16 de junho de 2012

Comer em Minas Gerais: azedinha e ora-pro-nobis

Verduras mineiras: azedinha e ora-pro-nobis
Azedinha (à esquerda) e ora-pro-nobis: quem disse que a comida mineira é só aquele monte de calorias?
Tenho muitas devoções. Uma das mais fervorosas é ao frango com quiabo, invenção que sempre me provocou profunda reverência à cozinha mineira. Mas já que não sou monoteísta, a minha aventura de comer em Minas Gerais vai muito além desse culto.

Aproveito sempre as andanças por Minas para prestar meus respeitos à vaca atolada, às costelinhas, tutus, leitões e à couve — que lá pelas bandas das Alterosas é muito mais que uma verdura.

Comer em Minas Gerias é bom demais e o melhor é que o repertório não esgota.

E você nem precisa despachar a dieta montanha abaixo para comer bem em Minas. Nessa viagem mais recente, por exemplo, resolvi pegar mais leve, sem abrir mão dos sabores locais. Ainda bem que existem a Azedinha e a Ora-pro-nobis, folhinhas muito saudáveis e saborosas.


Minas Gerais - Igreja do Santuário do Caraça
Igreja do Caraça: depois de explorar o santuário, fui devidamente apresentada à azedinha
A Azedinha foi uma novidade na minha vida. Ainda não tinha provado e descobri essa folha gostosa no refeitório do Santuário do Caraça. 

Ando cada dia mais herbívora e amei a ideia de uma verdura que já vem com tempero 😊. Como o nome sugere, ela já traz um toque de limão (ou vinagre, para alguns) e a textura exata para o meu gosto, macia, sem deixar de fazer crunch-crunch na mastigação.

Uma saladinha de alface roxa com Azedinha é simplesmente um espetáculo.

Ora-pro-nobis é outra folha irresistível. Refogadinha, acompanhando o tutu, no lugar da couve, é uma verdurinha dos deuses. Desta vez, encontrei-a num restaurante, em Sabará, acompanhado um franguinho ensopado de rasgar a roupa.

Minas Gerais: Igreja do Carmo, em Sabará
Em Sabará, além de almoçar um franguinho com ora-pro-nobis dos deuses, ainda vi lindezas como a Igreja do Carmo
Alguém a descreveu a ora-pro-nobis como "prima da escarola". Por mais que eu goste  tem coisa mais paulistanamente deliciosa que pizza de escarola? — sou obrigada a discordar.

Ora-pro-nobis tem um amarguinho diferente, um gostinho de Minas que só ela. Vou tentar achar a plantinha aqui em Brasília, porque dessa vez eu me apaixonei de verdade.

Bacana também é que na pesquisa de imagens para esse post — eu nunca lembro de fotografar o que estou comendo — acabei descobrindo um blog muito, muito legal.

Chama-se Come-se e é uma festa para quem gosta de cozinhar ou, meu caso, simplesmente experimentar sabores diferentes. Aliás, uma ótima fonte para quem quiser mais informações sobre Azedinha, Ora-pro-nobis e outras delicadezas que a simplicidade oferece ao paladar.

Minas Gerais: Serra do Espinhaço
Minas: não bastasse a paisagem e o patrimônio histórico, aquela terra ainda bate um bolão na culinária
(Serra do Espinhaço)
A autora de Come-se é Neide Rigo, que sabe tudo das alquimias da cozinha e foi super simpática cedendo algumas fotos para este post.

O que eu mais curti é que ela passa longe daquele tom afetado que hoje os "entendidos de culinária" adotam  ao tratar do assunto. O blog de Neide lembra aquelas reuniões com amigos numa cozinha grande, onde a gente bate papo e beberica enquanto prepara a refeição. Já estou seguindo e recomendo.

A cidade de Sabará organiza um festival de ora-pro-nobis, com degustações, oficinas de culinária, shows e festas. O de 2012 foi realizado em maio.




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