Catedral de Santiago de Cuba, no Parque Céspedes. Ela era amarelinha quando visitei a cidade, em 2003. Agora, ganhou restauração e pintura nova. Esta imagem é de novembro/2015 |
Menos de cinco minutos e já estou num táxi, uma espécie de Land Rover amarelo, rumo ao setor doméstico do Aeroporto Internacional José Marti, de onde sai meu vôo para Santiago.
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Os típicos coquitos, carrocerias de fibra de vidro montadas sobre triciclos, são táxis muito usados pelos turistas em Cuba |
A primeira visão de Cuba é uma neblina espessa. O calor, a essa hora, já é insuportável. Acho que é herança do avião apertado, abafado e excepcionalmente quente.
Chegamos ao Terminal Doméstico, bastante caído, semelhante a uma Estação Rodoviária do interior do Nordeste. Um monte de gente nas filas, com bagagens improvisadas: caixas, sacos, sacolas. Mala, mesmo, só dos poucos estrangeiros.
Na minha frente está uma senhora, acompanhada de uma adolescente e de uma menininha de um ano e pouco. A adolescente carrega uma sacola com uma inscrição curiosa: "No me robes. Solo traigo libros". Caramba, será que aqui também? O que houve com o socialismo?
Um sujeito branco, cinqüentão e baixote fura a fila, bem na minha frente. Não tem passagem nem mostra qualquer documento. É conhecido da compañera Comissária Para Emissão de Cartões de Embarque. Aluga um monte — além da conversa fiada, o sistema está lento — e uma meia hora depois ele sai, saltitante, com seu cartão de embarque.
E eu continuo sem dormir, prestes a um upgrade de Mrs. Hide para Mrs. Hulk. E quase acontece: quando chega a minha vez de ser atendida, a compañera me informa que meu voo só sai às 8h e, portanto, só posso fazer o check-in às 7h.
Vou tomar café, arrastando a mala. Uma funcionária de uniforme listradinho de branco e azul-bebê tenta me explicar, naquele castelhano sem consoantes, que a cafeteria é no andar de cima. Sete mesas de fórmica, música sertaneja brasileira e até Celine Dion no alto falante. Café, que é bom, nada. Nem chocolate, nem chá... Pergunto ao pressuroso atendente o que é que tem para comer. Ele aponta com o beiço o cartaz que anuncia uns sandubas. Um homem grisalho, numa voz muito grave, pede "dolár", esfregando o polegar no indicador. A vantagem é que se pode fumar — e se fuma — em tudo quanto é canto deste aeroporto.
Check-in feito, finalmente, descubro "o aeroporto oculto": passado o portão de embarque, atravessamos para outra dimensão, com ar-condicionado, café, restaurante. Agora eu entendi o que a funcionária de uniforme listradinho quis dizer, quando falou que eu tinha que fazer check-in, pra poder tomar café...
O nevoeiro não dá trégua. O aeroporto está fechado. Sem esperança de decolar às 8h. Mato o tempo olhando um garotinho de uns seis anos, no máximo, muito orgulhoso, desfilando um casaco de camuflagem US Army, com direito a bandeira americana na manga e distintivo.
É curioso: os cubanos não parecem anacrônicos no vestir. Pobres, sim. Mas estão na última moda, ou no arremedo da última moda: tênis vistosos, calças cargo... Raros são os relógios de pulso. Em compensação, há uma profusão de camisas listradas. Parece que ACM é personal stylist por aqui.
Passa um pouco das 8h e começam a chamar para o embarque. O avião para Santiago é uma coisa russa com hélices, que meu sono não me permite identificar melhor. A decoração interior é totalmente Anos 60, em tons de azul turquesa, como os banheiros das casas "moderninhas" da época.
Dormi como uma pedra. Só despertei para ver Santiago pela janelinha do avião.
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