7 de julho de 2017

Igrejas de Florença - Santa Croce e Santa Maria Novella


Capela Baroncelli na Basílica de Santa Croce em Florença

A Capela Baroncelli, na Basílica de Santa Croce, é decorada com afrescos de Taddeo Gaddi


As atrações da capital da Renascença são inesgotáveis – e isso deixa a gente tonta na hora de montar um roteiro na cidade. Mas, se eu puder dar um conselho, tem duas igrejas de Florença, autênticos museus, que você deve colocar no topo de sua lista. Duas basílicas, para ser exata: Santa Croce e Santa Maria Novella.

Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Santa Maria Novella foi a primeira grande basílica construída em Florença. Suas obras foram iniciadas no Século 13


Essas duas igrejas de Florença botam no chinelo uma tonelada de museus deste planeta. Estão recheadas de beleza, obras de arte inestimáveis e têm muita história pra contar.

Com esse currículo, as duas cobram ingresso — ao contrário, por exemplo, das igrejas de Roma, que equivalem ao museus e costumam ser gratuitas. Mas garanto a você que esses uns eurinhos muito bem gastos.

Veja as informações para visitar as Basílicas de Santa Croce e a Basílica de Santa Maria Novella, em Florença:

Igrejas de Florença que valem por um museu


Fachada da Basílica de Santa Croce em Florença
A decoração da fachada da Basílica de Santa Croce é do Século 19, contemporânea à do Duomo e seguindo o padrão consagrado no Século 13, na Igreja de San Miniato al Monte


⭐ Basílica de Santa Croce de Florença
Piazza Santa Croce. De segunda a sábado, das 9:30h às 17:30h. Domingos, das 14h às 17:30h. Entrada € 8. 

Se eu tivesse que escolher a igreja mais bonita de Florença, seria a Basílica de Santa Croce. Ela foi a primeira que conheci na cidade, na minha visita de estreia.

E a Basílica de Santa Croce continua tendo uma imensa capacidade de me surpreender e comover.

Basílica de Santa Croce em Florença
A beleza do interior da Basílica de Santa Croce é comovente


O interior gótico da Basílica de Santa Croce parece quase nu, ao primeiro olhar — um despojamento que não seria estranho à Ordem Franciscana, que fundou e ainda hoje está ligada à igreja.

É aos pouquinhos que o olhar vai desvendando o esplendor que domina todo o espaço, meio escondido nas 16 capelas laterais e no impressionante altar-mor (Cappella Maggiore) de Santa Croce.

Altar-mor da Basílica de Santa Croce em Florença
Altar-mor da Basílica de Santa Croce

Afrescos de Giotto na Capela Bardi da Basílica de Santa Croce em Florença
Afrescos de Giotto na Capela Bardi 

"A Anunciação" de Donatello na Basílica de Santa Croce em Florença
A Anunciação, de Donatello

Qualquer museu do mundo ficaria imensamente satisfeito em contar apenas com uma parte do acervo da Basílica de Santa Croce.

Lá estão preciosos afrescos de Giotto, uma Anunciação esculpida por Donatello, obras de Vasari, Andrea della Robbia e muitos outros artistas que trabalharam em Florença e construíram a fama de esplendor da cidade.

Altar-mor da Basílica de Santa Croce em Florença
Detalhe do altar-mor da Basílica de Santa Croce

Capella Castellani na Basílica de Santa Croce em Florença

A Cappella Castellani, do Século 14, com afrescos de Agnolo Gaddi


Prepare-se para ficar arrepiada diante dos túmulos de Galileu Galilei, Michelangelo, Maquiavel e Gioachino Rossini, compositor de óperas como O Barbeiro de Sevilha.

Uma das sepulturas no interior da Basílica de Santa Croce está vazia: ela foi feita para Dante Alighieri, o poeta que amargou um longo exílio de sua querida Florença e nem depois de morto conseguiu retornar. Dante está sepultado em Ravena (siga o link para ver o post).

"A Descida de Cristo da Cruz" de Bronzino na Basílica de Santa Croce em Florença

A Descida de Cristo da Cruz, tela de Bronzino (Século 16), um expoente do Maneirismo em Florença

Crucifixo medieval na Basílica de Santa Croce em Florença
O Crucifixo da Cappella Maggiore é obra de um artista anônimo do Século 14 conhecido apenas como Maestro di Figline ("Mestre de Figline", localidade próxima a Florença)


Túmulo de Michelangelo na Basílica de Santa Croce em Florença
O túmulo de Michelangelo é obra de outro grande artista: Giorgio Vasari
Túmulo de Dante Alighieri na Basílica de Santa Croce em Florença
Túmulo de Dante Alighieri na Basílica de Santa Croce em Florença
A tumba de Dante Alighieri está vazia: o poeta morreu no exílio e está sepultado em Ravena
Tú,ulo do compositor Rossini na Basílica de Santa Croce em Florença
O compositor Rossini, autor de óperas como O Barbeiro de Sevilha, também está sepultado na Basílica de Santa Croce

Túmulo de Machiavel na Basílica de Santa Croce em Florença
No panteão de Santa Croce não poderia faltar o ilustre florentino Nicolau Machiavel, precursor da Ciência Política moderna
Túmulo de Galileu Galilei na Basílica de Santa Croce em Florença

Túmulo de Galileu Galilei


A Basílica de Santa Croce começou a ser construída em 1294, no local onde quase um século antes São Francisco de Assis ergueu um pequeno oratório, em sua passagem por Florença a caminho de Roma.

Depois de percorrer as maravilhas do interior da Basílica de Santa Croce e os claustros que a cercam, não deixe de dar uma passada no antigo dormitório dos frades que viviam no mosteiro anexo.

Nesse pavilhão funciona a Scuola del Cuoio ("Escola do Couro"). Além de ver os artesãos trabalhando, é sua chance de comprar carteiras, bolsas e outros objetos na lojinha que funciona lá mesmo.
Basílica de Santa Maria Novella em Florença

A fachada da Basílica de Santa Maria Novella foi desenhada por Leon Battista Alberti, no Século 15


⭐ Basílica Santa Maria Novella
Piazza Stazione nº 4. 

Entrada: € 5. 
Os horários de visita variam de acordo com o dia da semana e a época do ano. Consulte aqui.

Entre as principais igrejas de Florença, Santa Maria Novella (“Nova”), do Século 13, é uma das mais antigas e preserva muito da estética medieval em plena capital do Renascimento.

Os afrescos góticos que adornam o interior da Basílica de Santa Maria Novella e seus claustros são absolutamente arrebatadores e, sozinhos, já valeriam a visita.

Nichos funerários na Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Esses arcos nos muros em torno da basílica são nichos funerários destinados a membros da alta aristocracia florentina e pertencem ao cemitério de Santa Maria Novella


Filippino Lippi, Brunelleschi, Giambologna, Ghirlandaio, Botticelli (repare na tela A Natividade), Masaccio e Michelangelo estão entre os grandes nomes que trabalharam na ornamentação de Santa Maria Novella.

Essas obras de arte faze contrapontos magistrais às linhas limpas e elegantes do interior da basílica, à sua amplidão (a nave tem 99 metros de profundidade ) e  luminosidade.

O destaque, pairando sobre a nave principal da Basílica de Santa Maria Novella, é o belíssimo crucifixo de Giotto.

Afrescos de Ghirlandaio e Crucifixo de Giotto na Basílica de Santa Maria Novella em Florença
O altar-mor de Santa Maria Novella tem afrescos de Ghirlandaio. Em primeiro plano, o Crucifixo de Giotto


A fachada de Santa Maria Novella tem revestimento em mármore realizado no Século 15. Ela exibe dois objetos astronômicos, uma esfera armilar — instrumento que indica os polos, os trópicos, os meridianos e o equador e servia para orientar os navegantes — e um relógio de sol

O inspirador essa “decoração” foi o astrônomo Ignazio Danti, frade dominicano que viveu em Florença no Século 16.

Basílica de Santa Maria Novella em Florença
A Anunciação, afresco de de Pietro de Miniato na Basílica de Santa Maria Novella em Florença
O interior D Basílica de Santa Maria Novella tem uma amplidão luminosa que chega a deixar a gente sem fala. Acima, A Anunciação, afresco de Pietro di Miniato


Danti foi o responsável pelos cálculos que estabeleceram o Calendário Gregoriano que o Ocidente adota até hoje, substituindo o Calendário Juliano, implantado por Júlio César e ainda usado pela Igreja Ortodoxa.

A visita à Igreja de Santa Maria Novella começa pelo Chiostro Verde (“claustro verde”), decorado com afrescos de Paolo Uccello, no Século 15.

Essas obras do claustro foram muito danificadas por uma enchente do Rio Arno, em 1966, mas ainda é possível perceber a beleza do trabalho.

Claustro Verde da Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Claustro Verde da Basílica de Santa Maria Novella em Florença

A visita a Santa Maria Novella começa sob as abóbadas do Claustro Verde

Capela da Anunciação na Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Capela da Anunciação na Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Capela da Anunciação 
Afrescos na Basílica de Santa Maria Novella em Florença

Os afrescos do Claustro foram muito danificados por uma enchente do Rio Arno, mas ainda são impressionantes


Ainda no claustro, prepare-se para a visão maravilhosa da Sala do Capítulo (local de reunião dos religiosos), também chamada de Cappellone degli Spagnoli (“Capela dos Espanhóis”).

A sala é toda coberta de afrescos belíssimos realizados por Andrea di Bonaiuto, no Século 14. As pinturas retratam a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo e a criação da Ordem dos Dominicanos.

Sala do Capítulo da Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Sala do Capítulo da Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Sala do Capítulo, ou Capela dos Espanhóis

Altar-mor da Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Altar-mor da Basílica de Santa Maria Novella em Florença
Altar-mor da Basílica de Santa Maria Novella em Florença

Capela Strozzi na Basílica de Santa Maria Novella em Florença

A Capela Strozzi é decorada com afrescos de Filippino Lippi


Outro claustro de Santa Maria, o Chiostro Grande, do Século 14, também está decorado com afrescos, mas não costuma estar aberto ao público, exceto em datas especiais.

No interior da Basílica de Santa Maria Novella, o lado da Capela Maior (altar-mor), preste atenção à Capela Strozzi, construída para abrigar a sepultura do rico banqueiro Filippo Strozzi. Os afrescos são de Filippino Lippi.

Mais sobre a cidade
Post-índice com mapa - todas as atrações e dicas de Florença

Atrações



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