Minha chegada a Amalfi foi assim 💙 |
Como chegar à Costa Amalfitana
Todo mundo sonha percorrer a Costa Amalfitana pilotando um conversível, mas o que o cinema não mostra é o lado prático da coisa.
Dirigir pela Costa Amalfitana é empreitada que geralmente começa com o trânsito insano de Nápoles, onde muito provavelmente você alugaria um carro para pegar a Costiera Amalfitana (o nome da estrada).
As Montanhas Lattari são companhia inseparável de quem viaja pela Costa Amalfitana |
A a saída de Nápoles para a estrada é tão caótica e as indicações são tão confusas que a gente acha que jamais vai atravessar o congestionamento.
➡️ Até pensei em alugar um carro em Nápoles para descer até a Costa Amalfitana, mas acabei tendo um susto de lucidez 😀. Decidi ir de ônibus para Amalfi e lá fazer a minha base para visitar a região. Adorei a decisão.
A Catedral de Amalfi, dedicada a Santo André, do Século 10 |
Ônibus de Nápoles para a Costa Amalfitana
Dez entre dez napolitanos vão lhe indicar o Molo (cais) Beverello como local de partida do transporte para Amalfi e outras localidades da Costa Amalfitana.
Eles não estão errados: de abril até outubro, os barcos zarpam de lá, assim como os ferries para Capri.
Mas os ônibus da SITA Bus para a Costa Amalfitana partem do estacionamento do Molo Immacolatella, 800 metros adiante. na direção Norte (melhor referência: Palazzo dell'Immacolatella).
Dez entre dez napolitanos vão lhe indicar o Molo (cais) Beverello como local de partida do transporte para Amalfi e outras localidades da Costa Amalfitana.
Eles não estão errados: de abril até outubro, os barcos zarpam de lá, assim como os ferries para Capri.
Mas os ônibus da SITA Bus para a Costa Amalfitana partem do estacionamento do Molo Immacolatella, 800 metros adiante. na direção Norte (melhor referência: Palazzo dell'Immacolatella).
A paisagem da Costiera Amalfitana, perto de Ravello |
Os ônibus da SITA Bus são fáceis de reconhecer: são azuis, num tom de azul bem próximo ao da camisa da Seleção Italiana de Futebol.
Os veículos são confortáveis, com bom espaço entre as poltronas. Os assentos ficam bem acima do nível da rua — fantástica posição para ver as paisagens da Costiera Amalfitana.
O mar e a vila de Minori vistos de Ravello |
Após a partida, levamos cerca de 40 minutos embrenhados no engarrafamento napolitano, até cair na estrada que, no início, não tem nada de panorâmica. A Costiera Amalfitana (a Rodovia SS163), com suas visões hipnóticas, só começa depois de Sorrento.
Até lá, relaxe, olhe as cidadezinhas no caminho e não tenha pressa.
Na estrada: a Costiera Amalfitana deixa a gente sempre com o frio na barriga de transitar à beira do abismo |
Na chegada a Meta, a coisa enganchou de vez. O ônibus foi parar na retaguarda de um enterro à moda antiga: todo mundo a pé (menos o morto, que, por razões mais ou menos óbvias, vai de automóvel).
Parece GoogleEarth, mas é a encosta de Ravello |
Parece que a cidade inteira segue o padre paramentado, entoando cânticos e preces. Até a procissão virar uma esquina, o engarrafamento da estradinha já devia remontar a alguns quilômetros.
Veja no mapa o meu roteiro na Costa Amalfitana. Clique nos ícones para ler as postagens referentes a cada cidade:
(Dias depois, em Ravello, tive a comprovação de que enterro, aqui no Sul da Itália, é coisa séria: os cartazes anunciando sepultamentos são pregados nas paredes e postes, igualzinho aos de concertos de Rock, noites temáticas de danceterias ou candidaturas a cargos eletivos. No enterro de Ravello, os sinos repicaram, os carros pararam, os motoristas desceram, fazendo o sinal da cruz... caramba, estou falando de enterros num post sobre a Costa Amalfitana... 😁).
Quando o ônibus finalmente atravessa Sorrento é que começa o visual alucinógeno: lá estava a Costa Amalfitana de cinema aos meus pés — sim, porque os assentos altos dos ônibus nos colocam bem acima dos guardrails da estrada.
➡️ De Nápoles a Amalfi são três horas e meia de viagem. Mas a estrada é tão linda que eu toparia passar uma semana naquele ônibus.
Centro Histórico de Amalfi |
A Costiera Amalfitana
Oficialmente, ela se chama Strada Statale 163 Amalfitana (SS 163). A Costiera Amalfitana foi construída entre 1832 e 1850, um prodígio da engenharia da época.
A estrada tem 50 km de lindos precipícios azuis, curvas inacreditáveis, daquelas que têm espelhos pegados nas rochas pra facilitar a visão dos motoristas — de vez em quando, o ônibus precisa manobrar devagarinho para contornar a curva e, se vem carro no sentido contrário, aí é que o bicho pega mesmo.
A Costiera Amalfitana começa oficialmente na cidadezinha de Meta, nos arredores de Sorrento, e segue até Vietri Sul Mare, um pouquinho antes de Salerno.
No caminho, a estrada passa pelos famosos balneários de Positano, Praiano, Conca dei Marini, Amalfi, Minori e Maiori, entre outros.
Os ônibus que circulam pela Costa Amalfitana fazem ponto no cais de Amalfi |
Os ônibus da SITA interligam as diversas cidades da Costa Amalfitana.
Para quem se hospeda em Amalfi, como foi o meu caso, a parada dos ônibus fica no píer da cidade. De lá eu fui a Positano, Sorrento, Ravello e a Salerno, onde peguei o trem para Florença.
É só avisar ao motorista para onde você quer ir que ele indica o bilhete correto e para direitinho onde você quer ficar, em qualquer um dos muitos pontos ao longo da Costiera Amalfitana.
O valor da passagem varia de acordo com o tempo de viagem, pelo sistema Unico Costiera, que oferece passes com validades de 45 minutos a três dias.
Amalfi vista da janela do meu quarto de hotel |
É verdade que Ravello é muito mais chique e Positano é mais descolada. Mas a oferta de hotéis em Amalfi é mais variada: tem para todos os gostos e bolsos.
Pela localização, mais ou menos no meio da estrada, Amalfi também acaba sendo mais prática para quem quer circular de ônibus entre as diversas cidades da região.
Eu fiquei no Hotel Caprice, em Amalfi, a uns 200 metros do píer, debruçado sobre o mar. Com muito gosto, paguei 10 Euros a mais de diária para ter um quarto com balcão.
O apartamento é grande, o hotel é simpático e o café da manhã é servido numa varanda com vista espetacular. Tudo isso por € 60, mas convém lembrar que era novembro, baixa temporada.
Hotel Caprice
Via Matteo Camera nº 5
Apesar de ficar a uns 200 metros da parada do ônibus que vem de Nápoles, talvez você tenha uma certa dificuldade de encontrar esse hotel.
Ele fica na entrada de Amalfi, no que você acha que deveria se chamar Costiera Amalfitana, mas que aqui ganha o nome de Rua Matteo Camera. É necessária alguma perícia para arrastar a mala de rodinhas ladeira acima, numa curva, e onde a calçada é uma adereço inexistente. Como ninguém vai à Costiera para morrer atropelado, todo cuidado é pouco.
O Hotel Caprice fica no terceiro andar de um prédio sem elevador. Lá em cima você vai encontrar um ogro muito menos sensível que Shreck.
O hotel não aceita cartão de crédito como pagamento (apesar de exigir que você informe o número do seu, para fazer a reserva). O ogro vai querer pagamento adiantado, cash. Mas ele entende "vá passear" em qualquer idioma que você escolher.
Felizmente, a tal "gracinha de criatura" não fica no hotel em tempo integral: a partir do segundo dia, foi substituído por um russinho muito prestativo, que não fala italiano, nem inglês — e eu desconfio que nem russo —, mas que era super educado.
Bem, tirando esses percalços, o quarto do Hotel Caprice é ótimo, grande, limpo, com uma vista espetacular.
O café da manhã foi o menos espartano dos incluídos na diária que encontrei na Itália, servido numa varanda com vista que dá vontade de gritar "bom dia" até ficar rouca — ou até ser hora de "boa tarde".
Meu quarto com balcão era tentador ao cair da tarde. Era lua cheia e foi muito legal olhar o mar na companhia de uma garrafa de vinho, queijo, pão fresquinho, amoras. Foi inesquecível ver o sol nascendo, de manhã cedinho...
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O apartamento é grande, o hotel é simpático e o café da manhã é servido numa varanda com vista espetacular. Tudo isso por € 60, mas convém lembrar que era novembro, baixa temporada.
O amanhecer em Amalfi visto do balcão do meu quarto |
Via Matteo Camera nº 5
Apesar de ficar a uns 200 metros da parada do ônibus que vem de Nápoles, talvez você tenha uma certa dificuldade de encontrar esse hotel.
Ele fica na entrada de Amalfi, no que você acha que deveria se chamar Costiera Amalfitana, mas que aqui ganha o nome de Rua Matteo Camera. É necessária alguma perícia para arrastar a mala de rodinhas ladeira acima, numa curva, e onde a calçada é uma adereço inexistente. Como ninguém vai à Costiera para morrer atropelado, todo cuidado é pouco.
O hotel não aceita cartão de crédito como pagamento (apesar de exigir que você informe o número do seu, para fazer a reserva). O ogro vai querer pagamento adiantado, cash. Mas ele entende "vá passear" em qualquer idioma que você escolher.
Felizmente, a tal "gracinha de criatura" não fica no hotel em tempo integral: a partir do segundo dia, foi substituído por um russinho muito prestativo, que não fala italiano, nem inglês — e eu desconfio que nem russo —, mas que era super educado.
Bem, tirando esses percalços, o quarto do Hotel Caprice é ótimo, grande, limpo, com uma vista espetacular.
O café da manhã foi o menos espartano dos incluídos na diária que encontrei na Itália, servido numa varanda com vista que dá vontade de gritar "bom dia" até ficar rouca — ou até ser hora de "boa tarde".
Meu quarto com balcão era tentador ao cair da tarde. Era lua cheia e foi muito legal olhar o mar na companhia de uma garrafa de vinho, queijo, pão fresquinho, amoras. Foi inesquecível ver o sol nascendo, de manhã cedinho...
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Excelente artigo! Vou adicionar este blog aos meus favoritos das viagens a Itália :D
ResponderExcluirObrigada, Paulo. Espero que você aproveite a Costa Amalfitana. É um dos lugares mais bonitos que já vi :)
ExcluirCaraca! Vc escreve de um jeito tão gostoso de ler! E foi o único post que achei falando desse roteiro "invertido" e divertido. Vou fazer o mesmo, mas de carro. Amei!
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