A paisagem do Rio Liffey, no Centro de Dublin |
Beleza, tradição e história não faltam em Dublin e rendem, facinho, vários dias de visita.
Os pátios e demais áreas externas do Castelo de Dublin têm visitação gratuita |
Trinity College: caso raro de universidade que virou
atração turística — e merece |
Esse roteiro de descoberta de Dublin é para ser feito a pé. As três atrações estão a curtíssimas caminhadas umas da outras e podem ser vistas até em uma tarde — mas recomendo que você dedique a elas um dia inteiro.
Foi assim que começamos nosso mergulho na capital irlandesa. Veja como foi nosso primeiro dia de passeios em Dublin:
Os edifícios seculares do Trinity College estão organizados em torno de grandes áreas verdes, as "praças"
Três passeios em Dublin
⭐Trinity College
A aguerrida capital irlandesa, porém, não parece guardar mágoas do passado eminentemente anglicano do Trinity College.
A arcada de entrada do Trinity College e o campanário da
universidade, inaugurado em 1853 e, desde então, a principal logomarca do
campus |
Ao contrário, não encontrei um dublinense que não falasse com orgulho da prestigiada instituição, fundada no finalzinho do Século 16 por Elizabeth I da Inglaterra.
Edifícios de alojamentos no campus do Trinity College. Sabia
que é possível se hospedar lá? |
A universidade ocupa uma grande área (190 mil metros quadrados) bem no centro nervoso de Dublin, cercada pelo trânsito e gente apressada.
Os edifícios seculares do campus do Trinity College, porém, parecem estar a quilômetros da metrópole que resfolega do lado de fora. Basta transpor a arcada da entrada principal para mergulhar em outro ritmo.
O prédio da Biblioteca, o mais visitado no Trinity College de
Dublin |
Olha só a fila para ver o Long Room e o Livro de Kells na
Biblioteca |
O chato é que é proibido pisar, quanto mais rolar naquela grama (se bem que, do jeito que chove em Dublin, aposto que ela está sempre úmida, 😁).
As muitas bicicletas estacionadas e eventuais banquinhos é que se encarregam de dar um quê de parque a esses espaços sombreados pelas construções de feições setecentistas.
A entrada principal do Trinity College, vista de uma das
"praças" verdes do campus |
A magnífica Old Library do Tritity College, guardiã do Livro
de Kells |
Long Room: um lugar lindo e cheio de livros. Minha versão dublinense do paraíso |
Além dos muitos estudantes, o campus recebia muitos turistas, aglomerados, principalmente, nas imediações da Old Library, biblioteca cheia de tesouros e aberta à visitação e grande estrela do campus.
A histórica biblioteca do Trinity College foi construída no início do Século 18 e é o lar de 200 mil volumes — entre eles o famoso Book of Kels (Livro de Kels), uma versão dos evangelhos ricamente ilustrada por iluminuras, feita no Século 9.
É preciso pagar ingresso para visitar a Old Library. Mas é uma graninha bem paga |
Quando eu visito bibliotecas lindas como a do Trinity College (ou como a do Mosteiro de São Francisco, em Lima), sinto uma vontade incontrolável de virar traça e ficar morando nelas. Juro que não iria danificar os livros (eu topo ser uma traça faquir e viver de brisa😁), mas faria qualquer coisa pelo prazer de ficar ali, quietinha, só admirando a paisagem 😉.
Passear pelo campus do Trinity College é grátis. Quando
quiser fugir do burburinho do Centro de Dublin, pode se refugiar lá |
➡️ Circular pelos jardins e pátios do Trinity College é grátis.
Os tours partem em vários horários e custam €12, com direito à entrada na Old Library, ou €5, apenas para para percorrer as áreas externas.
Ao atravessar o Front Gate (a entrada principal do Trinity College, que dá de frente para a antiga sede do Parlamento Irlandês) procure a plaquinha "Guided Tours".
Mapa do campus do Trinity College — são 190 mil metros
quadrados, afinal |
Durante as férias da universidade, os vários tipos de acomodação oferecidos aos estudantes ficam disponíveis para não-alunos do campus do Trinity College.
Há desde apartamentos até pequenos estúdios individuais. As diárias variam de €52 a €118, dependendo do tipo de alojamento.
As áreas verdes do campus do Trinity College são lindas e
muito bem cuidadas |
A Old Library do Trinity College é aberta ao público de segunda a sábado, das 09:30h às 17h. Aos domingos, ela pode ser visitada das 9h às 16:30h, de maio a setembro.
O horário dominical de inverno vai das 12h às 16:30. Esse horário também vale para os feriados.
➡️A entrada na Old Library custa €10 (estudantes e maiores de 60 pagam €8).
Castelo de Dublin
Quem está acostumada a ver castelos pendurados nas alturas, dominando vastas porções de território, até toma um susto com a localização quase prosaica do Castelo de Dublin, bem plantadinho no chão e quase escondido entre as construções do centro da cidade.
Hoje, são as bandeiras da Irlanda e da Cidade de Dublin que tremulam
no Castelo. Mas por 720 anos, esse conjunto de fortificações foi o símbolo do
domínio britânico |
A Capela Real e a Torre Normanda, no Castelo de Dublin |
Uma velha torre normanda, do Século 13, recebe os visitantes, logo na entrada, e lembra esses primórdios do Castelo de Dublin.
As feições que hoje predominam no Castelo de Dublin, porém, datam dos Século 18 e 19.
A harmonia em linhas sóbrias das construções do primeiro pátio, onde se destaca a Torre Bedford, é encantadora. Confesso, porém que o passado do lugar estava me incomodando um pouquinho, durante a visita.
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O Castelo fica em Dame Street, a uma curta caminhada do Trinity College. A entrada é gratuita, para quem for percorrer apenas as áreas externas.
➡️ Entre as atrações do Dublin Castle são os State Apartments, conjunto de salões e outros aposentos usados pelos governantes britânicos e que hoje são utilizados em cerimônias do governo irlandês. Eles podem ser percorridos em visitas guiadas, com ingressos a €4,50.
Um Einstein circunspecto, a melhor escultura de areia
no pátio do Castelo |
Os Dubh Linn Gardens ocupam o local do antigo poço escuro (dubh linn) que deu o nome ao assentamento viking, povoação que conviveu, por um bom período, com a aldeia celta de Áta Cliath, principal origem de Dublin.
Indice com todos os posts sobre museus e sítios arqueológicos publicados aqui na Fragata
Turistas ou locais, em Temple Bar somos todos boêmios |
Dizer que Temple Bar é o Pelourinho de Dublin não seria inexato, mas estaria bem longe de fazer justiça a essa área antiga, turística e boêmia da capital irlandesa.
Temple Bar tem música "típica", farristas de todas as nacionalidades e mais botecos (pubs) do que eu teria paciência de contar.
Um pub em Temple Bar |
Já frequentei todos os tipos de botecos (dos metidos a besta aos que fazem o cliente sentar no engradado de cerveja). Viajando por aí, encontrei ótimas tascas, boliches, tabernas, biergärten e bodegas. Fui do lounge ao inferninho.
Temple Bar devidamente identificada em inglês e gaélico na placa de rua |
E, Londres que me perdoe, mas os irlandeses deram o troco nos sete séculos de dominação arrebatando dos britânicos a arte de fazer os pubs mais pubs do planeta.
Deve ser por isso que eu gostei tanto de Temple Bar, embora beber ao Norte do Rio Liffey seja mais inspirador.
Temple Bar é simples, descomplicado e relaxante. Experimente encerrar seu primeiro dia em Dublin por lá. Garanto que você vai voltar 😉.
Lembrança do grande Rory Gallagher em Temple Bar. O guitarrista de blues irlandês arrebentou nos anos 70 — Jimmi Hendrix o apontava como o melhor do mundo |
A Ha'penny Bridge é uma boa referência para localizar Temple Bar, já visível à direita, na foto |
Temple Bar, a rigor, é a faixa de terreno entre a margem Sul do Rio Liffey e o Castelo de Dublin. Um bom ponto de referência é a Ha'penny Bridge (de "half penny", ou meio pence), ponte de pedestres que deixa você de cara para o gol.
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Eu gosto de muitos lugares aqui em Dublin, mas o Dublin Castle não é um dos meus preferidos. Em comparação com a biblioteca Chester Beatty (nos jardins do castelo), por exemplo, acho que ele empalidece um pouco. Em compensação, o Temple Bar é realmente sensacional! Sempre vibrante, cheio de locais e turistas, eu adoro andar por ali!
ResponderExcluirAcho que fiquei meio de bronca com o karma do Castelo. É que eu sou irlandesa desde criancinha (risos), acho a história da dominação britânica na ilha muito cruel. O que não me impediu de morrer de paixão pela arquitetura georgiana de Dublin (que tem um super "sotaque" britânico), como você verá no próximo post :)
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