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Altar da Catedral de Quito |
Tem três coisas que você não pode deixar de fazer em Quito, sob pena de cometer um pecado mortal contra a beleza: visitar três igrejas coloniais deslumbrantes, pertinho uma da outra, no Centro Histórico da capital Equatoriana.
A Catedral de Quito, a Igreja de San Francisco e La Compañia (como a gente rapidinho aprende a chamar a igreja dos jesuítas, na vã esperança de ficar íntima daquele portento) são razões suficientes para você atravessar os Andes e aterrissar nessa cidade que, felizmente, os brasileiros estão começando a descobrir.
A Catedral de Quito, a Igreja de San Francisco e La Compañia (como a gente rapidinho aprende a chamar a igreja dos jesuítas, na vã esperança de ficar íntima daquele portento) são razões suficientes para você atravessar os Andes e aterrissar nessa cidade que, felizmente, os brasileiros estão começando a descobrir.

O Centro Histórico de Quito, o maior conjunto arquitetônico colonial das Américas, é todo ele um espetáculo. Mas esses três tesouros podem ser considerados os pontos mais altos da visita.
Veja as dicas e organize a agenda. Só não vale deixar de ver essas três igrejas lindas:
3 igrejas coloniais de Quito
Cerca de 300 metros separam a Catedral de Quito de La Compañia e da Igreja de São Francisco. Para ver tudo com (muita) calma, sugiro que você dedique cerca de 1h30 para esse passeio.
São visitas que ficam mais interessantes com o acompanhamento de um guia, serviço que é oferecido na entrada das igrejas.
São visitas que ficam mais interessantes com o acompanhamento de um guia, serviço que é oferecido na entrada das igrejas.
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A Catedral, La Compañia e San Francisco ficam bem pertinho umas das outras |
Como chegar ao Centro Histórico de Quito
É bem fácil ir de La Mariscal, o bairro onde se hospeda a maioria dos turistas, até o Centro Histórico de Quito.
O jeito mais econômico é pegar o trólebus (a passagem custa US$ 0,25) e descer na Plaza Grande (Plaza Independencia), onde está a Catedral e também o Palácio Carondelet, sede do Governo do Equador, e o Centro de Atendimento ao Turista, da Prefeitura.
É bem fácil ir de La Mariscal, o bairro onde se hospeda a maioria dos turistas, até o Centro Histórico de Quito.
O jeito mais econômico é pegar o trólebus (a passagem custa US$ 0,25) e descer na Plaza Grande (Plaza Independencia), onde está a Catedral e também o Palácio Carondelet, sede do Governo do Equador, e o Centro de Atendimento ao Turista, da Prefeitura.
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A Ordem Franciscana construiu algumas das igrejas mais lindas da América colonial. A de Quito não fica atrás |
⭐Igreja de São Francisco
🏠Calle Quenca 477 (esquina com Calle Sucre), Plaza de San Francisco
🏠Calle Quenca 477 (esquina com Calle Sucre), Plaza de San Francisco
🕒De segunda a sábado das 9h às 17:30h. Domingos, das 9h às 13h.
💲Visita gratuita. Para ver o Museu de San Francisco, a entrada custa US$ 2.
A Igreja de San Francisco é a mais antiga de Quito, se considerarmos a data de início da construção 1536, mesmo ano da fundação da cidade espanhola — Quito foi uma importante cidade inca antes da chegada dos colonizadores.
A Igreja foi erguida sobre os restos do palácio de Atahualpa, o último imperador inca, e segue a tradição da maioria dos templos franciscanos coloniais, ricamente decorados, apesar de pertencerem a uma ordem mendicante.
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A Igreja de São Francisco é a mais antiga de Quito |
Linda por dentro, a Igreja de São Francisco tem uma imponência rara, dominado completamente a antiga praça cerimonial da cidade inca.
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Adro da Igreja de San Francisco. Ao fundo, o Palácio Gangotena, do Século 17, hoje um hotel. Abaixo, La Compañia |
⭐La Compañia (Igreja dos Jesuítas)
🏠Calle García Moreno nº 10-43
🕒De segunda a sexta, das 9:30h às 17:30h. Sábados, das 9h às 16:30h. Domingos, das 13h às 16:30h.
🏠Calle García Moreno nº 10-43
🕒De segunda a sexta, das 9:30h às 17:30h. Sábados, das 9h às 16:30h. Domingos, das 13h às 16:30h.
💲 A entrada custa US$ 2 para estrangeiros.
La Compañia, com o perdão da expressão pouco canônica, é simplesmente um escândalo. A primeira visão do interior da igreja me fez simplesmente levitar diante de um espaço totalmente recoberto por entalhes e douramentos, com destaque para os desenhos mudéjares das colunas.
Foram necessários 160 anos, a partir de 1605, para que a Igreja da Companhia de Jesus ganhasse todo seu esplendor. Considerada uma das maiores expressões mundiais do barroco, o templo já sofreu com terremotos e o tempo.
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Eu disse que não pode fotografar dentro da igreja, mas deu pra capturar esses cliques da porta. Repare nos desenhos geométricos da decoração, de inspiração mudéjar |
O interior de La Compañia parece dançar diante dos nossos olhos, nos volteios das colunas báquicas que sustentam os suntuosos altares laterais, no movimento espiralado de cada entalhe, na curvatura suave do teto em cañon (curvo), um dos primeiros a ser projetados nas Américas.
Tudo é detalhe, minúcia, requinte. Um deslumbramento obsessivamente simétrico e intrincado que, longe de atordoar, explica a beleza de maneira clara, simples e definitiva.
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Um terremoto danificou severamente o campanário de La Compañia, que teve que ser demolido. Os sinos ficam expostos em uma sala no interior da igreja |
Como se não bastasse, a igreja dos jesuítas é uma senhora pinacoteca, dona de um respeitável acervo da chamada Escola Quiteña exposto nos altares e na sacristia.
Visitei o templo duas vezes nos quatro dias e meio que passei na cidade acho que foi pouco. Queria mesmo era ter ficado morando lá...
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A Catedral de Quito, a mais antiga da América do Sul |

⭐Catedral de Quito
🏠Plaza Independencia s/n
🕒De segunda a sábado, das 9:30h às 17h
🏠Plaza Independencia s/n
🕒De segunda a sábado, das 9:30h às 17h
💲 A entrada custa US$ 3 para estrangeiros
Minha visita à Catedral foi bem especial. Apenas eu, um casal de russos e um guia percorremos cada pedacinho da igreja no mais absoluto silêncio. Quando não há missas, a entrada da igreja é feita por uma rua lateral, onde um pátio espanhol encantador espera o visitante logo na chegada.
Uma escada de pedra leva primeiro aos “bastidores” da Catedral — uma singela biblioteca e a Sala Capitular, adornada pelos retratos dos arcebispos de Quito.
Minha visita à Catedral foi bem especial. Apenas eu, um casal de russos e um guia percorremos cada pedacinho da igreja no mais absoluto silêncio. Quando não há missas, a entrada da igreja é feita por uma rua lateral, onde um pátio espanhol encantador espera o visitante logo na chegada.
Uma escada de pedra leva primeiro aos “bastidores” da Catedral — uma singela biblioteca e a Sala Capitular, adornada pelos retratos dos arcebispos de Quito.
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O órgão da Catedral de Quito e o túmulo de Sucre, velado pelas bandeiras dos países que ele ajudou a tornar independentes |
Um desses arcebispos, D. José Ignacio Checa y Barba, morreu envenenado pelo vinho em plena celebração da missa, numa das conspirações mais bizarras que já ouvi contar (tá vendo como é bom ter um guia nas visitas?)
Construída entre 1562 y 1567, a Catedral de Quito é considerada mais antiga da América do Sul.
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Sala Capitular da Catedral |

A igreja foi uma espécie de centro da vida quiteña, e não só no aspecto religioso. Suas pedras seculares já viram de tudo.
Não bastasse o envenenamento do arcebispo, foi nas escadarias da Catedral que o presidente do Equador García Moreno caiu agonizante, atingido por tiros e punhaladas, em 1875.
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A riqueza da decoração da Catedral é uma festa para os olhos |
O passeio pelos cantos mais escondidos da Catedral de Quito é o prólogo perfeito para preparar o impacto.
Atravessamos uma porta estreita e a grandiosidade da nave principal da Catedral nos atingiu em cheio, num arranjo arquitetônico e decorativo em que cada um dos altares das capelas laterais já bastaria para fazer uma catedral.
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Nos "bastidores" da Catedral, um claustro encantador |
Numa dessas capelas laterais está sepultado Antonio José de Sucre, parceiro de Bolívar e um dos heróis da independência latino-americana.
As bandeiras da Bolívia, do Peru (países que ele presidiu), da Venezuela e do Equador (que ele ajudou a libertar e tornar independentes) velam o ataúde de pedra onde estão depositados os restos do General Sucre.
As bandeiras da Bolívia, do Peru (países que ele presidiu), da Venezuela e do Equador (que ele ajudou a libertar e tornar independentes) velam o ataúde de pedra onde estão depositados os restos do General Sucre.
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Sempre que vejo o luxo destas igrejas coloniais, além de embevecer-me com a beleza delas, penso em quantas crianças morreram pelo desvio dos recursos sociais carreados a sua construção.
ResponderExcluirMas a ressaca concomitante não atrapalha o prazer da embriagues de admirar a beleza, principalmente registrada pela sensibilidade da câmera de Cyntia Campos.
Além do mais, no caso, senti-me vingado com o destino de Checa y Barba (mistura inspiradora para mim que não escanhoou o queixo).
Helder, eu tb fico dividida entre o completo deslumbramento com essas obras de arte coloniais e a repulsa à violência contra as culturas tradicionais das Américas praticada pelo colonizador. Mas aí eu lembro do Qoricancha, em Cusco, que ressurgiu sob os escombros da Igreja dos Dominicanos, após um terremoto, e relaxo.
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