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O Vulcão Etna, o grande responsável pela beleza da paisagem de Taormina |
Vou ser bem direta: o que mais tem pra fazer em Taormina é ficar com cara de boba diante da paisagem.
Mas Taormina também tem um patrimônio histórico muito interessante para ver, com destaque para o famoso Teatro Grego, igrejas e edifícios medievais, renascentistas e barrocos, a tradição da Majolica, a cerâmica multicolorida local e, se você for nos meses quentes, umas praias bem badaladas.
O traço de união de todas essas atrações é a beleza, que Taormina tem de sobra.
Essa cidade linda da Sicília é destino para o ano inteiro: quem vai no verão, ama. Eu fui no inverno (peguei neve!) e voltei apaixonada por Taormina.
Bora começar nosso passeio?
O que fazer em Taormina
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O Duomo (catedral) de Taormina, do Século 13, e a fonte renascentista |
Um pouquinho da história de Taormina
Quando uma cidade nasce grega, não tem pra onde apelar: os deuses determinam que ela será linda até dizer chega, não importa o que façam as gerações e conquistadores futuros.
Ô, povo para ter o GPS calibrado para escolher locações, esses helenos...
Os gregos deram a partida, mas, para ser justa, é preciso lembrar que não foram os únicos responsáveis pelos encantos de Taormina.
Um lugar daqueles jamais passaria em branco pela cobiça dos muitos povos que disputavam a hegemonia no Mediterrâneo, desde a Antiguidade.
É verdade que os interesses dos conquistadores nunca privilegiam o estético e o lúdico, mas entre um baluarte e uma torre sempre sobra espaço para a beleza...😊.
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Pendurada na montanha, Taormina é cheia de mirantes lindos com vista para o mar |
A atual cara de Taormina é marcadamente medieval, ainda que as construções tenham feições mais recentes.
É fácil ver a Idade Média em Taormina: ruas estreitas, escadarias e becos ainda mais acanhados e a onipresença do núcleo amuralhado (presença nem tanto física, pois muito da muralha já se foi, mas ainda dá pra saber onde ela estava) não deixam dúvidas de que estamos em um traçado urbano típico do período.
Em Taormina, porém, essa contração do espaço sempre desemboca em espetaculares balcões sobre o mar...
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Os jardins da Villa Comunale cobertos de neve, na última manhã de 2014 |
Por falar em balcões sobre o mar, vamos lembrar aquela primeira atividade imperdível em Taormina, que citei lá no começo: o melhor da cidade é perder o fôlego um dos infinitos mirantes espalhados pela cidade.
É bem difícil caminhar mais de cinco minutos pela cidade sem encontrar um ponto espetacular para ver a paisagem.
Pra facilitar a sua vida, vou recomendar três mirantes em Taormina, todos de fácil acesso:
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Os Jardins da Villa Comunale nem precisariam da neve pra ter um ar super romântico |
⭐ Giardini della Villa Comunale
Via Bagnoli Croce
Este parque romântico fica do ladinho do Hotel Monte Tauro, onde me hospedei, então, passeei um bocado por lá e garanto que você também vai curtir se perder por aquelas alamedas.
Das balaustradas do Giardini della Villa Comunale você terá vistas indescritíveis para o mar e para o Vulcão Etna.
Nos dias em que estive em Taormina, a vegetação estava coberta pela neve que caiu na última madrugada de 2014, um encanto a mais.
Este parque romântico fica do ladinho do Hotel Monte Tauro, onde me hospedei, então, passeei um bocado por lá e garanto que você também vai curtir se perder por aquelas alamedas.
Das balaustradas do Giardini della Villa Comunale você terá vistas indescritíveis para o mar e para o Vulcão Etna.
Nos dias em que estive em Taormina, a vegetação estava coberta pela neve que caiu na última madrugada de 2014, um encanto a mais.
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A cidade de Giardini Naxos fotografada (com muito zoom) da Praça do Relógio de Taormina |
⭐ Piazza IX Aprile (Praça do Relógio)
É a praça principal de Taormina, quase um salão onde desemboca o Corso Umberto, a rua mais movimentada da cidade.
Debruçada sobre o mar, a praça IX Aprile fica aconchegada entre a Torre do Relógio, as igrejas de San Giuseppe e Sant’Agostino, além de outras construções seculares.
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A Torre do Relógio, na praça principal do Centro Histórico de Taormina. À esquerda, um mosaico que adorna o arco da torre |
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A Praça do relógio e a Igreja de San Giuseppe |
⭐ Via Pirandello
Não é um mirante, mas uma sucessão de possibilidades de lugares para contemplar a paisagem. A Via Pirandello é a continuação da estrada que traz o visitante a Taormina e vem serpenteando montanha acima, da beira-mar até o Centro Histórico.
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Serpenteando montanha acima, a Via Pirandello está cheia de pequenos belevederes de onde se pode contemplar a paisagem de Taormina |
A via Pirandello não é exatamente um lugar para você passear: a subida é bem árdua e a presença da calçada é incerta — em muitos trechos, ela simplesmente some. Mas a rua abriga muitos hotéis e restaurantes com vista para o mar e está cheia de pequenos belvederes onde se pode fazer uma pausa e admirar o mar.
Experimente o trecho próximo à estação do teleférico, na parte alta da Via Pirandello (bem pertinho da Porta di Messina, no final do Corso Umberto), que dá vista para o lado Leste do litoral.
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O Teatro Grego de Taormina é usado até hoje para apresentações, especialmente no verão. No dia da minha vista, ele estava coberto de neve |
Teatro Antigo de Taormina (Teatro Grego)
Vial del Teatro Greco nº1.
Diariamente, a partir das 9 horas. O encerramento da visitação varia de acordo com a época do ano: fecha às 16h, no inverno, e às 19:30, entre maio e agosto. A entrada custa €8.
Por falar em mirantes, talvez o mais perfeito de toda Taormina seja o Teatro Antigo, justamente a marca mais forte de Tauromenion, a colônia grega que deu origem a essa beldade siciliana.
Do teatro grego de Taormina, o visitante descortina o Golfo de Naxos, o vulcão Etna e a pequena Castelmola, encarapitada em uma montanha ainda mais vertiginosa. Para pegar o melhor ângulo do sol e fazer as melhores fotos, prefira fazer sua visita pela manhã.
A gente chama de "Teatro Grego", mas a construção que vemos hoje é romana da gema, provavelmente datada da época do reinado do Imperador Augusto.
Mas os colonizadores gregos de Tauromenion já usavam aquele cume, de relevo tão propício a aconchegar um anfiteatro, para representações de tragédias e comédias.
Só mesmo a força das obras de Ésquilo, Sófocles e companhia para manter a atenção dos espectadores diante do que se desenrolava no palco. Concorrer com aquele espetáculo de paisagem não é para qualquer texto.
Veja outros teatros lindões que estrelaram posts da Fragata
Vial del Teatro Greco nº1.
Diariamente, a partir das 9 horas. O encerramento da visitação varia de acordo com a época do ano: fecha às 16h, no inverno, e às 19:30, entre maio e agosto. A entrada custa €8.
Por falar em mirantes, talvez o mais perfeito de toda Taormina seja o Teatro Antigo, justamente a marca mais forte de Tauromenion, a colônia grega que deu origem a essa beldade siciliana.
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Uma caminhada pela área do teatro revela muitos vestígios da velha construção e uma paisagem encantadora |
Do teatro grego de Taormina, o visitante descortina o Golfo de Naxos, o vulcão Etna e a pequena Castelmola, encarapitada em uma montanha ainda mais vertiginosa. Para pegar o melhor ângulo do sol e fazer as melhores fotos, prefira fazer sua visita pela manhã.
A gente chama de "Teatro Grego", mas a construção que vemos hoje é romana da gema, provavelmente datada da época do reinado do Imperador Augusto.
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A gente chama de "Teatro Grego", mas a construção que vemos hoje é romana, do tempo do Imperador Augusto |
Mas os colonizadores gregos de Tauromenion já usavam aquele cume, de relevo tão propício a aconchegar um anfiteatro, para representações de tragédias e comédias.
Só mesmo a força das obras de Ésquilo, Sófocles e companhia para manter a atenção dos espectadores diante do que se desenrolava no palco. Concorrer com aquele espetáculo de paisagem não é para qualquer texto.
Veja outros teatros lindões que estrelaram posts da Fragata
Você vai andando pela cidade e vai encontrando plaquinhas (bem discretinhas, diga-se) que convidam o visitante a virar num bequinho estreito e ver restos de mosaicos romanos, arcos gregos e vestígios de antigos poços, paredes e escadarias.
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O Naumachie (esq) e os restos de um piso romano em mosaico em uma rua do Centro Histórico de Taormina |
O mais famoso desses lugares em Taormina é o Naumachie, um antigo ginásio romano.
Naumachia significa, literalmente,“batalha naval” e era um espaço construído para a simulação dessas batalhas, uma espécie de circo aquático.
O Naumachie de Taormina não tem nada a ver com isso. Os arcos que hoje abrigam residências e restaurantes são vestígios de um Nymphaeum, um tipo de fonte ritual em homenagem às ninfas, divindades das águas onde provavelmente havia ilustrações de uma batalha naval em pintura ou mosaico.
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Os vestígios gregos e romanos rendem um garimpo interessante para quem passeia pelo Centro Histórico de Taormina |
Caminhando pelo Corso Umberto, você vai encontrar várias indicações para ver mosaicos e outros vestígios da Antiguidade.
Para encontrar o Naumachie, desça a Via Fratelli Bandiera, transversal do Corso Umberto. Uma quadra adiante, pegue a Via Naumachie.
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Um dos cavalinhos das Cavalinho das Quattro Fontane e o Duomo de Taormina |
Taormina tem tantas coisas lindas pra ver que talvez por isso a gente ouça falar tão pouco de suas belas igrejas.
Não espere encontrar no Duomo (catedral), em San Giuseppe ou em Santa Caterina aquele esplendor de douramentos barrocos que a gente naturalmente associa à expressão igreja bonita.
O charme dessas igrejinhas de Taormina são suas dimensões quase íntimas, a decoração que convida o olhar para um passeio antes de mostrar seus encantos.
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A centaurinha da fonte é o símbolo de Taormina |
Piazza Duomo nº 1, diariamente, das 8:30h às 22h. Entrada Gratuita.
A aparência externa do Duomo de Taormina, do Século 13, é o oposto do que a gente normalmente associa à palavra “catedral”.
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Detalhes da fachada do Duomo de Taormina |
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A primeira impressão do interior da Catedral é de despojamento. Mas repare as colunas são em mármore de Taormina. Acredita-se que tenham sido retiradas do Teatro Antigo |
O edifício em pedra nua, meio atarracado, quase passa despercebido na pracinha singela, onde pontifica Le Quattro Fontane, um conjunto renascentista de quatro fontes, cada uma com um simpático cavalinho como vertedouro, encimado por uma centaurinha que parece desenho de criança.
A Catedral de Taormina tem um aspecto quase militar. Neste ponto, lembra as catedrais portuguesas e espanholas do tempo da luta contra os mouros, a Reconquista, quando os templos cristãos exibiam a aparência de fortalezas.
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Os altares laterais do Duomo, ricamente trabalhados em mármore, são o contraponto à austeridade das paredes nuas da igreja |
Só depois de descer o pequeno lance de degraus que dão acesso à nave é que a gente começa a atentar para os detalhes: riqueza do mármore rosa de suas colunas, a robustez das traves de madeira entalhada no teto e a riqueza dos mosaicos de mármores multicores que adornam seus altares.
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Igreja de San Giuseppe, na Praça do Relógio |
⭐ Igreja de San Giuseppe (São José)
Corso Umberto, na Piazza IX Aprile. Diariamente, das 9h às 20h. Entrada gratuita.
A Igreja de San Giuseppe de Taormina paira sobre a Praça do Relógio, do alto de sua elegante escadarias dupla, com uma fachada muito simples.
A construção é do Século 17 e seu interior barroco tem decoração concluída no Século 18.
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A decoração barroca da igreja de San Giuseppe é um primor |
Contrastando com a sobriedade do seu exterior, a Igreja de San Giuseppe tem uma decoração interna suntuosa e encantadora.
As paredes são cobertas de relevos em estuque que parecem camafeus feitos para abrigar pequenos afrescos.
No teto, o afresco da sagrada família tem um toque naïf comovente. Não deixe de prestar atenção ao portal entalhado em mármore de Taormina.
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O afresco da Sagrada Família, no teto da igreja. Abaixo, dois ângulos do interior do templo |
⭐ Igreja de Santa Catarina
Via Teatrino Romano, esquina com Corso Umberto. Diariamente, das 9h às 20 horas. Entrada gratuita.
Outra igreja surpreendente em Taormina é Santa Caterina d’Alessandria, do Século 17.
Seu exterior rústico, em pedra cor de caramelo, abriga um interior elegante, decorado com a clássica espiral das colunas salomônicas e belas telas sacras.
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O interior da Igreja de Santa Catarina tem traços muito elegantes |
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O altar com oferendas na Igreja de Santa Catarina (esq) |
Quando a visitei (na virada do ano), um detalhe a tornava a Igreja de Santa Caterina ainda mais encantadora: as oferendas de frutas e grãos diante do altar, agradecimento pela colheita, ajudavam a lembrar que, por mais turística e cosmopolita que uma cidade siciliana se torne, a sua alma profunda sempre estará ligada à labuta com a terra.
Majolica, a arte de Taormina
O azul do Mar Jônico, o branco da neve do Etna, no inverno, e o tom de areia dourada das fachadas de pedra de Taormina já são completamente sedutores, mas há um toque multicor por toda a cidade que contribui um bocado para a beleza do lugar.São as famosas peças de Majolica (leia maiólica), a cerâmica que os sarracenos ensinaram aos sicilianos, a partir da invasões do Século 10, e que se transformou na marca mais fortes do artesanato local.
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As famosas cabeças de mouro, peças típicas da cerâmica siciliana |
Os motivos nas peças de majolica podem variar, mas as pinhas, as cabeças de mouros e a Trinácria (a figura de três pernas que simboliza a forma triangular da Ilha) são os mais presentes nessa arte tipicamente siciliana.
A cada dois passos que você der na cidade, vai encontrar uma loja de majolica ou um ateliê, com peças mais exclusivas (e, naturalmente, muito mais caras).
Essa arte é muito mais do que uma produção para turistas. Olhe em volta e verá que as fachadas das casas sempre têm algum adorno do tipo: elas fazem parte da vida local.
A cada dois passos que você der na cidade, vai encontrar uma loja de majolica ou um ateliê, com peças mais exclusivas (e, naturalmente, muito mais caras).
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Peças de Majolica expostas no pequeno museu do Palazzo Corbaja |
Essa arte é muito mais do que uma produção para turistas. Olhe em volta e verá que as fachadas das casas sempre têm algum adorno do tipo: elas fazem parte da vida local.
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As vitrines oferecem opções para todos os bolsos |
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As pinhas (em primeiro plano) aparecem em todos os tamanhos e cores e também são típicas da tradição local |
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Oi, Cyntia. Tudo bem? :)
ResponderExcluirSeu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
Que bacana. Adoro qdo a Fragata sai no Linkódromo :)
ExcluirAh esse encontro entre gregos e romanos e sarracenos e mais uns tantos... as cabeças de mouro parecem carnaval brasileiro, não? Adorei o post, Cyntia!
ResponderExcluirObrigada, Acco :) Também tive essa impressão: as cabeças de mouro me lembravam o tempo todo de Carmem Miranda :)
ExcluirEu amei Taormina e vou voltar para lá e região, VocÊ passou sugestões interessantes. Apontei. Grata.
ResponderExcluirQue legal. Dê um beijo em Taormina por mim. Amei a cidade :)
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