionante a quantidade de gente que visita a cidade e passa batida por essa maravilha).
Encravado na Ladeira do Contorno, que liga a Cidade Alta à Cidade Baixa, o Solar do Unhão/MAM-BA é simplesmente extasiante, não só pela arquitetura, como pela vista para a Baía de Todos os Santos.
O terreiro rente ao mar e o antigo atracadouro estão entre os melhores camarotes para ver o por do sol na cidade.
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O Boi na Floresta clicado na exposição de Tarsila do Amaral no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York, em 2018. E já que falamos nisso, o MoMa também é imperdível |
Tem dois museus no Brasil que eu amo de paixão. O primeiro é o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), instalado no mais belo conjunto arquitetônico de Salvador — a Casa Grande, a Capela e a Senzala do Solar do Unhão, do Século XVII.
O MAM-BA é a morada das duas obras de arte que mais amo na vida: a tela O Boi na Floresta, de Tarsila do Amaral, e a maravilhosa escadaria de madeira, projetada por Lina Bo Bardi para ligar os dois pavimentos do velho solar.
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O Solar do Unhão e o Parque das Esculturas do MAM-BA |
De todas as milhares de coisas que há para fazer em Salvador, a que recomendo mais vivamente é uma visita ao Unhão (e é impressionante a quantidade de gente que visita a cidade e passa batida por essa maravilha).
Encravado na Ladeira do Contorno, que liga a Cidade Alta à Cidade Baixa, o Solar do Unhão/MAM-BA é simplesmente extasiante, não só pela arquitetura, como pela vista para a Baía de Todos os Santos.
O terreiro rente ao mar e o antigo atracadouro estão entre os melhores camarotes para ver o por do sol na cidade.
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Jam no Mam (foto: Márcio Lima, sob licença Creative Commons) |
Aos sábados, tem a imperdível Jam no MAM, a cargo de jazistas de super responsa, como Joatan Nascimento, Ivan Huol e Rowney Scott.
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Museu Lasar Segall (foto: museusegall.org.br) |
A área externa do Museu Lasar Segall tem um jardim pequeno, mas delicioso. O acervo reúne obras do artista — amo aquele ar meio filme de Eisenstein de suas pinturas — documentos e fotografias. De quebra, ainda dá para assistir um filminho no Cine Segall, que funciona no espaço do museu. Recomendadíssimo!
Museu de Arte Moderna da Bahia
Avenida do Contorno s/n, Salvador, Bahia. De terça a domingo, das 13h às 19h. Aos sábados, até às 21h. A Jam no Mam rola todos os sábados, a partir das 17 horas.
Museu Lasar Segall
Rua Berta n° 111, Vila Mariana (a 300 metros do Metrô Santa Cruz, para ninguém ter desculpa de não visitar), São Paulo. De quarta a segunda, das 11h às 19h. Fecha nas terças. Entrada gratuita. Para os horários e programação do Cine Segall, consulte o site.
Museu do Recôncavo Wandereley de Pinho
Via Matoim, Enseada de Caboto, s/n, Candeias, Bahia, fone (71) 3116-6743.
Faz alguns anos que está fechado para reformas, mas recebe grupos de estudantes e pesquisadores, mediante agendamento. Foi um dos museus que me ensinaram a gostar de museus.
Funciona no antigo Engenho da Freguesia, do Século XVI, que esteve ativo até 1900. Testemunha do ciclo da cana, das invasões holandesas e das lutas pela Independência, foi transformado em museu em 1971. Vamos torcer para que esse espaço encantador volte a funcionar plenamente, em breve.
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O altar de prata da capela do Museu de Arte Sacra vale a viagem a Salvador |
Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia
Rua do Sodré 276, Dois de Julho, Centro, Salvador, Bahia. De segunda a sexta, das 11h às 17h. O acervo é simplesmente sublime, com peças do Século XVI ao XIX e só o prédio, o antigo Convento de Santa Tereza, já é uma paixão de tão bonito. Os horários de visitação é que são complicados, mas o museu vale a ginástica.
Museu Carlos Costa Pinto
Avenida Sete de Setembro, 2490, Vitória, Salvador, Bahia. De segunda a sábado, das 14:30h às 19h. Fechado aos domingos e terças-feiras. O casarão em estilo colonial americano é de 1958 e foi transformado em museu no final dos Anos 60.
É claro que eu sabia, quando comecei este post, que ia deixar de citar um monte de museus que adoro. Agora a culpa está tão grande que quase estou desistindo de publicá-lo, rsss. Anyway, feliz Dia Mundial dos Museus, queridos museus!
Todas as dicas de Salvador - post índice
Confira o índice com todos os posts sobre
museus e sítios arqueológicos publicados aqui na Fragata
Rua do Sodré 276, Dois de Julho, Centro, Salvador, Bahia. De segunda a sexta, das 11h às 17h. O acervo é simplesmente sublime, com peças do Século XVI ao XIX e só o prédio, o antigo Convento de Santa Tereza, já é uma paixão de tão bonito. Os horários de visitação é que são complicados, mas o museu vale a ginástica.
Museu Carlos Costa Pinto
Avenida Sete de Setembro, 2490, Vitória, Salvador, Bahia. De segunda a sábado, das 14:30h às 19h. Fechado aos domingos e terças-feiras. O casarão em estilo colonial americano é de 1958 e foi transformado em museu no final dos Anos 60.
É claro que eu sabia, quando comecei este post, que ia deixar de citar um monte de museus que adoro. Agora a culpa está tão grande que quase estou desistindo de publicá-lo, rsss. Anyway, feliz Dia Mundial dos Museus, queridos museus!
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Cyntia, parabéns pelo seu blog! Caí nele a partir do blog do Ricardo Freire, e estou adorando cada post. Você tem um jeito muito agradável de narrar suas aventuras, especialmente porque você se preocupa com o contexto histórico dos lugares. Adoro história e para mim os museus também são melhores que disneylândia! Teu blog já está entre os meus Favoritos.
ResponderExcluirUm abraço e sucesso!
Que legal, Regis! Fico super feliz que você tenha gostado do blog. Obrigada por navergar na Fragata Surprise. Abs
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