09 agosto 2024

Dicas práticas de Lisboa

Baixa de Lisboa
Lisboa é sempre uma boa ideia

Lisboa é o destino europeu favorito dos brasileiros. A gente pode dizer que é por causa do idioma. Ou porque os preços em Portugal são mais pagáveis do que em outros países do continente. Pode até apontar a histórica relação entre o Brasil e a terrinha.

É tudo verdade, mas a verdade é que Lisboa merece a preferência principalmente porque ela é uma cidade linda e muito gostosa.

Azulejos em Lisboa
Fachada histórica em Lisboa
Lisboa é pra voltar muito

Neste post eu reuni as dicas práticas de Lisboa pra ajudar o seu planejamento de viagem a esse destino que já era moda entre os brasileiros muito antes de virar um hit planetário.

Afinal Lisboa sempre é uma boa ideia. Uma cidade pra ir e pra voltar sempre.

Veja as dicas:


Dicas práticas de Lisboa


Como chegar a Lisboa


Voo para Lisboa

Lisboa é, com sobras, a capital europeia mais conectada com o Brasil por via aérea.

Meu jeito preferido é o voo direto da TAP, saindo de Salvado, que é mais curto (cerca de oito horas), ou o voo da Air Europa, com conexão em Madri, que costuma ser o mais barato.

Na Latam, que anda com as tarifas mais em conta, passageiros de todas as origens no Brasil precisam voar até São Paulo para pegar a conexão pra Lisboa.

Aeroporto de Madri Barajas
Desta vez, cheguei a Lisboa procedente de Madri. Mas a oferta de voos do Brasil pra lá é bem grande

Além de Salvador, a TAP tem voos diretos saindo de outras nove capitais brasileiras, de Porto Alegre a Belém e acaba sendo a companhia aérea mais mão-na-roda. 

Desta vez (no roteiro na Europa de abril/maio de 2024), cheguei a Lisboa partindo de Madri, um voo da TAP baratex (R$ 250), curtinho (1 hora) e em horário super civilizado (partida às 11h da manhã).

Os voos entre Madri e Lisboa são operados pela Portugália, que é subsidiária da TAP, e partem em diversos horários.

Como ir do aeroporto ao Centro de Lisboa

O Aeroporto de Lisboa (oficialmente Aeroporto Humberto Delgado) fica em Portela, a pouco mais de 6 km do Centro da capital. (Até por isso, é muito fácil sair de lá pra passear durante uma conexão em Lisboa).

Táxis em Lisboa
Os táxis em Lisboa continuam baratos. Uma corrida do Aeroporto ao Centro fica na casa dos € 15

Como os táxis na cidade são baratos, vale a pena usar o serviço pra sair do aeroporto, especialmente se você estiver viajando com mais alguém pra dividir o preço da corrida, que vai ficar na casa dos € 15, para os bairros centrais.

Foi o preço que paguei indo da minha hospedagem, no Largo do Rato (distância de 7 km), até o aeroporto, indo embora de Lisboa, agora no final de abril.

Metrô do Aeroporto de Lisboa
A linha do metrô que serve ao Aeroporto de Lisboa se conecta às outras três linhas

Mas meu meio de transporte favorito pra sair do aeroporto de Lisboa é sempre o metrô — eu viajo com pouca bagagem e procuro me hospedar nas proximidades de alguma estação do metrô.

Acho mais rápido e mais fácil — o metrô tem uma estação no próprio aeroporto, alcançável em uma curta caminhada — rápido e barato: a passagem avulsa custa € 1,80 (ou € 1,61 com o Cartão Navegante — veja as dicas de transporte mais abaixo).

Saindo da área de desembarque, é só seguir a sinalização para a Estação Aeroporto do Metrô, sem qualquer perrengue.

Transporte em Lisboa


Metrô de Lisboa
Em Lisboa (e em qualquer lugar do mundo), se puder vá de metrô

Se eu fosse Odorico Paraguaçu, me definiria como uma metrozista militante. Em Lisboa, porém, as quatro linhas do metrô não chegam a muitas áreas de interesse turístico — como Belém e as alturas da Alfama e Castelo de São Jorge.

Além disso, tem as ladeiras, que são meio proprietárias da cidade. Lisboa, como Roma, se assenta sobre sete colinas (e colina até pode ser o termo geograficamente correto, mas sempre vai me parecer tucanês). O resultado é que andar a pé pela capital portuguesa vai ser quase sempre desafiador. 

Mas podendo, vá de metrô e use os pezinhos para complementar as distâncias. Quando não der, os ônibus, elétricos, elevadores e até o trem resolvem.

Cartão Navegante do transporte público de Lisboa
O Cartão Navegante é o seu abre-te, Sésamo! para o transporte público de Lisboa

A primeira providência para circular de transporte público em Lisboa é fazer seu Cartão Navegante (modalidade Navegante Ocasional) em uma das muitas máquinas disponíveis em qualquer estação de metrô.

O Cartão Navegante custa € 0,50 e é nele que você vai carregar dinheiro para pagar as passagens do transporte público de Lisboa (metrô, bonde, ônibus, elevadores, barcas e trens urbanos).

Elevador da Glória em Lisboa
O elevador da Glória, entre a Praça dos Restauradores e o Bairro Alto, é na verdade um funicular
Elevador de Santa Justa em Lisboa
Além de ser um belo mirante, o Elevador de Santa Justa (no canto direito da foto) cumpre a função de ligar a Baixa de Lisboa ao Largo do Carmo, no Chiado

A compra e o primeiro carregamento podem ser feitos juntos, na primeira operação. Depois disso, é só ir fazendo recargas.

O pagamento pode ser feito em cartões de crédito e débito ou em dinheiro — as máquinas dão troco. Como elas falam português fluente, você não vai ter dificuldade em operá-las.

Fiz o meu Navegante na Estação Aeroporto Com carga na modalidade zapping.

Elétrico em Lisboa
Elétrico em Lisboa
Lisboa modernizou sua rede de Elétricos, mas conserva bondes antigos, que dão um toque romântico a qualquer muvuca urbana

O modo zapping é quando você carrega um valor redondo no cartão, que vai sendo descontado a cada viagem. As cargas podem ser de € 3, € 5, € 10, € 15, € 20, € 25, € 30, € 35 ou € 40.

Para uma estada de quatro dias, como foi a minha, € 15 seriam mais do que suficientes (mas lembre que eu amo caminhar e praticamente só uso transporte público pra sair do hotel de manhã e voltar à noite).

O Navegante é individual. Cada pessoa deve comprar o seu e passar o cartão pelo leitor da catraca na entrada e na saída do metrô.

Existem outras duas formas de usar o Navegante: carregar passagens avulsas (€ 1,80) ou comprar um passe diário (€ 6,80, para viagens ilimitadas num período de 24 horas). A máquina de emissão de bilhetes vai mostrar as opções.

Ladeira no Chiado em Lisboa
Ladeira no Príncipe Real em Lisboa
Lisboa pertence às ladeiras. No alto, uma descida do Chiado ao Rossio. Acima, a subida entre o Rato e o Príncipe Real 

Uma coisinha na qual vale a pena prestar atenção: o Navegante é um cartão de papel grosso, não é como o passe de Madri, que é em PVC. Portanto, guarde-o com cuidado pra não amassar demais. Encontrei uma brasileira lutando para recarregar seu Navegante em uma maquininha, que não conseguia ler o cartão já meio esbagaçado de ficar solto na bolsa. O jeito foi comprar outro.

Parada de Ônibus em Lisboa
Nos pontos de ônibus, procure as placas indicando quais linhas param ali. Geralmente, também estão expostos itinerários e horários

Para traçar as rotas com o transporte público em Lisboa, eu usava o Google Maps, mas complementava com outros recursos (esse a aplicativo tem uma certa implicância com metrô, tendendo a sugerir trajetos com os ônibus — em todas as cidades onde já recorri a ele). 

Usei o simulador de viagens do Metrô de Lisboa e o aplicativo para celular  Guia e mapa do Metrô de Lisboa, disponível para Androide.

Quanto custa o transporte público em Lisboa

Usando o cartão navegante no modo de carga/recarga zapping, você vai pagar € 1,61 pelas viagens nos modais de transporte público mais usados em Lisboa (metrô, ônibus, bonde e elevadores).

Estação Cais do Sodré do Metrô de Lisboa
Estação de Metrô Cais do Sodré: daqui você pega o trem pra Belém (a passagem custa € 2 com o Navegante/zapping)

Se escolher carregar passagens avulsas no Navegante, vai pagar € 1,80 nesses quatro modais.

No metrô, é possível usar o seu cartão de débito nas catracas (é só encostar no sensor, como você faria com o Cartão Navegante), pagando também € 1,80.

Veja os detalhes no site do Metrô de Lisboa.

Linha Azul do Metrô de Lisboa
Estação Baixa-Chiado do Metrô de Lisboa
Linha Amarela do Metrô de Lisboa
Fico devendo a foto da Linha Vermelha do Metrô de Lisboa, cujo símbolo é uma Rosa dos Ventos 

Nos ônibus, bondes e elevadores, é possível pagar a passagem diretamente aos condutores/motoristas, pagando mais caro: € 2,10 no busão, € 3,10 no elétrico e € 4,10 nos elevadores.

(Momento Fragata é Cultura: aprendi em uma canção do português António Zambujo — adoro! — que o condutor de elétrico é chamado de “o pica” em Portugal, porque uma de suas funções era de picar os bilhetes dos passageiros, indicando que já tinham sido usados).

Hospedagem em Lisboa

Já me hospedei em Lisboa nas imediações da Praça dos Restauradores (na Baixa) e na Praça Marquês de Pombal e tive ótimas experiências. Nos dois casos, tinha metrô na porta de casa e muitas opções de restaurantes e serviços ao redor.

Avenida da Liberdade em Lisboa
Avenida da Liberdade em Lisboa
Praça Marquês de Pombal em Lisboa

Gostei muito de ficar hospedada na Avenida da Liberdade (no alto e no centro), do lado da Praça Marquês de Pombal (acima)

Hoje em dia, porém, com o boom turístico, tendo a achar que a Baixa de Lisboa não seja mais uma boa ideia para hospedagem, por conta da muvuca, barulho e bebedeiras — e nem falemos do Chiado e do Bairro Alto, que estavam de meter medo de tanta algazarra noturna no último abril.

A hospedagem próxima à Praça Marquês de Pombal — tem bons hotéis por ali, na parte mais alta da Avenida da Liberdade — ainda me parece uma ótima pedida.

Largo do rato em Lisboa
O Largo do Rato foi minha vizinhança em Lisboa, agora em abril. Tem estação de metrô, comércio variado e está a dois passos do Campo de Ourique e do Príncipe Real

Neste abril de 2024, fiquei nas imediações do Largo do Rato, com sua estação de metrô (linha amarela), na fronteira entre o Campo de Ourique e o Príncipe Real, dois bairros que estão em alta, cheios de restaurantes e hospedagens charmosas.

Gostei muito e recomendo a vizinhança. Sem muvuca turística, a área tem boa oferta de restaurantes e comércio, é muito bem servida de transporte público (várias linhas de ônibus, além do metrô) e preços sem chilique. Se você não sofre muito com ladeiras, é ótima alternativa.

Campo de Ourique em Lisboa
O Campo de Ourique ainda tem recantos bem com a cara da Lisboa de antigamente
Príncipe Real em Lisboa
Príncipe Real em Lisboa
O Príncipe Real é charmoso demais

O problema é que entre tantas hospedagens charmosas eu fui cair em uma que era um mico —independentemente de ter ótima classificação no Booking.

O Hotel V Dinastia fica em um edifício antigo e bonitão e tem atendimento super simpático. E os prós acabam aí.

Fomos alojadas em um quarto é apertado, com mobília velha e mal cuidada. A cama tinha um colchão do tempo de Salazar. E o mofo no teto me provocou uma crise respiratória que poderia ter acabado com a viagem. 

Jardim do Príncipe Real em Lisboa
Jardim do Príncipe Real em Lisboa
O sossegado Jardim do Príncipe Real, recanto que adoro em Lisboa, fica a 800 metros da minha hospedagem — mas tem que subir ladeira

Além disso, o banheiro era simplesmente impossível: nem que tivesse sido atropelada por um rolo compressor eu atingiria a espessura ideal para ficar diante da pia com a porta fechada. E o chuveiro pingava sem parar sobre o boxe diminuto, a ponto de alagar tudo. E a aventura nem foi tão barata: € 80 a diária.

Comer em Lisboa

Foi-se o tempo em que bastava escapar daqueles restaurantes pega-turistas da Rua Augusta e imediações pra ter quase certeza de uma refeição gostosa e a preços justos em Lisboa.

Rua Augusta em Lisboa
Saudades do tempo em que bastava escapar dos pega-turistas da Rua Augusta...

Desde a viagem de 2016, já dava pra perceber que estava em curso uma macdonaldização à moda da casa, expressa na proliferação de restaurantes autoproclamados “típicos” que ofereciam comida plastificada a preços inflacionados.

Não me entendam mal: Lisboa continua a ter muitos restaurantes excelentes, mas já não é uma cidade onde a gente possa tentar a sorte sem pesquisa, indicações dos amigos e planejamento — e é importante fazer reservas nesses lugares, pra não encontrar a casa lotada. 

Restaurante na Ria das Portas de Santo Antão
Restaurantes na Rua das Portas de Santo Antão, na Baixa de Lisboa

Viajei com ótimas dicas de restaurantes em Lisboa, mas pequei no planejamento. O resultado é que minha experiência gastronômica na cidade, desta vez, teve mais refeições gostosinhas-mas-nada-de-mais do que banquetes memoráveis.

Dos lugares que experimentei, vou citar três que merecem destaque:

Restaurante do Maat em Lisboa
Restaurante do Maat: almoçar com esta vista é muito bom

⭐Restaurante do Maat
Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, Avenida Brasília nº 1300-598, Belém

Horários: o café abre de segunda a sexta das 11h às 18:30 e nos fins de semana e feriados das 10h às 18:30h. O restaurante e o bar funcionam de segunda a quarta das 12h às 15:30 das 19h à meia-noite. Quintas e sextas, o turno do jantar encerra à 1h da manhã. Aos sábados, o almoço vai das 13h às 16h e o jantar, das 19h à 1h. Aos domingos, das 13h às 16h e das 19h à meia-noite. O brunch é servido aos sábados e domingos, das 10h às 12h.

Restaurante do Maat em Lisboa
O restaurante do Maat é bem elegante e tem serviço eficiente
Restaurante do Maat em Lisboa
Restaurante do Maat em Lisboa
No alto, a salada instagramável e gostosa. Acima, meu risoto saboroso

Instalado no belíssimo edifício contemporâneo do Maat Central, o restaurante do museu tem uma vista espetacular para o Tejo, atendimento muito eficiente e cardápio moderninho com pratos muito gostosos.

Bom lugar para relaxar no meio de um roteiro pelo bairro de Belém, bebericando sem pressa antes de almoçar. Rose pediu uma salada que, além de muito instagramável, foi muito elogiada. O risoto que pedi estava saborosíssimo.

O restaurante tem serviço à la carte e também serve menus do dia (couvert, entrada, prato principal e sobremesa) a € 35.

Mais sobre o Maat e redondezas:
Roteiro em Belém
5 Museus de Lisboa

Restaurante Faca & Garfo em Lisboa
Restaurante Faca & Garfo em Lisboa
Que legal encontrar boa comidinha portuguesa nesse cantinho do Carmo

⭐Faca & Garfo
Rua da Condessa nº 2, Carmo

Horário: de segunda a sábado, das 11h às 23h

Espremido num cantinho onde a Rua da Condessa e a Calçada do Carmo formam um ângulo agudo, essa tasca despretensiosa (e fofa) serve comidinha portuguesa de responsa, a preços muito moderados.

Sardinhas fritas em Portugal
Sardinhas sem frescura. Adoro!

Paramos lá para um almoço tardio, depois de bater pernas pelo Chiado e Largo do Carmo, e foi uma ótima experiência. Pedimos entradinhas (bolinhos de bacalhau) e pratos simples, como sardinhas fritas, para acompanhar o vinho. Gastamos algo como € 15 cada uma.

Nadi! Bistrô Georgiano
Rua de São Filipe Néri nº 21, Rato

Horário: de segunda a sexta, almoço das 12:30h às 16h e jantar das 19h às 23. Sábados, das sábados e domingos, das 12:30h às 17h e das 18h às 23h.

Nadi! Bistrô Georgiano em Lisboa
Nadi! Bistrô Georgiano em Lisboa
Nadi! Os falantes de português são minoria, mas, como diria Adoniran, nós viemos aqui pra comer ou pra conversar?

Parece sacrilégio, mas a refeição mais memorável que fiz em Lisboa, nesta temporada, foi nessa casa de comida típica da Geórgia, tocada por dois irmãos muito jovens e vários membros da equipe que não falam português — assim como a maioria dos clientes.

Nadi! Bistrô Georgiano em Lisboa
Nadi! Bistrô Georgiano em Lisboa
Nadi! Bistrô Georgiano em Lisboa
Lá no alto, a sopa chikhirtma. Ao centro, khachapuri de queijo e espinafre. Acima, os inenarráveis khinkali . Baita refeição, viu? 

Quando você for, não deixe de provar o khinkali  (€ 10), um tipo de dumpling para ser comido com as mãos que é o carro chefe da casa e realmente bate um bolão. Escolhi a versão (€ 10) recheada com carne e por um molho generoso (vai ser inevitável parte do molho despencar na sua blusa). 

Também me esbaldei com khachapuri (€ 12), massa folhada recheada com queijo e espinafre. Rose elogiou muito a sopa chikhirtma de frango (€ 7), prato tradicional da Geórgia com ovo, frango e limão. 

A casa é pequena, portanto, não deixe de fazer reservas  Serve menu executivo no almoço, a € 13.  

Quanto tempo ficar em Lisboa

Uma cidade como Lisboa jamais vai caber em uma única visita. Quanto mais eu volto, mais me convenço de que deixei de ver um monte de coisas legais. Mas acho que uma estadia de quatro a cinco dias dá conta de apresentar os principais encantos da capital portuguesa num primeiro encontro.

Dedique um dia pra ver a Alfama e o Castelo de São Jorge (com a possibilidade de explorar o cenário mais alternativo da Mouraria, na mesma rota).

Bairro da Alfama em Lisboa
Bairro da Alfama em Lisboa
Explorar as ladeiras da Alfama é um passeio adorável. Acima, a frase do Padre Vieira resume a alma navegante lusitana em uma escadaria do bairro

No segundo dia, explore a Baixa de Lisboa, da Praça do Comércio, na beira do Tejo, até o Rossio e depois suba o Elevador da Glória (da Praça dos Restauradores ao deslumbrante mirante de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto), ou o Elevador de Santa Justa (da Rua Santa Justa, travessa da Rua Augusta, ao Largo do Carmo). Mas não esqueça de visitar o Museu Arqueológico do Carmo (lindo demais) e livraria mais antiga do Ocidente ainda em funcionamento, a Bertrand, no Chiado.

Um terceiro dia deve ser todinho de Belém, com ênfase na visita aos espetacular Mosteiro dos Jerónimos — e uma parada na Fábrica dePastéis de Belém, que ninguém é de ferro. Outras atrações do bairro são o Maat, a Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos, um belo mirante a quase 60 metros de altura.

Bairro de Belém visto do alto do Padrão dos Descobrimentos em Lisboa
Bairro de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos vistos do alto do Padrão dos Descobrimentos

 No quarto dia, escolha um museu. Pode ser a ótima Fundação Calouste Gulbenkian, próxima à Praça Marquês de Pombal, instalado no meio de um parque muito agradável. Mas eu acho o Museu Nacional de Arte Antiga mais bonito — se der, vá aos dois. No final da tarde, aproveite o charme do Príncipe Real, com direito a escolher um dos badalados restaurantes do bairro pra jantar.

Repare que nessa lista eu não coloquei o Oceanário e o Parque das Nações, nem um bate e volta a Sintra. É que os encantos de Lisboa são tantos que, mesmo depois de tantas visitas, não tive tempo de fazer esses passeios.  
Avenida da Liberdade em Lisboa
Adoro caminhar por Lisboa e sempre me sinto segura

Segurança em Lisboa

Sempre achei Lisboa tão segura quanto a média das grandes cidades da Europa que já visitei. Ando muito a pé, saio à noite sem medo e não tenho qualquer história de susto pra contar.

Mas os lisboetas andam reclamando um bocado do declínio das condições de segurança na cidade, então, tratei de reforçar aquelas providências básicas que se toma em qualquer lugar do mundo — evite lugares ermos, consulte os locais sobre a segurança nos lugares aonde pretende ir, não dê conversa pra enroladores e cuide de seus pertences.

Baixa de Lisboa
Na áreas de maior concentração de turistas, como a Baixa, fique ligada na bolsa, celular e câmera

Como é a regra geral na Europa, o risco maior que se corre em Lisboa são os batedores de carteira, não os assaltantes. Quanto mais turística a área, mais concentra punguistas — o famoso Elétrico 28 é quase uma lenda, de tanto que os gatunos agem a bordo desse bonde.

Portanto, é fundamental tomar cuidado nas grandes aglomerações e no transporte público. Não deixe a bolsa ou o celular de bobeira sobre mesas de bar. Se levar pra a rua uma soma maior de dinheiro ou o passaporte, guarde-os numa doleira.

Eu uso uma bolsa média, do tipo carteiro, que deixo sempre na frente do corpo (e com uma mão pousada nela, no meio de qualquer muvuquinha). Tem que ser compacta, pra não estorvar, mas não pode ser mínima, pra caber a câmera. 

Ginginha do Rossio em Lisboa
Uma dose de ginja na tradicionalíssima Ginjinha do Rossio custa € 1,50

Preços em Lisboa

Lamento informar que Lisboa não é mais a cidade barata de uma década atrás. Depois de virar o maior sucesso turístico europeu e atrair milhares de moradores vindos de outros países da Europa e dos Estados Unidos, os preços na cidade deram uma alucinadinha básica — sem contar que o câmbio real/euro era muito mais camarada há 10 anos, o que torna a viagem muito mais cara agora.

Os ingressos para atrações de primeira linha subiram bastante de preço (€ 15 pra ver o Castelo de São Jorge, € 12 no Mosteiro dos Jerónimos, por exemplo).

Pastéis de nata em Lisboa
Um pastel de nata custa € 1,20 na Fábrica da Nata (foto) e € 1,40 na Fábrica de Pastéis de Belém

Já almocei divinamente em Lisboa pagando € 5/ € 6. Hoje uma refeição pode ser considerada barata se não estourar a casa dos € 20.

Estive em Lisboa na meia-estação (final de abril) e, mesmo pesquisando hospedagem com antecedência, já era difícil encontrar qualquer coisa que não parecesse horrorosa por menos de € 100. Em 2016 (quando a cidade já estava entrando na moda), € 100 de diária em quarto duplo era o preço médio dos bons hotéis do alto da Avenida da Liberdade.

Avenida da Liberdade em Lisboa
As diárias dos hotéis na Avenida da Liberdade estão na casa dos € 130 neste verão europeu de 2024

O aumento dos preços em Lisboa é ruim pra nós, turistas. Mas é muito pior pra os lisboetas. No capítulo moradia, por exemplo, eles se debatem numa crise que parece insolúvel — muito por culpa daquelas hospedagens que a gente tanto ama contratar nas plataformas digitais, mas que encorajam proprietários a majorar aluguéis ou a despejar inquilinos pra botar o apê no mercado turístico.

Apesar de tudo, Lisboa continua listada entre as capitais mais baratas da Europa Ocidental — e eu continuo achando que a cidade vale muito a pena.

Melhor época pra visitar Lisboa

Miradouro da Senhora do Monte em Lisboa
Lisboa no verão tem um céu azul de matar de lindo. Esta foto foi feita no final de julho de 2005, no Miradouro da Senhora do Monte, no bairro da Graça

Já visitei Lisboa em épocas variadas e a única que eu evitaria seria o alto verão (segunda metade de julho/agosto), por causa do calorão na casa dos 30 °C (e sustos de até 40 °C) e das multidões — mas o céu muito azul é sedutor pra caramba. A chance de chuva é mínima.

Jacarandás em Lisboa
Julho em Lisboa tem Festa de Santo António, sardinhas assadas em todos os cantos e jacarandás em flor. Esta foto foi feita no começo de junho de 2016, no Largo do Rossio
 
Amei estar em Lisboa no mês de junho, quando a cidade celebra Santo António com arraiais, festivais e muita comilança — aliás, Portugal inteirinho, em junho, é uma grande ideia. As temperaturas já estão gostosas pra se sair só de vestidinho, mas o tempo ainda não abafou. Já tem muita animação, mas o pico da estação turística ainda não começou.

Castanhas assadas em Lisboa
No inverno, Lisboa tem frio camarada e castanhas assadas em cada esquina (a foto é do finalzinho de dezembro de 2014)

Também gosto do inverno em Lisboa, com temperaturas bem camaradas (média de 12 °C) e pouca muvuca. A chuva pode interromper algum passeio ao ar livre — pra isso existem museus. As fotos talvez não fiquem tão bonitas, mas as memórias não saem perdendo (especialmente porque eu me acabo nas castanhas assadas, típicas da estação).

O período da primavera (final de março ao final de junho) é apontado como agradável, com temperaturas médias de 20 °C e dias bonitos. Abril é o mês mais chuvoso em Lisboa.

Fachadas antigas em Lisboa
Só vi céus azuis em Lisboa, agora em abril de 2024. Mas dei sorte: esse é o mês mais chuvoso na cidade

Como o planeta está doido, estive em Lisboa neste final de abril e senti muito calor durante o dia e friozinho respeitável, à noite. Chuva, nem sinal (dei sorte, mas pense se você quer arriscar estar na cidade em abril). 

O que me espantou foi a quantidade de turistas na cidade, multidões dignas de altíssima estação.

Mais sobre esta viagem

 

Lisboa na Fragata Surprise

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