Uma tremenda vantagem de ficar hospedada no bairro da Candelária, em Bogotá, foi ficar pertinho de um dos acervos públicos de arte mais importantes da América Latina. O Museu Botero e Coleção de Arte do Banco da República da Colômbia têm entrada gratuita e são um show de bola que não pode faltar no seu roteiro.
O Museu Botero tem 123 trabalhos do artista e mais 85 obras que compunham sua coleção particular — um tesouro que tem Picasso, Chagall, Calder, Torres García, Miró... —, acabou virando meu “programinha de vizinhança”.
O Museu Botero tem 123 trabalhos do artista e mais 85 obras que compunham sua coleção particular — um tesouro que tem Picasso, Chagall, Calder, Torres García, Miró... —, acabou virando meu “programinha de vizinhança”.
Gosto ainda mais das esculturas de Botero do que dos quadros |
Aproveitando que a entrada é gratuita, acabei fazendo várias visitas ao bonito casarão, antiga sede da Casa da Moeda, que também abriga a Coleção de Arte do Banco da República da Colômbia, um panorama das artes visuais desde a colônia até os dias de hoje, com ênfase em artistas colombianos e latino-americanos.
A famosa Mona Lisa de Botero |
Dois acervos bacanérrimos para ver e rever durante sua estada em Bogotá. Veja as dicas:
Museu Botero de Bogotá
Os gordinhos de Botero
É claro que minha primeira motivação para ir ao Museu Botero foi contemplar cara a cara os famosos gordinhos de Botero, o colombiano mais conhecido em todo o planeta, nas artes visuais.
A característica mais conhecida do trabalho de Fernando Botero são exatamente suas figuras volumosas. Os homens têm sempre o rosto do próprio pintor, ou de seu pai.
Nesse quesito, o Museu Botero não desaponta. Estão lá a famosa Mona Lisa, os nus A Praia e A Carta, a empetecada Primeira Dama e o Casal Dançando, para citar algumas das obras mais conhecidas e marcantes do artista.
A característica mais conhecida do trabalho de Fernando Botero são exatamente suas figuras volumosas. Os homens têm sempre o rosto do próprio pintor, ou de seu pai.
Nesse quesito, o Museu Botero não desaponta. Estão lá a famosa Mona Lisa, os nus A Praia e A Carta, a empetecada Primeira Dama e o Casal Dançando, para citar algumas das obras mais conhecidas e marcantes do artista.
Botero: Um Povoado (no alto) e Terremoto em
Popayán |
Casal Dançando (no alto) e Natureza Morta com Violino |
Mas o mais bacana é descobrir outros aspectos e sotaques da obra de Botero, perceber influências e comprovar que ele está muito acima da apropriação folclórica que a indústria cultural fez de sua arte.
O mito dos gordinhos de Botero, por um lado, ajudou a popularizar o artista, mas está sempre a um passo de vulgarizar seu trabalho.
O mito dos gordinhos de Botero, por um lado, ajudou a popularizar o artista, mas está sempre a um passo de vulgarizar seu trabalho.
As "vênus" de Botero |
Botero além dos gordinhos
Indo além dos gordinhos, foi maravilhoso descobrir obras de Botero como A Guerrilha de Elizeo Velásquez.
Gostei imensamente de quadros como a Natureza Morta com Violino, da representação pacata de Um Povoado e de seu contraponto dramático, o Terremoto em Popayán — essas duas telas não estão expostas juntas, como aparecem aqui no blog, mas eu invoquei que uma é a continuação da outra. E, como sou otimista, acho que o terremoto vem antes 😊 .
Gostei imensamente de quadros como a Natureza Morta com Violino, da representação pacata de Um Povoado e de seu contraponto dramático, o Terremoto em Popayán — essas duas telas não estão expostas juntas, como aparecem aqui no blog, mas eu invoquei que uma é a continuação da outra. E, como sou otimista, acho que o terremoto vem antes 😊 .
Botero também reuniu uma ótima coleção de outros artistas.
Estas obras são de Alexander Calder: A Grande Espiral (no alto) e Arlequim com Bolas de
Neve |
Mais da coleção pessoal de Botero: Chagall (O Palhaço Voador)
e Torres García (Estrutura com Esquema de Objetos). Como não amar um cara que,
além de tudo, ama os meus amores? |
Outro motivo pra me encantar com Fernando Botero é que ele parece amar vários dos meus amores, a julgar por muitas das 85 obras de sua coleção pessoal.
Esse acervo também foi doado por Botero ao povo da Colômbia, junto com os trabalhos de próprio punho que compõem a coleção do museu.
Além dos artistas que você já viu nas fotos acima, ainda tem Kokoshka, Matisse, Monet, Braque, Degas, Max Ernst...
São obras que Botero reuniu ao longo da vida e também ajudam a expressar o olhar que ele tinha do mundo. Passear por essa parte da exposição do Museu Botero é outra festa imperdível.
Esse acervo também foi doado por Botero ao povo da Colômbia, junto com os trabalhos de próprio punho que compõem a coleção do museu.
Além dos artistas que você já viu nas fotos acima, ainda tem Kokoshka, Matisse, Monet, Braque, Degas, Max Ernst...
São obras que Botero reuniu ao longo da vida e também ajudam a expressar o olhar que ele tinha do mundo. Passear por essa parte da exposição do Museu Botero é outra festa imperdível.
Essas obras de Miró (no alto) e Picasso estão expostas lado
a lado no Museu Botero |
Toulouse-Lautrec e Monet também estão representados na
coleção de Fernando Botero |
Coleção de Arte do Banco da República da Colômbia
Mas você pensa que a festa acabou? Pois o antigo casarão sede da Casa da Moeda de Bogotá ainda guarda belas surpresas para o visitante.
Em uma das alas do edifício está exposta a Coleção de Arte do Banco da República, com obras que pertencem ao patrimônio do Estado colombiano e estão organizadas em um roteiro inteligente, que consegue ser didático sem ser professoral.
Em uma das alas do edifício está exposta a Coleção de Arte do Banco da República, com obras que pertencem ao patrimônio do Estado colombiano e estão organizadas em um roteiro inteligente, que consegue ser didático sem ser professoral.
No alto, Camponeses, de Alipio Jaramillo. Acima, A Violência,
de Alejandro Obregón, sobre a repressão aos estudantes colombianos em 1954 |
A mostra se divide em salas dedicadas à arte colonial (Século 17 e 18), ao Século 19, período da independência da Colômbia e primeiros anos da República (onde o título de "Rupturas e continuidades" expressa o contexto da época, na arte, na política e na sociedade colombiana), às vanguardas do Século 20 e aos contemporâneos.
Os dois ângulos da Estrutura Acrílica Sinética, de
Jesús Soto, na deliciosa sala reservada aos "Clássicos, Experimentais e
Radicais" da Coleção de Arte do Banco da República |
A coleção de arte do Banco da República da Colômbia é uma excelente oportunidade para descobrir artistas colombianos como Alejandro Obregón, Alipio Jaramillo e Luiz Roberto Acuña (que reencontrei em seu museu-casa, na Villa de Leyva).
Também fui apresentada a dois uruguaios danadinhos de bacanas, Francisco Matto e Julio Alpuy, discípulos e integrantes do ateliê de Joaquín Torres-García (que vocês já sabem que é um amor da minha vida). Ambos aprenderam direitinho com o mestre.
E ainda tive direito a pulinhos de felicidade ao reencontrar outro queridinho meu, o venezuelano Jesús Soto.
Matto (no alto) e Alpuy, discípulos de Torres García |
Os objetos são riquíssimos, recobertos de pedras preciosas, deslumbrantes — e, por isso mesmo, para garantir a segurança, não podem ser fotografados.
Esculturas da coleção pessoal de Botero. A obra em primeiro
plano e a que aparece lá no fundo são de Max Ernst |
A Casa da Moeda de Bogotá
Além de todos esses bons motivos que já citei, a visita ao complexo de museus do Banco da República da Colômbia vale também para você ver por dentro um belíssimo edifício colonial.
Construído em 1621 para sediar a Casa da Moeda do Vice-Reino de Nova Granada, foi entre aquelas paredes espessas que foram cunhadas as primeiras moedas de ouro das Américas.
Essa história você descobre em mais uma ala do casarão, no Museu de Numismática. São mais de 8 mil peças entre moedas, maquinário e mobiliário de época.
Construído em 1621 para sediar a Casa da Moeda do Vice-Reino de Nova Granada, foi entre aquelas paredes espessas que foram cunhadas as primeiras moedas de ouro das Américas.
Essa história você descobre em mais uma ala do casarão, no Museu de Numismática. São mais de 8 mil peças entre moedas, maquinário e mobiliário de época.
Casarão da Casa da Moeda, sede do museu Botero e a da
Coleção do Banco da República |
Museu Botero e Coleção do Banco da República da Colômbia
Casarão Casa de La Moneda, Calle 11, nº 4-41
➡️ Fecha às terças-feiras. Visitas das 9h às 19h, exceto aos domingos, quando o horário é das 10h às 17h. Entrada gratuita.
São realizadas visitas guiadas, sem necessidade de agendamento prévio, para grupo de no máximo 30 pessoas. O percurso dura uma hora.
Nos dias de semana, as visitas guiadas são iniciadas às 12:30h, às 16h e às 17:30h. Aos sábados, às 10h, 12h, 14h e 16h. Aos domingos, apenas às 10h e às 13:30h.
➡️ Fecha às terças-feiras. Visitas das 9h às 19h, exceto aos domingos, quando o horário é das 10h às 17h. Entrada gratuita.
São realizadas visitas guiadas, sem necessidade de agendamento prévio, para grupo de no máximo 30 pessoas. O percurso dura uma hora.
Nos dias de semana, as visitas guiadas são iniciadas às 12:30h, às 16h e às 17:30h. Aos sábados, às 10h, 12h, 14h e 16h. Aos domingos, apenas às 10h e às 13:30h.
Todas as dicas da Colômbia: post-índice com mapa
Mais dicas de Bogotá, Cartagena, Ilhas do Rosário e Villa de Leyva
Curtiu este post? Deixe seu comentário na caixinha abaixo. Sua participação ajuda a melhorar e a dar vida ao blog. Se tiver alguma dúvida, eu respondo rapidinho. Por favor, não poste propaganda ou links, pois esse tipo de publicação vai direto para a caixa de spam.
Mais dicas de Bogotá, Cartagena, Ilhas do Rosário e Villa de Leyva
Curtiu este post? Deixe seu comentário na caixinha abaixo. Sua participação ajuda a melhorar e a dar vida ao blog. Se tiver alguma dúvida, eu respondo rapidinho. Por favor, não poste propaganda ou links, pois esse tipo de publicação vai direto para a caixa de spam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário