Brasília está sediando três exposições de artes plásticas maravilhosas, Frida Kahlo, Marianne Perreti e Mondrian e o Movimento De Stijl, esta em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil até 4 de julho. Posso garantir que esse é mais um motivo pra uma visitinha à cidade.
Se você se apressar, ainda pega as mostras de Marianne Peretti (artista francesa, autora dos vitrais da Catedral) e de Frida Kahlo e suas companheiras surrealistas (e feministas e socialistas), que é um espetáculo e já ganhou post aqui no blog. Essas duas exposições ficam até 5 de junho.
Veja o que você vai encontrar no CCBB, na mostra sobre Mondrian:
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Duas coisas liiiiiindas: Pintura nº 4 (1913) e Composição com figura oval (1914) |
Eu já tinha visto uma mostra gigante de Mondrian no MoMa de Nova York, em 1995, mas nem lá eu tinha conseguido seguir os passos do artista desde a formação acadêmica clássica até o laconismo eloquente de suas linhas retas e cores primárias que, pra mim, levaram a arte a um novo patamar.
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O Mondrian que a gente espera, nas composições abstratas, e o que a gente não espera |
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No começo, Mondrian também fazia pinturas figurativas |
Aluno da Academia Real de Artes Visuais de Amsterdã, Mondrian recebeu diversos prêmios no início da carreira. Van Gogh e outros pós-impressionistas acabaram tendo uma forte influência sobre suas obras, a partir da virada do Século 20—dá para reconhecer os traços de seu compatriota mais famoso em várias telas.
Aos poucos, ele foi se aproximando do Cubismo e acabou por levar um dos fundamentos dessa escola—o reconhecimento das linhas geométricas puras nas formas orgânicas presentes na vida real—às últimas consequências, como a gente vê em suas famosas composições geométricas.
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A influência do Pós-Impressionismo em Casa à luz do sol, de 1909 - fala se não tem um quêzinho de Van Gogh na tela? - e a caminhada para o Cubismo que já aparece no Autorretrato, de 1918 |
A gente vê o figurativismo se esvaindo a cada tela, até chegar à estética que celebrizou o artista e acabou inspirando toda uma escola de arte, o Movimento De Stijl (O Estilo), a arquitetura e o design — além de ser apropriada pela indústria cultural e de consumo, reproduzida em larga escala nos mais variados objetos de uso cotidiano, dos descansos de copo às T-Shirts.
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A gente vê o figurativismo indo embora... Acima, Campanário em Zeeland (1911) e Igreja em Ostkapelle (1909). Abaixo, Farol em Westkapelle (1908) e Moinho à noite (1917) |
Obras da pintora holandesa Jacoba van Heemskerck, amiga e interlocutora de Mondrian |
Influências: o Movimento De Stijl levou para a arquitetura e o design a pureza de linhas do abstracionismo de Mondrian |
O pintor e designer holandês Thijs Rinsema está representado com uma divertida e instigante coleção de peças de mobiliário, enquanto o húngaro Vilmos Huszár comparece com telas, objetos e um dormitório interessantíssimo.
A mostra também apresenta obras de Chris Beeckman, Bart van der Leck, Marlow Moss (britânico, talvez o pintor que mais se aproxime dos traços de Mondrian) e Cesar Domela.
Duas telas expostas são de Jacoba van Heemskerck, amiga de Mondrian e sua grande interlocutora nos debates sobre a arte, seus rumos e a filosofia (os dois eram adeptos da teosofia).
Se você tiver alguma chance de ir ver essa mostra de Mondrian e sua turma, não perca por nada. As crianças também se divertem um bocado na exposição: além da obra do artista ser atraente para os olhinhos dos pequenos, há um espaço para elas brincarem e fazerem arte à moda desse revolucionário do Século 20.
O CCBB Brasília
Ontem ouvi de uma colega uma frase que define tudo: "O CCBB é tão legal que toda vez que vou lá eu lamento não ir com mais frequência". É a pura verdade. O lugar é bonito, tem um jardim super agradável, pontuado por obras de arte e com uma senhora vista para a Ponte JK — cuja arquitetura audaciosa parece complementa a cena à perfeição.
E tem, claro, uma programação cultural sempre interessante. Teatro, cinema (filmes que geralmente você não verá no circuito comercial), atividades para crianças, no espaço Colmeia, uma livraria, a Dom Quixote, muito bem fornida de títulos bacanas, com ênfase em livros de arte.
Um programinha que faço de vez em quando — muito menos do que gostaria e mereço — é almoçar no Bistrô Bom Demais, que funciona no agradável e ventilado vão livre do CCBB, com vista ilimitada para o verde que cerca o edifício. A comida é ótima e os preços são inacreditáveis, no universo de Brasília.
Ontem, por exemplo, pedi peito de frango ao molho de cerveja, acompanhado por purê de batatas e alho poró, e estava tudo delicioso.
Com refri e um escandaloso picolé de graviola da Delícias do Cerrado (uma sorveteria que faz morar em Brasília valer a pena) de sobremesa, minha conta deu exatamente R$ 30.
Mondrian e o Movimento De Stijl
Centro Cultural Banco do Brasil Brasília - SCES, Trecho 02, lote 22. De quarta a segunda, das 9h às 21h, entrada franca. O CCBB fecha às terças-feiras. Amostra está em cartaz até 4 de julho.

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Mobiliário criado pelo pintor e designer Thijs Rinsema, expoente do Movimento De Stijl |
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Conjunto de chá e dormitório à moda De Stijl |
Duas telas expostas são de Jacoba van Heemskerck, amiga de Mondrian e sua grande interlocutora nos debates sobre a arte, seus rumos e a filosofia (os dois eram adeptos da teosofia).
Se você tiver alguma chance de ir ver essa mostra de Mondrian e sua turma, não perca por nada. As crianças também se divertem um bocado na exposição: além da obra do artista ser atraente para os olhinhos dos pequenos, há um espaço para elas brincarem e fazerem arte à moda desse revolucionário do Século 20.
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Mondrian é um queridinho do design. Seus traços estão nos mais variados objetos de decoração |
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Os artistas do Movimento De Stijl rendem seu tributo ao mestre inspirador |
O CCBB tem um jardim gostoso e sossegado, pontuado por obras de arte |
A fachada modernista do CCBB Brasilia |
O jardim do CCBB Brasília tem vista para a Ponte JK |
E tem, claro, uma programação cultural sempre interessante. Teatro, cinema (filmes que geralmente você não verá no circuito comercial), atividades para crianças, no espaço Colmeia, uma livraria, a Dom Quixote, muito bem fornida de títulos bacanas, com ênfase em livros de arte.
Um programinha que faço de vez em quando — muito menos do que gostaria e mereço — é almoçar no Bistrô Bom Demais, que funciona no agradável e ventilado vão livre do CCBB, com vista ilimitada para o verde que cerca o edifício. A comida é ótima e os preços são inacreditáveis, no universo de Brasília.
O bistrô do CCBB Brasília é bem concorrido, na hora do almoço |
Com refri e um escandaloso picolé de graviola da Delícias do Cerrado (uma sorveteria que faz morar em Brasília valer a pena) de sobremesa, minha conta deu exatamente R$ 30.
Mondrian e o Movimento De Stijl
Centro Cultural Banco do Brasil Brasília - SCES, Trecho 02, lote 22. De quarta a segunda, das 9h às 21h, entrada franca. O CCBB fecha às terças-feiras. Amostra está em cartaz até 4 de julho.
Como chegar ao CCBB Brasília
O CCBB Brasília oferece ônibus gratuito, que passa a cada hora e tem paradas na Galeria dos Estados, Biblioteca Nacional, Universidade de Brasília e Teatro Nacional.
Consulte horários e detalhes aqui. Se o itinerário do ônibus não for conveniente, um táxi das imediações do Congresso Nacional até lá vai custar R$ 20.
O CCBB Brasília oferece ônibus gratuito, que passa a cada hora e tem paradas na Galeria dos Estados, Biblioteca Nacional, Universidade de Brasília e Teatro Nacional.
Consulte horários e detalhes aqui. Se o itinerário do ônibus não for conveniente, um táxi das imediações do Congresso Nacional até lá vai custar R$ 20.
O ônibus gratuito do CCBB foi decorado em homenagem a Mondrian |
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