17 de maio de 2014

Noruega: Caribe (quase) abaixo de zero

Que ilhas gregas, que nada!
Foto: Sören Schaper (CC BY-ND 2.0)
A saga dos meus amigos Allan Patrick e Juliana desvendando o verão no Círculo Polar Ártico prossegue. Desta vez, Patrick nos conta sobre as belas Ilhas Lofoten, na Noruega, excelente lugar para um banho de mar — especialmente para quem tem um pinguim entre os antepassados mais próximos J

Mas vou deixar Patrick contar essa história, para não contaminar os queridos leitores e leitoras do blog com minha aversão a água gelada. Se eu reclamei de Punta del Leste, imaginem o que eu diria de uma praia que consegue estar mais ao Norte que a Islândia.

Caribe abaixo de zero
Allan Patrick 
Continuando a série de posts sobre a road trip pela península escandinava, hoje eu vou falar sobre uma pérola norueguesa, muito pouco conhecida no Brasil: as Ilhas Lofoten. A leitora e o leitor desta Fragata Surprise vão se surpreender com este texto, afinal por que danado dois nordestinos (este potiguar que vos escreve e a baiana que o publica) estão "perdendo" o tempo escrevendo sobre praias pra lá do Círculo Polar Ártico, num lugar tão ao norte, em latitude mais setentrional do que a Islândia?!



Vista da janela do nosso quarto no Hostel.
E olha que a primeira lição que se aprende em
curso de fotografia é:
em dia de chuva as fotos não prestam
Quem leu O Guia dos Mochileiros das Galáxias deve se lembrar que o arquiteto Slartibartfast ganhou um prêmio por desenhar as costa norueguesa e seus fiordes (lindos, a propósito). Mas Douglas Adams cometeu um grave pecado por não ter colocado as Ilhas Lofoten à frente dos fiordes. Posso garantir que a maior falha de nossa viagem foi não ter podido passar mais do que uma noite (modo de dizer, pois no verão o sol não se põe). Chegamos na tarde de um dia e tivemos que partir logo cedo no dia seguinte.

Apesar do pouco tempo, fizemos um passeio bacana um pouco depois do jantar. E curtimos uma praia s-i-m-p-l-e-s-m-e-n-t-e linda onde desembocava um bucólico riacho e um trio de espanhóis se preparava pra acampar. 

O Senhor Clima trabalhando contra este pobre fotógrafo.
Atenção à hora local da foto: 21:57

Mas não vou atiçar sua curiosidade pra depois deixá-los na mão das minhas fotos capengas. Vou trazer um pouquinho do que há de melhor nas ilhas na visão de gente mais competente:

Sério que não dá vontade de pular nesse marzão?
Foto: visitnorway.com
E que pôr do sol... (força de expressão!)
Foto: visitnorway.com
Abaixo de zero?
No verão, não se assustem pensando que faz frio, pois a temperatura gira entre os 10 e 15 graus. Com uma certa frequência, e sob sol, a sensação térmica pode passar dos 20 graus, o que era minha torcida antes de começar a viagem, pois juro que queria me arriscar a tomar um banho de mar - e teria melhor história pra contar quando voltasse eu para Natal? - mas infelizmente não deu.

Esse clima agradável, é bom lembrar, deve-se à generosa Corrente do Golfo do México, que também abençoa as ilhas no inverno, onde a temperatura não costuma cair além dos três graus negativos, um pequeno milagre da natureza para latitudes tão extremas.

Nas Lofoten também é possível encontrar um dos mais interessantes museus vikings, construído in situ de importantes escavações arqueológicas. Tem uma arquitetura marcante no formato de nave viking e é ponto de passagem obrigatória para os visitantes do arquipélago.

Museu Viking das Ilhas Lofoten
Foto: Jörg Hempel/Wikipédia
Além do turismo, a outra forte indústria local é a pesca, principalmente do bacalhau. Se no sertão do Nordeste de outros tempos era comum se avistar a carne de sol exposta (hoje é bem raro), nas Lofoten é comum ver o bacalhau exposto pra secar em estruturas ao ar livre, onde chega a ficar por até três meses.

A secagem do bacalhau ao ar livre
(Foto: Wikipédia)
Aliás, essa é uma característica da Noruega. Apesar de ser o país mais rico do mundo, as pessoas continuam exercendo as atividades de sempre, inclusive pesca e agricultura.

Lofoten, #partiu:
perder o ferry para o Continente não era uma opção

Como chegar
Pra quem vai de carro, a partir do continente, há duas opções: por via rodoviária, se a origem for o norte do país (nosso caso), ou por barca, para quem vier do sul. É importante consultar os horários das barcas, pois no verão o movimento é grande e quem sobrar pode perder metade ou mesmo um dia inteiro de viagem num piscar de olhos, principalmente se for domingo, quando há pouquíssimas viagens.

Essa foi a razão pela qual não podemos aproveitar bem a manhã que passamos nas Lofoten, pois era importante garantir um bom lugar na fila do ferry e assegurar a sequência da viagem sem aperreios.

Dica para comer bem na Noruega
Vou entregar aqui pra vocês o nosso "macete" pra comer bem na Noruega: ligar o GPS do carro, procurar por restaurantes nas redondezas e escolher kebabs (tipicamente tocados por imigrantes do Oriente Médio) ou italianos (que, do centro pro norte da Noruega, de modo geral, nada mais são do que kebabs com comida italiana como carro chefe). 

Os donos dos kebabs norueguêses
têm uma curiosa predileção na hora
de comprar talheres: eram sempre
Made in Brazil
A comida costuma ser excelente para o nosso paladar, o preço é bom pra realidade local e o pessoal do serviço uma simpatia, principalmente depois que eles descobrem que você é brasileiro (se puxar conversa de futebol, então...).

Não tivemos sorte com comida local. Na Suécia, num restaurante de beira de estrada, sofremos com um estrogonofe de salsicha horroroso (que os locais estavam devorando avidamente) e na Noruega, em Songdal, arriscamos um restaurante local, bem frequentado e estrelado no trip advisor, mas nos estrepamos num prato de carne de caça (veado) completamente insípido e inodoro.




A Europa na Fragata Surprise

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Um comentário:

  1. CYNTIA,

    como carioca da gema, garanto a você que não aguentaria 12 horas e vivo, nesta geladeira natural.

    Quer que eu minta?

    E se você quiser conhecer também, o segredo do homem mais calmo do mundo, acesse nosso blog,HUMOR EM TEXTOS.

    Um abração carioca e espero que goste.

    ResponderExcluir