30 de abril de 2018

5 museus imperdíveis em Nova York


Museu Guggenheim em Nova York

Museu Guggenheim de Nova York: a gente já começa pirando com o projeto arquitetônico de Frank Lloyd Wright


Nova York tem um elenco gigantesco de museus — dizem que se você visitar um por dia, ainda vai sobrar uma vasta penca ao final de um ano.

Alguns museus em Nova York são tão singelos quanto o jardim de uma casa de imigrantes alemães (o Voelker Orth Museum, no Queens).

"As Senhoritas de Avignon", de Pablo Picasso, no MoMA de Nova York

As Senhoritas de Avignon (1907), de Picasso, no MoMA: "apenas" a obra fundadora do modernismo


Outros estão entre as principais instituições do mundo, como o Metropolitan Museum of Art (Museu de Arte Metropolitano, ou simplesmente Met) e o fantástico Museu de Arte Moderna (MoMA).

Com apenas seis dias para rever a cidade, foi duro montar a meu roteiro de museus em Nova York.

Estava ansiosíssima para conhecer a Neue Galerie, aberta em 2001 — uma novidade pra mim, que não aparecia na cidade há 23 anos —, dedicada à arte austríaca e alemã do início do Século 20.

Quadros de El Greco no Museu Metropolitan de Nova York
Uma sala todinha de El Greco no Metropolitan: esqueça toda a minha implicância com os "museus de tudo"


O Met, o MoMA (que, não bastasse o acervo apaixonante, ainda estava com uma mostra temporária de Tarsila do Amaral) e o Guggenheim não poderiam ficar de fora do meu roteiro de museus em Nova York, pois eu sou louca por eles.

O templo egípcio de Dendur  no Metropolitan Museum de Nova York
O templo egípcio de Dendur, no Metropolitan Museum


 Pra completar a programação de museus, finalmente consegui visitar a Frick Collection.

Eu teria ido a muitos outros museus de Nova York, se tivesse tempo. Muita coisa legal ficou de fora, como o Museu de História Natural e seu incrível planetário.

De qualquer maneira, fiquei muitíssimo satisfeita com a  programação e recomendo. Veja as dicas e minha avaliação:

5 museus em Nova York


Museu Metropolitan de Nova York

O Met é a maior, mas não a única estrela da Museum Mile de Nova York


 A Milha dos Museus de Nova York


A 5ª Avenida é a grande passarela que leva aos cinco museus citados neste post.

O MoMA fica em uma transversal (a Rua 53 Oeste), os outros quatro estão ao longo da chamada Museum Mile (Milha dos Museus), um trecho da célebre avenida que vai da altura da Rua 82 à Rua 110, margeado por uma constelação de instituições importantes.

Coleção Egípcia do Metropolitan Museum de Nova York
Coleção Egípcia do Metropolitan Museum de Nova York
Coleção Egípcia do Metropolitan Museum de Nova York
Coleção Egípcia do Metropolitan Museum de Nova York
Peças da Coleção Egípcia do Metropolitan: quem disse que a 5ª Avenida é só para compras?


Além do Metropolitan, da Frick Colection, da Neue Galerie e do Museu Guggenheim, também fazem parte da Milha dos Museus de Nova York:

Africa Center (Rua 110)

⭐El Museo del Barrio (Rua 105, dedicado à arte latino-americana e caribenha, com ênfase na cultura porto-riquenha),

 Museu da Cidade de Nova York (Rua 103)

⭐Museu Judaico (Rua 92)

⭐Museu Nacional do Design Cooper-Hewitt Smithsonian (Rua 91)

⭐Museu da Academia Nacional de Belas Artes (Rua 89).

"Vaso e Fruteira" de Pablo Picasso no Museu Guggenheim de Nova York
Vaso e Fruteira, de Pablo Picasso, no Museu Guggenheim de Nova York

Nos meses de junho, Nova York celebra a arte e a cultura com o Museum Mile Festival, realizado na terceira segunda-feira do mês.

Além de entrada gratuita em todas as instituições da milha dos museus, o festival promove shows gratuitos e ao ar livre, oficinas de arte e outras atividades.

Durante os dias do Museum Mile Festival, a 5ª Avenida é fechada ao tráfego de automóveis e é tomada pela multidão que vem aproveitar a festa.




Museus imperdíveis em Nova York 


⭐ Neue Galerie 
🏠 1048 Fifth Avenue (esquina com 86th Street). Metrô 86th St/Lexington Av (linhas 4, 5 e 6).
🕘 De quinta a segunda (fecha terça e quarta), das 11h às 18h.
Entrada: US$20
Site > NeueGalerie

Neue Galerie em Nova York
Neue Galerie: amor (eterno) à primeira vista


A Neue Galerie tem uma política super restritiva em relação a fotos de seu acervo. Vou, portanto, ficar devendo imagens de todas as coisas lindas que vi nesse precioso museu nova-iorquino que arrebatou meu coração de um jeito irremediável.

A estrela da Neue Galerie é o Retrato de Adele Bloch-Bauer, quadro de Gustav Klimt.

A tela, considerada uma obra-prima do pintor, foi roubada pelos nazistas, após a anexação da Áustria — a luta de Maria Altmann, sobrinha de Adele, para recuperar o quadro é narrada no filme A Dama Dourada, como também é conhecida a obra.

"Retrato de Adele Bloch-Bauer", de Gustav Klimt, Neue Galerie, Nova York
O Retrato de Adele Bloch Bauer. Está precisando de um motivo pra ir a Nova York? Taí
(Reprodução: Wikimedia Commons)

Contemplado ao vivo, o retrato de Adele é realmente de deixar a gente sem fala — tão extasiante quanto o O Beijo, a obra mais conhecida e amada de Klimt, que está no Museu do Palácio Belvedere de Viena. Horas de contemplação não dão conta...

A Dama Dourada já valeria o ingresso na Neue Galerie, mas guarde um pouquinho de fôlego para o resto do acervo.

Você verá trabalhos da grande trinca da pintura austríaca na virada do Século 19 para o Século 20 — Klimt, Egon Schiele e Oskar Kokoshka.

Verá também belas obras do Expressionismo Alemão e uma coleção de arte decorativa em Jugendstil (a Art Nouveau nos países do Império Austro-Húngaro, uma das melhores escolas desse estilo), peças art-déco e Bauhaus.

Neue Galerie em Nova York
Cafè Sabarsky na Neue Galerie em Nova York
Depois de acarinhar a alma com as belezas da Neue Galerie, experimente a confeitaria vienense do Cafè Sabarsky

 
Se der sorte ainda encontrará uma mostra temporária de primeira linha, como foi o meu caso. A exposição Antes da Queda, sobre a arte em Berlim e Viena nos anos que antecederam a ascensão do nazismo, me deixou louquinha pra voltar às duas cidades.

➡️ Quanto tempo reservar para a visita à Neue Galerie

Se você for bem objetiva, 40 minutinhos bastam, pois a Neue Galerie é um museu. Mas será um desperdício.

Reserve 1h30, pelo menos, para essa visita e não vai se arrepender. Depois, continue no clima vienense fazendo uma pausa no Café Sabarsky, que funciona lá.

➡️ Precisa comprar ingresso com antecedência para a Neue Galerie? Eu cheguei sem ingresso e demorei 15 segundos na bilheteria.

"Noite Estrelada" de Van Gogh no MoMA de Nova York
A Noite Estrelada (Starry Night), de Van Gogh, no MoMA


⭐MoMA - Museu de Arte Moderna de Nova York
🏠 11 West 53rd Street, entrada no nº 18 West 54th Street. Metrô: 53rd St/5th Ave (linhas E e M).
🕒Diariamente, das 10:30h às 17:30h (às sextas, até as 20h).
Entrada: US$ 25. 

Tem guarda volumes gratuito
Site > MoMA

"Arlequim" de Pablo Picasso no MoMA de Nova York
"Eu e a Vila" de Chagall no MoMA de Nova York
Arlequim, de Picasso (no alto) e Eu e a Vila, de Chagall


O que a gente diz de um museu que tem em seu acervo Starry Night (“Noite Estrelada”), de Van Gogh?

E que tem as Senhoritas de Avignon, de Picasso — obra considerada marco inaugural da Arte Moderna, só uma das muitas obras do artista na coleção —, A Dança, de Matisse, várias Ninfeias, de Monet... Pois este é o MoMA de Nova York (The Museum of Modern Art).

"A dança" de Matisse no MoMA de Nova York
A Dança, de Matisse


Apenas uma pequena parte do acervo do MoMA está exposta ao público. É a nata, entre as 200 mil obras da coleção — 70 mil delas estão disponíveis online, no site da instituição.

A seleção visível nas salas do MoMA faz disparar meu coração todas as vezes que visito esse templo da Arte Moderna.

Museu de Arte Moderna de Nova York - MoMA
"Marilyn Monroe" de Andy Warhol no MoMA de Nova York
Móbile de Alexander Calder no MoMA de Nova York
O saguão envidraçado do MoMA (no alto), uma Marilyn Monroe de Andy Warhol (centro) e o Móbile de Alexander Calder sobre a escadaria de acesso às salas do acervo permanente


Já fiquei uma boa meia hora em lágrimas, diante de Starry Night de Van Gogh.

Em todas as minhas visitas, é inevitável circular pelo belo edifício do MoMA, um exemplo de arquitetura modernista, estampando um sorriso beatífico que deve me deixar com cara de louca 😀.

"Trafalgar Square" de Mondrian no MoMA de Nova York
Trafalgar Square, de Mondrian

Ninfeias de Monet no MoMA de Nova York
Ninfeias de Monet no MoMA de Nova York
Ninfeias de Monet no MoMA de Nova York
O MoMA tem uma coleção invejável de Ninfeias, de Monet

Mas o que é que eu posso fazer, cercada por Frida Kahlo, Jackson Pollock, Klimt, Chagall, Kandinsky, Juan Gris, Braque, Mondrian...?

Pra completar o deleite, durante a minha passagem por Nova York estava em cartaz no MoMA a mostra temporária Tarsila do Amaral – Inventando a Arte Moderna no Brasil (vai até 3 de junho), uma rara oportunidade de contemplar, juntas, as obras-primas da pintora.
 
Exposição de Tarsila do Amaral no MoMA de Nova York
A exposição de Tarsila do Amaral no MoMA estava concorridíssima. Amei ver reunidas algumas das obras mais espetaculares da minha ídola dos pincéis

Foi de arrepiar encontrar a reunião de O Abaporu (que pertence ao Malba, de Buenos Aires), O Boi na Floresta (do MAM-Bahia), A Negra (MAC, São Paulo), Operários (Palácio Boa Vista, Campos do Jordão), A Cuca (Centro Nacional de Artes Plásticas, Paris), Carnaval em Madureira e Antropofagia (ambos da Pinacoteca, São Paulo), e outras obras dessa mulher genial.

Meu amor por Tarsila do Amaral, que é grande, conseguiu crescer mais um pouco, vendo essa exposição do MoMA.

Com Tarsila ou sem Tarsila, o MoMA é um programaço — ouso dizer que é a melhor coisa de Nova York, e olha que a concorrência pelo título é feroz.

O edifício do MoMA, projetado por Phillip Johnson e inaugurado em 1964, faz parte do prazer da experiência.

Some as instalações amplas e luminosas com o baita acervo do MoMA e o resultado é um museu agradável de percorrer, com um roteiro racional, sem rigidez, mas que não deixa a gente se perder por seus espaços expositivos  — mesmo quando tem muita gente, não bate aquela aflição de estar engolida pela multidão.

Museu de Arte Moderna de Nova York
Esperei cerca de 10 minutos na fila da bilheteria do MoMA, de cara para um painel de Miró
Museu de Arte Moderna de Nova York

A arquitetura do MoMA é uma bela homenagem ao acervo do museu


Se você gosta de arte, não pode deixar esse museu de fora de seu roteiro. Se não gosta, talvez seja porque ainda não foi ao MoMA 😉.

Para quem lê inglês e quer saber mais sobre o acervo para aproveitar melhor a visita, pode valer a pena comprar o guia MoMA Highlights ("Destaques do MoMA"), com uma seleção e explicações sobre 350 obras mais significativas da coleção.

Dá para comprar online, junto com o ingresso e custa US$ 25.

"Starry Night" (Noite Estrelada) de Vincent Van Gogh, no MoMA de Nova York
Adoradores de Starry Night. E quem pode culpá-los?


➡️ Quanto tempo reservar para a visita ao MoMA

Entre duas e três horas dá pra ver bem o acervo do MoMA. É o tempo para apreciar as obras sem pressa, voltar para as salas que você mais gostar e fazer um intervalo no Jardim de Esculturas.

No interior do museu funcionam dois cafés (um deles no terraço) e o restaurante The Modern, bem elogiado,

"Três Mulheres" de Fernand Léger no MoMA de Nova York
"One number 31" de Jackson Pollock no MoMA de Nova York
No alto, Três Mulheres, de Fernand Léger. Acima One Number 31, de Jackson Pollock

➡️ Precisa comprar ingresso com antecedência para o MoMA? 

É recomendável compra o ingresso pela internet, antecipadamente. Especialmente se estiver rolando alguma exposição temporária muito concorrida. Eu não comprei e levei uns 10 minutos na fila da bilheteria.

Galeria de arte greco-romana do Museu Metropolitan de Nova York
A coleção de arte greco-romana do Metropolitan é apenas maravilhosa


⭐ Metropolitan Museum of Art
🏠 1000 5th Avenue (entre as ruas 80 e 84). Metrô: estações 77th St (linhas 4 e 6) ou 86th St/Lexington Av (linhas 4, 5 e 6). 

🕒 De domingo a quinta, das 10h às 17:30h. Sexta e sábado, das 10h às 21h. 
Entrada: US$ 25, com validade para três dias consecutivos e acesso também a The Met Breuer e a The Met Cloisters.

Museu Metropolitan em Nova York

O Metropolitan até estava bem cheio, mas a visita foi muito agradável


O Met tem guarda volumes gratuito
Site > MetMuseum

Pegue todas as minhas reclamações sobre os blockbusters da museologia, tranque num baú e jogue a chave fora. É exatamente isso que eu faço quando penso no Museu Metropolitan de Nova York.

Sim, eu acho os “museus de tudo” cansativos, não curto aquela saturação do olhar que me acomete depois de umas duas horas de contemplação. Estou mesmo preferindo cada vez mais os museus menores, voltados para um tema específico.

Mas, pô, o Met é o Met e não dá pra esnobar esse portento.

Estátua da deusa grega Atena Parthenos no Museu Metropolitan de Nova York
estátua de faraó egípcio no Museu Metropolitan de Nova York
No hall de entrada do Met, as estátuas de Atena Parthenos (no alto) e de um faraó egípcio recebem os visitantes. A escultura da deusa grega foi encontrada em um templo de Pérgamo, na Ásia Menor, e pertence ao Museu Pergamon de Berlim


O Museu Metropolitan tem mais de 2 milhões de peças no acervo, algumas com 10 mil anos de idade. É como se o mundo todo, de todos os tempos, estivesse lá dentro: a Pré-História, a Grécia Clássica, o Egito do faraós, o Império Romano, os reinos da África, a Europa medieval...

"Cristo Carregando a Cruz" de El Greco no Museu Metropolitan de Nova York
Cristo Carregando a Cruz, de El Greco

"Os Músicos" de Caravaggio no Museu Metropolitan de Nova York
Os Músicos, de Caravaggio
 
E quer saber? Essa minha visita ao Museu Metropolitan de Nova York, em um domingo de Páscoa — minha despedida da cidade —, foi muito prazerosa. É verdade que tinha muita gente no museu, mas o bicho é tão grande que parece diluir a multidão.

Talvez o segredo tenha sido a minha abordagem: resolvi deixar a curiosidade me levar, sem a obrigação de ver tudo, sem cumprir tarefas de gincana. Flanar entre maravilhas — taí uma ocupação que eu encararia todo dia, até o fim dos tempos.

Coleção Egípcia do Museu Metropolitan de Nova York
A Coleção Egípcia do Metropolitan é considerada uma das mais completas do mundo
Coleção medieval do Museu Metropolitan de Nova York
Sala dedicada à arte medieval

Coleção greco-romana do Museu Metropolitan de Nova York
Galeria da ala greco-romana do museu

É claro que flanar assim, no meio de tantos tesouros, é mais fácil quando já se explorou o Museu Metropolitan  em outras ocasiões (eu sempre vou lá quando estou em Nova York, às vezes mais de uma vez na mesma viagem). Mas mesmo que seja a sua primeira vez, recomendo calma, pra não sucumbir à ansiedade, que só vai estragar o seu prazer.

Não vai dar pra ver tudo em uma única visita ao Metropolitan.  Faça um planejamento prévio do que você faz absoluta questão de ver e aproveite que o ingresso do Met agora vale por três dias consecutivos. Explore um pouco de cada vez.

Templo de Dendur no Metropolitan Museum de Nova York
Trazido do Egito, o Templo de Dendur ganhou uma ala só pra ele, com vista para o Central Park

Coleção Robert Lehman no Metropolitan Museum de Nova York
Detalhe da arquitetura da ala dedicada à Coleção Robert Lehman

Pátio Charles Engelhard no Museu Metropolitan de Nova York
Pátio Charles Engelhard, espaço para a escultura e arte decorativa norte-americana

Mosaico bizantino no Museu Metropolitan de Nova York
Fragmento de mosaico bizantino do Século 6º

 Nesta visita ao Metropolitan Museum, fiquei umas cinco horas por lá, com algumas pausas. Deu tempo de ver a Coleção Egípcia (enorme), um pouco da Grécia e Roma, uma parte da ala medieval e muitas, muitas telas arrebatadoras — porque, afinal, ver quadros é no que eu mais me amarro, mesmo.

Também me esbaldei em duas mostras temporárias. Uma delas, com obras do acervo do Met, mesmo, era dedicada aos Parques públicos e jardins privados - de Paris à Provença, uma festa primaveril feita por obras de Gaugin, Monet, Seurat, Renoir, Pissaro...

A outra mostra temporária era um painel espetacular dos Reinos Dourados, as civilizações pré-colombianas no México e nas Américas Central e do Sul.

Nessa mostra, encontrei alguns velhos conhecidos de visitas ao Museu do Ouro de Bogotá, Museu Larco e Museu do Ouro do Peru, em Lima, Museu de Antropologia do México e descobri muitas lindezas que ainda vou rever, quando visitá-las nas suas casas.

O que ver no acervo do Metropolitan de Nova York


Galeria de esculturas no Museu Metropolitan de Nova York
Uma das inúmeras galerias de esculturas do Met

Se eu puder dar um pitaco sobre o que você deveria colocar na sua lista de prioridades (nada obrigatório, porque num acervo daquele tamanho cada um deve ter sua relação de obras imperdíveis), sugiro que você não perca a Coleção Egípcia, a Coleção Greco-Romana, o Templo de Dendur e a Pinacoteca dos Mestres Europeus entre 1250 e 1800.

Esta é a minha seleção, sugiro que você veja com atenção o mapa do Met e leia um pouquinho sobre o museu antes de ir, pra fazer a sua própria lista de prioridades.

Embarcações egípcias no Museu Metropolitan de Nova York
Embarcações egípcias no Museu Metropolitan de Nova York
Amo essas priminhas da Fragata. Ver a Coleção Egípcia do Met é o esquenta perfeito para a visita ao Templo de Dendur (abaixo) 

Templo egípcio de Dendur no Museu Metropolitan de Nova York
Templo egípcio de Dendur no Museu Metropolitan de Nova York

⭐Templo de Dendur

Datado do ano 15 a.C. e dedicado à deusa Ísis, o Templo de Dendur foi doado aos Estados Unidos pela ajuda prestada na recuperação de bens culturais na região alagada pela Barragem de Assuã, no Egito, local original da construção.

Ele é “primo” do Templo de Debod, exibido no Parque do Oriente, em Madri, que também estava na região de Assuã.

O Templo de Dendur fica no térreo do Metropolitan, na ala dedicada à Coleção Egípcia do museu, que é uma das melhores do planeta.

⭐Coleção Greco-Romana

São 17 mil peças, as mais antigas datadas do período Neolítico. A Coleção Greco-Romana do Museu Metropolitan de Nova York é considerada um dos maiores acervos sobre o tema no mundo e oferece um painel impressionante sobre a produção artística dessas duas civilizações.

Fica no térreo do museu, à esquerda (de quem entra) do hall de entrada.

"Majas em um Balcão" de Goya, no Museu Metropolitam de Nova York
Majas em um Balcão, de Goya

⭐Pinacoteca dos mestres europeus (1250 - 1800)

Eu sempre digo que o quadro que me ensinou a gostar de pintura foi a Anunciação, de El Greco, do acervo do MASP. Mas os primeiros grandes mergulhos nesse universo eu devo ao Met.

Foi lá, contemplando o imenso mosaico de sua pinacoteca, que a coisa virou paixão.

A galeria de pintura europeia do Metropolitan é um torvelinho de estilos, de mil possibilidades de uso da luz — e como essa luz muda, dependendo da latitude onde vivia o artista... —, de infinitas abordagens do mesmo tema, de variação na paleta de cores.

Desde os pré-renascentistas aos pós-impressionistas e expressionistas, tá todo mundo lá.

"Madona com o Menino e Santos" de Rafael no Museu Metropolitan de Nova York
"A Virgem Jovem" de Francisco de Zurbarán no Museu Metropolitan de Nova York

Duas representações de Maria: o olhar renascentista de Rafael em Madona com o Menino e Santos, e os traços barrocos de A Virgem Jovem, de Francisco de Zurbarán


O Metropolitan anuncia, orgulhosamente, que é dono da “maior coleção de pintura flamenga do Século 17 em todo o Ocidente” (e o maior acervo de Jan Vermeer), além de exibir as “principais obras de El Greco e Goya fora da Espanha”. Acredite no que o museu está dizendo.

E aproveite para se encantar com Caravaggio, Van Gogh, Degas, Murillo, Lucas Cranach, Bruegel… A Pinacoteca do Met é um desbunde.

A ala dedicada à pintura europeia fica no segundo andar do Metropolitan. Basta subir a escadaria que fica bem de cara para a entrada do museu.

Pátio Charles Engelhard no Museu Metropolitan de Nova York
Detalhe do Pátio Charles Engelhard, na ala dedicada à arte norte-americana


➡️ Quanto tempo reservar para a visita ao Metropolitan Museum

O Metropolitan é, facinho, um programa para o dia inteiro (dias, na verdade). Se for sua primeira visita, experimente a estratégia que sugeri lá no alto: aproveite que a validade do ingresso é de três dias e divida sua visita em três partes, para estar sempre com olhos fresquinhos e prontos a se encantarem.

"Esther Diante de Assuero" de Artemisia Gentileschi no Museu Metropolitan de Nova York -

Esther Diante de Assuero, da caravaggesca Artemisia Gentileschi — rara e maravilhosa representante feminina no clubinho dos grandes mestres


Lembre-se, ainda, que o Met tem duas outras sedes, contempladas no mesmo ingresso: o Breuer, na Avenida Madison, dedicado à arte dos séculos 20 e 21, e The Cloisters, no Norte de Manhattan, voltado para a arte medieval.

Como você vai fazer para encaixar tudo isso no seu roteiro, sinceramente, eu não sei 😃, mas tente.

➡️ Precisa comprar ingresso para o Metropolitan com antecedência?

Tendo a achar que não precisa comprar o ingresso com antecedência para ver o Metropolitan. Mas fique esperta à programação do Met, pois se estiver estreando alguma mostra temporária de responsa, as filas serão inevitáveis.

Eu fui sem ingresso, em pleno Domingo de Páscoa, e a bilheteria estava sem fila.

Fachada do Museu Guggenheim em Nova York

As linhas do Guggenheim são poesia concreta


⭐ The Solomon Guggenheim Museum
🏠 1071 5th Avenue (entre as ruas 88 89). Metrô: estação 86th St/Lexington Av (linhas 4, 5 e 6).
🕒 Fechado às quintas-feiras. De domingo a quarta e às sextas, das 10h às 17:45. Sábado, das 10h às 19:45h.
Entrada: US$ 25

Tem guarda volumes gratuito
Site > Guggenheim


Vou confessar: meu sonho de consumo juvenil era descer aquela rampa em espiral do Guggenheim de skate.

Não é falta de respeito não. É que as linhas traçadas pelo arquiteto Frank Lloyd Wright para aquele edifício me sugerem algo tipo vento na cara, adrenalina e riso largo. Como é bonito o Guggenheim, minha Nossa Senhora da Prancheta e da Régua T!

Museu Guggenheim em Nova York
Museu Guggenheim em Nova York
Museu Guggenheim em Nova York
A cúpula do Guggenheim e a famosa rampa em espiral

Obras de Picasso no Museu Guggenheim de Nova York
Esta sala do Guggenheim exibe algumas das obras mais famosas de Picasso


Tão bonito que a gente quase esquece o propósito daquelas pinceladas precisas em concreto armado. Mas a esfuziante embalagem tem recheio — e dos bons: uma respeitável coleção de arte reunida pelo milionário Solomon R. Guggenheim.

A ênfase do acervo do Museu Guggenheim é a Arte Moderna, mas também estão lá os impressionistas (Cézanne, Manet, Renoir), pós-impressionistas (Seurat, Toulouse-Lautrec) e  expressionistas (Van Gogh).

"Mulher Passando Roupa" de Pablo Picasso no Museu Guggenheim de Nova York
Mulher Passando Roupa, de Picasso


Um destaque da coleção são as muitas obras de Kandinsky, de quem Guggenheim parece ter sido fã. Preste atenção, também, aos quadros de início de carreira de Picasso, quando ele ainda pintava de um modo mais “acadêmico” — se ele me ouve, vem puxar meu pé de noite 😁 — ou, pelo menos, ainda não tão rasgadamente original, como sua versão de O Moinho de La Galette

"Bandolim e Guitarra" de Picasso no Museu Guggenheim de Nova York
Picasso: Bandolim e Guitarra


Picasso morou em Montmartre, onde fica o famoso moinho, tema recorrente dos artistas que viveram naquele bairro boêmio. A obra de Renoir retratando as festas desse tipo muito peculiar de taberna é mais famosa e apontada como fundadora do Impressionismo e está no Museu D'Orsay, em Paris.

Outras telas impressionantes de Picasso no acervo do Guggenheim são Mulher Passando Roupa, da Fase Azul do artista, Jarra e Vasilha de Frutas e Bandolim e Guitarra.

Durante minha visita ao Museu Guggenheim (no final de março), uma parte do acervo estava indisponível para visitação, por conta da exposição temporária do artista vietnamita/dinamarquês Danh Vo, mostra bem interessante, mas me deixou com saudade do Violinista Verde, de Chagall, que não pude ver.

"Jornal e Prato de Frutas" de Juan Gris no Museu Guggenheim de Nova York

Juan Gris no Guggenheim: Jornal e Prato de Frutas


Mas ó o prazer de circular por aquele edifício genial apreciando obras geniais já valeria a viagem a Nova York.

➡️ Quanto tempo reservar para a visita ao Museu Guggenheim


Mesmo com parte do acervo indisponível, eu fiquei cerca de três horas no Guggenheim.

Museu Guggenheim de Nova York
Museu Guggenheim de Nova York
Museu Guggenheim de Nova York

➡️ Precisa comprar o ingresso do Guggenheim com antecedência?
 
Não. Mas prepare-se para pegar uma filinha se quiser deixar casacos e mochilas no guarda volumes em dias de maior movimento.

O sistema do guarda-volumes do Guggenheim é bem moderno (nada de papeizinhos): você dá o número do seu telefone e, na volta, essa é a senha para localizarem e devolverem seus pertences.

⭐ The Frick Collection
🏠 1 East 70th Street (esquina com a 5ª Avenida). Metrô: 68th St/Lexington Av (linhas 4 e 6). 

🕒 Fechado às segundas-feiras. De terça a sábado, das 10h às 18h. Domingo, das 11h às 17h. Na primeira sexta de cada mês (exceto janeiro e setembro), funciona até as 21h.


Entrada: US$ 22. Às quartas, a partir das 14h, você paga quanto quiser. Nas primeiras sextas-feiras de cada mês, das 18h às 21h, o ingresso é gratuito
Site > Frick Collection

Pátio interno de The Frick Collection em Nova York
Este belo pátio interno é o único local que você poderá fotografar na visita à Frick Collection

Pra completar o meu quinteto fantástico de museus nova-iorquinos desta viagem, tenho que recomendar entusiasmadamente a vista à Frick Collection, que eu ainda não conhecia e adorei.

O museu está instalado na mansão do ricaço Henry Clay Frick. Ainda morando na casa, Frick já dava ao imóvel trato de espaço expositivo, como comprova a ampla galeria instalada em um pátio coberto, concebida exatamente para que ele pudesse mostrar arte de sua coleção de quadros às visitas.

The Frick Collection em Nova York
The Frick Collection em Nova York
Quando ainda morava na mansão, Frick começou a preparar o imóvel para funcionar como museu

Outros ambientes da casa de Frick também receberam tratamento similar, como as salas reconstruídas para comportar os célebres painéis rococós do pintor francês Fragonard, Os Progressos do Amor.

O acervo reunido na Frick Collection é quase uma enciclopédia dos grandes mestres da pintura. Tem El Greco (quatro!!!), Ticiano, Goya, Frans Hals, Rembrandt, van Dyck, Vermeer, Renoir...

O milionário Frick parecia ter predileção pelos retratos, como atesta a quantidade de obras do inglês Gainsborough.

As obras da Frick Collection estão distribuídas pelos vários ambientes da mansão, e a mobília e peças decorativas fazem parte do show.

The Frick Collection em Nova York

Mostra temporária de Zurbarán na Frick Collection: um espetáculo

 
Para completar o prazer da visita, a Frick Collection estava com uma exposição temporária bacanérrima, a série pintada pelo espanhol Francisco de Zurbarán (Século 17) Jacó e seus 12 filhos, que pertence ao Castelo de Auckland, na Inglaterra.

É proibido fotografar o acervo da Frick Collection. Imagens, só do pátio interno da casa.

➡️ Quanto tempo reservar para ver a Frick Collection

Reserve duas horas. A Frick Collection tem 19 salas. Além das obras de arte expostas, vale a pena ver com atenção as peças de porcelana, prataria, espelhos, tapetes orientais e mobiliário que compõem os ambientes.


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6 comentários:

  1. Esse post vale ouro, vale uma vida.

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    1. Obrigada :), mas quem vale uma vida mesmo é esse monte de museus bacanas. Queria ter umas 3 encarnações para visitá-los até enjoar :)

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  2. Que preciosidade essa lista! Visitei MoMA e Met quando fui, uma maravilha!

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    Respostas
    1. oi, Natalia, aqueles museus de Nova York são uma perdição. Se a gente vacilar, nem vê o resto da cidade :)
      Bjo

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  3. Teu blog é maravilhoso! Aproveitei muito tuas dicas sobre a Grécia. Agora estou planejando uma viagem rápida a Nova Iorque e que alegria foi encontrar teus tão bem escritos textos com ótimas orientações sobre a cidade no meio de um universo de informações rasas, repetitivas e consumistas sobre a Big Apple. Continua viajando bastante! Assim somos presenteados com teus textos! Parabéns!

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