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Centro Belga da História em Quadrinhos: acervo delicioso em um edifício espetacular |
No fim, pesaram as paixões mais trepidantes. Fui ver o Centro Belga das Histórias em Quadrinhos, o Museu Horta (dedicado ao gênio da Art Nouveau) e o Museu Magritte, que tem uma linda coleção de um dos meus pintores preferidos.
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O museu dedicado às histórias em quadrinhos está instalado em uma antiga loja elegante de tecidos, um edifício projetado pelo gênio da Art-Nouveau Victor Horta |
Outro que ficou para a próxima visita foi o recém inaugurado (dezembro de 2013) Museu do Fin-de-Siècle, dedicado a um dos períodos mais efervescentes da humanidade, a Belle Époque, que vai da segunda metade do Século 19 até a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Como se eu precisasse de motivos pra voltar a Bruxelas...
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Além de percorrer a história das HQ, o visitante pode mergulhar na beleza da Art Nouveau |
A casa foi uma elegante loja de tecidos, inaugurada em 1906, a expressão comercial daquele otimismo quase eufórico que caracterizou a Belle Époque.
Se você lê a Fragata, já sabe que sou arriada dos quatro pneus pela Art Nouveau e, claro, quase morri de paixão pelo prédio do museu, que tem todas as melhores características desse estilo: estrutura de ferro, tetos de vidro, o floral estilizado nos detalhes da decoração...
Lindo além das palavras. A história do Armazém Waucquez é contada em uma pequena exposição em uma das alas do museu.
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Ala dedicada a Hergé, criador de Tintin, a reprodução de uma antiga banca de revistas e uma página de gibi |
Hergé, criador de Tintin é a grande estrela da casa, mas é muito bacana descobrir (ou recordar) o traço de outros quadrinistas que marcaram essa arte que é a cara do Século 20. Curti tanto que delirei até com a parte dedicada aos Smurfs, que nunca entraram na lista de meus favoritos :)
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Réplica do Ateliê de Hergé, no Centro Belga das Histórias em Quadrinhos |
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Museu Horta: a casa mais bonita que eu já vi... |
Os ambientes claros, que se integram ao jardim posterior e à rua através de amplas janelas (quase vitrines), a madeira clara dos móveis descrevendo curvas elegantes, os traços esguios, leves, diáfanos como a silhueta feminina da Belle Époque... Já visitei muitos palácios, castelos e assemelhados, mas a primeira vez que senti a genuína vontade de morar em um museu foi nessa passagem pelo Museu Horta.
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Detalhes do balcão da casa de Victor Horta |
Onde água encanada, chuveiro quente e luz elétrica são tão importantes quanto a adorável vista para os jardins. Uma casa "usável" até os dias de hoje, provavelmente. Vista obrigatória, não só para os apaixonados pelo estilo.
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Horta desenhou os mínimos detalhes da casa, até a aldrava. As janelas são quase vitrines, resultando em ambientes cheios de luz |
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O Kunstberg, a "Colina das Artes" de Bruxelas, visto de uma janela do Museu Magritte |
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O saguão principal do Museu de Belas Artes, com um acervo quilométrico de mestres da pintura flamenga e subdivisões como o Museu Magritte e o Museu do Fin-de-Siècle |
Desta vez, não cheguei a chorar, mas quase levitei diante de telas que conseguem reunir subversão e a ternura de um jeito que eu nunca vi igual — cenas que seriam grotescas, pintadas por qualquer outro cara, tornam-se tão doces... Vale a passagem aérea até Bruxelas.
Informações Práticas
Os três museus estão marcados no mapinha. Confira os endereços, preços e horários de funcionamento:
Informações Práticas
Os três museus estão marcados no mapinha. Confira os endereços, preços e horários de funcionamento:
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Um museu todinho para histórias em quadrinhos? Só em Bruxelas... |
De terça a domingo, das 10h às 18h, entrada € 8 (pagando € 1 a mais, você compra o tíquete combinado para visitar o Museu dedicado ao quadrinista Marc Sleen, autor de Nero, que funciona em frente). O melhor jeito de chegar, para quem está nas imediações da Grand Place ou Estação Central, é a pé, uma caminhadinha de pouco mais de 10 minutos.
(Hortamuseum), Rue Américaine nº25, Saint-Gilles (Ixelles)
De terça a domingo, das 14h às 17:30. Entrada €8. Fica afastado do Centro, em um bairro charmosinho, com muitos exemplares da arquitetura Art Nouveau, que fez parte da expansão da cidade a partir da abertura da elegante Avenue Louise, na segunda metade do Século 19.
Como o museu só abre à tarde, vale a pena conjugar a visita com um passeio pelas redondezas para ver as fachadas, lojinhas e restaurantes e curtir o clima bem residencial, pra já ir entrando no clima.
Place Royale (Koningsplein)
De terça a domingo, das 10h às 17 horas. Entrada € 8. Para ver também o Museu de Belas Artes (dividido em Museu de Arte Moderna e Museu dos Velhos Mestres), há um tíquete combinado que custa €13. Da Grand Place até lá, dá para chegar a pé, subindo o Mont des Arts (Kuntsberg). Se vier de metrô, desça na Estação Central, que fica bem pertinho.
O grande complexo de museus reais de Belas Artes, no Kuntsberg/ Mont des Artes (a colina das artes, próxima ao Palácio Real) já é motivo suficiente para uma visita a Bruxelas. A vasta coleção de obras que abrange da Antiguidade a trabalhos contemporâneos vem ganhando subdivisões que facilitam a visita, como aconteceu com a obra de Magritte, exposta desde 2009 em uma ala própria. Se tiver tempo, veja tudo.
Confira o índice com todos os posts sobre
museus e sítios arqueológicos publicados aqui na Fragata
De terça a domingo, das 10h às 17 horas. Entrada € 8. Para ver também o Museu de Belas Artes (dividido em Museu de Arte Moderna e Museu dos Velhos Mestres), há um tíquete combinado que custa €13. Da Grand Place até lá, dá para chegar a pé, subindo o Mont des Arts (Kuntsberg). Se vier de metrô, desça na Estação Central, que fica bem pertinho.
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O Centro Histórico de Bruxelas visto do topo da escadaria que liga o Kunstberg à "cidade baixa" |
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Oh Cyntia,
ResponderExcluirFaltou um dos museus mais interessantes do mundo, que você tem que visitar para seu deleite e para o nosso ao descreve-lo. Do outro lado da rua do Magritte, há um prédio que não sei como lhe passou despercebido, talvez por ser apenas parte de um conjunto maravilhoso. Mas o mais maravilhoso é o conteúdo do museu dos instrumentos musicais e a maravilha não é apenas os objetos por si sós belíssimos, mas poder ouvir cada um deles individualmente. Não é apenas um museu que você tem de ver... você não pode perder de ouvi-lo.
A lojinha de souvenir já paga o ingresso com miniaturas fantásticas, e o bistrô na cobertura é lindo.
Oi, Helder! Acredita que eu passei várias vezes pelo Museu dos Instrumentos Musicais e fiquei com vontade de entrar. O prédio sempre me chamou a atenção (o projeto é de Victor Horta, "meu belga favorito", rsss). Fiz algumas fotos do edifício (acho que cheguei a publicar em outro post, aqui no blog), citando as maravilhas da Art Nouveau belga. É um dos meus estilos queridinhos e Bruxelas bate um bolão nesse capítulo.
ExcluirSobre o acervo do museu, valeu a dica. Ando colecionando motivos para oltar a Bruxelas :)
bjo