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O Fürstenzug retrata os governantes
da Saxônia desde o Século 12
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O Verkehrsmuseum de Dresden (Museu dos Transportes) exibe um documentário chamado "Dresden wie es eimal war" (Dresden como ela foi um dia). Editado principalmente a partir de cinejornais da década de 30, o filme mostra uma cidade alegre, efervescente e muito, muito bonita.
Descontada a porção de propaganda na “alegria” e na “efervescência” — os newsreel foram produzidos sob o regime nazista — as imagens envelhecidas e meio riscadas de uma Dresden feliz contextualizam e aumentam o impacto do que se vê a seguir: uma cidade inteira em chamas, os monumentos preciosos reduzidos a milhares de pedaços calcinados e o desespero dos sobreviventes do bombardeio de 13 de fevereiro de 1945.
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A Semperoper, famosa casa de concertos de Dresden, foi totalmente destruída por um bombardeio, em 1945. Foi reconstruída nos mínimos detalhes e reinaugurada em 1985 |
Mas talvez o maior símbolo da reconstrução da cidade seja seu Residenzschloß, o antigo Castelo de Dresden, complexo de pátios, pavilhões, estruturas de defesa e espaços suntuosos onde viviam os príncipes da Saxônia.
Não espere um castelo naquela configuração clássica (muralhas, ameias, fosso — com ou sem jacarés 😀). Assim como o Burghof, o Castelo de Viena, o Residenzschloß de Dresden abandonou suas muralhas ainda no período Barroco, atualizado e integrado à cidade. Mas sem perder a pose.
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A Hofkirche, catedral católica de Dresden, também foi totalmente restaurada |
No Residenzschloß estão instalados vários museus importantes, como o Verkehrsmuseum, onde assisti ao documentário que me deu vontade de colocar Dresden no colo e ninar a cidade.
Lá também está o impressionante Grünes Gewölbe, que expõe as preciosidades do tesouro da dinastia Wettin, composto por peças lindíssimas, delicadas, feitas muito mais para o deleite visual, embora a maioria tivesse algum uso funcional.
Ouro, prata, pedras preciosas e a mais fina porcelana dão formas a relógios, caixas de toalete, oratórios, serviços de chá e outros mimos faziam parte do cotidiano luxuoso dos governantes da Saxônia, os donos do Castelo de Dresden.
O sossego apaixonante do Brülsche Terrasse, conjunto de jardins debruçado sobre o Elba e chamado de "O balcão da Europa". Foi construído sobre o antigo arsenal militar que servia ao Residenzschloss |
Os outros museus no interior do Castelo de Dresden são o Kupferstich-Kabinett (coleção de pinturas, desenhos e fotografias, Rüstkammer (uma das mais importantes coleções de armas e armaduras do mundo) e o Münzkabinett, dedicado à numismática (coleção de moedas).
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Parte já reconstruída do Burghof... |
Essa decoração se repete no pátio principal do castelo, onde fica a entrada da Torre Hausmann (Hausmannturm), que compensa o esforço da subida com uma bela vista para a cidade e o Rio Elba. A torre já está plenamente restaurada.
...e a parte ainda em obras |
Na Fürstenzug estão retratados todos membros da dinastia de Wettin que governaram a Saxônia, do Século 12 ao Século 20. Os azulejos que compõem o painel são feitos em porcelana de Meissen (técnica inventada em Dresden).
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O castelo de Dresden |
No Século 12, já havia uma série de fortificações na área debruçada sobre o Rio Elba — por exemplo, o vizinho Brüschle Terrasse, chamado de "o balcão da Europa", uma magnífica sucessão de jardins e terraços, foi construído sobre os antigos arsenais da cidade. Outro lugar muito legal de visitar.
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Dresden vista do alto da Torre Hausmann: detalhes em sgrafitto no pátio interno do castelo, a ópera e a Hofkirche |
Hoje a Hofkische é a catedral católica de Dresden, cheia de tesouros artísticos. Entre eles, um órgão do Século 17 e a Pietá do escultor modernista Friedrich Press.
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A liça do castelo: dá para imaginar os cavaleiros disputando justas com suas lanças. Mais sessão da tarde, impossível |
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A cidade vista do alto da Hausmannsturm |
Dilacerada pelas bombas, com as entranhas à mostra durante 60 anos, Dresden foi salva por seus moradores, que protegeram os escombros, cuidaram de cada pedra e impediram que as ruínas fossem transformadas em estacionamentos. É por causa deles que a cidade hoje pode ser reconstruída.
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O pátio interno do Residenzschloß, decorado com a técnica do sgrafitto |
Visita ao Residenzschloß

Entrada pela Taschenberg 2 ou Schlossstraße (Löwentor). Fechado às terças-feiras. Visitas das 10 às 18 horas. A Hausmannsturm só pode ser visitada de abril a novembro. Um tíquete combinado permite a visita aos diversos museus do complexo e custa € 12.

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Dresden é uma joia preciosa mesmo. Tambem fiquei encantada com tudo o que vi por lá. Sim, eu vim ler sobre o Porto. E li e deu mais vontade ainda de conhecer. mas quando vi Alemanha não resisti e fiz muito bem. Foi como andar pelas ruas da cidade mais uma vez. E deu vontade de voltar lá. Parabens pelo Blog.
ResponderExcluirFatima
Adoro a Alemanha, mas por enquanto só conheço Munique e a região... E dia a dia cresce a minha vontade de ir para Berlim, Dresden, Leipzig, etc...
ResponderExcluirMunique, Dresden e Berlim são espetaculares, cada uma à sua maneira, Fernanda. E experimente Lübeck, também, uma cidadezinha de sonho.
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