14 de novembro de 2019

Roteiro do Modernismo em Barcelona no Passeig de Gràcia


La Pedrera, obra de Gaudí, Passeig de Gràcia, em Barcelona
La Pedrera, obra de Gaudí, Passeig de Gràcia, Barcelona

La Pedrera, uma das obras mais famosas de Gaudí e maior ícone do Passeig de Gràcia


Um dos grandes prazeres de visitar Barcelona é estar cercada por um dos acervos arquitetônicos mais bonitos, atrevidos e instigantes do planeta. O Modernismo em Barcelona faz o papel de paisagem, ambiente, vida real e mais um monte de coisas que eu busco numa viagem.

O Modernismo em barcelona também é um baita personagem — e vá ser bonito assim lá na Catalunha.

Poucas cidades do mundo têm sua identidade tão imediatamente associada a um arquiteto como Barcelona a Antoni Gaudí — creio o outro grande exemplo é Brasília, que basta a gente pensar nela para lembrar de Oscar Niemeyer.

Casa Lleó Morera no Passeig de Gràcia, Barcelona

Casa Lleó Morera, do arquiteto Domenèch i Montaner


A diferença é que Niemeyer e sua turma genial criaram Brasília, enquanto Barcelona já tinha pelo menos 3.000 aninhos de história quando o Modernismo traçou suas feições mais marcantes.

E quando digo Modernismo, é bom lembrar que a cara de Barcelona saiu de muitas pranchetas. Gaudí foi um gênio, mas não foi o único.

Tem dois caras que merecem estar no mesmo panteão que ele: Lluís Domènech i Montaner, autor do escandalosamente lindo — e profundamente humano — Hospital de la Santa Creu e Sant Pau, e Josep Puig i Cadafalch, que assina, entre outras, a Casa Amatller.

Fachada modernista no Bairro Gótico de Barcelona
Fachada Modernista no Bairro Gótico de Barcelona
Tem Modernismo no Bairro Gótico, também. Olha só essas fachadas lindas. Depois de explorar o Passeig de Gràcia, deixe Barcelona surpreender você


Preciso avisar que não há a menor chance de alguém esgotar as rotas do Modernismo em Barcelona em uma viagem — nem em duas, nem em três, meu caso, ou mesmo em 10. E isso é uma grande notícia, porque sempre vão sobrar motivos para um retorno.

Ajuntament de Barcelona (a Prefeitura) tem uma lista de 120 construções que merecem ser vista em uma Rota do Modernismo, com várias possibilidades de itinerário.

Casas modernistas no Eixample, Barcelona
Casas modernistas no Eixample, Barcelona

Cliquei essas fachadas lindas passeando pela Carrer de Provença, transversal do Passeig de Grácia


Neste post, organizei um roteiro pelo Modernismo em Barcelona no Passeig de Gràcia, a maior passarela modernista da cidade, e arredores. Ele contempla os grandes clássicos e outros encantos na vizinhança desses highlights.

Dois espetáculos do Eixample — a Basílica da Sagrada Família, de Gaudí, e o Hospital de la Santa Creu e Sant Pau, de Domenèch i Montaner — ganharam posts exclusivos.

O modernismo nas Ramblas também ganhou um post só pra ele. Veja: O que fazer nas Ramblas de Barcelona

Arquitetura modernista no Eixample, em Barcelona
Arquitetura modernista no Eixample, em Barcelona
Arquitetura modernista no Eixample, em Barcelona
Qualquer caminhada pelo Eixample é um grande safári modernista


Dá para ver todas as atrações deste post em um só dia? Dá, mas um roteiro Modernista em Barcelona não combina com ritmo de gincana. Use as dicas e o mapa como bases para muitas caminhadas por Barcelona. 

E lembre-se sempre que o Modernismo em Barcelona vai muito além do Eixample, bairro onde fica o Passeig de Gràcia e que é imediatamente associado a esse estilo arquitetônico e artístico.

Modernismo no Passeig de Gràcia, Barcelona
Modernismo no Passeig de Gràcia, Barcelona
Modernismo no Passeig de Gràcia, Barcelona

O Passeig de Gràcia é um banquete para o olhar


O Modernismo está tão entranhado na paisagem e na alma da cidade que ele mesmo se encarrega de vir ao encontro da visitante, se apresentar e bancar o cicerone por todos os cantos.

Vá além do mapa e abrace a surpresa. Permita-se, porque vai ser lindo. Bora?

Casa Amatller e Casa Batlló, Barcelona
Duas pop stars do Modernismo em Barcelona: a Casa Amatller, com o telhado em degraus, e a Casa Batlló

Roteiro do Modernismo em Barcelona


Como chegar ao Passeig de Gràcia

As estações de metrô Diagonal (Linhas 3 e 5), Passeig de Gràcia (linhas 2, 3 e 4) e Plaça de Catalunya (linhas 1, 3, 6, 7 e S7) são as mais cômodas para quem vai fazer este passeio.

Para começar o roteiro nos Jardins de Salvador Espriu e Casa Fuster, desembarque na Estação Diagonal e caminhe 240 metros na direção Norte. Na outra ponta do Passeig de Gràcia, a estação Plaça de Catalunya é perfeita para quem quer começar o passeio na extremidade Sul do bulevar.



O que ver no Passeig de Gràcia


Duvido que alguém me apresente um cartão de visitas de Barcelona mais instigante do que os 1.200 metros desse encantador bulevar modernista, onde se perfilam algumas das mais bonitas e famosas construções da cidade.

Casa Malagrida no Passeig de Gràcia em Barcelona
Luminárias de Pere Falqués no Passeig de Gràcia em Barcelona
No alto, a Casa Malagrida (Passeig de Gràcia nº 27), inaugurada em 1908. Acima, as luminárias projetadas por Pere Falqués, com bancos em suas bases, que é pra a gente admirar o bulevar modernista com mais conforto


Até a primeira metade do Século 19, o Passeig de Gràcia era apenas uma estradinha rural que ligava a cidade de Barcelona à Vila de Gràcia, hoje um dos bairros mais gostosos da capital catalã.

Com a expansão da cidade — Eixample, o nome do bairro onde fica o bulevar, significa “ampliação” — a área foi urbanizada e Barcelona ganhou sua larga e fulgurante avenida, um bulevar como exigia a cartilha da Belle Époque.

Friso na fachada de um edifício do Passeig de Gràcia

Friso na fachada de um edifício do Passeig de Gràcia


O Passeig de Gràcia passou a ser O endereço elegante da cidade. A maioria de suas casas modernistas é da virada do século 19 para o 20.

O bulevar é o ponto ideal para iniciar um roteiro modernista em Barcelona, como eu fiz. Logo na extremidade Norte do Passeig de Gràcia (onde ele desemboca na Carrer Gran de Gràcia) estão os Jardins de Salvador Espriu — homenagem ao escritor que morava bem ali, em um apartamento da imponente Casa Fuster, hoje um hotel de luxo.

Jardins de Salvador Espriu, Passeig de Gràcia, Barcelona

Jardins de Salvador Espriu, na ponta Norte do Passeig de Gràcia


⭐Casa Fuster
Passeig de Gràcia nº 132

Em frente aos Jardins de Salvador Espriu, a Casa Fuster foi projetada por Domènech i Montaner e inaugurada em 1911 — a última obra do arquiteto em Barcelona. 

Comparada com a vibrante decoração do Hospital Sant Pau, a obra-prima de Domenech, a construção chama a atenção pela sobriedade.

Sua fachada em pedra clara é sustentada por colunas com capitéis em delicados motivos florais — uma das marcas do Modernismo Catalão, assim como de vários de seus primos, como o Jugendstil e a Art Nouveau. Nos andares superiores, as janelas se alongam em um desenho gótico-contido com sotaque mourisco muito bonito.

Casa Fuster em Barcelona

Casa Fuster, última obra de Domènech i Montaner em Barcelona


⭐ Um desvio na Avinguda Diagonal

Casa Comalat em Barcelona
Casa Comalat em Barcelona
A uma quadra do Passeig de Gràcia, a Casa Comalat é apontada como um dos grandes exemplares da arquitetura modernista em Barcelona

Descendo o Passeig de Gràcia, a gente logo chega ao cruzamento com a Avinguda Diagonal, onde vale muito fazer um desvio para Leste (à direita de quem vem de Gràcia) para ver três exemplares notáveis do Modernismo em Barcelona.

Casa de les Punxes em Barcelona
Casa de les Punxes em Barcelona
Casa de les Punxes em Barcelona
Obra de Puig i Cadafalch, a Casa de les Punxes é um escândalo de bonita

A Casa Comalat, projeto de Salvador Valeri i Popurull, está a uma quadra do Passeig de Gràcia, no nº 442 da Avinguda Diagonal. Quase em frente está o Palau Baró de Quadras (Diagonal nº 373) e, a duas quadras, a Casa de les Punxes (Avinguda Diagonal nº 420), ambas assinadas por Josep Puig i Cadafalch.

Ainda na Avinguda Diagonal, vale a parada para ver o Palau Baró de Quadras

⭐La Pedrera e suas vizinhas

De volta ao Passeig de Gràcia, no segundo quarteirão abaixo da Avinguda Diagonal, você vai se ver diante da obra mais famosa, emblemática (e mais um quilo de adjetivos similares) do bulevar modernista de Barcelona: La Pedrera, uma construção que realmente deixa minha alma aos saltitos.

Oficialmente batizada Casa Millà, ela é uma das obras-primas de Gaudí. O endereço é no nº 92 do Passeig de Gràcia.

Sala de jantar de La Pedrera, casa de Gaudí em Barcelona
Vida doméstica à moda do Modernismo em Barcelona, em um dos apartamentos de La Pedrera. Abaixo, o terraço da construção

Terraço de La Pedrera, obra de Gaudí em Barcelona

Se você só tiver tempo, grana ou paciência para visitar uma única casa dessa área, que seja La Pedrera. A sujeita é linda por fora, mas percorrer um de seus apartamentos — ter um vislumbre do que seria a rotina doméstica dentro da obra — é um dos grandes programas oferecidos por Barcelona.

⭐ Casa Millà/La Pedrera
Passeig de Gràcia n° 92

La Pedrera, obra de Gaudí em Barcelona
La Pedrera de Gaudí em Barcelona
Os apartamentos de La Pedrera estão voltados para um pátio interno (no alto, à esquerda). E o terraço da casa de Gaudí é uma viagem


➡️ Horários de La Pedrera: de março a outubro, das 9h às 20:30h. Visitas noturnas das 21h às 23h.
De novembro a fevereiro, das 9h às 18:30h. Visita noturna das 19h às 21h.
No período de Natal e ano Novo (26/12 a 3/1) os horários de abertura e encerramento seguem o calendário do verão.

➡️ Ingressos a partir de € 22.

Casa Casas-Carbó, Passeig de Gràcia, Barcelona

Casa Casas-Carbó


Um pouquinho antes de chegar e se extasiar com as ondas do mar que se insinuam na fachada de La Pedrera, não deixe de reservar um tempinho pra ver a Casa Ramón Casas, ou Casa Casas-Carbó, no nº 96 do Passeig de Grácia (tem uma loja Massimo Dutti no térreo, pra facilitar sua localização).

Projeto do arquiteto Antoni Rovira i Rabassa, a Casa Casas-Carbó foi inaugurada em 1898. Foi a residência do pintor Ramón Casas e chama a atenção pelo balcão em pedra talhada que se debruça sobre o bulevar (deve ter sido um baita camarote, em tempos idos).

Casa nº 94 do Passeig de Gràcia, Barcelona

Ensanduichado entre duas casas famosas, o nº 94 do Passeig de Grácia tem belíssimos balcões


Espremido entre La Pedrera e a  Casa Casas-Carbó, o edifício no nº 94 do Passeig de Gràcia tem balcões entalhados em pedra lindíssimos (o do quarto andar é especialmente encantador) e balaustradas de ferro interessantíssimas, no terraço.

⭐Hotel Majestic
Passeig de Gràcia nº 68 

Duas quadras mais abaixo, o Hotel Majestic ainda olha para o bulevar com a pose de quem hospedou Pablo Picasso e Ernest Hemingway, entre outras celebridades. 

Hotel Majestic, Barcelona
O Hotel Majestic é um dos meus xodós no Passeig de Gràcia

Meu xodozinho especial com esse edifício, porém, nada tem a ver com a referência a Papa Hemingway (eu juro!! 😀). Só experimente vê-lo iluminado, à noite, e tente não se apaixonar pela harmonia de seus balcões debruçados sobre a calçada.

⭐Casa Vídua Marfà
Passeig de Gràcia nº 66

Na esquina seguinte (com a Carrer de Valencia) está outra das minhas construções modernistas favoritas nessa área, a Casa Vídua Marfà ("Viúva Marfà"), um quase castelinho medieval.

A entrada do edifício, um hall aberto, é sustentado por colunas, com uma bela escadaria aos olhos de quem passa na calçada. E os balcões da casa são de romance.

Casa Vídua Marfà, Passeig de Gràcia, Barcelona

Este balcão da Casa Vídua Marfà é de romance


A casa da viúva é uma criação do arquiteto Manuel Comas i Thos, inaugurada em 1905. Foi encomendada em 1901 por Emili Marfà i Artigas, que morreu dois anos antes da obra ser completada. Quem se mudou para o palacete foi sua viúva, Isabel Palau i Vera, daí o nome da casa.

Um dos motivos do meu encantamento com a Casa Vídua Marfà é seu desenho escancaradamente gótico — o medievalismo é uma característica fortíssima do Modernismo Catalão.

Casa Vídua Marfà, Passeig de Gràcia, Barcelona

A entrada da Casa Vídua Marfà. Tem coisa mais Art Nouveau do que esses capitéis?


Já disse aqui no blog que tenho uma implicância incontornável com o neogótico, especialmente aquelas construções vitorianas que parecem ter como única função servir de locação pra filme de terror.

Mas adoro o medieval-estilizado do Modernismo Catalão, que sempre me lembra as ilustrações de contos de fadas de livros do Século 19 e está super bem representado na casa da viúva.

Casa Amatller e a Casa Batlló em Barcelona

A Casa Amatller e a Casa Batlló juntinhas no Quadrat d'Or. Fiz essa foto em uma viagem anterior, quando as árvores desfolhadas do inverno não impediam a visão de "corpo inteiro" das duas beldades


⭐Quadrat d'Or

A quadra do Passeig e Grácia entre a Carrer de Aragó e a Carrer del Consell de Cent é chamada de Quadrat D'Or ("Quarteirão Dourado").

O nome vem da reunião naquele trechinho de alguns dos exemplares mais notáveis do Modernismo em Barcelona. Lá estão, quase abraçadinhas, a Casa Batlló (obra de Gaudí no nº 43 do Passeig de Grácia), a Casa Amatller (de Puig i Cadafalch, nº 41) e a Casa Lleó-Morera (de Domènech i Montaner, nº 35).

Casa Lleó Morera em Barcelona
Casa Lleó Morera em Barcelona
A Casa Lleó Morera e sua famosa janela 


Dependendo do narrador, o Quadrat D'Or também é chamado de "Quarteirão da Discórdia", em alusão aos egos dos arquitetos, que parecem duelar pelo título de fachada mais impressionante da quadra.

As três obras mais famosas do Quarteirão da Discórdia ofuscam as menos famosas Casa Mulleras (de Enric Sagnier, no nº 37) e a Casa Bonet (de Marceliano Coquillat, no nº 39). As duas ficam ensanduichadas pela trinca célebre.

Casa Amatller em Barcelona
Casa Amatller, de Josep Puig i Cadafalch


⭐ Casa Amatller
Passeig de Gràcia nº 41

➡️ Horário: abre todos os dias do ano, das 10h às 18h. As visitas são feitas com horário marcado e duram 45 minutos.
➡️ Ingressos: a partir de € 16,15 para compra online.

A Casa Amatller é a decana entre as estrelas do Quadrat d’O. Ela é o resultado da reforma modernista de um imóvel que já existia no local. A obra, encomendada a Puig i Cadalfalch, foi inaugurada em 1900.

A inspiração da Casa Amatller é evidentemente neogótica, mas esse neo se inspira muito mais na vertente germânica ou flamenga, basta ver fachada em degraus, tão característica de cidades como Lübeck (Alemanha), Bruges ou Bruxelas (Bélgica). 

Esse não é um traço raro na obra de Puig i Cadafalch, que era fã do revivalismo histórico — um dos sopros que deu vida ao Modernismo — em geral, e do revivalismo germânico, em particular. 

Casa Amatller em Barcelona
Casa Amatller em Barcelona
A Casa Amatller também amarrou o laço amarelo na fachada. É um símbolo de solidariedade aos independentistas catalães presos 


O modernista Josep Puig i Cadafalch era um renaissance man, se vocês me permitem o jogo de palavras — que nem é tão descabido, afinal ele foi um dos expoentes da Renaixença, que usava o nome da renascença do Século 16 para resgatar e fortalecer a identidade catalã.

Além de arquiteto, ele foi um erudito que se dedicou ao urbanismo, às artes, à arqueologia e a um cuidadoso estudo da História da Catalunha. 

O dono da casa, Antoni Amatller, era dono de uma muito bem-sucedida fábrica de chocolates — as embalagens do Chocolate Amatller se davam ao luxo de ser ilustradas até pelo gênio da Jugendstil Alphonse Mucha.

Além de muitíssimo rico, Amatller era sintonizado com o espírito da Belle Époque, uma época em que o progresso tecnológico e o avanço industrial provocavam um incontrolável frisson de otimismo — plenamente justificado, para quem era dono das máquinas e fábricas, aliás.

Casa Batlló em Barcelona
Casa Batlló em Barcelona
Mais uma preciosidade de Gaudí: a Casa Batlló


⭐Casa Battló
Passeig de Gràcia nº 43

➡️ Horário: diariamente, das 9h às 21h.

➡️ Ingressos a partir de € 25 (o preço varia de acordo com a modalidade da visita).

Eu não canso de procurar — e achar — o dragão de Gaudí na Casa Batlló. As escamas no telhado, o olho na janelinha...

Casa Batlló em Barcelona

Vá ser bonita assim lá na Catalunha, Casa Battló


O dragão e suas primas menores, as salamandras, são recorrentes nos projetos decorativos de Gaudí. Mas nesta casa, inaugurada em 1912, o jogo de procurar as pistas camufladas vira uma brincadeira muito mais divertida.

Gaudí não construiu a Casa Batlló, ele reformou um edifício que já existia. E virou a construção do avesso, naturalmente. Foi graças a esse trabalho que ele foi contratado para projetar La Pedrera.

Cheia de signos mais os menos velados — as ninfeias na fachada, as máscaras venezianas nos balcões, as referências cifradas ao mar — a Casa Batlló é de uma beleza arrebatadora, Não é à toa que recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano.

A Casa Amatller e a Casa Batlló estão abertas à visitação. Se você tem planos de vê-las por dentro, é bom comprar ingressos com antecedência pra evitar a fila da bilheteria. Veja as dicas no final do post.


Casa Lleó Morera, Barcelona
A Casa Lleó Morera é pura poesia...

⭐Casa Lleó Morera

Do jeito que ando fã de Lluís Domenèch i Montaner, morri de pena de ter chegado atrasada a Barcelona, nesta terceira visita: a Casa Lleó Morera esteve aberta à visitação por um curto hiato, entre 2014 e 2016. Desde então, voltamos à sina de só poder admirar seu exterior.

Uma pena, porque Domenèch e Montaner fez questão de empregar os maiores talentos em artes decorativas para complementar o projeto arquitetônico da casa, inaugurada em 1906. Gente como o escultor Eusebi Arnau e o mosaicista italiano Mario Maragliano, por exemplo.

Casa Lleó Morera em Barcelona
Casa Lleó Morera em Barcelona

Esta decoração é um postal fotografadíssimo de Barcelona


Se servir de consolo, é possível fazer um tour virtual pelo interior da Casa Lleó Morera. E tem sempre a opção de ver o mobiliário original do imóvel no excelente Museu Nacional de Arte da Catalunha (MNAC).

A casa Lleó Morera é uma das grandes estrelas do Passeig de Grácia. As colunas ricamente decoradas de seu pavimento térreo, a delicadeza do entalhe de seus balcões, a janela oriel (um tipo de bay window) que se debruça sobre a rua e o templete que se ergue de seu terraço são detalhes imediatamente reconhecíveis, cartões postais popularíssimos de Barcelona.

Fundação Antoni Tàpies Barcelona

A etérea obra Nuvem e Cadeira ocupa todo o terraço da Fundação Tàpies


⭐ Fundação Antoni Tàpies
Carrer de Aragó nº 225

➡️ Horário: de Terça a domingo, das 10h às 19h (sexta fecha às 20h, domingo, às 15h).
➡️ Entrada: € 8.

Já que você está no Quadrat D’Or, vale virar a esquina na Carrer de Aragó para dar uma olhada na Fundação Antoni Tàpies (no nº 225), instalada em mais um marco modernista de Barcelona com fachada de tijolos aparentes e detalhes em ferro e com o instigante emaranhado metálico exibido em seu terraço, a obra Nuvem e Cadeira, de Tàpies.

A construção foi projetada por Lluís Domènech i Montaner e inaugurada em 1885. Originalmente, foi sede da Editora Montaner i Simon e hoje abriga um centro cultural fundado pelo próprio Antoni Tàpies, grande referência das artes plásticas dos anos 60 e 70.

A casa abriga uma pequena exposição permanente do artista e também mostras temporárias.

Casa Malagrida no Passeig de Gràcia em Barcelona
Acho a Casa Malagrida uma das mais bonitas do Passeig de Gràcia

⭐Casa Malagrida
Passeig de Gràcia nº 27

Pronto, chegamos a outro chamego que eu tenho no Passeig de Gràcia. A Casa Malagrida pode não ser tão atrevida quanto muito de suas vizinhas famosas, mas eu a considero uma das construções mais bonitas entre as que estão perfiladas às margens do bulevar modernista de Barcelona.

Casa Malagrida em Barcelona
Casa Malagrida em Barcelona
A "torre coroada" da Casa Malagrida consegue se destacar na paisagem apesar da concorrência da vizinhança ser inclemente


A Casa Malagrida, inaugurada em 1908, foi projetada pelo arquiteto Joaquim Codina por encomenda de um milionário que fez fortuna na Argentina — daí os condores que aparecem na decoração. Dizem que o interior da casa é precioso, mas ela não está aberta à visitação.

O jogo visual proposto pelos balcões da casa é lindo, mas a construção é famosa mesmo pela “torre coroada” do sótão, arrematada por uma espécie de cúpula que se destaca na paisagem do Passeig de Gràcia — o que é uma proeza e tanto, considerando a concorrência na vizinhança.

Casas Rocamora em Barcelona
Casas Rocamora em Barcelona

As torres das Casas Rocamora avisam que o roteiro do modernismo está chegando ao fim


⭐ Casas Rocamora 
Passeig de Gràcia nº 6-14 

O conjunto de moradias das Casas Rocamora é uma das maiores construções do Passeig de Gràcia. O projeto é dos arquitetos irmãos Joaquín y Bonaventura Bassegoda i Amigó e inaugurado em 1917.

O grande trunfo das Casas Rocamora são suas torres de ilustração de contos de fadas, revestidas em cerâmica cor de laranja.

Passeig de Gràcia em Barcelona

O Passeig de Gràcia visto do último andar de El Corte Inglés da Plaça de Catalunya. Em destaque, as torres das Casas Pascual i Pons e das Casas Rocamora


Quando avisto essas torres, já sei que estou chegando à Plaza de Catalunya e que meu roteiro pelo Passeig de Gràcia está chegando ao fim — ou ao recomeço, porque nada me impede de dar meia-volta e percorrer o desfile modernista todinho, outra vez.


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