Copacabana, cidade que funciona como "capital"
do Lago Titicaca e inspirou o nome da praia mais famosa do Brasil |
Hoje, nosso dia foi longo. Saímos de La Paz um pouco depois das 8 horas, rumo a Copacabana, via Estreito de Tikina. Foi a nossa rota até a deslumbrante Ilha do Sol, uma das grandes atrações da Bolívia.
O trânsito em El Alto estava mais camarada e a viagem até Tikina durou menos de três horas.
A aridez do Altiplano Boliviano. Ao fundo, a Cordilheira Real |
Primeiro, atravessamos a aridez do Altiplano Boliviano, com a Cordilheira Real nos acompanhando na janela do ônibus.
Depois, no alto das montanhas, rodamos um bom tempo margeando o Lago Titicaca, lindo, lá em baixo, tão imenso e tão azul.
O Lago Titicaca, na chegada ao Estreito de Tikina |
Copacabana é uma cidade pequena (6 mil habitantes), mas muito visitada pelos bolivianos em peregrinação à Basílica da Virgem de Copacabana, uma devoção que, diz a lenda, foi iniciada por Tito Yupanqui, neto de um imperador inca.
A Basílica da Virgem de Copacabana é um importante centro de
peregrinação na Bolívia |
Veja o que você vai encontrar em Copabana, porta de entrada para os encantos do Lago Titicaca:
O caminho para Copacabana
Copacabana, Lago Titicaca
No caminho de La Paz a Copacabana, é preciso fazer a travessia de barco do Estreito de Tikina |
O Estreito de Tikina é uma garganta de menos de 800 metros, na parte sul do Lago Titicaca, separando a porção de água que os bolivianos chamam de Huiñaymarca (a parte menor), do corpo principal do Titicaca, chamado por eles de Chucuito.
Os motores das lanchas que fazem a travessia são é muito fumacentos.
Prefira viajar na parte aberta do barco |
As embarcações que fazem a travessia do Estreito de Tikina
são bem parecidas com os "pô-pô-pôs" da Amazônia |
A passagem nos barquinhos custa 2 Bolivianos.
Por conta da experiência amazônica, escolhi sentar na parte de trás do barco, aberta, onde se consegue respirar sem o cheiro do combustível.
A obrigação de descer do ônibus e seguir no pô-pô-pô foi instituída há pouco mais de dez anos, depois que uma balsa virou com um ônibus cheio de estudantes. Não houve sobreviventes do acidente
Em San Pedro de Tikina, reembarcamos no ônibus, rumo a Copacabana. Com cerca de 6 mil habitantes, a cidade fica numa pequena enseada, protegida pelos morros Kesanani e Calvário, que os penitentes sobem carregando pedras — seus “pecados”.
Uma imagem pré-colombiana na praça principal da cidade faz
companhia à torre da Basílica de Copacabana. Ao fundo, o Cerro Calvário |
Copacabana é um importante centro de peregrinação religiosa. A devoção à Virgem da Candelária talvez seja um dos raros traços de união entre bolivianos e peruanos da área do Titicaca: a rivalidade é das mais renhidas que já vi, com comentários depreciativos de parte a parte.
A área onde está a Copacabana tem vestígios de ocupação humana desde o Século 11 a.C. Foi uma importante povoação Aymara até a chegada dos Incas, no Século 12 d.C, quando foi tomada pelas tropas de Tupac Yupanqui.
A área onde está a Copacabana tem vestígios de ocupação humana desde o Século 11 a.C. Foi uma importante povoação Aymara até a chegada dos Incas, no Século 12 d.C, quando foi tomada pelas tropas de Tupac Yupanqui.
É proibido fotografar o interior da Basílica de Copacabana. Fiz este clique 15 segundos antes de saber disso |
A lenda de Tito Yupanki e a história da chegada da imagem da Virgem de Copacabana ao Lago Titicaca está gravada nas portas da Basílica |
Euzinha posando para a posteridade em um clique de Fabiola Aleyda |
A Basílica de Copacabana, do Século 16, é o grande orgulho local. Conta a lenda que a imagem da Virgem da Candelária foi esculpida pelo aymara Tito Yupanqui, neto de Tupac Yupanqui, 10º soberano inca.
Tito teria se convertido ao catolicismo e trazido o culto para as margens do Lago Titicaca.
Tito Yupanqui é lembrado por uma estátua no adro da
Basílica de Copacabana |
Os ritos Aymaras mesclam-se às cerimônias de adoração à santa católica. Um encontro de Pachamama com a Virgem Maria, sincretismo forte que também se expressa na arquitetura da Basílica, que eu recomendo que você não deixe de visitar.
O sol estava inclemente na nossa chegada a Copacabana. À beira d’água e sob um céu imensamente azul, a gente quase esquece que está a 3.800 metros acima do nível do mar e começa a pensar num mergulho.
O Centrinho de Copacabana |
Só quando tive que carregar a mochila — que sempre parece pesar mais de uma tonelada, nesta altitude — foi que lembrei onde estava.
Visitamos a Basílica de Copacabana, almoçamos e nos preparamos para a grande emoção do dia: a travessia de lancha até a Ilha do Sol. Era a parte da viagem que eu aguardava com mais ansiedade e, como eu vou contar no próximo post, superou as expectativas.
Como chegar a Copacabana
Há ônibus e micro-ônibus saindo diariamente de La Paz, a cada hora, até as 17h. A passagem custa 15 Bolivianos (US$ 2) e a viagem é feita em cerca de 4 horas. O inconveniente é o pinga-pinga pelo caminho, além da superlotação.
Nossa opção foi tomar o ônibus turístico, que sai às 8 horas, diariamente (recolhe os passageiros nos hotéis), faz o trajeto em 3h30 e custa US$ 5.
Onde comer em Copacabana
Na Orla do Lago Titicaca, em Copacabana, há uma infinidade de barraquinhas que servem as deliciosas trutas pescadas por ali mesmo.
Nosso almoço foi no restaurante Jardin del Inca (Av. 6 de agosto , fone 76299554), um lugar extremamente agradável e com uma comidinha realmente deliciosa.
Comi truta do Titicaca, é claro. Os preços da refeição (sopa, prato principal e refrigerante) ficam na casa dos 30 Bolivianos (pouco mais de US$ 4).
Nossa opção foi tomar o ônibus turístico, que sai às 8 horas, diariamente (recolhe os passageiros nos hotéis), faz o trajeto em 3h30 e custa US$ 5.
Almoçando no Jardin del Inca, já na volta da Ilha do Sol: Marusia, Simone, Paulo, eu e Beth Hird |
Onde comer em Copacabana
Na Orla do Lago Titicaca, em Copacabana, há uma infinidade de barraquinhas que servem as deliciosas trutas pescadas por ali mesmo.
Nosso almoço foi no restaurante Jardin del Inca (Av. 6 de agosto , fone 76299554), um lugar extremamente agradável e com uma comidinha realmente deliciosa.
Simples e deliciosa, a truta do Titicaca foi o nosso prato preferido nesta viagem, junto com a sopa de quinoa |
O mais perfeito céu azul sobre o Lago Titicaca |
Travessia de Copacabana para a Ilha do Sol
No píer de Copacabana e nas diversas agências de turismo locais é possível contratar um passeio até a Ilha do Sol por cerca de 20 Bolivianos por pessoa. A travessia dura cerca de duas horas.
Na lancha, o frio é de rachar, por causa do vento, mas o visual espetacular compensa cada batidinha de queixo.
Cada vez mais, os visitantes estão optando por dormir na Ilha do Sol, onde já há pousadas bem equipadas, ou mesmo na Ilha da Lua, onde é possível conseguir hospedagem nas casas dos moradores.
Foi isso que fizemos. Veja o post: Os quatro espetáculos da Ilha do Sol
Nossa travessia já estava contratada pela Stop Tours e viajamos sozinhos na lancha (eu, Simone, Marúsia, Paulo Lipp, Fabiola e uma moradora da Ilha do Sol, a quem demos carona). No caminho, paramos em Pilkokaina, uma ruína Inca bem em frente à Ilha da Lua.
Nosso ponto final foi o povoado de Yumani, de onde iniciamos a longa subida para o topo da Ilha do Sol, onde iríamos pernoitar.
Na lancha, o frio é de rachar, por causa do vento, mas o visual espetacular compensa cada batidinha de queixo.
As lanchas que fazem a travessia entre Copacabana e a Ilha do Sol são confortáveis e seguras |
Cada vez mais, os visitantes estão optando por dormir na Ilha do Sol, onde já há pousadas bem equipadas, ou mesmo na Ilha da Lua, onde é possível conseguir hospedagem nas casas dos moradores.
Foi isso que fizemos. Veja o post: Os quatro espetáculos da Ilha do Sol
Nossa travessia já estava contratada pela Stop Tours e viajamos sozinhos na lancha (eu, Simone, Marúsia, Paulo Lipp, Fabiola e uma moradora da Ilha do Sol, a quem demos carona). No caminho, paramos em Pilkokaina, uma ruína Inca bem em frente à Ilha da Lua.
Nosso ponto final foi o povoado de Yumani, de onde iniciamos a longa subida para o topo da Ilha do Sol, onde iríamos pernoitar.
A Bolívia na Fragata Surprise
Os quatro espetáculos da Ilha do Sol
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Vale muito a pena conhecer também Potosi e Sucre.
ResponderExcluirAinda nao fui, Dimitri, mas estão na minha lista, assim como o Salar 😊
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