Greenwich: adorável é pouco, viu? 💚 |
Se eu tivesse que escolher o lugar que mais curti em Londres, meu voto seria para Greenwich, bairro (na verdade um borrough, distrito) a Leste do centro fortemente associado às aventuras marítimas.
Pense em um pedacinho de mundo simplesmente adorável: Greenwich é um bairro super simpático, tem um parque delicioso e uma vista espetacular para o skyline londrino.
O Cutty Sark, célebre veleiro mercante que fazia a rota do comércio do chá, no Século 19. Hoje é um barco-museu |
Lá estão um dos mais importantes acervos navais do planeta (no National Maritime Museum), o observatório astronômico que estabeleceu a linha divisória entre o Oriente e o Ocidente (o Royal Observatory) e o bonitaço veleiro Cutty Sark, do Século 19, em exposição permanente.
Tem muito pra ver em Greenwich. O bairro/distrito rende facinho um lindo dia inteiro de passeio |
Ao lado de Portsmouth, Greenwich é uma visita indispensável para quem curte histórias do mar e de navegações. Tipo gente que cria um blog chamado A Fragata Surprise 😊.
O que ver em Greenwich, Londres
Entre uma visita e outra, o que não falta é lugar bacana para um descansinho, como a colunata da Queen's House |
Tem muita coisa pra ver em Greenwich, portanto tente chegar cedo para fazer as visitas com calma e poder aproveitar bastante o parque.
É incrível como algumas frutas e um sanduíche viram um banquete, saboreados à sombra daquelas árvores — e tem aquela graminha fofinha convidando a gente a relaxar, pensar na vida e aproveitar a paisagem...
Acho fantástica a relação dos londrinos com seus parques públicos. Rolar na grama é um dos grandes prazeres de Londres e eu entro no clima sem qualquer cerimônia |
O Old Royal Naval College, o Museu Marítimo e a Queen's House têm entrada gratuita. Você só vai precisar pagar ingresso para visitar o Cutty Sark e o Observatório Real.
Duas lendas da arquitetura inglesa deixaram sua marca em Greenwich. Este é o Old Royal Naval College, projetado no Século 17 por Christopher Wren |
Greenwich, porém, só entrou no mapa pra valer a partir do Século 15, com a construção de um palácio para o rei Henrique VII — a dinastia Tudor, celebrizada por Henrique VIII e Elizabeth I, pode ter sido uma família bem disfuncional, mas tinha um tremendo bom gosto para escolher as locações de suas estripulias😀.
Nos séculos seguintes, a corte inglesa consolidou o gosto pelo lugar e, por encomenda da realeza, dois grandes arquitetos deixaram sua marca em Greenwich.
Inigo Jones (1573/1652), considerado o primeiro prodígio dessa arte na Inglaterra, assinou a elegância da Queen’s House, palácio que é um marco da arquitetura clássica no país.
Da prancheta de Christopher Wren (1632/1723) saíram as linhas imponentes do Royal Hospital for Seamen (Hospital dos Marinheiros), que posteriormente posteriormente passaria a abrigar o Royal Naval College (Escola Real de Marinha).
A Queen's House é uma obra do Seculo 16 r foi projetada por Inigo Jones |
Inigo Jones (1573/1652), considerado o primeiro prodígio dessa arte na Inglaterra, assinou a elegância da Queen’s House, palácio que é um marco da arquitetura clássica no país.
Da prancheta de Christopher Wren (1632/1723) saíram as linhas imponentes do Royal Hospital for Seamen (Hospital dos Marinheiros), que posteriormente posteriormente passaria a abrigar o Royal Naval College (Escola Real de Marinha).
Um pátio do Old Royal Naval College |
É bacana começar a exploração do complexo de edifícios e museus de Greenwich pelo centro de visitantes, instalado em uma das alas do Old Royal Naval College.
Lá, uma pequena exposição ajuda a compreender quase 600 anos de história de Greenwich, desde o primeiro palácio Tudor construído no local.
Tem muita coisa bacana pra ver. Pra explorar tudo com calma, é melhor reservar o dia todo para esse passeio.
O sotaque barroco da Escola Real de Marinha |
(Old Royal Naval College)
Entrada Gratuita
O complexo do Royal Naval College, em Greenwich, foi construído no finalzinho do Século 17 para abrigar o Hospital dos Marinheiros.
O Old Royal Naval College tem dois edifícios gêmeos, cada um com seu vasto pátio interno, que brincam de espelhar um ao outro, cercados de jardins.
O belíssimo Painted Hall, salão nobre da Escola Real de Marinha |
Não se espante se encontrar uma noiva no Painted Hall. O espaço é cobiçadíssimo para a festas de casamento |
O Painted Hall foi projetado por Cristopher Wren e as pinturas do teto e das paredes foram executadas por James Thornhill.
Originalmente, era o refeitório do Hospital dos Marinheiros. Hoje é um lugar muito cotado para recepções de casamentos, geralmente realizados na capela do Royal Naval College.
A Capela do Royal Naval College ainda é usada para cerimônias religiosas e concertos |
A decoração do forro da Capela é um escândalo de bonita |
Só um parêntese: em um dos salões do velho hospital foi velado o corpo do almirante Horatio Nelson, comandante da armada britânica na Batalha de Trafalgar, quando os ingleses derrotaram as forças combinadas da França e da Espanha, em 1805.
O resultado desse confronto praticamente selou a superioridade dos ingleses no mar, durante as Guerras Napoleônicas.
O Almirante Nelson ganhou a briga contra a esquadra napoleônica, mas foi ferido no convés de sua nau capitânia, o Victory (que eu visitei em Portsmouth) e morreu horas depois.
Depois do velório em Greenwich, o corpo do almirante foi levado em procissão naval até Whitehall. (Na ficção, a cerimônia foi organizada por outro dos meus heróis do mar, o capitão Horatio Hornblower, criação do escritor C.S. Forester, no livro Hornblower and the Atropos, de 1953).
O uniforme usado por Nelson em Trafalgar está em exposição no Museu Naval, que funciona logo ao lado do Royal Naval College.
O resultado desse confronto praticamente selou a superioridade dos ingleses no mar, durante as Guerras Napoleônicas.
A capela data do Século 17 |
O Almirante Nelson ganhou a briga contra a esquadra napoleônica, mas foi ferido no convés de sua nau capitânia, o Victory (que eu visitei em Portsmouth) e morreu horas depois.
Depois do velório em Greenwich, o corpo do almirante foi levado em procissão naval até Whitehall. (Na ficção, a cerimônia foi organizada por outro dos meus heróis do mar, o capitão Horatio Hornblower, criação do escritor C.S. Forester, no livro Hornblower and the Atropos, de 1953).
O uniforme usado por Nelson em Trafalgar está em exposição no Museu Naval, que funciona logo ao lado do Royal Naval College.
A colunata que liga a Queen's House ao Royal Naval College |
⭐ Queen's House
Entrada gratuita
Entrada gratuita
Originalmente, a Queen's House era um dos pavilhões do palácio real concluído em Greenwich após a restauração da monarquia, durante o reinado de Carlos II.
A rainha, porém, convenceu o rei a ceder a sua ala para a instalação do Hospital dos Marinheiros e, como não era boba nem nada, manteve sua elegante metade palaciana.
Repare como poucas linhas retas traçadas por um gênio (Inigo Jones, responsável pelo palácio original) podem resultar em tanta graça e leveza. Sabe aqueles prédios que parecem sorridentes?
O interior da Queen's House acompanha a graça da fachada. Hoje o pavilhão é usado para exposições itinerantes, além de abrigar uma coleção de pinturas do Século 17.
Meus pezinhos, um em cada hemisfério. Não peguei a fila monstro para a foto com o monumento no Meridian Court: a linha do Meridiano de Greenwich segue para além da muvuca |
Royal Observatory
Entrada: £9.50
A gente sabe que a escolha de Greenwich como marco do principal meridiano e ponto de partida para os fusos horários do planeta é principalmente uma convenção, mas quem resiste à ideia de colocar um pé do Hemisfério Ocidental e outro no Hemisfério Oriental? Eu é que não.
Só não deixe que essa sensação de estar abarcando o planeta se converta no seu único prazer na visita ao Observatório Real.
Também tem fila para fotos com a "hora de Greenwich", referência para os relógios de todo o planeta . À direita, um telescópio antigo no jardim da Flamsteed House |
A bola do tempo dá a hora certa todos os dias, às 13 horas |
Criado no Século 17, o Observatório Real de Greenwich tem longos serviços prestados à astronomia e foi fundamental para tornar a navegação mais precisa (em um tempo em que não havia GPS nem satélites) e também para a compreensão que temos hoje do espaço ao nosso redor.
No Observatório Real trabalharam cientistas como Edmond Halley, que estudou e batizou o célebre cometa.
A Flamsteed House — assim batizada em homenagem a John Flamsteed, primeiro astrônomo real, nomeado no Século 17 — é o núcleo original do Observatório Real de Greenwich, inaugurada em 1675.
A Sala Octogonal, com suas enormes janelas voltadas para todos os pontos cardeais, é testemunha do apuro com que Christopher Wren pensou o edifício, um marco do mecenato real à ciência.
Duas exposições bem didáticas (“Tempo e Longitude” e “O Tempo de Greenwich”) dão uma ideia de como era o trabalho dos astrônomos dos séculos 17 e 18 e da importância de suas pesquisas e estudos para essa atividade vital para os britânicos (fosse para o comércio, fosse para a guerra) que é a navegação.
O grande sucesso do Observatório é o Meridian Courtyard (“pátio do meridiano”), onde um monumento e uma linha marcada no chão assinalam o ponto exato da passagem do Meridiano de Greenwich. De um lado desta linha está o Hemisfério Ocidental. Do outro, o Oriente.
Um artefato interessante é a Bola do Tempo, que “dá a hora certa” todos os dias, às 13 horas, deslizando para cima em um mastro plantado em uma pequena torre da Flamsteed House. O Observatório também tem um planetário, que eu não visitei.
Desde que me entendo por gente, eu torço para os índios em filmes de bangue-bangue e a primeira visita que fiz em Roma foi ao Cárcere Mamertino, no Fórum, última residência do gaulês Vercingetorix.
É uma imensa contradição, portanto, que a Marinha Britânica, com tudo o que ela significa de colonialismo, tenha fornecido tantos integrantes ao meu panteão de heróis — só mesmo a paixão pelo mar explica...
E eu fiquei igual a criança no Museu Marítimo de Greenwich, criado para exaltar os feitos militares e as conquistas inglesas nos mares (tanto que fiz pouquíssima fotos, entretida com o acervo).
É que esse museu também é um tributo a “gente” que me acompanha pela vida, como Jack Aubrey, capitão da Fragata Surprise (dos livros de Patrick O’Brian, homenageada no nome deste blog), ao capitão Horatio Hornblower, Ismail (de Moby Dick) e tantos outros.
E eu fiquei igual a criança no Museu Marítimo de Greenwich, criado para exaltar os feitos militares e as conquistas inglesas nos mares.
É que esse museu também é um tributo a “gente” que me acompanha pela vida, como Jack Aubrey, capitão da Fragata Surprise (dos livros de Patrick O’Brian, homenageada no nome deste blog), ao capitão Horatio Hornblower, Ismail (de Moby Dick) e tantos outros.
No Observatório Real trabalharam cientistas como Edmond Halley, que estudou e batizou o célebre cometa.
A Flamsteed House — assim batizada em homenagem a John Flamsteed, primeiro astrônomo real, nomeado no Século 17 — é o núcleo original do Observatório Real de Greenwich, inaugurada em 1675.
A Sala Octogonal, com suas enormes janelas voltadas para todos os pontos cardeais, é testemunha do apuro com que Christopher Wren pensou o edifício, um marco do mecenato real à ciência.
A Sala Octogonal, com suas imensas janelas, era usada como posto de observação. Ainda é possível experimentar os antigos telescópios usados pelos astrônomos do Século 17 |
O grande sucesso do Observatório é o Meridian Courtyard (“pátio do meridiano”), onde um monumento e uma linha marcada no chão assinalam o ponto exato da passagem do Meridiano de Greenwich. De um lado desta linha está o Hemisfério Ocidental. Do outro, o Oriente.
Um artefato interessante é a Bola do Tempo, que “dá a hora certa” todos os dias, às 13 horas, deslizando para cima em um mastro plantado em uma pequena torre da Flamsteed House. O Observatório também tem um planetário, que eu não visitei.
Só a vista em frente ao Observatório Real já seria um grande motivo para subir o morro |
Suspeito que você nem vai precisar ser fanática por histórias do mar pra curtir o Museu Marítimo de Greenwich |
⭐Museu Marítimo de Greenwich
Royal Maritime Museum
Entrada gratuita
Entrada gratuita
É uma imensa contradição, portanto, que a Marinha Britânica, com tudo o que ela significa de colonialismo, tenha fornecido tantos integrantes ao meu panteão de heróis — só mesmo a paixão pelo mar explica...
A coleção de figuras de proa de antigas embarcações é uma das grandes atrações do Museu Marítimo de Greenwich |
E eu fiquei igual a criança no Museu Marítimo de Greenwich, criado para exaltar os feitos militares e as conquistas inglesas nos mares (tanto que fiz pouquíssima fotos, entretida com o acervo).
É que esse museu também é um tributo a “gente” que me acompanha pela vida, como Jack Aubrey, capitão da Fragata Surprise (dos livros de Patrick O’Brian, homenageada no nome deste blog), ao capitão Horatio Hornblower, Ismail (de Moby Dick) e tantos outros.
O uniforme usado por Nelson na Batalha de Trafalgar. À direita, o escaler real do Príncipe Frederick (herdeiro do trono que morreu antes de virar rei), do Século 18. Ao fundo a popa de um navio |
E eu fiquei igual a criança no Museu Marítimo de Greenwich, criado para exaltar os feitos militares e as conquistas inglesas nos mares.
É que esse museu também é um tributo a “gente” que me acompanha pela vida, como Jack Aubrey, capitão da Fragata Surprise (dos livros de Patrick O’Brian, homenageada no nome deste blog), ao capitão Horatio Hornblower, Ismail (de Moby Dick) e tantos outros.
Detalhes do escaler real |
O Museu Marítimo de Greenwich tem uma sala inteira dedicada a suas batalhas e vitórias (no Museu Naval de Portsmouth também).
O acervo do Museu Naval de Greenwich conta com peças históricas do tempo das grandes navegações, partes de embarcações — as coleções de figuras de proa são bárbaras —, documentos, mapas e instrumentos náuticos.
Várias exposições interativas informam e divertem e a criançada, especialmente, se esbalda. Desconfio que ninguém precisa ser fanática por aventuras marítimas pra curtir a visita ao museu naval de Greenwich.
O bonitão Cutty Sark fica logo ao lado do atracadouro de Greenwich e está aberto à visitação |
⭐Veleiro Cutty Sark
O Cutty Sark não chega a ser assim uma fragata (rsss), mas é um barato. Tadinho, ele nem poderia ser uma fragata, já que era uma embarcação mercante, enquanto as ágeis fragatas foram concebidas para escaramuças navais.
Mas imagine-se pisando o convés de um elegante veleiro da carreira do chá ("carreira" é como se chamava uma rota comercial) do final do Século 19, o último suspiro da propulsão a vela que logo seria levada pela nova onda dos barcos a vapor.
O Cutty Sark, atualmente, está plantado em terra firme, a poucos passos do atracadouro de Greenwich e da estação do DLR (Docklands Light Railway, metrô de superfície que cobre a área das Docklands e parte da região leste e sul de Londres).
Uma visita ao Cutty Sark oferece uma ideia de como seria o cotidiano a bordo de um barco mercante do final da era da vela. Uma rampa circunda o casco do veleiro, levando o visitante ao convés principal e a uma viagem no tempo. Perfeito!
Dicas práticas de Greenwich
Museus Reais de Greenwich
Romney Road, Greenwich, Londres
O Cutty Sark não chega a ser assim uma fragata (rsss), mas é um barato. Tadinho, ele nem poderia ser uma fragata, já que era uma embarcação mercante, enquanto as ágeis fragatas foram concebidas para escaramuças navais.
Mas imagine-se pisando o convés de um elegante veleiro da carreira do chá ("carreira" é como se chamava uma rota comercial) do final do Século 19, o último suspiro da propulsão a vela que logo seria levada pela nova onda dos barcos a vapor.
Nada de doca seca. O Cutty Sark está apoiado sobre uma estrutura que abriga uma exposição sobre sua história |
O Cutty Sark, atualmente, está plantado em terra firme, a poucos passos do atracadouro de Greenwich e da estação do DLR (Docklands Light Railway, metrô de superfície que cobre a área das Docklands e parte da região leste e sul de Londres).
Uma visita ao Cutty Sark oferece uma ideia de como seria o cotidiano a bordo de um barco mercante do final da era da vela. Uma rampa circunda o casco do veleiro, levando o visitante ao convés principal e a uma viagem no tempo. Perfeito!
Dicas práticas de Greenwich
Acesso aos Museus Reais de Greenwich |
Romney Road, Greenwich, Londres
Todas as atrações podem ser visitadas diariamente, das 10 às 17h.
A entrada é gratuita no Museu Naval, na Queen's House e no Royal Naval College.
O acesso ao Cutty Sark custa £13.50. O bilhete para o Royal Observatory custa £9.50. Um tíquete combinado permite ver as duas atrações por £18.50. Para ver as apresentações no Planetário, você paga £7.50.
A vizinhança dos museus é bem simpática |
Como chegar a Greenwich
Os museus e o parque de Greenwich ficam ao lado do atracadouro dos barcos que vêm do centro de Londres. É possível chegar de trem ou com o DLR (Docks Light Railway), que aceitam o Oyster Card.
Eu, em homenagem á tradição local, fui de barco para Greenwich.
Peguei um Thame’s Clipper no terminal Embarkment, ao lado do Parlamento. Paguei £12 pelo bilhete de ida e volta.
Os barcos fazem a rota entre Greenwich e o centro de Londres diariamente, das 6 da manhã às 23h.
A paisagem durante a navegação até Greenwich é bem legal |
O Old Royal Naval College visto na chegada do barco a Greenwich |
Peguei um Thame’s Clipper no terminal Embarkment, ao lado do Parlamento. Paguei £12 pelo bilhete de ida e volta.
Os barcos fazem a rota entre Greenwich e o centro de Londres diariamente, das 6 da manhã às 23h.
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