28 julho 2024

O que fazer em Segóvia

Aqueduto de Segóvia na Espanha
Melhor do que ir a Segóvia é voltar a Segóvia

Melhor do que ir a Segóvia, só mesmo voltar a essa cidade deslumbrante, a apenas meia hora de trem de Madri. Em 2017, tinha feito um bate e volta até lá e achei pouco — tem tanto o que fazer em Segóvia que fui embora dividida entre a alegria de ter estado lá e a vontade de voltar logo.

(Veja como foi a primeira visita > Bate e volta a Segóvia)

Igreja de San Martín em Segóvia
Igreja românica de San Martín, do Século 11

Pois Segóvia foi o encerramento do roteirinho lindo por Castela e Leão que fiz agora, em abril, e que também inclui as maravilhosas Ávila e Salamanca. Que roteiro redondo, viu? (Olha ele aqui > Roteiro por Ávila, Salamanca e Segóvia).

Já tinha tido o prazer de ver o Aqueduto Romano e de visitar o Alcázar, mas com dois dias na cidade encontrei muito mais o que fazer em Segóvia. É por isso que eu recomendo que, quando você for, planeje pelo menos um pernoite na cidade — e quando você der de cara com o Aqueduto iluminado à noite, vai ver que vale muito a pena.

Alcázar de Segóvia
O Alcázar, um castelo de conto de fadas

Neste post, listei algumas atrações que vão preencher com folga um passeio de dois dias a Segóvia. Veja as dicas:


O que fazer em Segóvia 


Baixe os horários atualizados de todos os monumentos de Segóvia e das visitas guiadas promovidas pelo escritório de turismo local

Alcázar de Segóvia
Plaza Reina Victoria Eugenia s/n

Alcázar de Segóvia
Alcázar de Segóvia
O Alcázar de Segóvia é o modelo do que nossa imaginação aprendeu a associar à ideia de castelo

O Alcázar de Segóvia é o resultado de uma felicíssima conspiração entre arquitetura, localização e paisagem — e um caminhão de história que foi temperando o lugar ao longo dos séculos.

Construído no Século 12 sobre vestígios de uma fortificação romana (provavelmente contemporânea do Aqueduto de Ségovia), o Alcázar é frequentemente comparado à proa de um navio pelo jeito que se debruça — quase paira — sobre  o Vale do Rio Eresma, uma imagem impressionante.

Alcázar de Segóvia
Alcázar de Segóvia
Alcázar de Segóvia
Fosso, torres pontudas, ameias... está tudo lá. O fosso tem 26 metros de profundidade e a passagem de pedra que substitui a ponte levadiça data do reinado de Felipe II (Século 16)

O Alcázar de Segóvia tem todos os elementos que nossa imaginação aprendeu a associar a um castelo — fosso, ponte levadiça, torres cilíndricas com chapéus pontudos, muralhas com ameias, pátios ornados com fontes e salões magnificamente decorados onde reis, rainhas, generais e cortesãos decidiram, conspiraram e até namoraram.

Não é à toa que o Alcázar de Segóvia acabou virando uma espécie de manual descritivo da ideia de castelo medieval, na vida real ou nos contos de fadas. Ele serviu de modelo para o castelo do desenho animado Branca de Neve, lançado por Walt Disney, em 1937, e para o castelo da Bela Adormecida na Disneylândia (Califórnia), além de servir de cenário para vários filmes e séries de TV.

Alcázar de Segóvia
A Torre de Juan II, do Século 15, é um orgulho da arquitetura espanhola. Tem 80 metros de altura e seu terraço pode ser alcançado por uma escadinha de caracol de 152 degraus 
Alcázar de Segóvia
Alcázar de Segóvia
O Alcázar é apontado como o primeiro edifício de Segóvia a ganhar uma decoração em esgrafiado, no Século 14. Hoje, a técnica está espalhada pelas fachadas da cidade

Profundamente ligado à história da Reconquista Cristã da Península Ibérica, ele foi a primeira residência dos reis de Castela e funcionou como principal palácio real por 200 anos.

É A visita que todo mundo quer fazer em Segóvia e ninguém sairá decepcionado. Quando você for, não esqueça de olhar pelas janelas do Alcázar: a paisagem lá fora é tão linda quanto o monumento que você estrará percorrendo.

Alcázar de Segóvia
Não esqueça de olhar pelas janelas do Alcázar, porque a vista é maravilhosa
Alcázar de Segóvia
Alcázar de Segóvia
Alcázar de Segóvia
Os aposentos reais e salas cerimoniais do Alcázar têm uma decoração mudéjar preciosa

A bilheteria do Alcázar fica na Casa de la Química, outro edifício da praça/jardim que leva o nome da rainha consorte da Espanha Victoria Eugenia. Essa construção — que hoje abriga também um centro de informações e uma lanchonete — foi sede de um laboratório, fundado no Século 18, que chegou a ser considerado o melhor de Europa nessa época, onde trabalhou o cientista Louis Proust. 

O projeto da Casa de la Química é atribuído ao arquiteto italiano Sabatini, o mesmo que idealizou os Jardins de Sabatini, em Madri.

Casa de la Química em Segóvia
A Casa de la Química (à direita) abrigou um laboratório desde o Século 18. Ao fundo, a Catedral de Segóvia
Alcázar de Segóvia
Monumento a Velarde e Daoíz em Segóvia
O Alcázar de Segóvia abrigou uma Escola de Artilharia. Os heróis do Levante do Dois de Maio em Madri, Velarde e Daoíz, foram alunos da instituição e são homenageados com um monumento em frente ao castelo

Horários: o Alcázar de Segóvia pode ser visitado diariamente, das 10h às 18h, no inverno (1º de novembro a 27 de março. No verão (28 de março a 31 de outubro, das 10h às 20h.


Ingressos: € 10 para a visita completa (palácio, subida à Torre de Juan II e Museu de Artilharia) ou € 7 (Palácio e Museu de Artilharia). Visitantes entre 6 e 16 anos de idade, estudantes e maiores de 65 pagam € 8 para fazer a visita completa ou € na visita sem a torre. Menos de seis anos não pagam. Suplemento para visita guiada: € 3,50. Suplemento para audioguia (baixado no celular): € 3,50.

A bilheteria do Alcázar funciona na Casa de la Química, na mesma praça Victoria Eugenia.

Catedral de Segóvia
Calle  Marqués del Arco nº 1

Catedral de Segóvia
Catedral de Segóvia
Quando a Europa desenhava a Renascença, Segóvia fez uma catedral em estilo gótico flamejante

A Espanha é dona de um elenco impressionante de Catedrais — Ávila, Salamanca, Toledo, Barcelona, Valência e Sevilha que o digam. Se você já ticou todas essas visitas, talvez não se impressione muito com a Catedral de Segóvia. Mas não será por responsabilidade dela, que é linda, mas sim desses seus olhinhos mimados por aquelas belezas de outro mundo.

Construída entre os séculos 16 e 18, a Catedral de Segóvia é apontada como a última das grande catedrais espanholas em estilo gótico. Ela foi erguida bem no meio da Judería (bairro judeu) da cidade para substituir a velha catedral gótica, destruída na chamada Guerra das Comunidades, movimento contra a Coroa Espanhola liderado por Segóvia entre 1520 e 1522.

Catedral de Segóvia
Catedral de Segóvia
A Catedral de Segóvia cumpre direitinho a tarefa de fazer a gente se sentir pequenininha

Se o gótico da Catedral de Segóvia chegou meio atrasado no tempo, ele não pecou nas dimensões. O espaço interno da igreja tem aquela grandiosidade que faz qualquer humano se sentir um grãozinho de areia sob aquelas abóbadas a mais de 30 metros de altura, com a vista quase perdendo o fôlego pra percorrer os mais de 100 metros de profundidade do templo, pelo forro entalhado em delicadas nervuras.

Trascoro da Catedral de Segóvia
Coro da Catedral de Segóvia
O coro da catedral (acima) e o trascoro (no alto) são impressionantes
Altar-mor da Catedral de Segóvia
Altar-mor da Catedral de Segóvia
O altar-mor da Catedral fica protegido por uma grade barroca do começo do Século 18

Lá no fundo, o altar-mor da catedral (chamado também de Capela Maior), em mármores e bronzes, já assume um sotaque claramente renascentista para abrigar uma imagem de Nossa Senhora da Paz do Século 13 e outras imagens de diversas épocas. O altar é uma obra do Século 18, com projeto de Sabatini.

Outros destaques da Catedral de Segóvia são o Coro, alguns vitrais impressionantes e as 20 capelas contornam o interior da catedral, todas com decorações preciosas.

Capela de São Jeroteo de Segóvia
Capela de São Jeroteo, um santo de casa — ele teria sido o primeiro bispo de Segóvia, martirizado no Século 1º d.C.
Capela de Santo André na Catedral de Segóvia
Capela da Imaculada Conceição
Capela da Imaculada Conceição na Catedral de Segóvia
Capela da Imaculada Conceição

A visita à Catedral inclui o acesso ao Claustro, cujas colunas e demais elementos foram trazidos, um a um, da antiga catedral gótica. Em torno dele, algumas salas exibem parte do acervo da catedral, como a pinacoteca, a coleção de objetos litúrgicos e tapeçarias.

A torre da Catedral, que alcança os 90 metros de altura, é uma das grandes atrações da visita (para os bons de fôlego, pelo menos). Dizem que a vista lá do alto é espetacular, mas eu já me aposentei de escadarias muito penosas.

Pinacoteca da Catedral de Segóvia
Pinacoteca da Catedral de Segóvia
Em uma sala sob o claustro, está exposta a coleção de pinturas da Catedral de Segóvia. A obra mais famosa do acervo é o Tríptico da Descida da Cruz (ao fundo, à esquerda), do artista flamengo Ambrosius Benson (Século 16)
Claustro da Catedral de Segóvia
O claustro foi transportado pedra por pedra da antiga catedral medieval, destruída em uma revolta no início do Século 16

Horários: de segunda a sábado, das 9h às 21:30h. Domingos, das 12:30 às 21:30h. Visitas guiadas de segunda a sexta, às 11h, 12:30h e17h. Nos sábados, apenas às 11h e 12:30h. Não há visitas guiadas aos domingos. Para os horários de subida à torre, consulte o site da Catedral 

Ingressos: € 4. Maiores de 65 anos e estudantes até 25 anos pagam € 3. Menores de 8 anos não pagam. Visita guiada, € 6, visita com acesso à torre, € 7.

Plaza Mayor de Segóvia

Plaza Mayor de Segóvia
Plaza Mayor de Segóvia
A Plaza Mayor ainda é parte importante da vida cultural, social e política de Segóvia. Ao fundo, o Teatro Juan Bravo

Como uma boa cidade ibérica, Segóvia não poderia deixar de ter sua Plaza Mayor, ainda que não tão espetacular quanto suas homólogas de Madri e de Salamanca e sem a harmonia e grandiosidade que caracteriza as construções dessas duas.

Segóvia, ao seu modo, subverteu o conceito e construiu sua praça maior para reunir as sedes do poder secular (o Ayuntamiento, ou Câmara Municipal), do poder religioso (a Igreja de San Miguel) e do poder dionisíaco, aí representado pelo Teatro Juan Bravo (de 1917) e pelo Café Castilla, onde os boêmios se reuniam para falar mal dos políticos, dos padres e até dos artistas.

Plaza Mayor de Segóvia
O Ayuntamiento de Segóvia, responsável pelo governo da cidade
Plaza Mayor de Segóvia
Olha a Catedral, ali juntinho
Plaza Mayor de Segóvia
 
E se você está estranhando a ausência da Catedral, ela está logo ao lado, onde a praça deságua na Calle del Marques del Arco.

Ainda hoje a Plaza Mayor de Segóvia é o centro das manifestações políticas, das celebrações religiosas e populares (como a festa de São João) e de uma feira com origens na idade média e continua a ser realizada uma vez por semana. 

O Café Castilla, um point do início do Século 20 frequentado por gente como o poeta Antonio Machado, não existe mais. Mas não faltam lugares para tomar uma caña na praça.

Igreja de San Martín
Calle José Canalejas nº 4

Igreja de San Martín em Segóvia
Igreja de San Martín em Segóvia
Igreja de San Martín em Segóvia
A galeria porticada é o traço mais marcante da Igreja de San Martín. Repare na delicadeza dos entalhes nos capitéis das colunas

Na minha primeira visita a Segóvia, já tinha reparado nessa igreja românica, com uma elegante galeria porticada e imponente portal esculpido. Fiquei, portanto, muito feliz em encontra-la aberta, nesse retorno à cidade (pelo que apurei, ela só recebe visitante de abril a outubro).

Historiadores datam a construção da Igreja de San Martín “pelo menos no Século 12”, mas é possível que ela seja ainda mais antiga, pois servia de espaço de culto para a comunidade moçárabe (cristãos que viviam sob o governo muçulmano na Península Ibérica, adotando o idioma árabe e traços dessa cultura).

Igreja de San Martín em Segóvia
O portal da Igreja de San Martín é apontado como um marco do estilo Românico em terras castelhanas
Igreja de San Martín em Segóvia
Igreja de San Martín em Segóvia
O contraste da rusticidade românica com os dourados e volteios barrocos tem um efeito visual muito bonito
Igreja de San Martín em Segóvia
Fiquei boba com a beleza dessa Pietá

O fato é que a igreja é um primor românico e a simplicidade desse estilo faz um contraste belíssimo com as peças barrocas incorporadas, ao longo dos séculos, à sua decoração interior.

O altar-mor é um esplendor dourado e a Pietá em um canto da nave é maravilhosa — infelizmente, não consegui encontrar muitas informações sobre essa obra.

Repare, ainda, no campanário românico da Igreja de San Martin e da fonte que adorna a Praça de Juan Bravo, onde ela se encontra.

Horários: de terça a domingo, das 11h às 14 e das 17h às 19:30h

Ingresso: entrada gratuita

Judería de Segóvia

Judería de Segóvia
A Judería de Segóvia rende um passeio muito agradável

Oficialmente, Segóvia teve uma Judería (no sentido de gueto) por muito pouco tempo. Apesar da legislação restringindo direitos da comunidade judaica ser mais antiga, foi só em 1481 que os judeus de Segóvia passaram a ser confinados em um trecho da cidade, determinação que valeu até 1492, quando obrigados a se converter aos cristianismo sob pena de expulsão das terras espanholas.

Judería de Segóvia
Judería de Segóvia

Ainda assim, a área que seria convertida na Judería já era o local escolhido por boa parte das famílias judias para estabelecer suas residências e locais de culto (uma aljama, como se chamavam os bairros judeus em Portugal e na Espanha). A região que fica às costas da Catedral, descendo em direção à muralha, ainda guarda vestígios de uma comunidade que chegou a ser uma das mais prósperas em Castela.

Em anos recentes, a cidade tem se esforçado para resgatar essa memória, escavando, identificando e restaurando antigas sinagogas e outros marcos.

Judería de Segóvia
Judería de Segóvia
Judería de Segóvia
A Judería de Segóvia tem uma carinha medieval muito bem preservada

Hoje, o que a gente vê na Judería de Segóvia são as ruas estreitas e tortuosas típicas do período medieval e alguns dos arcos que davam acesso ao bairro. É um passeio muito agradável.

A proximidade com a muralha também dota a Judería de belíssimos mirantes. O maior deles é o Paseo Salón de Isabel II.

Eu almocei em um excelente restaurante de inspiração judaica, o Fogón Sefardi, mas ele vai aparecer em outro post sobre onde comer em Ávila, Salamanca e Segóvia.

Judería de Segóvia
Judería de Segóvia
Sete arcos davam acesso à Judería de Segóvia 

 Para saber mais sobre a presença da comunidade judaica em Segóvia vale a visita ao Centro Didático da Judería. 

Centro Didático da Judería
Calle de la Judería Vieja nº 12

Horários: segundas e terças, das 10h às 14h e das 16h às 18h. De quarta a sábado, das 10h às 13h e das 16h às 18h Domingos, das 10h às 13h.

Ingresso: € 3. Estudantes (menores de 26 anos e maiores de 65 pagam € 2. Menores de 12 anos não pagam. Entrada gratuita para todo o público às quartas-feiras, exceto feriados.

Igreja de Corpus Christi (Antiga Sinagoga Mayor)
Plaza del Corpus nº 7

Igreja de Corpus Christi/ antiga Sinagoga Mayor de Segóvia
O edifício da sinagoga é do Século 13

Das cinco sinagogas de que se tem registro na história de Segóvia, o edifício da Sinagoga Mayor (do Século 13) é o que está mais preservado. O que é um paradoxo: confiscada pela coroa em 1419, a construção foi entregue às freiras clarissas, que a transformaram em no Convento e Igreja e isso assegurou que chegasse aos nossos dias.

Apesar de todas as reformas que sofreu ao longo dos séculos e de um incêndio devastador, em 1899, a antiga Sinagoga Mayor de Segóvia foi restaurada no Século 20, com base em documentação e iconografia antigas, e recuperou parte de suas feições originais.

Igreja de Corpus Christi/ antiga Sinagoga Mayor de Segóvia
Igreja de Corpus Christi/ antiga Sinagoga Mayor de Segóvia
Igreja de Corpus Christi/ antiga Sinagoga Mayor de Segóvia
Uma restauração feita no Século 20 devolveu ao edifício muitos de seus elementos originais. Os capiteis lembram a decoração da famosa Sinagoga de Santa Maria la Blanca

O aspecto mais notável são os capiteis das colunas no interior do templo, decorados com motivos vegetais, que muito lembram a preciosa ornamentação da impressionante Sinagoga de Santa Maria la Blanca, emToledo.

Caminhando do Aqueduto até o Alcázar, você muito provavelmente passará em frente à Igreja de Corpus Christi. Vale a pena ficar de olho na sinalização e encontrar o edifício, com discreta decoração em esgrafiado na fachada, para fazer uma visita.

Igreja de Corpus Christi/ antiga Sinagoga Mayor de Segóvia
Igreja de Corpus Christi/ antiga Sinagoga Mayor de Segóvia
O Altar da Concessão do Jubileu da Porciúncula, datado no comecinho do Século 17, mostra uma cena da vida de Francisco de Assis e é a peça cristã mais famosa no acervo da igreja/sinagoga
Igreja de Corpus Christi/ antiga Sinagoga Mayor de Segóvia
É bem fácil passar discreta pela fachada discreta do Convento de Corpus Christi
Igreja de Corpus Christi/ antiga Sinagoga Mayor de Segóvia
A antiga sinagoga fica ao fundo do pátio do convento

Horários: no verão (1º de abril a 31 de outubro), visitas às segundas, quartas e quintas, das 10:45h às 13:45h. Sábados, das 10:45h às 13:45h e das 16h às 19h. Domingos, das 10:45h às 14:15h. No inverno (1º de novembro a 31 de março), funciona apenas no horário da manhã nas segundas quartas e quintas e no mesmo horário do verão aos sábados e domingos. Fechada às terças e sextas-feiras o ano inteiro.

Ingresso: € 1.

Aqueduto de Segóvia

Aqueduto Romano de Segóvia
Só pra ver o Aqueduto Romano, já vale a visita à maravilhosa Segóvia
Aqueduto Romano de Segóvia
A escadaria que leva ao Centro Medieval de Segóvia é um grande mirante para o Aqueduto

O Aqueduto Romano de Segóvia é a construção mais impressionante que eu vi na Espanha (com o perdão da Alhambra, da Mesquita de Córdoba e outras obras arrebatadoras). Com mais de 2 mil anos de idade imagine que ele permaneceu em uso, abastecendo a cidade de água até o final do Século 19.

Ele é o grande responsável por deixar qualquer um acachapado logo na chegada a Segóvia, olhando para o visitante lá de seus 30 metros de altura e desafiando a gente a virar a cidade do avesso, procurando os variados ângulos pra admirar e fotografar sua majestade.

Aqueduto Romano de Segóvia
Aqueduto Romano de Segóvia
Aqueduto Romano de Segóvia
É meio inevitável achar que Segóvia gira em torno de seu Aqueduto

O Aqueduto se espicha por cerca de 15 km. Tem gente que vai a Segóvia só pra tentar percorrer toda a sua extensão — as diversas modalidades de tour guiado pelo trajeto do Aqueduto (a partir de € 8) são muito populares entre os visitantes. Outros simplesmente olham, embasbacados, o trecho mais alto da construção, plantado bem na Plaza del Azoguejo, uma espécie de sala de recepção de Segóvia. 

Aqueduto Romano de Segóvia
Uma coisa que amei neste retorno a Segóvia foi a chance de ver o aqueduto iluminado à noite. Vantagem pra quem pernoita na cidade
Aqueduto Romano de Segóvia
Esta Virgem do Carmo que se vê na face Nordeste do Aqueduto é uma réplica da imagem colocada ali no Século 15

Construído a partir do encaixe perfeito das pedras, sem qualquer argamassa, o Aqueduto de Segóvia teve como função original transportar água de um manancial próximo para abastecer a importante base militar que os romanos estabeleceram na confluência dos Rios Eresma e Clamores, no Século 1º de nossa era. E até hoje é reconhecido como uma mais importantes obras de engenharia hidráulica existentes na Espanha.

Só a visão do Aqueduto já vale a visita a Segóvia — e olha que a cidade não economiza em maravilhas. 

Mirantes de Segóvia

Praça Rainha Vitória Eugênia em Segóvia
A paisagem aos redor de Segóvia vista da Plaza Reina Victoria Eugénia, em frente ao Alcázar

Dividida em “cidade baixa” e “cidade alta” — esta última, sua porção mais antiga —, Segóvia naturalmente é muito generosa em mirantes, de onde se pode perder o fôlego diante da paisagem ao redor e das belezas construídas pelos humanos.

As muralhas de Segóvia, por exemplo, são um balcão privilegiado. Mas qualquer caminhada pela parte alta de Segóvia é a chance de achar um cantinho pra contemplar a Serra da Guadarrama, o Vale do Eresma e as igrejinhas que se espalham pela pradaria que cerca a cidade.

Paseo Salón de Isabel II em Segóvia
Paseo Salón de Isabel II em Segóvia
Paseo Salón de Isabel II em Segóvia
Atravessando o Arco del Sol, um dos acessos à Judería, você chega ao Paseo Salón de Isabel II

O mais famoso mirante de Segóvia é o da Pradera de San Miguel, de onde se tem a melhor vista para o Alcázar, pois fica de frente para a “proa do navio” — a ponta de rocha onde se assenta o castelo e se projeta sobre o abismo. Esse mirante fica fora da cidade, a 2 km da Plaza del Azoguejo, ponto mais central da parte baixa de Segóvia.

Mas no caminho que você fará normalmente, se deslocando entre as atrações da cidade, vai encontrar outros mirantes maravilhosos, como Paseo Salón Isabel II, logo abaixo da Judería, o Mirador de la Muralla e o Mirador del Alcázar, esses dois bem pertinho do Castelo. Sem contar a Plaza Reina Victoria Eugenia, onde está o castelo.

Muralha e Catedral de Segóvia
A Muralha de Segóvia é um longo mirante
Plaza Jardín de Maurício Fromkes em Segóvia
Plaza Jardín de Maurício Fromkes

Descendo a Calle Velarde, entre a Catedal e o Alcázar, fique de olho à sua direita, onde estará a Plaza Jardín de Maurício Fromkes, com uma vista linda para o vale. Pela manhã, com o sol no melhor ângulo, recomendo a descida da Calle de San Juan para ver o Aqueduto. Uma coisa é certa: quanto mais você passear por Segóvia, mais mirantes vai descobrir. 

Casa Museu de Antonio Machado

Casa Museu de Antonio machado em Segóvia
A Casa Museu de Antonio Machado fica a menos de 200 metros da Catedral de Segóvia

A Casa Museu de Antonio Machado ganhou um post só pra ela (siga o link pra ver). Nesta segunda visita a Segóvia, foi o lugar que mais me encantou. 

É comovente percorrer os vestígios do cotidiano muito simples que o grande poeta viveu em uma humilde casa de pensão, ver o seu cantinho de escrever e imaginá-lo às mesa cercado pelos demais moradores daquela casinha.

Casa Museu de Antonio Machado em Segóvia
Casa Museu de Antonio Machado em Segóvia
Por 9 anos, Machado viveu em uma casa de pensão em Segóvia, onde estão preservados objetos pessoais e memórias do poeta

Se você gosta de poesia, vai adorar saber mais sobre Antonio Machado, um dos grandes das letras espanholas no Século 20.


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