Os lambrequins — essa “renda” que arremata os telhados —dão um encanto a mais às fachadas históricas de Pirenópolis |
O Centro Histórico de Pirenópolis é um acervo colonial do Século 18 bem preservado e encantador. Ainda que alguns monumentos se destaquem, como a Igreja Matriz do Rosário e a Casa de Câmara e Cadeia, o que cativa mesmo o olhar é o conjunto de casas simples e anônimas que exibem, faceiras, seus telhadinhos adornados por lambrequins, uma espécie de "renda" que confere um charme especial às fachadas.
Basta uma caminhada pela Rua Direita pra a a gente se apaixonar por Pirenópolis. É bom demais acordar cedinho para ver a cidade, antes do sábado começar a ferver — de gente e de calor, mesmo. Às oito da manhã, Piri parece que é só minha e do cachorrinho esparramado na soleira de uma casa que parei para fotografar.
Sempre achei fascinante o jeito que as cidades coloniais, com suas linhas tão simples e tão similares, encontram para imprimir em suas fachadas um detalhezinho que as torna únicas.
Em Cartagena são as trepadeiras. Em Paraty, os símbolos maçônicos. Aqui em Pirenópolis, o encanto são os lambrequins que arrematam os telhados: o entalhe delicado parece a renda sutil na gola do vestido de uma sinhazinha sem afetação.
Em Cartagena são as trepadeiras. Em Paraty, os símbolos maçônicos. Aqui em Pirenópolis, o encanto são os lambrequins que arrematam os telhados: o entalhe delicado parece a renda sutil na gola do vestido de uma sinhazinha sem afetação.
A primeira vez que vi lambrequins ao vivo e a cores foi em Sena Madureira, no Acre, nas varandas de velhos solares do Ciclo da Borracha. Eles também estão por toda parte nas fachadas de Port of Spain, em Trinidad e Tobago.
Encontrá-los em Piri foi uma grata surpresa, pois sempre os associei às construções coloniais inglesas.
Agora, fuçando a internet, descobri que decorar a fachada com esses adornos de madeira ou zinco é uma velha tradição polonesa.
Eu, porém, prefiro acreditar na lenda, também contada por Luciana e que atribui aos lambrequins o poder de proteger a casa e seus moradores.
Diz a a professora que uma velha curandeira, acusada de bruxaria, teria recebido a visita de um anjo, que a ensinou a decorar com eles o telhado, ficando, assim, invisível para os inimigos que queriam levá-la para a fogueira.
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Pirenópolis lembra um pouco Goiás Velho onde passei um fim de semana certa vez. Morei vizinho a uma cidade cujas casas eram bem antigas e cheias de pequenos detalhes e adornos da era vitoriana,isso foi em Long Island, NY.
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