Adorei conhecer a pequena Githio, a metrópole da Península de Mani. E ainda ficamos muitíssimo bem hospedadas lá |
Umas das muitas vantagens de uma viagem pelo Peloponeso é que a península tem tudo o que a gente quer da Grécia — praias, paisagens e história — com preços muito mais camaradas do que regiões mais badaladas do país. E a hospedagem no Peloponeso segue essa regra.
Claro que você vai encontrar hotéis de luxo na
região, mas nas cuidadosas pesquisas que fiz para organizar minhas duas visitas
à esse pedaço da Grécia que eu adoro, cheguei à conclusão que a tônica da
hospedagem no Peloponeso são os empreendimentos tocados por famílias, hotéis e
pousadas pequenos, com atendimento muito caloroso e preços que fazem a gente
esquecer que está viajando em euro.
Olha só que vizinhança chique: a cidade de Tirinto, uma das grandes potências da Idade do Bronze, bem diante de nossa pousada |
Na viagem deste ano (em maio), meu roteiro de carro na Grécia dedicou oito dias ao Peloponeso (seis noites), dividas entre Nafplio, Githio, Areópolis e Olímpia.
Viajei com minha amiga Rose Spina, divindo os custos de hospedagem. Gastamos em média, cada uma, € 40 por noite, ficando em lugares sem luxo, mas muito legais e confortáveis — vamos combinar que a diária de uma cama em quarto compartilhado de hostel, em lugares como Barcelona, já está custando mais do que isso.
Na pequeniníssima Areópolis, nosso hotel ficava de cara para o movimento |
Em Olímpia, a hospedagem ficava a 700 metros do Santuário de Zeus e do sensacional Museu Arqueológico |
Ficamos sempre em quartos duplos, com camas de solteiro (parece besteira citar, mas em Salamanca tivemos que brigar com a administração do hostel pra não dividir uma cama de casal), varanda e estacionamento gratuito no próprio alojamento — já que estávamos viajando de carro, esse era um item fundamental.
Veja essas quatro dicas de hospedagem pra quando você for ao lindo e imperdível Peloponeso:
Hospedagem no Peloponeso
Hospedagem em Nafplio (Tirinto)
Quatro noites de hospedagem para duas pessoas em apartamento com varanda, banheiro privativo e café da manhã incluído. Estacionamento na pousada gratuito para hóspedes.
Diária: € 62,50 + € 1,50 de taxa ambiental por dia.
Sabe quando você chega em uma hospedagem e tem a sensação de que está sendo recebida na casa de primos queridos com quem passou todas as férias na infância?
A varanda do meu quarto tinha vista para um laranjal e para o horizonte da Argólida |
Minha experiência na Pousada Ancient Tyrins foi exatamente essa, desde a hora que estacionamos o carro em frente ao predinho de dois andares, de cara para as mitológicas muralhas de Tirinto (aliás, Ancient Tyrins quer dizer Antiga Tirinto, a vizinha chique do outro lado da pista).
A pousada é administrada diretamente pelos donos, o casal Dimitri e
Maria, que só faltaram carregar a gente no colo durante nossos quatro dias de
estadia.
Café da manhã com muitas coisinhas feitas em casa incluído na diária |
Além de colher as frutas do nosso café da manhã na hora, no quintal da casa (laranjas para o suco e nêsperas suculentas), Maria ainda é a artífice das geleias e dos salgados servidos na refeição. Dimitri cuida de tudo, dá dicas e estava sempre perguntando se precisávamos de alguma coisa (sim, Dimitri: de ser tratada assim pelo resto da vida 😊).
Na Páscoa Ortodoxa Grega servem-se ovos cozidos, tingidos de vermelho |
No Domingo da Páscoa Ortodoxa (5 de maio), tivemos uma pequena aula lúdica de como celebrar a data à moda grega, com direito a ovos coloridos e a aprender as saudações e rituais tradicionais.
Nosso apartamento na Pousada Ancient Tyrins, com cerca de 20
m², tinha espaço suficiente para a circulação, mobiliário simples, com camas
eram confortáveis, colchões e travesseiros novos. O banheiro é acanhadinho, mas
muito novo e bem cuidado.
O apartamento é simples, mas muito limpo e bem cuidado |
O ar-condicionado funciona que é uma beleza (e isso naquela Bahia de calor que é a Grécia em maio é essencial). A TV de tela plana eu nem lembrei de ligar, mas o frigobar era uma mão na roda pra armazenar bebidas e comidinhas.
Fiquei fã da generosa varanda do apartamento, debruçada para
o o laranjal, na parte de trás da casa. Espichando a vista, dava pra ver o
Castelo de Larissa, lá em Argos (a 10 km em linha reta), no horizonte.
Fiquei fã dessa varandinha |
A Pousada Ancient Tyrins é ideal para quem está viajando de carro, porque fica a 3 km do Centro de Nafplio, às margens da Estrada Nacional Argos-Nafplio. Ficamos fora da cidade porque nossa estadia coincidiu com os feriados da Semana Santo Ortodoxa e os hotéis centrais estavam lotados — ou cobrando um rim pelos poucos quartos que disponíveis.
A pousada fica a 3 km do Centro de Nafplio |
Pois acho que acertamos em cheio na escolha da hospedagem em Nafplio.
Na minha primeira visita à cidade, já tinha experimentado a
acolhida local na Pensão Filyra, um lugar adorável que ainda está em pleno
funcionamento, no coração do Centro Histórico. Parece que Nafplio não só é
linda, como recebe excepcionalmente bem o visitante.
Hospedagem em Githio
Praia de Mavravouni (esse é todo o endereço. Pra chegar lá, coloque o nome da pousada no Google Maps), a 4 km de Githio, na Península de Mani.
A Dimani Suites é uma pousadinha charmosa, aconchegante e a apenas 500 metros da Praia de Mavravouni, uma das mais reputadas do Peloponeso |
Diária: € 85 com todas as taxas incluídas.
Mavravouni sempre está nas listas de melhores praias do Peloponeso |
A Dimani Suites não tem Maria e Dimitri, mas tem uma equipe atenciosíssima, apartamentos muito confortáveis e charmosos e ambiente muito aconchegante.
Foi a nossa melhor hospedagem no Peloponeso, no quesito estrutura.
Minha varanda tinha vista pra o mar e pra a piscina |
A pousada fica na Praia de Mavravouni, que sempre aparece listada entre as melhores do Peloponeso. Githio, muito lindinha, é a outra grande atração dos arredores. É uma vila pesqueira clássica, com barquinhos coloridos ancorados na enseada, muitos restaurantes especializados em frutos do mar e casinhas coloridas com balcões floridos.
A Dimani Suites fica a 4 km de Githio e é ótima opção pra quem quer curtir tanto a praia quanto o charme da vila, a metrópole da Península de Mani, com população de 7 mil habitantes.
Githio é uma típica vila pesqueira, pequena e sossegada, apesar do turismo |
Em Mavravouni, onde fica a pousada, o astral do lugar lembra a Ilha de Itaparica do início dos anos 70: casas de veraneio que parecem chácaras, ruas sem calçamento e um silêncio que não é deste mundo.
A distância da Dimani Suites até a praia é de 500 metros,
mas os preguiçosos podem se refrescar na piscininha da pousada.
O café da manhã da Dimani Suites também estava ótimo |
Em torno da piscina, a varanda e a pérgola são uma delícia pra relaxar no final de tarde. Há serviço de bebidas e comidinhas gostosas e despretensiosas como a pizza muito bem feita que beliscamos pra acompanhar o vinho e tira-gostinhos gregos, como almôndegas.
A suíte tem dois quartos, um deles no mezanino |
O toalete e o chuveiro ficam em espaços separados, assim como a pia |
Nosso apartamento (uma suíte) era um show de bola, com decoração muito charmosa, varanda e dois ambientes: uma cama de casal no espaço principal e duas camas de solteiro no mezanino.
O café da manhã incluído na diária, servido ao lado da piscina, teve omeletes, frutas com iogurte, sucos, torradas e geleias. Estava tudo ótimo.
A Dimani Suites teria sido um grande lugar pra ficar alguns dias, curtindo a praia e explorando as atrações da Península de Mani, região com pequenas povoações à beira-mar, como Githio, Limeni e Kardamyli, vilas encarapitadas nas montanhas, como Areópolis e Kastania, e tesouros bizantinos como Vathia.
Hospedagem em Areópolis
Eparchiaki Odos Githio-Areopoli (Estrada Regional Githio-Areópolis) s/n, logo na entrada da cidade.
O Hotel Mani é administrado por uma família, tem uma pegada mais convencional e quartos confortáveis |
Uma noite de hospedagem em apartamento duplo com banheiro privativo e varanda,
sem café da manhã. Estacionamento na pousada gratuito para hóspedes.
Diária: € 70 com todas as taxas incluídas.
Areópolis é uma fofa |
A pequenina Areópolis, no alto de um morro a 26 km de Githio, tem 1.000 habitantes, fachadas de pedra nua e um irresistível encanto de Grécia profunda. Na nossa passagem pela cidade, aproveitamos a animação brejeira do pós-feriado da Semana Santa Ortodoxa, com a vila cheia de turistas que vêm de diversas partes do Peloponeso.
Nosso pouso foi no Hotel Mani, um estabelecimento bem
convencional, o mais hotel de todas as nossas hospedagens no Peloponeso. É administrado
por uma família que se reveza no atendimento aos hóspedes. A recepção funciona
24 horas e é lá que estão disponíveis os cofres para os hóspedes guardarem
objetos de valor.
As acomodações do Hotel Mani são básicas, mas confortáveis |
O Hotel Mani fica numa das duas ruas principais da vila, o trecho final da estrada que serpenteia pela montanha, de Githio até lá. São dois pavimentos, muitos quartos (que, dizem, lotam nos invernos amenos da Península de Mani) e acomodações básicas, mas confortáveis.
Todos os apartamentos têm varandas e alguns têm lareiras. A
varanda do nosso apartamento era enorme, voltada para uma rua lateral bem
tranquila (aliás, “tranquila” aplicada a Areópolis é um tremendo pleonasmo).
No salão térreo do hotel funciona um restaurante, há serviço de bar e lareira para os concorridos invernos de Areópolis |
O Hotel tem serviço de quarto, bar e restaurante, que não experimentamos. Os apartamentos têm TV e frigobar.
Hospedagem em Olímpia
⭐Mellia Rooms
Gouva nº 2, Olímpia
A Mellia Rooms é menos uma pousada e mais uma casa que recebe hóspedes |
Duas noites de hospedagem em apartamento duplo com varanda e banheiro
privativo, sem café da manhã. Estacionamento em terreno em frente à pousada,
gratuito para hóspedes
Diária: € 42 com todas as taxas incluídas.
Do lado de lá dos trilhos do trem, Olímpia tem um centrinho contemporâneo e cheio de serviços |
Mellia Rooms nem chega a ser uma pousada. É uma casa que recebe hóspedes em um esquema mais parecido com o Airbnb: você marca a hora da sua chegada, a anfitriã entrega as chaves da casa e de seu quarto e tchau. Na hora da partida, é só deixar a chave na porta do apartamento e seguir viagem.
Do lado de cá, a pegada é semi- rural |
A propriedade tem quatro quartos no andar superior, todos com banheiro privativo, e uma cozinha que fica à disposição dos hóspedes (que nem usamos). No pavimento térreo da casa mora uma família que nada tem a ver com o serviço de hospedagem.
O quarto era basiquíssimo, mas estava bem limpo |
Bem-vind@ aos anos 60 |
Olímpia é uma cidade bem pequena — o município inteiro tem 11 mil habitantes — e claramente dividida pelos trilhos do trem regional que serve à cidade.
Do lado de lá há um centrinho moderno, com muitos restaurantes, comércio, serviços e hotéis mais convencionais. Do lado de cá, onde nos hospedamos, a pegada é bem mais rural: casas com terrenos muito grandes, árvores frutíferas, algumas ruas em calçamento e alojamentos mais alternativos para turistas.
O estacionamento da pousada é um terreno em frente, com
cerca de arame e sem portão — mas o lugar é tão pacato que nem me preocupei muito
com a segurança do carro.
Estacionamento dos Mellia Rooms |
Em toda a nossa experiência de hospedagem no Peloponeso, Mellia Rooms foi a que menos curti. Mas também foi disparado a mais barata: € 21 por pessoa, por noite, é realmente uma pechincha.
O apartamento tem mobiliário antigão e bem cansado. O banheiro, enorme, é um túnel do tempo para os anos 60. Como o lugar era limpo e silencioso, não dá pra reclamar.
A varanda do apartamento era muito agradável |
A varanda do apartamento era a parte mais agradável, com vista para o verde dos quintais ao redor.
Dá perfeitamente pra passar uma noite nas acomodações de Mellia Rooms — e uma noite é suficiente em Olímpia pra ver o Museu Arqueológico e o Santuário de Zeus.
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