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Comer e beber em Madri: duas grandes atrações turísticas |
A mesa e o balcão são duas grandes atrações da capital espanhola. Comer e beber em Madri são experiências tão importantes e prazerosas quanto ver as telas do Museu do Prado, a Guernica e o Parque do Retiro.
Comer em Madri, pra mim, é ir de tapas, beliscando pequenas gostosuras nos balcões das tabernas.
É me enredar no aconchego calórico do cocido madrileño e dos callos a la madrileña, pratos engendrados nas cozinhas simples das casas do povo para chegar às mesas requintadas.
É sucumbir à simplicidade das yemitas (“brigadeirinhos” de gema) e dos churros mergulhados na xícara fumegante de chocolate.
Comer em Madri, pra mim, é ir de tapas, beliscando pequenas gostosuras nos balcões das tabernas.
É me enredar no aconchego calórico do cocido madrileño e dos callos a la madrileña, pratos engendrados nas cozinhas simples das casas do povo para chegar às mesas requintadas.
É sucumbir à simplicidade das yemitas (“brigadeirinhos” de gema) e dos churros mergulhados na xícara fumegante de chocolate.
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O bar do terraço do El Corte Inglés na Porta do Sol tem vista para a praça mais famosa de Madri |
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Os bares da Plaza Mayor são bem pega-turistas. Prefira
comer em outro lugar, mas sucumba à tentação de bebericar una copita no
cenário lindo da praça sem culpa |
O certo é que comer em Madri é delicioso, fácil e não custa os olhos da cara. Além dos pratos típicos da cidade e de toda a variadíssima cozinha espanhola, há sabores do mundo inteiro esperando para enriquecer a experiência do visitante.
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A elegância do tradicionalíssimo restaurante Lhardy |
Da minha adorável semaninha passada em Madri, agora em janeiro, trouxe várias dicas para compartilhar com vocês.
A comida de mercado em Madri já ganhou um post. Agora, fique com dicas de onde comer e beber em Madri em restaurantes, bares e cafés que curti por lá:
Onde comer e beber em Madri
Bares de Madri
⭐Puertasol
Porta do Sol nº 10, 5º andar. De domingo a quinta, das 11h à meia-noite. Sextas, sábados e vésperas de feriado, até 1:30 da manhã.
Inaugurado no ano passado, o Puertasol é um rooftop bar à moda de Madri. Fica no terraço do El Corte Inglés da Porta do Sol, lugar muito agradável para uma happy hour, com uma bela vista para a icônica praça onde os madrilenhos gostam de comemorar o Ano Novo.
Foi lá que passei meu último final de tarde em Madri.
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A praça da Porta do Sol e o Edifício dos Correios vistos do do bar de El Corte Inglés |
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O Urso e o Medronheiro, estátua-símbolo de Madri, na Porta do Sol |
O Puertasol se apresenta como espaço gastronômico e é comandado por chefs famosos na cidade (não confunda com o Gourmet Experience, que funciona em algumas unidades do magazine, inclusive na loja vizinha da Plaza de Callao).
Mas as mesas altas, ao ar livre, convidam mesmo é para uma copita.
O Puertasol serve um dry martini (€ 10) bem decente e as opções de tapas passam pelos queijos, jamón e chorizos. Vista bonita, serviço simpático e trilha sonora de bom gosto.
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Taberna del Volapié: opção simpática no Barrio de Las Letras |
⭐ Taberna del Volapié
Sempre fui fã das tabernas do Barrio de Las Letras, que pra mim são as versões francamente etílicas dos cafés parisienses.
Nas tabernas do bairro, a qualquer hora do dia, tem sempre alguém lendo o jornal, bebericando uma copita e comentando o noticiário com alguma indignação (que fica mais eloquente naquele sotaque brusco dos madrilenhos).
Calle del Prado nº 3, esquina com Calle Echegaray (Metrô Sevilla ou Antón Martín).
Nas tabernas do bairro, a qualquer hora do dia, tem sempre alguém lendo o jornal, bebericando uma copita e comentando o noticiário com alguma indignação (que fica mais eloquente naquele sotaque brusco dos madrilenhos).
A Taberna del Volapié é mais arrumadinha que a média do Barrio de Las Letras e não segue o costume de deixar o chão sujo para comprovar o movimento de clientes (uma curiosa tradição de Madri), mas cobra preços honestíssimos e tem uma variedade de tapas muito interessante.
Bom lugar para uma copita de jerez (a bebida é andaluza, mas foi adotada pela capital espanhola, como prova o imenso cartaz da famosa marca Tio Pepe, na Porta do Sol, que virou cartão postal da cidade).
E foi o que pedi. A generosa dose de xerez custa € 2 e vem acompanhada de deliciosas tiras de batatas fritas, bem sequinhas. Nas opções de tapas, o céu é o limite.
Bom lugar para uma copita de jerez (a bebida é andaluza, mas foi adotada pela capital espanhola, como prova o imenso cartaz da famosa marca Tio Pepe, na Porta do Sol, que virou cartão postal da cidade).
E foi o que pedi. A generosa dose de xerez custa € 2 e vem acompanhada de deliciosas tiras de batatas fritas, bem sequinhas. Nas opções de tapas, o céu é o limite.
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Café Gijón, um pedacinho da história boêmia de Madri |
⭐ Gran Café Gijón
Paseo de Recoletos nº 21 (Metrô Colón ou Banco de España). Diariamente, das 7:30h à 1:30h.
Fundado em 1888, o Gijón é uma instituição madrilenha, frequentado por artistas e vanguardas de diversas eras, que lá faziam suas tertúlias literárias e políticas.
Garcia Lorca foi um dos mais assíduos frequentadores do Gran Café Gijón, nos anos 20 e 30. Durante a Guerra Civil Espanhola, o café se converteu em legendário ponto de encontro e boemia dos Republicanos, ao longo da heroica resistência de Madri.
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O Gijón preserva as mesas de mármore e os estofados de veludo e tem um terraço no jardim central do Passeo de Recoletos (acima) |
Por tudo isso, o Gijón é visita obrigatória. Faço questão de bater o ponto em seu vetusto salão todas as vezes que passo por Madri.
O Gran Café Gijón tem o aconchego de lugar de antigamente e a frequência mescla turistas fãs de história, como eu, representantes de gerações mais vividas e gente que trabalha nos arredores.
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O caldo de mariscos estava apenas correto, mas bebericar no Gran Café Gijón é um programa que eu adoro |
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O Gran Café Gijón é um ótimo complemento ao passeio pelo Parque del Retiro, que tem uma entrada a 600 metros de distância |
O serviço do Gijón é simpático e muito profissional. Só não recomendo muito a comida, que não anda das melhores. Mas para beber e beliscar, é o máximo. Prepare-se para gastar cerca de € 5 em cada rodada de bebidas (taça de vinho ou cálice de xerez ou manzanilla).
O ambiente do Gijón mantém a pose dos velhos tempos, com mesas de mármore, painéis de madeira e estofados de veludo vermelho. No verão, experimente o terraço que funciona no jardim central do Passeo de Recoletos. E leve um livrinho, pra entrar no clima 😊.
Restaurantes em Madri
⭐ Lhardy
Carrera de San Jerónimo nº 8, Centro (Metrô Sol).
De segunda a sábado, das 13h às 15:30h e das 20h às 23h. Domingos e feriados, só almoço, das 13 às 15:30h. A loja do térreo abre de segunda a sábado, das 9h às 22h e aos domingos das 10h às 15h.
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Restaurante Lhardy: tudo pronto para um jantar na Belle Époque |
Eis outra legenda madrilenha. O Lhardy foi fundado em 1839 por um francês e trouxe para o coração de Madri toda uma aura Belle Époque.
A origem do restaurante foi uma confeitaria requintada (cuja memória ainda sobrevive na loja do térreo, onde são servidos doces e guloseimas).
A origem do restaurante foi uma confeitaria requintada (cuja memória ainda sobrevive na loja do térreo, onde são servidos doces e guloseimas).
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O Restaurante Lhardy fica na Carrera de San Jerónimo.
Abaixo, a confeitaria que funciona no térreo |
O Restaurante Lhardy ocupa o primeiro andar de um casarão centenário.
É famoso pelo consomé, mas também pela desenvoltura com que prepara e serve o cocido madrileño (ou puchero, um cozido à base de grão de bico, carnes e verduras) e os callos a la madrileña (dobradinha à moda de Madri).
É famoso pelo consomé, mas também pela desenvoltura com que prepara e serve o cocido madrileño (ou puchero, um cozido à base de grão de bico, carnes e verduras) e os callos a la madrileña (dobradinha à moda de Madri).
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Dobradinha à moda de Madri, servida em prato de porcelana, sobre toalha de linho e com talheres de prata. E combina direitinho 😊 |
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Detalhes da decoração do Lhardy e, abaixo, a escadaria de acesso ao restaurante |
O contraste é muito interessante: tanto o cocido quanto os callos são legítimas expressões das cozinhas simples de Madri, do povão. Prová-los sobre toalhas de linho, em porcelanas impecáveis, cercado de cristais, pratarias, painéis de carvalho e mogno e estofados de veludo do belo salão do Lhardy tem um efeito bem curioso.
Jantar no Lhardy é brincar de voltar no tempo. O lugar é lindo, o serviço é impecável e a comida estava excelente.
Pedi callos a la madrileña, meu prato predileto na capital espanhola. Com vinho antes e café depois, a conta ficou em € 42.
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Pequeno, simpático e gostoso: Viet Nam |
⭐ Viet Nam
Calle de las Huertas nº 4, Barrio de las Letras (Metrô Antón Martín). De segunda a quinta, das 13h às 16h e das 20:30 às 23:30h. Sextas, sábados e domingos, funciona sem pausas, das 13h ás 23:30h.
Quer variar o cardápio em Madri? Pois você vai adorar esse restaurante vietnamita cercado de livrarias e de memórias literárias do Barrio de las Letras.
O Viet Nam ocupa uma loja no térreo de um velho casarão e sua fachada é tão estreita e discreta que a gente até corre o risco de passar batida por ele — o que seria uma pena.
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O Viet Nam é mais uma boa combinação com o passeio pelo agradável Barrio de las Letras |
No interior do restaurante, são cerca de oito mesas em um espaço com decoração básica e sem frescuras — só mesmo o funcional. Um ambiente agradável, silencioso e bem iluminado.
E no fundamental, que é a comida, o Viet Nam acerta em cheio.
Pedi bun cha, fatias de porco fritas e muito sequinhas, acompanhadas de macarrão de arroz e folhinhas de hortelã e outras hortaliças que não identifiquei. Um molho levemente picante, fresco e saboroso, arremata a viagem gustativa. Uma refeição adorável que custou € 20 (com Coca-Cola e café).
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O astral caseirinho do grego Dionisos, para uma refeição despretensiosa |
⭐ Dionisos
Calle Augusto Figueroa nº 8, Chueca (Metrô Chueca). Diariamente, das 13h ás 16 e das 20h a meia noite.
Jantei no Dionisos do bairro de Chueca, onde estava hospedada. O ambiente é simples, com cara bem caseira e a decoração consiste, basicamente, nos produtos gregos armazenados nas prateleiras que circundam as mesas.
Pedi pastichio (ou pastitsio, como ensinam os helenos), que é a verdadeira lasanha grega, feita com camadas de massa, recheio de carne e molho branco — mais lasanha do que isso, impossível, né? Apesar de a moussaka, que não tem massa, mas fatias de berinjela, levar a fama. O prato correspondeu à memória que eu trazia dele, lá da Grécia.
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Pastitsio, retsina e baklava. Quem disse que precisa de muito pra ser feliz? |
Jantar gostoso, despretensioso e barato: € 18.
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O salão do subsolo da imperdível Chocolateria San Ginés |
Cafés em Madri
⭐Chocolateria San Ginés
Pasadizo de San Ginés nº 5, entre a Calle Mayor e a Calle de Arenal (Metrô Sol).
Aberta 24 horas (sem desculpas pra não ir 😊)
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As mesinhas ao ar livre, no Pasadizo, e (abaixo) o salão no primeiro piso da Chocolateria San Ginés |
Fundada em 1894, a tradicionalíssima Chocolateria San Ginés vive lotada, mas é incrível como tudo funciona à perfeição, com o exército de garçons servindo todo mundo com agilidade (às vezes, eles até sorriem) e o tempo de espera por uma mesa nunca excedendo o razoável — desta vez, não esperei nadinha.
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Uma galeria de memórias na entrada da Chocolateria San Ginés |
Pra completar, o lugar é bonito, classudo e até confortável.
Funciona assim: você entra na fila, faz o pedido no caixa, paga, pega seu recibo e escolhe um lugar para sentar.
O garçom virá anotar seu pedido e conferir o comprovante de pagamento. Uns cinco minutos depois, sua xícara de chocolate e sua porção de churros (ou de porras — não enrubesça, são aqueles churros com diâmetro bem maior) aterrissa na sua frente.
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Chocolate com churros, combinação sublime... |
É claro que a Chocolateria San Ginés serve outras coisas, mas who cares? Os churros com chocolate são sublimes.
Quando for, aproveite para comprar pacotinhos de produtos da casa, como os biscoitos, avelãs cobertas e turrones — tudo com chocolate, por supuesto.
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Merimeé: um cantinho muito gostoso em Malasaña |
⭐ Merimeé Gastrobar
Calle Fuencarral nº 61, Malasaña (Metrô Tribunal).
De domingo a quinta, das 10h a 1h. Sextas e sábados, até as 2:30h da manhã.
O lugar é charmoso, bem decorado, tem ótima música (em volume agradável) e preços excelentes (porção de croquetas a € 6, saladinhas na casa dos € 7 e o café com croissant a € 2,15). Boa pedida para quem está hospedada nas imediações.
A Espanha na Fragata Surprise - post-índice
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Castela e Leão: Segóvia
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Cara Cyntia
ResponderExcluirComo esse povo europeu come bem, né? E gasta pouco também! Lugares chiques, comida boa e barata. As suas dicas são realmente preciosas.Curiosidade: você descobre estes lugares por acaso ou também tem dicas preciosas? Bjos!
Claro que não é ao acaso. Eu pesquiso, sigo indicações, uso aplicativos (como o yelp)... às vezes, calha de escolher ao acaso e acertar. Também acontece de o lugar não ser tão legal, mesmo com as melhores indicações. Mas eu não cito lugares que não curti aqui no blog -- só se forem arapucas horrorosas, pra os leitores não caírem na mesma armadilha :)
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