As muralhas do Casco Viejo da Cidade do Panamá viraram um gostoso
passeio à beira-mar |
A antiga povoação colonial espanhola, núcleo original da cidade, o Casco Viejo da Cidade do panamá hoje concentra diversas opções de lazer — museus, bares, restaurantes, mirantes — com uma atmosfera divertida e uma bela vista para o mar muito azul.
Algumas casas de madeira ainda resistem no Casco Viejo.
Elas eram geralmente destinadas à moradia dos imigrantes afro-caribenhos que chegaram
em massa para a construção do Canal do Panamá |
A mescla de estilos arquitetônicos e decorativos conta a
história da ocupação do Casco Viejo da Cidade do Panamá |
O bairro prima muito mais pela diversidade de estilos — do colonial ao art deco — do que pela uniformidade que se espera desse tipo de lugar.
Pode ser desconcertante para quem busca o clichê, mas esse talvez seja o grande encanto a ser procurado no Casco Viejo da Cidade do Panamá: os traços das mutações impressas pela passagem do tempo em um núcleo urbano colonial que esteve em uso contínuo desde o último quarto do Século 17.
Acrescente aí aquela característica comum à maioria dos centros históricos — a grande concentração de equipamentos turísticos — e pode ter certeza de que o Casco Viejo será um dos seus passeios mais interessantes na Cidade do Panamá.
Bora passear, então:
As muralhas do Casco Viejo são um bom lugar pra ver e
fotografar o famoso skyline da moderna Cidade do Panamá |
Plaza Francia foi construída nas muralhas, no antigo Baluarte de Chiriquí.
Repare o calçamento de tijolos vermelhos, presente em toda a zona turística do
Casco Viejo da Cidade do Panamá |
A estação de metrobus mais próxima ao Casco Viejo é a 5 de Mayo, da Linha 1 (que passa pela região hoteleira e percorre a Cinta Costera).
Monumento ao Libertador, na Plaza Bolívar. Ao fundo, o campanário da Igreja de São Francisco |
A Plaza Bolívar está cercada de casarões do Século 19 |
Fiz duas visitas ao Casco Viejo da Cidade do Panamá. Uma foi com o tour privado oferecido pela agência Guia Panamá. O outro passeio eu fiz por conta própria (atualização: em 2018, em uma conexão no Panamá a caminho de Nova York, voltei para mais um agradável passeio pelo Casco Viejo).
Ruínas de La Compañia, o Colégio dos Jesuítas, sede
da primeira universidade do Panamá |
Segurança no Casco Viejo do Panamá
A Cidade do Panamá, em geral, tem índices de violência bastante moderados. O Casco Viejo, em especial, tem policiamento dia e noite e também é grande a quantidade de vigias de lojas, restaurantes e hotéis.
Tem muitas barracas de artesanato nas muralhas do Casco
Viejo. A cobertura de buganvílias oferece abrigo do calor feroz que faz na
Cidade do Panamá |
A única coisa que incomoda um pouquinho é a quantidade de carros circulando. Então, preste atenção ao atravessar a rua — o plano é fechar o Casco Viejo aos automóveis, mas isso ainda deve demorar um pouquinho.
Há um projeto para acabar com a circulação de automóveis pelas ruas do Casco Viejo, mas eles ainda estão por lá. As obras de restauração também ainda são comuns no bairro histórico |
A porção tombada do Centro Histórico do Panamá tem as ruas pavimentadas por blocos avermelhados (parecem cerâmica) e toda a fiação passa por dutos subterrâneos, para não “brigar” com as fachadas.
Assim que você pisar em asfalto e enxergar fios nos postes, saiba que saiu do perímetro mais policiado do Casco Viejo.
Preste atenção no calçamento de tijolinhos vermelhos. Ele é
o indicador de você está na área bem policiada do Casco Viejo |
A vista do Baluarte das Monjas é bem fotogênica, né? |
Em 1673, dois anos após o ataque do pirata Henry Morgan, a nova Cidade do Panamá já estava pronta para receber seus habitantes, cercada por uma vistosa muralha e acessível apenas aos colonizadores europeus — os indígenas e africanos viviam do lado de fora da fortificação.
As bóvedas da Plaza Francia |
As muralhas do Casco Viejo ainda estão lá, convertidas em um agradável calçadão à beira mar, sombreado por buganvílias e colorido pelos artigos oferecidos nas banquinhas de artesanato.
Também sobrevive no Casco Viejo o traçado urbano clássico das povoações da América Espanhola, um quadriculado de ruas quase traçadas a régua a partir de uma praça — a Plaza Mayor, hoje Plaza de la Independencia, onde não falta a indefectível Catedral.
O neoclássico é o estilo dominante nos casarões do bairro. Este
casarão abriga Museu do Canal Interoceânico (Canal do Panamá) |
O Baluarte de Chiriquí, assentado sobre um conjunto de compartimentos abobadados (as bóvedas) que servia de arsenal e alojamento, é hoje a Plaza Francia, uma homenagem ao país de Ferdinand de Lesseps, o pioneiro na tentativa de construir o Canal do Panamá.
Convento de São Domingos, do Século 17 |
Por isso, não procure aquela harmonia de sobrados avarandados que se vê em Cartagena (embora o calor inclemente seja muito parecido).
Fiquei encantada com a decoração da Igreja de São Felipe
Neri |
As feições das atuais construções do Centro Histórico da Cidade do Panamá são, em sua maioria, herança da virada do Século 19 para o Século 20. A diversidade é a grande marca do Casco Viejo panamenho.
Em um passeio pelo Casco Viejo, você verá velhas igrejas coloniais, como La Merced, cuja fachada foi transplantada, pedra por pedra, de Panamá Viejo.
O altar-mor barroco da Igreja de São José é famoso por sua
beleza |
A vizinha Igreja de São Felipe Neri tem delicada decoração interior em estuque e um gigantesco presépio, com peças doadas por diversas famílias panamenhas.
Os altares laterais da Igreja de São José também são magníficos.
Abaixo, o altar de Santa Edviges recebe oferendas de casinhas dos fiéis que
sonham em conseguir uma moradia própria |
Na Plaza de la Independencia, a Catedral do Século 18 também está fechada para reformas. Você pode aproveitar para fazer uma visitinha ao Museu do Canal Interoceânico, que celebra os tratados Torrijos-Carter, firmados entre os Panamá e Estados Unidos na década de 70, passo essencial para a devolução do canal ao panamenhos.
Na tradição indígena do Panamá, essas máscaras coloridíssimas e meio
assustadoras espantam os maus espíritos |
As lembranças mais fortes do período colonial no Casco Viejo você encontrará no interior da Igreja de São José.
O edifício é uma reconstrução feita no Século 20, após um incêndio, mas o altar dourado de San José é um legítimo representante do Barroco do Século 18, entalhado em mogno e recoberto por folhas de ouro.
Mais antigos ainda do que o célebre altar são o Convento dos Jesuítas — antiga sede da Real e Pontifícia Universidade de San Javier, a primeira instituição de ensino superior do Panamá — e o Convento de São Domingos, ambos em ruínas.
Roteiro
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Informações gerais
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Passeios
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Oba, obrigada, Natalie :)
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