Esperando a cobrança de escanteio. Camarões x Brasil, meu primeiro jogo de Copa ao vivo, no Estádio Mané Garrincha |
Eu não vi os Beatles ao vivo (quem me mandou só nascer em 61?), mas vi os Rolling Stones. Vi Dylan, Paul McCartney, Robert Plant e Jimmi Page. Chico, Caetano, Gil e Rita Lee.
Vi comícios das Diretas Já e pelo impeachment de Collor. Vi Pelé na Fonte Nova, Ademir da Guia, em um jogo comemorativo. E vi Dražen Petrović se estranhar com Oscar Schmidt na quadra do Balbininho, num jogo treino Brasil x Iugoslávia.
Até João Gilberto eu vi ao vivo — e juro que ele não foi embora do palco, quando a plateia começou a cantar com ele.
A entrada das bandeiras e a comemoração do primeiro gol do Brasil |
No dia 23 de junho de 2014, eu era uma das 69.212 pessoas na arquibancada do Estádio Mané Garrincha, sofrendo e vibrando com os lances de Camarões 1 x Brasil 4. Não era a Seleção de 82, mas tá valendo.
A caminho do Estádio Mané Garrincha |
Se você gosta de futebol e ainda não tem essa figurinha em seu álbum, veja como se preparar para assistir a um jogo do Brasil ao vivo em uma Copa do Mundo:
A entrada no Mané Garrincha foi super tranquila |
Copa 2014 em Brasília
O jogo Brasil x Camarões, vocês todos já sabem como foi. Um primeiro tempo infernal, com o time do Brasil travado e sem criatividade, um tremendo susto, com o gol de empate de Camarões, e a sensação de que ir para o intervalo com vantagem de 2 x 1 no placar estava bom demais.
No segundo tempo, algum alívio com a melhora da equipe — mas confesso que saí do estádio com certo medinho do Chile, o adversário seguinte.
No segundo tempo, algum alívio com a melhora da equipe — mas confesso que saí do estádio com certo medinho do Chile, o adversário seguinte.
Confraternização de brasileiros e camaroneses antes da partida |
Claro, quem está acostumada a frequentar estádios, pode estranhar o público excessivamente comportado de uma Copa do Mundo.
E uma charanga animada |
Se o futebol do Brasil ficou devendo, o astral da torcida compensou com folga |
A essa altura do campeonato (acho que é a primeira vez que uso essa expressão no sentido literal, rsss), já era chover no molhado dizer que as previsões de catástrofe organizativa que agouravam a Copa do Brasil estavam desmoralizadas (pelo menos fora do campo, porque a catástrofe foi dentro das quatro linhas de Brasil x Alemanha).
Os aeroportos funcionaram às mil maravilhas (índices de atraso abaixo dos europeus), os estádios estavam prontos e lindos e as cidades não entraram em colapso de mobilidade.
O Mané ainda vazio, uma hora antes do jogo |
Surpreendentemente, Brasília foi a terceira sede da Copa a receber mais turistas. Os bares estavam lotados de gente para ver todos os jogos (afinal, futebol de bar é o principal esporte da capital federal) e pipocavam festas de torcedores por toda parte.
Par ou ímpar? E ainda tinha gente amarrando a chuteira |
Mais três partidas ainda seriam jogadas no Estádio Mané Garrincha (França x Nigéria jogaram pelas Oitavas, um jogo das Quartas de Final, e a disputa do terceiro lugar - o deprimente Brasil x Holanda, dia 12 de julho).
Encontrei meus amigos em um bar da 104 Norte, a Confraria do Chico Mineiro (comidinha caseira barata e gostosa), por volta das 13 horas, para um "aquecimento" embalado por Holanda x Chile.
A torcida por nossos companheiros de continente, desta vez, foi suplantada pelo desejo de não encontrar a Holanda já nas oitavas, o que aconteceria se o time laranja ficasse em segundo lugar em seu grupo.
Da 104 Norte, fomos todos a pé para o Estádio Mané Garrincha, a cerca de dois quilômetros de distância. Parece que meia Brasília teve a mesma ideia, pois encontramos uma quase-passeata pelo caminho.
Como em falei em outro post, continuo achando que usar o transporte público para ir ao Mané Garrincha é a melhor pedida.
Dá para ir de ônibus ou metrô até a Rodoviária e caminhar cerca de dois quilômetros até o estádio. Ou pegar um ônibus que passe pela W3 e descer na altura do Brasília Shopping (quem vem da Asa Norte) ou do Shopping Pátio Brasil (vindo da Asa Sul).
Se fizer questão de ir de carro, o melhor estacionamento é o do Parque da Cidade (o que vai te obrigar a uma caminhada quase do mesmo tamanho da de quem vier de transporte público).
Enquanto Camarões aquecia no gramado, a Seleção aparecia no telão, pra delírio da torcida - será que alguém já usou essa expressão antes? 😊 |
A torcida por nossos companheiros de continente, desta vez, foi suplantada pelo desejo de não encontrar a Holanda já nas oitavas, o que aconteceria se o time laranja ficasse em segundo lugar em seu grupo.
Como em falei em outro post, continuo achando que usar o transporte público para ir ao Mané Garrincha é a melhor pedida.
O estádio foi enchendo aos pouquinhos, até ficar todo amarelinho |
Se fizer questão de ir de carro, o melhor estacionamento é o do Parque da Cidade (o que vai te obrigar a uma caminhada quase do mesmo tamanho da de quem vier de transporte público).
A chegada ao Mané Garrincha foi muito tranquila. Levei menos de 10 minutos para entrar no estádio, pois a fila andou rapidíssimo.
Prova de que os organizadores aprenderam a lição do primeiro jogo realizado em Brasília (Suíça X Equador, dia 15 de junho), quando muitos espectadores só conseguiram chegar à arquibancada após o início da partida, em consequência da lentidão no processo de controle de segurança.
Com a vantagem do lugar marcado (torço que um dia o esquema seja adotado em shows de Rock), deu pra chegar ao Mané Garrincha apenas uma hora antes do jogo e lá pelas 16:15h eu já estava sentadinha na minha cadeira.
O ingresso trazia o "mapa da mina" |
Em maio do ano passado, na reinauguração do Mané Garrincha, eu fui assistir Santos x Flamengo e saí do jogo convencida de que é perfeitamente seguro e tranquilo ir ao futebol sozinha, em um jogo "padrão Fifa".
Pois esse Camarões x Brasil confirmou totalmente essa impressão. Havia muito policiamento no perímetro de segurança em torno do estádio, os voluntários trabalharam de maneira muito eficiente na orientação dos torcedores e a localização central do estádio favorece o acesso.
Neymar alcançado pelo modesto zoom da minha câmera e um lance da partida |
A nota ruim vai, como sempre, para o completo sumiço dos táxis de Brasília, situação mais do que manjada na saída de grandes eventos.
Isso poderia ter sido um problema, já que acabei me perdendo dos meus amigos, em uma das minhas paradas para fotos (essa Fragata me bota em cada situação...).
Mas estou acostumada à vida de pedestre e voltei para casa tranquilamente de ônibus (a partir da W3 Norte). O jogo acabou às 19 horas, às 20:30h eu já estava vendo os melhores momentos do jogo na minha TV.
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