18 de maio de 2013

Equador - passeio ao vulcão Cotopaxi


Base do Vulcão Cotopaxi, Equador
Dá para chegar de carro até a base do Vulcão Cotopaxi, a 4.500 metros de altitude

Um dos programas mais populares entre os turistas que visitam o Equador é o passeio ao Vulcão Cotopaxi, a segunda montanha mais alta do país (5.897 metros), a cerca de 30 quilômetros ao Sul de Quito. Eu experimentei essa aventura e adorei.

O Cotopaxi anda quietinho há cerca de um século, mas é um vulcão ativo, um dos mais altos do mundo.

Em 2002, por exemplo, o vulcão soltou uns rugidos, mas não chegou a morder. Sorte de quem mora perto (e nem tão perto): em 1877, a lava e a lama provenientes de uma erupção do Cotopaxi causaram estragos a mais de 100 km de distância de sua cratera.

Camada de cinzas deixada por uma erupção do Vulcão Cotopaxi, no Equador
O acúmulo de sedimentos (cinzas vulcânicas) não deixa dúvida: esse moço Cotopaxi gosta de atividade
 
Para ver o Cotopaxi, engajei-me num tour. A programação é oferecida por praticamente todas as agências de Quito.

Meu tour ainda oferecia a possibilidade de descer boa parte da encosta do Vulcão Cotopaxi de bicicleta.

A saída de Quito para o passeio ao Cotopaxi é bem cedinho, lá pelas 7 horas, com regresso no final da tarde.

Veja como foi minha experiência:


Passeio ao vulcão Cotopaxi

Descida de bicicleta da encosta do Vulcão Cotopaxi, no Equador

A ideia era descer a encosta do Cotopaxi de bicicleta, mas estava frio demais...


Vulcão Cotopaxi: uma aventura a 4.500 metros de altitude
Estava animadíssima para ver o Cotopaxi — a primeira vez, cara a cara com um vulcão ativo, a gente não esquece.

Nem dei bola para o fato de que iria chegar a 4.500 metros de altitude para, a partir daí, fazer uma caminhada de 1,2 km, encosta acima, até um refúgio usado por montanhistas.

Depósito de cinzas e lava na encosta do Vulcão Cotopaxi, Equador
Neve, cinzas e lava na encosta do Vulcão Cotopaxi

Minhas experiências com o soroche (o mal da altitude) sempre foram muito light. No máximo, um pouquinho de falta de ar, normal em fumantes, e que passa logo.

Mas desde a subida da Ilha do Sol, no Lago Titicaca, eu já devia ter aprendido a não me meter a fazer escaladas nessas altitudes brabas.

Paisagem da base do Vulcão Cotopaxi, Equador
Da base do Vulcão Cotopaxi, a gente olha as outras montanhas de cima

Desta vez, além da tonteira da altitude, fui atacada pelo vento. Na base do Cotopaxi, as rajadas estavam tão fortes que pareciam ter afetado o meu labirinto. Era simplesmente impossível tentar andar sem parecer completamente bêbada.

 Desisti da caminhada e resolvi apenas contemplar o colossal Vulcão Cotopaxi de sua base, repito, a 4.500 metros de altitude.

Base do Vulcão Cotopaxi, Equador, a 4.500 metros de altitude
Saindo do estacionamento, uma caminhada de 1,2 km leva até um abrigo de montanhistas, de onde partem os escaladores que tentam alcançar o Cume do Cotopaxi. Se você olhar com atenção, vai ver esse abrigo, a construção amarela, no centro da imagem

Base do Vulcão Cotopaxi, Equador, a 4.500 metros de altitude

E não me senti nem um pouquinho frustrada por refugar da caminhada. O explorador alemão Alexander Humboldt, muito mais Indiana Jones do que eu, também não passou desse estágio, quando tentou encarar o vulcão.

É obrigatório contar com um guia indígena no passeio ao Vulcão Cotopaxi

Todos os grupos de excursionistas que entram no Parque Nacional do Cotopaxi têm que estar acompanhados de uma guia indígena local. 

O vulcão Cotopaxi entre as nuvens
O Cotopaxi é meio tímido e gosta de se esconder entre as nuvens

Isso é muito bacana, pois não é justo que as comunidades tradicionais sejam alijadas da indústria do turismo em suas terras.

A obrigatoriedade de que guias nativos acompanhem os visitantes no passeio ao Cotopaxi é uma forma de garantir que o impacto do turismo tenha alguma contrapartida para as comunidades indígenas da área.

Vulcão Cotopaxi, Equador
Na horinha que estávamos indo embora, o vulcão apareceu inteiro, pra se despedir

Para os visitantes também e uma super vantagem contar com um guia nativo, pois os guias urbanos que os acompanham desde Quito estão muito mais focados na aventura do que nas tradições locais.

Nossa guia nativa, Rosário, vive num vilarejo próximo e estava muito mais preparada para falar da fauna, da flora e das lendas que cercam o Cotopaxi, uma montanha sagrada para seus antepassados.

Neves eternas no cume do Vulcão Cotopaxi, Equador
Será que é falta de respeito ficar pensando em Oreo diante do cume do Cotopaxi?

➡️ Os grupos independentes que vierem ver o Cotopaxi podem contratar guias locais no centro de apoio ao vistante, na entrada do parque.

O que vestir na visita ao Cotopaxi
Uma coisa que já estava careca de saber, na teoria, mas acabei aprendendo pra valer:  a 4.500 metros de altitude todo agasalho é pouco.

Eu estava vestida com malha térmica para neve e corta vento e, mesmo assim, senti um frio do cão lá em cima. Eu devia ter caprichado mais nos agasalhos.

Agasalhos para passeio ao Vulcão Cotopaxi, Equador
Até que eu estava bem empacotadinha nos casacos, mas a 4.500 metros, todo agasalho é pouco

O vento gelado acabou fazendo com que todos os sete integrantes do meu grupo desistissem de descer a encosta do Cotopaxi com as bicicletas trazidas de Quito.

E olha que tinha até uma polonesa entre nós, muito mais acostumada com baixas temperaturas.

Equador, Montanhas Los Ilinizas
A pousada com vista para os picos Los Ilinizas serve de base de apoio para a visita ao Cotopaxi

O vento só ajudou numa coisa: limpou as nuvens que escondiam o cume do Cotopaxi, na hora que chegamos, e permitiu que fizéssemos algumas fotos do bonitão.

Como visitei o vulcão Cotopaxi
Fui ao Cotopaxi com a Ecuador Treasures, que tem um escritório na rua Juan León de Mera, em La Mariscal, bem pertinho da Plaza Foch, em Quito.

Estrada na base do Vulcão Cotopaxi, Equador
A estrada que leva à base do Vulcão Cotopaxi é cheia de curvas à beira do abismo

A Equador Treasures cobra US$ 45 pelo passeio, com uma parada para o café da manhã (frugalzinho) na Pousada Chuquiragua, mantida pela agência na Vila de Chaupi, no caminho para o vulcão.

Na volta, há uma nova parada na pousada, para o almoço, que estava muito bom: bifinho, salada e um locro de papas (sopa de batata) delicioso.

As duas refeições estão incluídas no preço do tour.

Balas de coca para mitigar os efeitos da altitude
Contra o soroche, balinhas de coca, em vez de chá. A viagem de van entre Quito e o Cotopaxi leva cerca de 3 horas

Cuidados o mal de altitude no passeio ao Vulcão Cotopaxi
No cômputo geral, gostei do passeio aos vulcão Cotopaxi, mas a combinação de vento e altitude me deixou bem mareada, na volta para a cidade.

Acredito que o grande erro foi ter ido ao vulcão logo no começo da viagem, quando ainda não estava aclimatada sequer aos 2.800 metros de Quito.

Vulcão Cotopaxi, Equador

Senti falta, também, do mate de coca, tão consumido no Peru e na Bolívia e tão importante para domar o soroche.

No Equador, não vi o chá de coca ser oferecido em nenhum momento e desconfio que ele não seja muito popular por lá. Acabei aderindo às balinhas de coca, que são menos eficientes, mas bem gostosinhas.

O Equador na Fragata Surprise
Dicas práticas para planejar e curtir sua viagem 

Quito, dona do maior conjunto arquitetônico colonial das Américas 


Cotacaxi, bom lugar para comprar acessórios em couro 


Otavalo – o mercado andino


Curtiu este post? Deixe seu comentário na caixinha abaixo. Sua participação ajuda a melhorar e a dar vida ao blog. Se tiver alguma dúvida, eu respondo rapidinho. Por favor, não poste propaganda ou links, pois esse tipo de publicação vai direto para a caixa de spam.
Navegue com a Fragata Surprise 
Twitter  |  Instagram  | Facebook

4 comentários:

  1. Ótimo post.
    Fiquei com vontade de conhecer :)
    Grande abraço

    ResponderExcluir
  2. Nossa seus relatos são incríveis!! Amando! Vou ao equador em outubro e quero mundo conhecer alguns vulcões

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Debora, se você tiver mais tempo, experimente o trem que faz a "Avenida dos Vulcões" de Quito a Riobamba, com parada no Cotopaxi e no Nariz do Diabo. Eu não fiz essa viagem porque meu tempo no país foi contadinho, mas morro de vontade. Se fizer, depois me conta como foi :)

      Excluir