A vida em Paraty anda no passo das charretes pelo calçamento
irregular |
Música deste post: Diz que fui por aí, Fernanda Takai
Os ataques de piratas e o embarque do ouro ficaram para trás. Hoje, o frisson em Paraty fica por conta da Flip — badalada feira literária, realizada em agosto, quando a cidade é sitiada por milhares de turistas — e dos festivais de cinema e da cachaça, que também atraem muita gente.
Os ataques de piratas e o embarque do ouro ficaram para trás. Hoje, o frisson em Paraty fica por conta da Flip — badalada feira literária, realizada em agosto, quando a cidade é sitiada por milhares de turistas — e dos festivais de cinema e da cachaça, que também atraem muita gente.
Fora desses eventos e da muvuca de fim de ano, Paraty é só sossego.
Passei um fim de semana em Paraty fora de temporada (outubro de 2012) e me esbaldei na placidez da cidade.
Passei um fim de semana em Paraty fora de temporada (outubro de 2012) e me esbaldei na placidez da cidade.
A Igreja de Santa Rita, do Século 18, pertencia à Irmandade
dos Pardos Libertos. Hoje é sede do Museu de Arte Sacra de Paraty |
Paraty tem praças sossegadas e fachadas deslumbrantes. O que mais eu quero da vida? |
Imagine um lugar onde você escolhe um banquinho na Praça da Matriz e pode ler sossegada. Os únicos ruídos que embalavam minha paz vinham das patas de três cavalinhos que puxavam charretes, fazendo o passeio turístico em torno do Centro Histórico.
Os garimpeiros de detalhes simplesmente piram em Paraty |
Dicas de Paraty
A ausência de automóveis não explica tudo. Paraty parece estar toda contagiada por essa falta de espalhafato, tão bem vinda e cada vez mais difícil de encontrar. Anda-se devagar, conversa-se a meia voz. Os bares e restaurantes de Paraty, mesmo quando oferecem música ao vivo, destoam da maioria dos estabelecimentos do tipo em lugares turísticos: nada de caixas de som voltadas para a rua, estrondando o sucesso azucrinante da hora.
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É um alívio descobrir uma cidade onde se pode caminhar à toa, embevecida, sem ser perturbada por vendedores de suvenir, pretensos "guias de turismo" insistentes e similares.
A Igreja do Rosário dos Homens Pretos é de 1725 |
O único burburinho no Centro Histórico, no final da tarde de sábado, era na porta da Igreja do Rosário: alguém ia casar dali a pouco (e tem muita gente que vai a Paraty para se casar).
Os preparativos para a cerimônia atraíam, talvez, umas duas dúzias de curiosos, enquanto pequenos grupos e casais passeava , sempre um pouco trôpegos, pelas ruas de calçamento pé-de-moleque, permanente desafio às panturrilhas, joelhos e tornozelos.
A maré entra, mas os automóveis, não. As ruas do Centro Histórico de Paraty têm barreiras ao tráfego motorizado (à direita) |
Até isso contribui para a sensação de imenso sossego. É preciso caminhar devagar sobre essas pedras irregulares e inclinadas.
O meio da rua é mais fundo para canalizar as águas, que as marés trazem todos os dias, e impedir que as casas sejam alagadas.
Não há calçadas no Centro Histórico de Paraty, só os batentes nas soleiras das portas, sempre mais de um palmo acima do chão, também por causa das marés.
As bicicletas são bem-vindas nas ruas históricas de Paraty |
O Centro Histórico de Paraty é reconhecido como o conjunto colonial mais harmônico do Brasil. São 33 quarteirões de casas brancas.
Mas não há monotonia: as janelas e portas formam um arco-íris generoso, onde predominam o azul e o amarelo — e nos lembram que as duas cores podem ter centenas de tons.
As casas são sempre branquinhas e o colorido fica por conta de portas e janelas. Amarelo e azul predominam |
A harmonia das fachadas é relaxante, mas nunca monótona |
Essa harmonia vai embalando a gente, junto com o silêncio e com o passo pausado. Sem perceber, fui desacelerando, deixando o estresse para trás até ficar completamente zen — acho que só não levitei porque estou meio acima do peso 😁.
Vou voltar muito a Paraty, mas só fora dos períodos “fervidos”. Faço absoluta questão de preservar a memória desta tarde de sábado numa cidade onde ainda se pode ler na praça, completamente em paz.
As fachadas decoradas com símbolos maçônicos são uma das marcas do Centro Histórico de Paraty |
Paraty é um belo lugar pra ver a vida passar |
Do Rio de Janeiro a Paraty são 250 km, quase todos pela belíssima estrada Rio-Santos, à beira-mar.
A viagem de ônibus, leva 4h20, por conta das muitas paradas. De carro é possível chegar lá em cerca de três horas.
Adorei sentar pra ler em paz na Praça da Matriz de Paraty |
(Atualizado em dezembro de 2016)
A Costa Verde Transportes tem ônibus saindo em vários horários e a passagem custa R$ 89,13, já com as taxas (ida) e R$ 83,38 na volta. Os ônibus são do tipo executivo, novos e bem limpos.
De brinde, o belo visual da Rodovia Rio-Santos — nossa Costiera Amalfitana —, a partir de Itaguaí. Dá para comprar a passagem pela internet.
Paraty tem um monte de lojinhas charmosas e é um bom lugar pra comprar artesanato caiçara |
Hospedagem em Paraty
O hotel onde me hospedei em Paraty não existe mais. O tradicional Hotel Coxixo, que pertencia à atriz Maria Della Costa, foi vendido e completamente reformado.
O site Viaje na Viagem tem um post atualizado e completão com dicas de hospedagem na cidade. E as dicas de Riq Freire eu recomendo. Passa lá: Paraty no Viaje na Viagem
O site Viaje na Viagem tem um post atualizado e completão com dicas de hospedagem na cidade. E as dicas de Riq Freire eu recomendo. Passa lá: Paraty no Viaje na Viagem
Quando não estão levando turistas para passear, as típicas traineiras coloridas de Paraty fazem um bico ajudando a decorar a paisagem |
Passeios de barco em Paraty
Com mais tempo em Paraty e contando com o sol, é possível alugar uma traineira, embarcação de pesca típica da região.
Com mais tempo em Paraty e contando com o sol, é possível alugar uma traineira, embarcação de pesca típica da região.
Em outubro de 2100, fora de temporada e sem feriadão, as traineiras eram oferecidas por R$ 50 a hora. Acredito que os preços tenham subido, mas o segredo é ir até o cais e negociar.
Os condutores garantem que cinco horas de passeio são suficientes "para ver umas quatro ilhas".
Os condutores garantem que cinco horas de passeio são suficientes "para ver umas quatro ilhas".
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Cyntia, AMEI seu blog!!!!
ResponderExcluirParaty é uma das minhas cidades preferidas no mundo. Penso em viver lá, quando não mais quiser viver no resto do mundo! rs
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