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Os barcos descansando da lida na Praia do Rio Vermelho, com a Casa de Yemanjá e a sede da Colônia de Pesca ao fundo. À direita, Odoyá, escultura de Ray Vianna |
Há décadas que o Rio Vermelho se consagrou como o bairro boêmio de Salvador. É lá que sempre estão os melhores bares, as baladas mais animadas e fauna urbana mais interessante.
Tudo isso rima com noite, mas acaba ofuscando outros encantos do Red River — como dizemos nós, os íntimos. Eu mesma já nem lembrava mais a última vez que tinha estado naquele pedaço com a luz do dia.
Pois saiba que isso é um desperdício. O Rio Vermelho também é ótimo antes do pôr do sol (que, aliás, em bem bonito por lá).
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A Igreja "nova" de Santana (ao fundo, à esquerda) foi inaugurada nos anos 60. Foi lá que fiz a Primeira Comunhão |
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O Palco Raul Seixas anda deserto... |
Aproveito e deixo as dicas pra você se inspirar e aproveitar um dos pedacinhos mais gostosos da minha terra, a querida Salvador.
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O que fazer no Rio Vermelho, Salvador
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É na Praia do Rio Vermelho que Salvador celebra a Festa de Yemanjá, no dia 2 de Fevereiro. À direita, o Cetro da Ancestralidade, escultura de Mestre Didi |
Comece comendo um acarajé (e um abará, que também é muito bom). O Rio Vermelho tem a honra de abrigar os tabuleiros de Cira, Dinha e Regina, as três baianas mais badaladas de Salvador.
Dinha (que já partiu para o Orum, mas deixou as herdeiras no comando) fez tanto sucesso naquele pedaço que praticamente rebatizou a praça onde mantinha seus tachos sempre em ação.
O Largo de Santana, em torno da velha igrejinha, é muito mais conhecido como "Largo da Dinha".
O Largo de Santana, em torno da velha igrejinha, é muito mais conhecido como "Largo da Dinha".
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As três baianas de acarajé mais famosas da Bahia montaram ponto no Rio Vermelho |
A barraca de Regina fica em frente ao Largo de Santana, no pequeno estacionamento onde também está a Banca de revistas de Jesus (ou Banca Santana), a mais tradicional do bairro.
Na era pré-internet, era na Banca de Jesus que a gente tinha certeza de encontrar jornais e revistas importadas para suprir nossa sede de notícias.
Já o "tabuleiro" de Cira (na verdade uma estrutura com mesinhas na calçada e serviço de bebidas) está montado mais adiante, no Largo da Mariquita.
O abará de Regina é o melhor da Bahia. E o acarajé de Cira é uma perfeição.
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O Rio Vermelho visto da Casa de Yemanjá |
Antes de cair na tentação de escolher uma mesinha ao ar livre de um dos muitos bares do Largo de Santana, também chamado de Largo da Dinha, deixe de preguiça e aproveite a brisa para um passeio à beira-mar.
Logo em frente ao Largo da Dinha está a Casa de Yemanjá, a deusa do mar segundo o Candomblé.
A Casa de Yemanjá é mantida pela Colônia de Pescadores do Rio Vermelho. É de lá que partem os balaios carregados de presentes para a orixá das águas salgadas, nas festas de 2 de Fevereiro.
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Yemanjá recebe os visitantes na porta da casinha dedicada a ela pelos pescadores do Rio Vermelho |
Um polêmico projeto de "requalificação" realizado pela Prefeitura dotou o Rio Vermelho de um calçadão e uma ciclovia à beira-mar.
Ele começa na Praia da Paciência (a preferida pelos moradores do bairro), que ganhou um novo mirante, e segue até o antigo Mercado do Peixe, no Largo da Mariquita.
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A Casa de Yemanjá, dedicada à Rainha das Águas |
Considerando a barbaridade que foi feita na Barra, até que o calçadão do Rio Vermelho não ficou tão ruim.
Nos dias de verão (que em Salvador vai de setembro a março), esse calçadão está sempre bem movimentado, especialmente quando o sol começa a ficar mais manso, lá pelas 16:30h, 17 horas.
Moradores do Rio Vermelho e de bairros vizinhos aproveitam a área para fazer exercícios, pedalar, andar de skate ou simplesmente curtir a brisa que sopra do mar, ao cair da tarde.
Nos dias de verão (que em Salvador vai de setembro a março), esse calçadão está sempre bem movimentado, especialmente quando o sol começa a ficar mais manso, lá pelas 16:30h, 17 horas.
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Um passeio pelo calçadão do Rio Vermelho no final da tarde terá cenas assim |
Moradores do Rio Vermelho e de bairros vizinhos aproveitam a área para fazer exercícios, pedalar, andar de skate ou simplesmente curtir a brisa que sopra do mar, ao cair da tarde.
Esse movimento é garantia de segurança e você pode relaxar e aproveitar o clima de férias que toma conta do Rio Vermelho no final da tarde.
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Ou assim |
Happy hour no Rio Vermelho
Se a ideia for engatar a happy hour, você está no lugar certo.
Não tenho dados estatísticos, mas o empirismo me autorizar a dizer que o Red River é o pedaço de Salvador com a maior concentração de bares, botecos e restaurantes da cidade — com opções para todos os gostos e bolsos.
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Antigo Mercado do Peixe foi gourmetizado e gentrificado, sob muitos protestos. Mas até que o lugar está agradável |
Do churrasco ao sushi, do sujinho com mesas de plástico ao piano-bar, tem de tudo no Rio Vermelho.
Nesta última passagem pelo bairro, fui conhecer o Novo Mercado do Peixe (Praça Caramuru, 2), que me pareceu bem agradável, com mesas ao ar livre (sob toldos que lembram as velas dos barcos dos pescadores).
O Mercado do Peixe original, instalado na praia onde Carumuru chegou, após seu naufrágio (no Século 16), era um clássico de fim de noite, onde a boemia fazia o último pit stop para forrar o estômago com um caldinho de sururu ou um prato de mocotó ou simplesmente tomar a saideira na madrugada.
Nesta última passagem pelo bairro, fui conhecer o Novo Mercado do Peixe (Praça Caramuru, 2), que me pareceu bem agradável, com mesas ao ar livre (sob toldos que lembram as velas dos barcos dos pescadores).
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Antes da fundação de Salvador, o náufrago português Diogo Álvares Correia veio dar nesta praia. Foi "adotado" pelos tupinambás e entrou para a história como Caramuru, seu nome indígena |
O Mercado do Peixe original, instalado na praia onde Carumuru chegou, após seu naufrágio (no Século 16), era um clássico de fim de noite, onde a boemia fazia o último pit stop para forrar o estômago com um caldinho de sururu ou um prato de mocotó ou simplesmente tomar a saideira na madrugada.
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Este sorvete de mangaba da Mondo estava uma maravilha |
De volta ao Largo de Santana, os apaixonados por sorvete (eu!!) vão gostar da Mondo Gelato Artesanal (Largo de Santana, 7, Vila Persa).
Com produção "feita em casa", a sorveteria tem sabores frutais e cremosos. Eu amei o de chocolate amargo, sem leite (à base de água) e o de mangaba.
A casquinha de biscoito é um show à parte. Os copinhos ou casquinhas custam a partir de R$ 12.
Depois da happy hour, a noite ferve no Rio Vermelho. Mas esse é assunto para outro post. Por enquanto, aproveite a tarde em um dos bairros mais gostosos de Salvador 😊.
Todas as dicas de Salvador - post índice
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Recôncavo BaianoCurtiu este post? Deixe seu comentário na caixinha abaixo. Sua participação ajuda a melhorar e a dar vida ao blog. Se tiver alguma dúvida, eu respondo rapidinho. Por favor, não poste propaganda ou links, pois esse tipo de publicação vai direto para a caixa de spam.
Estupendo post. Estpy en Salvador sólo dos días e iré sin falta a Río Vermelho gracias a lo aquí leído. Muito obrigado! Rafael
ResponderExcluirQue bien, Rafael. Disfrute de mi ciudad :)
ResponderExcluirCyntia, mais duas dicas rápidas do Rio Vermelho (um tanto óbvias,é verdade): a praia do Buracão e a Casa do Rio Vermelho (museu-casa de Jorge Amado).
ResponderExcluirParabéns pelo blog!
Daniel
Oi, Daniel, boas lembranças. A Casa do Rio Vermelho é muito legal (pra quem está lendo esse comentário: é a antiga residência de Jorge Amado e Zélia Gattai, transformada em museu).
ExcluirA Praia do Buracão é ótima pelo astral descolado e as pessoas interessantes que frequentam. Mas eu não arrisco recomendar o banho de mar lá, especialmente pra quem desconhece os humores daquela maré. Eu mesma já tomei um caldo daqueles de liquidificador (sabe quando você fica girando no redemoinho da onda?) :)