29 de abril de 2016

A arte de Frida Kahlo em Brasília

Frida Kahlo: Autorretrato com Vestido Vermelho e Dourado
Frida Kahlo: Autorretrato com Vestido Vermelho e Dourado, na Caixa Cultural Brasília

Copiada, reproduzida, estampada em camisetas, posteres, cadernos e quinquilharias várias pelo mundo a fora, a arte de Frida Kahlo é consumida e facilmente reconhecível por qualquer pessoa em contato com a cultura pop.

Mas só vendo a arte de Frida Kahlo ao vivo, cara a cara, pra se ter uma ideia do quão genial foi essa mulher, o maior ícone das artes plásticas do México, um país que não economiza gênios, especialmente a partir do período Modernista.

A vida tem sido boa comigo: além de vez por outra me encontrar com trabalhos de Frida Kahlo em museus (os melhores do mundo fazem questão de ter exemplares de sua arte), já visitei a Casa Azul, na Cidade do México, onde ele viveu e trabalhou (a casa é uma obra que saiu da imaginação da pintora) e pude ver algumas exposições especiais destacando o gênio de Frida.

Frida Kahlo: Retrato de Diego Rivera e Autorretrato
Diego e Frida pintados pela artista

Frida Kahlo: Autorretrato com Macacos (1943) e Autorretrato como Tehuana ou "Diego em Meu Pensamento"
Autorretrato com Macacos e Autorretrato como Tehuana (também conhecida como Diego em Meu Pensamento), ambos de 1943

Uma dessas grandes oportunidades foi a exposição Frida Kahlo: Conexões entre Mulheres Surrealistas no México, que passou por Brasília em abril de 2016.

A mostra reuniu obras de 15 artistas, 15 mulheres engajadas, inspiradas e talentosas que se encontraram na expressão surrealista, na investigação e na experimentação artística, sempre sorvendo os sopros que vinham da luz cores e tradições do México. 

Frida Kahlo era o elo que interligava essas artistas — algumas delas realmente fantásticas, como as pintoras Maria IzquierdoLeonora Carrington e a fotógrafa Kati Horna (as duas últimas, mexicanas “adotivas”, pois uma era inglesa e a outra, húngara).

"Autorretrato com Macacos", de Frida Kahlo e tela de Leonora Carrington
Uma esquina da arte imitando a vida: o famoso Autorretrato com Macacos, de Frida, encontra uma obra de Leonora Carrington

Maria Izquierdo, "Autorretrato", 1941
A magistral Maria Izquierdo em um Autorretrato pintado em 1941

Obras de Frida Kahlo: "Retrato de uma mulher de Branco" (1929) e "Autorretrato com Trança" (1941)
Frida: Autorretrato com Trança (1941) e Retrato de uma Mulher de Branco (1929) 


A mostra trouxe a Brasília cerca de 100 obras, entre elas 20 telas de Frida — além de trabalhos em outras técnicas — que dificilmente a gente vai ter a chance de ver reunidas outra vez, já que pertencem a colecionadores privados e instituições espalhadas pelo mundo.

Além do prazer de ficar cara a cara com o trabalho de Frida Kalo, adorei a chance de conhecer a arte de suas contemporâneas surrealistas, de quem fiquei fã.

"Coração Egoísta", da pintora mexicana Olga Costa
"A Noiva que se Espanta ao Ver a Vida Aberta", de Frida Kahlo
Naturezas mortas: no alto, Coração Egoísta, de Olga Costa. Acima, A Noiva que se Espanta ao Ver a Vida Aberta, de Frida


Frida Kahlo tinha tudo para ser uma figura trágica, por sua luta para reconstruir e superar seu corpo dilacerado por um acidente de bonde, sofrido na juventude.

A dor é uma presença concreta na vida e na arte de Frida Kahlo, mas ela foi fundamentalmente uma artista cheia de paixão. Uma militante, uma revolucionária e uma feminista.

Obras de Frida Kahlo: "Autorretrato com Cama" e "Colagem com Duas Moscas"
Frida: Autorretrato com Cama - a representação da maternidade impossível? À direita, Colagem com Duas Moscas


Leia também: A Casa Azul - o Museu Frida Kahlo, na Cidade do México

Sobre outra grande mostra da arte de Frida Kahlo e seus contemporâneos modernistas mexicanos:
Palácio Nacional de Bellas Artes - a magia da arte mexicana

Trajes típicos mexicanos usados por Frida Kahlo na exposição Conexões entre Mulheres Surrealistas no México, Caixa Cultural, Brasília
Trajes tradicionais mexicanos usados por Frida Kahlo

Trajes típicos mexicanos usados por Frida Kahlo na exposição Conexões entre Mulheres Surrealistas no México, Caixa Cultural, Brasília

Nesses tempos difíceis, é alentador contemplar a pequena revolução que Frida e suas contemporâneas construíram no século passado.

Obras de mulheres livres, expostas a pouco mais de 2 km da Câmara dos Deputados, onde, ainda na véspera da minha visita à mostra, um deputado fundamentalista afirmava que “mulheres de verdade não querem ser empoderadas, mas amadas”.

"Autorretrato" da pintora mexicana Rosa Rolanda
Surrealismo mexicano: fotos de Kati Horna e a tela Três Mulheres e Corvos, de Leonora Carrington
No alto, Autorretrato, de Rosa Rolanda. Acima, fotos de Kati Horna e a tela Três Mulheres e Corvos, de Leonora Carrington


Exposição Frida Kahlo: Conexões entre Mulheres Surrealistas no México, Caixa Cultural, Brasília
A entrada da exposição de Frida Kahlo e outras pintoras surrealistas mexicanas em Brasília

Onde assistir os jogos do seu time em Brasília




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