Fortaleza em Valença do Minho, no primeiro dia do Caminho de Santiago
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No final de julho de 2005, depois de mais de um mês mochilando na Europa, minha amiga Dulce Ferrero me convenceu a fazer o Caminho Português para Santiago de Compostela.
A Rota Portuguesa do Caminho de Santiago está bem demarcada a partir da Cidade do Porto, mas decidimos caminhar a partir de Valença do Minho, na fronteira de Portugal com a Espanha.
Foram seis dias e 120 quilômetros subindo e descendo montanhas no nosso Caminho de Santiago, atravessando vilarejos, bosques e vinhedos.
Euzinha (à esquerda), prestes a atravessar a fronteira entre Portugal e Espanha. à direita, Dulce na Ponte Internacional, sobre o Rio Minho, ligando Valença a Tui, já em terras espanholas |
Ao final da jornada, com apenas um bolha no pé, recebi minha "Carta Compostelana" na Catedral de Santiago depois de alguma relutância da representante da congregação.
É que eu insisti em declarar motivos "não-espirituais" para a caminhada. Por fim, ela se convenceu das minhas "razões antropológicas" e reconheceu que ateus também merecem recompensa pelos seus esforços.
Caminho de Santiago de Lisboa a Valença
Partimos de Lisboa no dia 23 de julho. Fazia um calor senegalês na capital portuguesa. Pegamos o trem para a Cidade do Porto na Estação de Santa Apolónia bem cedinho.
Mesmo quando já estava chacoalhando no trem rumo ao Norte de Portugal, a ficha não parecia ter caído: nos próximos dias, eu iria caminhar 120 km, Galícia a dentro, sem saber muito o que me esperava ao longo do Caminho de Santiago, jornada com mais de mil anos de tradição.
Minha credencial de peregrina, já devidamente carimbada nas diversas etapas do Caminho de Santiago |
Plataforma da Estação São Bento, na Cidade do Porto |
As credenciais de peregrinas já tinham sido providenciadas por Dulce, que também se encarregou das informações básicas sobre o roteiro.
Meu maior trabalho, mesmo, foi descolar uma foto 3x4 e mandar pelo correio, quando eu ainda estava em Budapeste, pra Dulce cuidar da credencial em Lisboa, onde ela morava.
A Credencial de Peregrino é um documento fundamental para quem faz o Caminho de Santiago. É ela que assegura seu direito de se hospedar nos albergues do trajeto (na época, eram todos gratuitos. Hoje, cobram taxas simbólicas, em torno de € 5).
É importante carimbar a credencial em cada cidade ou localidade por onde se passa (bares, hotéis e albergues fazem isso, além de postos de correio e repartições). E isso que atesta que você fez realmente a caminhada, caso você queira receber sua Carta Compostelana.
Nesse primeiro dia de viagem, o que mais lamentei foi não ter tempo para explorar a bela Cidade do Porto.
Chegamos à Estação São Bento, tremendo cartão de visitas, com sua impressionante decoração em azulejos, com o tempo justo para pegar a baldeação para Valença do Minho, um trem regional bem mais lento do que o que nos trouxe de Lisboa ao Porto.
O Porto estava bem mais fresco que Lisboa, um alívio. Era a primeira vez, desde que cheguei a Portugal, que eu desfrutava de uma temperatura um pouquinho mais europeia. Final de julho, eu queria o quê?
A boa notícia é que a temperatura, ao longo de todo o caminho até Santiago, seria ainda mais amena, mesmo no verão. A má notícia é que essa condição decorre do fato de que, na Galícia, chove o tempo inteiro...
Eu e Dulce em Valença do Minho: bastou desembarcarmos do trem e começamos nosso Caminho de Santiago |
Nesse primeiro dia de viagem, o que mais lamentei foi não ter tempo para explorar a bela Cidade do Porto.
Chegamos à Estação São Bento, tremendo cartão de visitas, com sua impressionante decoração em azulejos, com o tempo justo para pegar a baldeação para Valença do Minho, um trem regional bem mais lento do que o que nos trouxe de Lisboa ao Porto.
Detalhes da fachada da Catedral de Santigo de Compostela: sete dias e 120 km depois, eu estaria cara a cara com essa maravilha do Século 12 |
A boa notícia é que a temperatura, ao longo de todo o caminho até Santiago, seria ainda mais amena, mesmo no verão. A má notícia é que essa condição decorre do fato de que, na Galícia, chove o tempo inteiro...
O meu Caminho de Santiago
A bela cidade de Tui e o começo oficial da caminhada
De Tui a O Porriño e as deliciosas surpresas do caminho
De O Porriño a Redondela e a generosidade dos galegos com os peregrinos
Redondela, Pontesampaio e um pouquinho da história da região
Pontevedra e dicas para enfrentar as bolhas e outros perrengues
Caldas de Reis e algumas impressões sobre os companheiros de viagem
Quase lá: Padrón e algumas dicas sobre albergues
A chegada a Santiago
A Espanha na Fragata Surprise
Madri
Andaluzia: Cádis, Córdoba, Granada, Ronda e Sevilha
Castela e La Mancha: Toledo
Castela e Leão: SegóviaCatalunha: Barcelona, Girona e Tarragona
Comunidade Valenciana: Valência
Galícia: Santiago de Compostela, Caminho de Santiago e cidades da rota
A Europa na Fragata Surprise
Dicas gerais
As etapas
O início da aventura: Valença e TuiA bela cidade de Tui e o começo oficial da caminhada
De Tui a O Porriño e as deliciosas surpresas do caminho
De O Porriño a Redondela e a generosidade dos galegos com os peregrinos
Redondela, Pontesampaio e um pouquinho da história da região
Pontevedra e dicas para enfrentar as bolhas e outros perrengues
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