A casa de García Lorca em Granada, na Huerta de San Vicente |
Fiquei profundamente comovida com a visita à Casa de García Lorca em Granada, antigo retiro de verão da família do poeta, na Huerta (algo como “chácara”) de San Vicente.
A poesia de Federico García Lorca embalou minha adolescência e foi impossível andar por Granada, cidade natal do poeta, sem lembrar de seus versos, sempre tão marcados pela paixão andaluza.
Uma lembrança de Lorca na muralha da Alhambra |
Todos os lugares do mundo têm histórias tristes, Granada há de ter milhares delas, mas a mais famosa envolve justamente o autor desse verso, assassinado por um comando de extrema-direita um mês após o golpe franquista contra a República e o início da Guerra Civil Espanhola, em 1936.
A antiga área de cultivo da chácara de Lorca é hoje um
agradável parque público, bem próximo ao Centro Histórico de Granada |
Estão lá os móveis, utensílios, quadros (muitos pintados por Lorca) e documentos, compondo uma cena pacata, aconchegante e desprovida de tragédia ou espetáculo.
A casa de García Lorca evoca uma família em torno da mesa, conversas no alpendre e sossego. Nada parecido com a fúria que se sucedeu ao levante fascista e a voragem da Guerra Civil Espanhola.
Estátua de Lorca em frente ao Teatro Español, em Madri |
Mesmo que você não seja uma apaixonada pelo poeta, vale a pena. É um jeito quase lírico de descobrir um pouco mais sobre a história da Espanha e as relações sociais na Andaluzia do início do século passado.
A Casa de García Lorca em Granada
Como é a visita à Casa Museu de García Lorca
O grande destaque da minha visita à Casa Museu García Lorca foi a guia que acompanhou o meu pequeno grupo pelo interior da casa. Ela contou histórias, descreveu climas e não disfarçava seu encanto pela obra do poeta.
A visita guiada à Casa de García Lorca ganha muito com o contexto oferecido pela narração dos guias. A gente percorre aquele cenário de um cotidiano familiar com um nó na garganta, mas o astral é bom: sensação de encontro e sossego.
A Casa de García Lorca pode ser vista de terça a domingo, apenas em visitas guiadas, que partem a cada meia hora. Os grupos têm limite máximo de 15 participantes.
No inverno, as visitas à Casa de García Lorca são realizadas das 9:15 às 14:15 e das 16h às 19h.
Na meia estação, o horário da tarde começa apenas às 17 horas. No verão, só são realizadas visitas no turno da manhã, até às 14:15h.
A entrada custa €3, mas é gratuita às quartas-feiras e nos feriados. Antes de ir, consulte o site para saber se ainda há ingressos disponíveis.
A visita guiada à Casa de García Lorca ganha muito com o contexto oferecido pela narração dos guias. A gente percorre aquele cenário de um cotidiano familiar com um nó na garganta, mas o astral é bom: sensação de encontro e sossego.
A Casa de García Lorca pode ser vista de terça a domingo, apenas em visitas guiadas, que partem a cada meia hora. Os grupos têm limite máximo de 15 participantes.
No inverno, as visitas à Casa de García Lorca são realizadas das 9:15 às 14:15 e das 16h às 19h.
Na meia estação, o horário da tarde começa apenas às 17 horas. No verão, só são realizadas visitas no turno da manhã, até às 14:15h.
A entrada custa €3, mas é gratuita às quartas-feiras e nos feriados. Antes de ir, consulte o site para saber se ainda há ingressos disponíveis.
García Lorca em Granada
Lorca nasceu em Granada e viveu na cidade até 1919, época em que um rapaz de 21 anos haveria mesmo de querer os ares mais arejados de Madri.
Deixou a Faculdade de Direito local e foi continuar os estudos na capital, onde tornou-se amigo do pintor Salvador Dali, do cineasta Luis Buñuel e do compositor Manuel de Falla.
Mas a Andaluzia — essa terra “que sofre paixões gigantescas e cala”, como disse Lorca em um poema — sempre andou com ele.
A alma andaluza, com sua beleza e suas escuridões, foi personagem constante na obra lírica e teatral de Lorca (como as famosas peças Bodas de Sangue, Yerma e A Casa de Bernarda Alba).
O poeta era simpatizante da esquerda e jamais ocultou sua condição de homossexual o suficiente, o que bastava para despertar o ódio furioso na Espanha conservadora do início do Século 20.
Deixou a Faculdade de Direito local e foi continuar os estudos na capital, onde tornou-se amigo do pintor Salvador Dali, do cineasta Luis Buñuel e do compositor Manuel de Falla.
Mas a Andaluzia — essa terra “que sofre paixões gigantescas e cala”, como disse Lorca em um poema — sempre andou com ele.
A alma andaluza, com sua beleza e suas escuridões, foi personagem constante na obra lírica e teatral de Lorca (como as famosas peças Bodas de Sangue, Yerma e A Casa de Bernarda Alba).
O poeta era simpatizante da esquerda e jamais ocultou sua condição de homossexual o suficiente, o que bastava para despertar o ódio furioso na Espanha conservadora do início do Século 20.
Não é permitido fazer fotos do interior da casa de Lorca — e
isso ajuda a transformar a visita guiada em um mergulho profundo e envolvente |
E foi na casa de um amigo falangista, Luis Rosales, que Lorca se abrigou, após a prisão e fuzilamento de seu cunhado.
De lá ele foi arrancado por seus captores, para ser fuzilado, horas depois. “E no meio de um caminho/ sob a ramada de um olmo/ guarda civil caminheiro/ grudado a si o levou”. (trecho de Captura de Antonito, o Cambório, na Estrada de Sevilha).
Duas fases da vida e o mesmo olhar |
“Nesta noite turva/ está louca a lua”, cantou Lorca em um poema de 1919. Ele foi assassinado na noite de 17 de agosto de 1936, a primeira do quarto crescente, como aponta o calendário lunar (o mesmo quarto crescente que me acompanhou em Granada).
Não sei se a lua estava louca na noite em que mataram Lorca. Mas o céu, com certeza, estava muito escuro.
Calle Virgen Blanca, s/n, Parque Federico García Lorca, Granada
O melhor ponto de referência para chegar à Casa de García Lorca em Granada é a Calle Arabial, o limite Norte do Parque Federico García Lorca, onde está a chácara/museu. (O limite Sul do parque é a Autovia de Circuvalación).
Eu fui até a Casa de García Lorca caminhando, desde o Centro de Granada. É um trajeto bem rápido — Granada é curiosa: você vem andando por ruas centrais e movimentadas e, de repente, pufff, a cidade acaba.
Se você estiver na área da Catedral e Granada, desça a Calle Reyes Católicos, que vai virar Calle Recogidas, depois do cruzamento com a Acera del Darro, e continue descendo até a Calle Arrabial. Vire à direita e pegue a entrada do parque, do outro lado da avenida, quase em frente à Calle Tucumán.
Pátio da Faculdade de Direito de Granada, antigo
colégio dos Jesuítas |
Ela está a cerca de 2 km do museu. Saiba mais neste post: Os palácios da Universidade de Granada: beleza grátis
O Parque García Lorca foi inaugurado nos anos 80,
preservando os 70 mil metros quadrados da antiga propriedade da família do
poeta |
⭐ Parque García Lorca
No calor do verão, deve ser uma delícia aproveitar essa área verde tão próxima do Centro de Granada.
O Parque García Lorca foi inaugurado nos anos 80, preservando os 70 mil metros quadrados da antiga propriedade de veraneio da família do poeta. Hoje, a área verde tem de parque infantil, mesas para piquenique, bar e sanitários.
O parque Federico García Lorca abre todos os dias às 8h. Fecha às 20h, no inverno, às 22h, na meia estação, e à 1h da madrugada no verão.
O Parque García Lorca foi inaugurado nos anos 80, preservando os 70 mil metros quadrados da antiga propriedade de veraneio da família do poeta. Hoje, a área verde tem de parque infantil, mesas para piquenique, bar e sanitários.
O parque Federico García Lorca abre todos os dias às 8h. Fecha às 20h, no inverno, às 22h, na meia estação, e à 1h da madrugada no verão.
Casas-museus: a vida cotidiana de gente muito especial
Índice da Fragata: museus e sítios arqueológicos
A Espanha na Fragata Surprise - post-índice
Madri
Andaluzia: Cádis, Córdoba, Granada, Ronda e Sevilha
Castela e La Mancha: Toledo
Castela e Leão: SegóviaCatalunha: Barcelona, Girona e Tarragona
Comunidade Valenciana: Valência
Galícia: Santiago de Compostela, Caminho de Santiago e cidades da rota
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