O Imbassaí continua delicioso |
Nesses mais de 10 anos, voltei com alguma frequência a localidades do Litoral Norte da Bahia, mas falhei com os leitores da Fragata em dar notícia desses 240 quilômetros de praias que eu adoro e que rendem deliciosas escapadas de banho de mar, banho de rio e balanço de rede na brisa suave.
O belo pôr do sol é um dos trunfos da Praia do Forte |
Neste janeiro, durante o recesso de Natal e Ano Novo, fiz um bate e volta de Salvador ao Imbassaí e à Praia do Forte e garanto que o Litoral Norte da Bahia continua uma delícia — e com opções para todos os orçamentos.
Veja as dicas:
No Imbassaí, você escolhe entre as águas mansinhas do rio ou
o batidão das ondas do mar |
Litoral Norte da Bahia
Como chegar ao Litoral Norte da Bahia
A Rodovia BA-099 é a rota para as localidades do Litoral
Norte da Bahia. A estrada continua em ótimo estado de conservação, muito bem
sinalizada e com o asfalto bem cuidado.
Haja disciplina pra não sair comprando todos os caranguejos
à venda, na beira da Estrada do Coco |
Como você já sabe, ela se divide em duas denominações. A Estrada do Coco vai da divisa de Salvador com Lauro de Freitas até a Praia do Forte (cerca de 60 km). Esse trecho é duplicado e com limites de velocidade que variam entre 40 km por hora, quando corta áreas mais povoadas, e 80 km por hora.
A Linha Verde não está duplicada. Ela vai da Praia do Forte
à divisa com Sergipe, onde está Mangue Seco. Esse trecho também tem limites de
velocidade entre 40 km/h e 80 km/ (a maior parte do tempo, você terá que
trafegar a 60 km/h).
As hipnóticas dunas de Mangue Seco são a última parada da Linha Verde |
Respeite o limite de velocidade na estrada. Não só porque há radares em diversos trechos. Mas, principalmente, porque há muitos povoados pelo caminho e a travessia de pedestres é frequente.
Além do limite de velocidade rigoroso (e bem-vindo) e da fila do pedágio, saiba que o trânsito no trecho inicial da Estrada do Coco, na altura de Lauro de Freitas, é sempre muito enfarruscado, quando não está engarrafado, mesmo.
Leve isso em consideração na hora de programar a saída de Salvador. Ainda que as distâncias da capital à Praia do Forte e ao Imbassaí sejam curtas, você vai levar no mínimo 2 horas para colocar seu pezinho na areia dessas localidades.
A praia no centrinho da Praia do Forte é gostosa, mas não é
a melhor. Se sua ideia for aproveitar as deliciosas piscininhas do Papa Gente,
a 4 km da vila, saiba que agora dá pra ir de carro até lá |
Pedágio da Linha Verde
A BA-099 é pedagiada. O praça do pedágio fica no km 14,5, um pouco antes da entrada da Praia de Jauá. Em janeiro de 2024, a tarifa do pedágio para automóveis, caminhonetes e furgões é de R$ 8,60, de segunda a sexta, e de R$ 12,90 nos finais de semana e feriados. O pedágio é cobrado na ida e na volta, sem choro nem vela.
Estacionamento na Linha Verde
A Praia do Forte está a 80 km de Salvador. Se você vai de carro até lá, é bom saber que os automóveis não podem circular livremente pelo centro da vila nem chegar à beira-mar. É preciso deixá-los em um estacionamento e isso não é barato: os estacionamentos estavam cobrando R$ 8 por hora ou R$ 40 a diária, agora no começo de janeiro.
No Imbassaí, a 90 km de Salvador, também é de bom tom deixar o carro em um estacionamento mais perto da entrada da vila — os carros também não podem chegar até a praia. Lá, pagamos R$ 15 pelo serviço, preço que vale pelo dia todo.
Uma escapada ao Litoral Norte da Bahia
Obrigada, Oxum, deusa das águas doces, por este banho no Rio
Imbassaí |
⭐Dia de praia no Imbassaí
Transferi meu xodó para o Imbassaí, pra onde fiz um bate e volta no comecinho deste 2023 para esticar minha canga na areia branquinha e receber minha dose de verão baiano na veia.
E o Imbassaí é uma delícia. O rio cristalino que desfila em paralelo ao mar, antes de ir juntar-se a ele, oferece suas águas calminhas e apenas ligeiramente frias (temperatura similar ao mar do Porto da Barra). Ô, mergulho gostoso, viu?
Coqueiral, manguezal, mata nativa, rio e mar: o Imbassaí é um resumo muito gostoso dos encantos do Litoral Norte |
Mergulho é modo de dizer, porque a água dificilmente alcança a cintura da gente, por mais cheio que esteja o Rio Imbassaí — quem viaja com crianças certamente vai gostar dessa informação. Eu não sou muito chegada ao banho de mar no Imbassaí, porque a maré é tipo batidão.
E tem o “serviço de praia” do Imbassaí, que garante bebida gelada, caranguejos, lambretas e outras gostosuras que eu sempre associo à beira-mar. Faz tempo que as barracas de praia foram retiradas da areia. Hoje, elas estão mais afastadas, o que atrasa um pouquinho o serviço — carregar uma bandeja caminhando naquela areia fofa não deve ser muito fácil.
Mas os atendentes das barracas driblam o perrengue usando rádios intercomunicadores, adiantando os pedidos dos clientes que ocupam as muitas mesas espalhadas pela areia e protegidas por generosos guarda-sóis — essa estrutura ainda é permitida na faixa que fica entre o Rio Imbassaí e o mar.
As cozinhas e depósitos das barracas de praia agora funcional à sombra daquelas árvores que você vê ao fundo |
Pra completar o cardápio, tem acarajé e outras delicias do tabuleiro das baianas. Os assistentes das baianas caminham entre as mesas oferendo os produtos que chegam quentinhos aos clientes, mas os tachos de fritura ficam bem distantes do público. A porção com uma dúzia de “acarajés aperitivos” (aqueles pequenininhos) estava custando R$ 36.
Ficamos cerca de cinco horas lagarteando à beira do Rio Imbassaí, destroçando caranguejos e lambretas. Nossa conta na barraca ficou em R$ 90 por pessoa, com muitos refrigerantes e água de coco, mas sem bebidas alcoólicas.
Fiquei feliz de ver que a Vila do Imbassaí está muito bem cuidada. As ruas de paralelepípedos tem pouco movimento de automóveis, até porque as calçadas largas e bem cuidadas convidam às caminhadas, geralmente à sombra de coqueiros e árvores nativas.
Se você quer um dia de praia sem muvuca, o Imbassaí é uma grande ideia. Para um passeio mais esticadinho do que um bate e volta, o lugar também cai bem. O povoado tem pousadas e restaurantes para todos os tipos de orçamento.
Adoro ver o pôr do sol na Praia do Forte. Esta foto foi clicada na Base do Projeto Tamar |
Pit-stop na Praia do Forte
O motivo de não incluirmos as moquecas do Restaurante de Santana no cardápio do nosso dia de praia no Imbassaí foi a vontade de conferir como andam as coisas na Praia do Forte, o destino mais famoso (e caro) do Litoral Norte da Bahia.
Restaurante de Donana: acredite que esse senhor ensopado de
camarão (no alto) alimentou três pessoas e ainda sobrou. Acima, o bobó de camarão do
verão passado |
O Largo em frente à Igreja de São Francisco é um dos
camarotes mais concorridos na hora do pôr do sol na Praia do Forte |
A praia no centrinho da vila fica movimentada até tarde |
A Base do Projeto Tamar cresceu e ganhou um lounge à
beira-mar. O velho farol da Praia do Forte continua lá, quietinho |
De qualquer maneira, conseguimos mesa no Restaurante de Donana sem fila (vantagem de quem chega para o almoço às 18h). Pedimos um ensopado de camarão (sem dendê) que alimentou e arrancou muitos suspiros de três famintas — e ainda sobrou —, acompanhado dos clássicos pirão, farofa e arroz. Com bebidas sem álcool, a conta ficou em pouco mais de R$ 80 por cabeça.
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Imbassaí tem sossego e badalação
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Do lado da Praia do Forte, um restaurante escondido e delicioso
Banquete pé-na-areia em Mangue Seco
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