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As famosas portas coloridas de Dublin, marcas da arquitetura georgiana na cidade |
A cidade tem um rico acervo desse estilo que marcou as construções inglesas do começo do Século 18 até meados do Século 19 — e que tem esse nome por causa dos reis ingleses da época, da Casa de Hanover, uma sucessão de Georges.
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O que o St. Stephen's Green está fazendo em um post sobre
arquitetura? A origem do parque público mais importante de Dublin foi uma praça
fechada e exclusiva, cercada por mansões georgianas |
O acervo de edifício georgianos de Dublin tem o mesmo rigor simétrico, as mesmas linhas sóbrias e a mesma harmonia de outros conjuntos do período — como o de Bath, apontada como a dona do maior patrimônio de construções georgianas.
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Ver a arquitetura georgiana de Dublin é um passeio lindo e gratuito |
Mas, como tudo na Irlanda, a arquitetura georgiana em Dublin tem um toque local de charme e simplicidade que cativa o coração.
Para ver e se deleitar com a arquitetura georgiana em Dublin, veja esse roteiro para fazer a pé, totalmente grátis. Um passeio que revela uma das faces mais bonitas da capital irlandesa.
Bora caminhar?
Passeio pela arquitetura georgiana em Dublin
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Jamais esqueça a câmera fotográfica quando for passear pelo
Centro de Dublin |
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Muitos dos edifícios georgianos de Dublin hoje abrigam repartições
públicas e escritórios. Esta casa, por exemplo, é a sede do Conselho Nacional
de Artes da Irlanda |
A presença inglesa na Irlanda legou a Dublin um grande número de edifícios em estilo georgianos. Eram edifícios públicos e, principalmente, casas da elite de origem britânica que dominava a Ilha Esmeralda.
Em um período de relativa paz (conquistada a mão de ferro pelos ingleses), uma reforma urbana, iniciada ainda no final do Século 17 botou abaixo boa parte da velha cidade medieval, alargou ruas e desenhou uma nova Dublin, saneada, ampla e com feições aristocráticas.
Uma cidade feita para os britânicos e seus descendentes.
Em Dublin, essas construções se converteram em símbolo da separação entre os católicos, de origem irlandesa, e os protestantes, descendentes de britânicos: o povo da cidade não morava em casas georgianas.
Não é de espantar que após a independência da Irlanda, em 1922, muitas dessas construções tenham sido relegadas ao abandono.
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A Igreja de St Anne, do comecinho do Século 18, também segue o rito das portas coloridas. O escritor Bram Stoker, autor de Drácula, casou lá |
O georgiano de Dublin é um pouquinho menos pomposo que o de Bath, por exemplo.
No lugar da maravilhosa pedra cor de caramelo, usada na região de Somerset (Inglaterra), as fachadas da capital irlandesa, em tijolinhos, ganham um ar mais singelo, mais próximo da gente, como se fosse possível ficar amiga e visitar os moradores daquelas casas tão lindas.
E seria um momento mágico bater àquelas portas, usando as incríveis aldravas de bronze ou ferro fundido que as adornam.
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Por trás desta porta vermelha, em Merrion Square, funciona a
Sociedade dos Antiquários da Irlanda |
A beleza do estilo georgiano, porém está toda lá nas construções dublinenses.
Adoro o diálogo entre os exteriores sóbrios — marcados pelas linhas retas, a simetria quase obsessiva e a busca permanente da harmonia, expressa na repetição dos traços — com os interiores ricamente decorados, o trabalho delicado dos tetos em gesso, as paredes coloridas em tons pastel...
O rebuscamento das fachadas georgianas de Dublin fica por conta dos pórticos elegantes, geralmente ladeados por colunas e encimados por uma bandeira envidraçada.
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Eu seria capaz de ficar dias só namorando as aldravas das
portas georgianas de Dublin. "Ô, de casa" com muito charme |
Para ver toda a lindeza georgiana de Dublin, basta andar nas ruas do Centro (em alguns subúrbios elegantes, há muitas fachadas que copiam o estilo, moda que os dublinenses chamam de fake georgian).
Algumas áreas de Dublin são verdadeiros clássicos georgianos por terem preservado integralmente seus conjuntos.
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Merrion Square: simetria, harmonia... |
O mais conhecido (e impressionante) conjunto georgiano de Dublin está em Merrion Square, pertinho do Trinity College.
Essa área de Dublin repete o conceito de "praça fechada" (conjunto de construções em torno de um jardim central).
O conjunto da praça encanta por suas com fachadas harmônicas, quase uniformes, em torno de um parque — o Merrion Park, cuja densa folhagem acrescenta um toque especialíssimo ao lugar, com cara de "espaço secreto"...
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Uma alameda de Merrion Park, o jardim central de Merrion
Square |
O Duque de Wellington (Arthur Wellesley, comandante das tropas britânicas vencedor de Waterloo) nasceu em uma casa de Merrion Square. O escritor Oscar Wilde e o poeta Yeats moraram lá.
Em seu prolongamento, Fitzwilliam Street, uma casa (o nº 29) está aberta à visitação, como um pequeno museu do estilo arquitetônico e decorativo georgiano.
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Sede do Royal College of Physicians of Ireland, na Kildare
Street |
⭐Kildare Street.
Em 1922, com a independência irlandesa, o imóvel foi desapropriado pela República e convertido na sede da Oireachtas, Parlamento Irlandês.
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St. Stephen's Green é um belo parque público, bem no coração
de Dublin |
St Stephen's é a expressão verde da Dublin georgiana. A área, na verdade, é a antecessora de Merrion Square como praça fechada (murada, mesmo) e endereço elegante na cidade, mas as construções ao redor já sofreram muitas modificações.
O parque foi um espaço exclusivo para os moradores das mansões ao redor até 1877. Hoje é o principal jardim público do centro de Dublin.
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St Stephen's Green tem coretos românticos e jardins bem cuidados |
É gostoso caminhar pela cidade e ir descobrindo seus tesouros arquitetônicos. O mapinha abaixo é só para dar uma ideia inicial de roteiro, mas fuja da rota e crie e o seu 😊.
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Os ônibus de dois andares de Dublin são um bom camarote pra apreciar a arquitetura georgiana enquanto a gente se desloca pela cidade |
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Que post sensacional, parabéns, Cyntia! O Museu de Casas Georgianas é muito legal - é engraçado porque essas casas parecem pequenas e estreitas (e são um pouco nas laterais) mas elas são suuuuper compridas, é um estilo bem diferente. Tô adorando seus posts sobre a "minha" cidade! :)
ResponderExcluirQue legal, Bárbara. Sua cidade é muito bacana, fiquei fã. Abs
Excluiroi Cyntia... estava (estou) com certa resistência de visitar Dublin. Não saberia dizer a razão... Fato é que não me atrai! Mas sabe que depois desse texto até estou começando a simpatizar?! :)
ResponderExcluirAna (Espiando Pelo Mundo)
Analuiza, eu adorei Dublin. Ela tem um astral que é só dela, não é escandalosamente fotogênica à primeira vista (precisa aclimatar o olhar pra ver a beleza), tá sempre ameaçando chuva, etc.. Mas é encantadora. Eu recomendo :)
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