A Ponte de Gálata com certeza vai entrar em seu roteiro em Istambul. Ela liga o chamado Chifre de Ouro ao distrito de Beyoğlu. Ao fundo, a famosa Torre de Gálata, herança
genovesa do Século 14 |
Meu roteiro em Istambul foi uma escala da minha tão sonhada viagem à Grécia. Foram apenas quatro dias, mas mal pisei na cidade e já comecei a fazer planos para voltar.
Embora seja um país de maioria muçulmana, achei o clima da Turquia bem tranquilo para uma mulher viajando desacompanhada — além de Istambul, eu também visitei as ruínas de Troia, na margem asiática do Estreito de Dardanelos. Fiquei quatro dias inteiros na Turquia e mais uma noite, na volta da Grécia, apenas uma conexão.
Fiz todos os passeios e atividades do meu roteiro em Istambul por conta própria, sem guias ou excursões. A única exceção foi o transfer do Aeroporto Atatürk até o bairro de Sultanameht, onde fiquei hospedada.
Contratei um tour apenas para ir a Troia — mas aí foi muito mais pela dificuldade da produção do que por receio de andar só. As ruínas ficam a cinco horas de Istambul, incluindo o trajeto de ônibus, uma travessia de ferry boat e outro trecho pela estrada.
Contratei um tour apenas para ir a Troia — mas aí foi muito mais pela dificuldade da produção do que por receio de andar só. As ruínas ficam a cinco horas de Istambul, incluindo o trajeto de ônibus, uma travessia de ferry boat e outro trecho pela estrada.
No Porto de Kabataş, às margens do Bósforo, é possível tomar
um barco e atravessar o estreito. Ele fica na região mais ocidentalizada de
Beyoğlu |
Passear em Istambul, usar o transporte público e chegar às atrações da cidade foi sempre bem fácil, apesar de eu falar apenas seis palavras em turco — nas áreas turísticas, é fácil encontrar quem fale ao menos algum inglês. O cima na cidade me pareceu sempre cordial e seguro.
Veja as minhas dicas para aproveitar as belezas de Istambul:
Veja as minhas dicas para aproveitar as belezas de Istambul:
Roteiro em Istambul - 4 dias
A Fonte Alemã (Alman Çeşmesi), na Praça de Sultanahmet, foi
um presente do kaiser Guilherme II e inaugurada em 1901 |
O que ver em Istambul
Há cidades arrebatadoras pela paisagem. Outras, pelas maravilhas construídas pelos homens. Há, ainda, as que seduzem pela história, pela atmosfera e pela personalidade.
E há Istambul, a capital de três impérios, que é tudo isso ao mesmo tempo (e muito!).
Na paisagem, Istambul está impregnada da beleza que se esparrama pela confluência do Mar de Mármara com o Chifre de Ouro e pela longa faixa azul do Estreito de Bósforo, que corta a cidade — o mesmo Bósforo domado pelo herói mitológico grego Jasão, o canal de águas traiçoeiras que ele singrou em busca pelo Velocino de Ouro.
E há Istambul, a capital de três impérios, que é tudo isso ao mesmo tempo (e muito!).
Na paisagem, Istambul está impregnada da beleza que se esparrama pela confluência do Mar de Mármara com o Chifre de Ouro e pela longa faixa azul do Estreito de Bósforo, que corta a cidade — o mesmo Bósforo domado pelo herói mitológico grego Jasão, o canal de águas traiçoeiras que ele singrou em busca pelo Velocino de Ouro.
A Praça de Sultanahmet é o coração do Centro Histórico de
Istambul, local onde estão as duas maiores atrações da cidade, a Basílica de
Santa Sofia (no alto e no centro) e a Mesquita Azul (acima) |
A aura conquistada em 28 séculos de importância política e cultural está em cada esquina de Istambul, a cidade que já foi Bizâncio e Constantinopla.
Em Istambul é essencial olhar para o alto: acima um teto na
Basílica de Santa Sofia. No alto, a decoração de um aposento no Palácio de
Topkápi, morada dos sultões até o Século 19 |
Quando era Constantinopla, os gregos a chamavam de “A Cidade” (hē Polis) resumindo com precisão tamanha majestade — ir a Constantinopla era “ir à cidade” (stimˈboli), termo de cuja corruptela surgiu o nome Istambul.
A herança dos muitos povos que tiveram Istambul como capital ou referência se encontra e dialoga nas ruas movimentadas da atual metrópole.
Logo no meu primeiro dia, fui ver a incrível coleção de
sarcófagos do Museu de Arqueologia de Istambul, que está instalado em um
pavilhão do Palácio de Topkápi |
Na Praça de Sultanahmet, o antigo hipódromo dos romanos, a Basílica de Santa Sofia dos bizantinos e a Mesquita Azul, obra prima otomana, olham uma para a outra — e a gente fica meio sem saber para que lado olhar, pois as duas são deslumbrantes.
Ali do lado, a Cisterna da Basílica ostenta 336 colunas retiradas de templos romanos — um luxo de palácio aplicado a um equipamento da vida prática, o abastecimento de água da cidade.
A Mesquita Azul está de prova: em Istambul, |
Pensou nas Mil e Uma Noites? Pois elas estão lá, nos milhões
de detalhes e luxos e delicadezas do Palácio de Topkápi, morada dos sultões
otomanos durante 400 anos, e em seu sucessor, o Palácio de Dolmabahçe, do
Século 19.
Istambul também é o encontro do Oriente com o Ocidente,
sintetizado na Estação Ferroviária de Sirkeci, ponto final do legendário trem Orient
Express.
As texturas requintadas dos entalhes, relevos e nervuras,
marcas de Istambul, em um portal do Harém do Palácio de Topkápi |
E tudo isso temperado por uma luz única, que deixa as cores –
os ocres, dourados e centenas de azuis—numa exuberância desconcertante. Até o
cinza das pedras de Istambul tem um tom especial.
Uma cidade que dá vontade de tocar, por conta da textura requintada que se espalha por todos os cantos, das nervuras das cúpulas aos entalhes decorativos, passando até pelas as
lanterninhas em mosaico de vidro colorido, vendidas nos bazares e lojinhas de
suvenir.
O Estreito de Bósforo diante das muralhas do Palácio de
Topkápi. Na mitologia, ele é o mar cruzado por Jasão e seus argonautas até
a Cólquida (hoje, Geórgia) |
No caminho do Aeroporto Atatürk até o bairro de Sultanahmet, no Centro Histórico de Istambul, o que se vê é o mar emoldurando uma cidade totalmente contemporânea. É a orla do Mar de Mármara, muito arborizada e lotada de gente que aproveita a brisa do cair da tarde.
O trânsito infernal de uma cidade de quase 14 milhões de habitantes, os letreiros luminosos que anunciam produtos familiares ao meu olhar ocidental, a trepidação de uma metrópole.
De repente, o chamado dos muezins invade meu quarto de hotel, anunciando a última oração do dia, e o Ocidente se esvai. Pronto, já estava definitivamente fisgada por Istambul.
"Siga aquele minarete" |
Meu roteiro em Istambul dia a dia
Se eu soubesse o que sei agora, jamais teria dedicado uma estadia tão curta a Istambul. Fiquei quatro dias, mas um deles eu "roubei" para ver Troia — o cenário da Ilíada de Homero foi um dos grandes presentes que as viagens já me deram.
Cheguei a Istambul acompanhada pelo time do Barça, estampado no avião da Turkish Airlines. Foi só um stop-over a caminho da Grécia, mas a cidade merece muuuuuuito mais |
Tive, portanto, dois dias e meio "líquidos" em Istambul (sem contar a chegada). Escrevi posts detalhados sobre a maioria das atrações que visitei nesse roteiro em Istambul (siga os links para ver os detalhes e as dicas práticas). Em resumo, dividi minha passagem pela cidade assim:
1º dia em Istambul
Visita ao Museu de Arqueologia de Istambul e ao Palácio de Topkápi, ambos no bairro de Sultanahmet (na verdade, o museu funciona em dois pavilhões que já pertenceram ao palácio). Depois, fui ver o Palácio Dolmabahçe, às margens do Estreito de Bósforo, próximo ao Porto Turístico de Kabatas.
Foi interessante ver o Palácio de Topkápi e o Palácio de Dolmabahçe no mesmo dia, já que um é a continuação do outro. Explico: Topkápi foi a sede da Corte Otomana desde a tomada de Constantinopla, em 1453 e por quatro séculos foi sendo coberto de tesouros arquitetônicos e decorativos para expressar o poder dos sultões e de seu vasto império.
No alto, os portões monumentais do Palácio de Dolmabahçe. Acima, um pátio do palácio de Topkápi |
A partir de 1853 até a queda do Império Otomano, em 1922, o palácio de Dolmabahçe foi a sede da Corte Otomana.
Istambul é o ponto de encontro do Oriente com o Ocidente. Isso está sintetizado
na Estação Ferroviária de Sirkeci, ponto final do Orient Express |
2º dia em Istambul
No meu segundo dia em Istambul, fiz o "circuito Praça de Sultanahmet" e visitei a Basílica de Santa Sofia, Cisterna da Basílica e a Mesquita Azul.
Santa Sofia (Ayasofya) é, com certeza, o monumento mais conhecido de Istambul. A antiga basílica bizantina do Século 6º foi convertida em mesquita pelos otomanos e simplesmente deixa a gente sem fôlego com sua beleza.
A Cisterna da Basílica é um equipamento urbano sofisticado, construída também no Século 6º para assegurar o abastecimento de água da pujante Constantinopla. A construção subterrânea é sustentada por 336 colunas pilhadas de templos e outros edifícios da Antiguidade.
Já a Mesquita Azul é apontada como a mais bela e importante de Istambul. Postada frente a frene com a Basílica de Santa Sofia, essa obra do comecinho do Século 17 reúne todas as riquezas e requintes que caracterizam a arte otomana.
Por fim, fui ver a Estação de Sirkeci. Apesar de não ser muito listado entre as grandes atrações de
Istambul, esse terminal ferroviário rende uma visitinha bem interessante, que vai exigir
um desvio curtinho da rota mais conhecida na cidade.
Em um salão da Estação de Sirkeci funciona um pequeno museu |
Ela fica do ladinho do bairro de Sultanhamet, tem uma
decoração de cair o queixo e um pequeno museu sobre os tempos de ouro das
viagens ferroviárias. A Estação de Sirkeci era nada menos do que o ponto final
do legendário trem Orient Express, que começava a viagem em Paris.
Construída em in 1890, a Estação de Sirkeci continuava em uso quando a visitei, tanto para trens de cercanias como para rotas de longa distância e até internacionais.
A beleza da Basílica de Santa Sofia (no alto) me deixou sem palavras. Acima, a fascinante Cisterna da Basílica |
3º dia em Istambul
Minha despedida de Istambul teve uma farra de doces no Bazar Egípcio (Bazar das Especiarias) e uma vista à Mesquita Nova, em Eminönü, às margens do Chifre de Ouro. Também atravessei a célebre Ponte de Gálata, que liga o Chifre de Ouro ao bairro de Beyoğlu para ver de perto a famosa Torre de Gálata, construída pelos genoveses no Século 14.
Não deu tempo de ir, mas meu amigo Allan Patrick visitou e super recomenda o Museu de História da Ciência e Tecnologia do Islã, pertinho do Palácio de Topkápi. Ele escreveu um post aqui para a Fragata a respeito.
. Viajar sozinha: Istambul sem neuras
. O que comer na Turquia
. Duas dicas de hospedagem em Istambul
Comunicação na Turquia: seis palavrinhas mágicas
Como eu disse, aprendi apenas seis palavras em turco. Um vocabulário assim tão enxuto não serve para conversar, mas o esforço de conhecer um pouquinho do idioma do lugar que estamos visitando é uma gentileza com os locais. E sempre ajuda na aproximação.
➡️ Merhaba (pronuncie merabá) – Olá, oi, alô
➡️ Merhaba (pronuncie merabá) – Olá, oi, alô
➡️ Teşekkür ederim (pronuncie te-shê-kür edêrim, o ü turco exige o mesmo biquinho do ü francês) – obrigada/o
➡️ Evet (évet) - sim
➡️ Hayır (haír, com h aspirado) - não
➡️ Lütfen (lüt-fén) – por favor
➡️ Bayan (baián) – senhora (essencial para identificar o toalete feminino 😉)
Todas as dicas de Istambul
Bate e volta de Istambul
Ruínas de Troia, Turquia - o poder da palavra
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Tudo isso vc fez a pé?
ResponderExcluirNem tudo. Mas andei muito a pé em Istambul
ExcluirOlá Cyntia, tudo bem? Quantos dias você recomenda em Istambul para uma primeira vez? Gosto de viajar sem pressa. muito obrigada antecipadamente.
ResponderExcluirOi, Marina, se você gosta de viajar sem pressa, fique pelo menos quatro dias inteiros em Istambul. Cabe até mais, porque a cidade é deslumbrante e cheia de atrações. Como você viu no post, fiquei menos do que isso e sofri demais com a obrigação de ter que cortar coisas da minha lista.
ResponderExcluirAbs