Caminho de Santiago. Trajeto de hoje: Tui a O Porriño, 16 km
Entre Tui e O Porriño, o Caminho de Santiago tem um trecho bem difícil de atravessar. Não por grandes turbulências do terreno, mas pelo tédio que é caminhar 5 km atravessando o Polígono Industrial de O Porriño, onde só de vê muros de fábricas.
Esse trecho é um contraste forte com a paz e o sossego do Vale do Louro, o primeiro pedaço do percurso de hoje.
Passei o tempo todo imaginando que tipo de epifania poderia se manifestar em meio a chaminés, para quem faz o Caminho de Santiago em busca de iluminação espiritual.
Mas eu, mulher de pouca fé, não perderia por esperar.
Bastou as fábricas ficarem para trás para o caminho desembocar em uma área mais verde, de pequenas propriedades rurais à beira do asfalto. Foi aí que aconteceu o milagre.
Encontrei uma taberna instalada em uma casinha típica galega. No jardim, vi uma mulher cozinhando alguma coisa numa fogueira. Curiosa, fui olhar o tacho e o divino materializou-se diante de mim: ela estava preparando polvo à galega.
Tratei de me aboletar em uma mesinha da taberna, à sombra da indefectível parreira (acho que todas as casas da Galícia têm uma) e pedi uma porção de polvo.
A travessa gigantesca (que custou 5 euros) poderia alimentar uma dúzia de peregrinos ascetas. Para mim, que sou profana, hedonista e estava faminta, aquele prato enorme de polvo à galega — macio, temperado com sal, azeite e páprica — foi a medida certa.
Era véspera do Dia de Santiago e a dona da casa explicou que pulpo a la feria (o nome original do prato, na Galícia) é obrigatório nessa época. Pense num santinho bom, o apóstolo Tiago...
Pra ficar melhor, só com uma (algumas) cunca de vinho ribeiro, típico da Galícia, muitas vezes fabricado nos quintais das casas com as uvas das parreiras que oferecem a sombra dos caramanchões.
No pequeno salão do bar, a TV estava exibindo o Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1, disputado em Hockenheim. Bom motivo para mais uma cunca de vinho.
Essa cunca logo vira mais outra: Fernando Alonso ganhou a prova e, por mais que "Galícia não seja Espanha", como eles adoram pichar nos muros, no esporte eles abrem uma exceção e comemoram filhos das Astúrias, como Alonso, como se fossem conterrâneos.
Depois dessa farrinha, ficou muito mais fácil atravessar o trecho sem graça da periferia de O Porriño até o Centro e dar o dia por encerrado.
Onde dormir em O Porriño
➡️Albergue de Peregrinos de O Porriño
O Albergue de Peregrinos de O Porriño tem 50 vagas em dormitórios mistos. Fica bem na entrada da cidade, numa pequena descida, à direita, na estrada que segue para Gondomar.
Quando passei por lá, estava novíssimo, recém inaugurado. Minha amiga Dulce, que pernoitou no Albergue de O Porriño, fez muitos elogios à limpeza e à organização.
⭐Hotel Azul
Calle Ramiranes nº 38, Centro
Como eu vinha distraída pela estrada, passei passei direto pelo Albergue de O Porriño e fui parar no Centrinho da cidade.
Acabei decidindo ficar no Hotel Azul, lugarzinho simples e decente, a 30 euros a diária single, com café da manhã.
Entre Tui e O Porriño, o Caminho de Santiago tem um trecho bem difícil de atravessar. Não por grandes turbulências do terreno, mas pelo tédio que é caminhar 5 km atravessando o Polígono Industrial de O Porriño, onde só de vê muros de fábricas.
Esse trecho é um contraste forte com a paz e o sossego do Vale do Louro, o primeiro pedaço do percurso de hoje.
Passei o tempo todo imaginando que tipo de epifania poderia se manifestar em meio a chaminés, para quem faz o Caminho de Santiago em busca de iluminação espiritual.
Mas eu, mulher de pouca fé, não perderia por esperar.
Bastou as fábricas ficarem para trás para o caminho desembocar em uma área mais verde, de pequenas propriedades rurais à beira do asfalto. Foi aí que aconteceu o milagre.
O altar da Capela de Jesus e um bosque nos arredores de O Porriño |
Encontrei uma taberna instalada em uma casinha típica galega. No jardim, vi uma mulher cozinhando alguma coisa numa fogueira. Curiosa, fui olhar o tacho e o divino materializou-se diante de mim: ela estava preparando polvo à galega.
Tratei de me aboletar em uma mesinha da taberna, à sombra da indefectível parreira (acho que todas as casas da Galícia têm uma) e pedi uma porção de polvo.
A travessa gigantesca (que custou 5 euros) poderia alimentar uma dúzia de peregrinos ascetas. Para mim, que sou profana, hedonista e estava faminta, aquele prato enorme de polvo à galega — macio, temperado com sal, azeite e páprica — foi a medida certa.
Era véspera do Dia de Santiago e a dona da casa explicou que pulpo a la feria (o nome original do prato, na Galícia) é obrigatório nessa época. Pense num santinho bom, o apóstolo Tiago...
Capela de Jesus |
Pra ficar melhor, só com uma (algumas) cunca de vinho ribeiro, típico da Galícia, muitas vezes fabricado nos quintais das casas com as uvas das parreiras que oferecem a sombra dos caramanchões.
No pequeno salão do bar, a TV estava exibindo o Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1, disputado em Hockenheim. Bom motivo para mais uma cunca de vinho.
Essa cunca logo vira mais outra: Fernando Alonso ganhou a prova e, por mais que "Galícia não seja Espanha", como eles adoram pichar nos muros, no esporte eles abrem uma exceção e comemoram filhos das Astúrias, como Alonso, como se fossem conterrâneos.
Depois dessa farrinha, ficou muito mais fácil atravessar o trecho sem graça da periferia de O Porriño até o Centro e dar o dia por encerrado.
Onde dormir em O Porriño
➡️Albergue de Peregrinos de O Porriño
O Albergue de Peregrinos de O Porriño tem 50 vagas em dormitórios mistos. Fica bem na entrada da cidade, numa pequena descida, à direita, na estrada que segue para Gondomar.
Quando passei por lá, estava novíssimo, recém inaugurado. Minha amiga Dulce, que pernoitou no Albergue de O Porriño, fez muitos elogios à limpeza e à organização.
Não fotografei o Hotel Azul, mas guardei o cartão de hóspede 😀 |
⭐Hotel Azul
Calle Ramiranes nº 38, Centro
Como eu vinha distraída pela estrada, passei passei direto pelo Albergue de O Porriño e fui parar no Centrinho da cidade.
Acabei decidindo ficar no Hotel Azul, lugarzinho simples e decente, a 30 euros a diária single, com café da manhã.
O meu Caminho de Santiago
O início da aventura: Valença e Tui
A bela cidade de Tui e o começo oficial da caminhada
De O Porriño a Redondela e a generosidade dos galegos com os peregrinos
Redondela, Pontesampaio e um pouquinho da história da região
Pontevedra e dicas para enfrentar as bolhas e outros perrengues
Caldas de Reis e algumas impressões sobre os companheiros de viagem
Quase lá: Padrón e algumas dicas sobre albergues
A chegada a Santiago
Dicas gerais
As etapas
Caminho de Santiago - começando a jornadaO início da aventura: Valença e Tui
A bela cidade de Tui e o começo oficial da caminhada
De O Porriño a Redondela e a generosidade dos galegos com os peregrinos
Redondela, Pontesampaio e um pouquinho da história da região
Pontevedra e dicas para enfrentar as bolhas e outros perrengues
Caldas de Reis e algumas impressões sobre os companheiros de viagem
Quase lá: Padrón e algumas dicas sobre albergues
A chegada a Santiago
A Espanha na Fragata Surprise
Madri
Andaluzia: Cádis, Córdoba, Granada, Ronda e Sevilha
Castela e La Mancha: Toledo
Castela e Leão: SegóviaCatalunha: Barcelona, Girona e Tarragona
Comunidade Valenciana: Valência
Galícia: Santiago de Compostela, Caminho de Santiago e cidades da rota
A Europa na Fragata Surprise
Madri
Andaluzia: Cádis, Córdoba, Granada, Ronda e Sevilha
Castela e La Mancha: Toledo
Castela e Leão: SegóviaCatalunha: Barcelona, Girona e Tarragona
Comunidade Valenciana: Valência
Galícia: Santiago de Compostela, Caminho de Santiago e cidades da rota
A Europa na Fragata Surprise
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